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Descobrimentos / Expansão marítima
beatriz meneses
Created on March 13, 2024
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Transcript
O alargamento do conhecimento do mundo
Introdução
Nos séculos XV e XVI, graças à construção do seu império marítimo, os portugueses contribuíram para o alargamento do conhecimento do mundo e para a primeira globalização da História Moderna.
Os novos conhecimentos da natureza e do mundo obtidos, basearam-se na observação e no contacto direto com a realidade. As opiniões dos Antigos foram ditadas e a experiência madre das cousas, elevou-se a autoridade e fonte do saber.
O contributo português
Nos séculos XV e XVI o reino de Portugal deu um poderoso contributo para o alargamento do conhecimento do mundo. Tal se deve à expansão / descobrimentos marítimos.
A construção do Império Marítimo
Conjunto de fatores que dita a expansão portuguesa no século XV:
- Curiosidade geográfica;
- Espírito de lucro pela obtenção de mercadoria;
- "Acrescentar a Santa Fé de Nosso Senhor Jesus Cristo".
Quais os motivos que levaram o Infante D. Henrique a organizar viagens à costa ocidental africana?
A expansão portuguesa prosseguiu com as viagens marítimas no Atlântico e a exploração da costa ocidental africana para além do Cabo Bojador, ultrapassado apenas em 1434 no reinado de D. Duarte.
Quando o Infante D. Henrique assume a política expansionista, e até à data da sua morte (1460), os portugueses já tinham colonizado os arquipélagos da Madeira e dos Açores que fornecem açúcar, trigo, vinho e plantas tintureiras. Chegam às Ilhas de Cabo Verde, explorando a costa ociental africana até à Serra Leoa, em busca de ouro e escravos.
Arquipélagos atlânticos (1418-1434)
Os Portugueses chegaram à ilha da Madeira em 1419, atribuindo-se este feito aos navegadores João Gonçalves Zarco, Bartolomeu Perestrelo e Tristão Vaz Teixeira, escudeiros do Infante D. Henrique.
A descoberta do arquipélago dos Açores, com Diogo Silves, iniciou-se em 1427. Gonçalo Velho desembarcou na ilha de Santa Maria e, a partir de 1432, deu-se o (re)descobrimento – ou reconhecimento das restantes ilhas do arquipélago dos Açores. Por volta de 1450, Diogo de Teive atingiu as ilhas das Flores e do Corvo. Nestes arquipélagos atlânticos, inabitados, fundaram-se as primeiras povoações fora da Europa, com portugueses, de várias condições sociais, e estrangeiros, que povoaram e promoveram o desenvolvimento económico. Exploraram-se os recursos naturais (plantas tintureiras e madeiras), introduziram-se culturas, como o trigo, a cana-de-açúcar e a vinha, e desenvolveu-se a criação de gado.
No século XV, na década de 70, reinava D. Afonso V, a expansão portuguesa sofreu um impulso, com novas conquistas territoriais em Marrocos e com as navegações de Ferão Gomes desde o Golfo da Guiné até ao Cabo de Santa Catarina. São instaladas feitorias como a feitoria da Mina. (doc. 5A p. 26)
São Tomé e Príncipe (Ilha do Equador) - centro de produção de açúcar com a utilização de mão de obra escrava.
- Década de 80 - Exploração do rio Zaire / Congo por Diogo Cão e a dobragem do Cabo das Tormentas por Bartolomeu Dias - ligação entre o Atlântico e o Índico;
- Projeto de chegar à Índia sobrepôs-se ao da exploração da Costa Africana.
A chegada dos portugueses à Índia
Coube a Vasco da Gama (1498), no reinado de D. Manuel I, a proeza de chegar a Calecute através da rota do cabo, dando início à construção do império português no Oriente, que fez de Lisboa o novo entreposto europeu da pimenta.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral atingiu o Brasil, que graças à celebração do Tratado de Tordesilhas (1494), se situou na área reservada às navegações portuguesas, vindo a nova colónia a tornar-se uma grande fornecedora de madeiras exóticas e de açúcar.Poucos anos depois atingiu-se Ceilão e Malaca que abriu aos portugueses caminho para ricos mercacos de especiarias e artigos de luxo nas Molucas,Timor, China e Japão.
Os europeus assumiam-se, em nome da vontade divina, como “civilizadores”, como “libertadores morais e intelectuais” e nunca como conquistadores, exploradores, espoliadores, etc. Os outros povos deviam assumir-se como amigos e discípulos, aceitando o papel dos europeus.
Superioridade - extensível ao conceito de Ocidente e que permitiu o domínio político, económico, cultural e tecnológico do mundo; Excecionalidade - relacionada com princípios étnicos, históricos, identitários que motivaram as imposições colonialistas. Se, por um lado, estes conceitos geraram racismos e xenofobias, por outro lado, “obrigaram” chineses, japoneses, coreanos, congoleses, angolanos e outros a olharem-se, respectivamente, como asiáticos e africanos.
A ESCRAVIZAÇÃO E O TRÁFICO DE SERES HUMANOS
- Escravatura - conhece o seu impulso com a expansão europeia;
- Portugal - pioneiro nas descobertas - determinante no tráfico de escravos;
- Garante mão de obra abundante nas ilhas, nas américas e em países europeus.
ESCRAVOS AFRICANOS
- Os europeus escravizam africanos, asiáticos e americanos;
- África - maior corrente do tráfico esclavagista;
- Ataques - surpresa "razias";
- Feitoria de Arguim (1445) - tráfico que tinha os muçulmanos como intermediários;
- Cabo Verde / Senegal - negociavam diretamente com os reinos negros, fornecendo os seus próprios escravos;
- Prisioneiros de guerra intertribal, simples indivíduos esfomiados;
- Continente americano (destino).
Da África à américa
- Travessia do atlântico;
- Navios - tumbeiros;
- Cerca de 1/3 dos escravos morria durante a viagem, de fome, de doenças, asfixia, aceidentes ou revoltas;
- Mercados - reduzidos à condição de homem-objeto;
- Contavam-se em peças - 1 peça = negro com 1,75 metros de altura, entre os 15 e os 25 anos - medida padrão;
- Acima dos 40 anos a procura era pouca;
- Quando comprados, o dono marcava posse nos corpos com um ferro em brasa.
Qual foi o legado que a escravatura nos deixou?
A exposição nasceu pelo punho de Salazar, em nota oficiosa de março de 1938, para celebrar a “grandeza nacional e imperial” (colonial) do país. O ambicioso programa estadonovista servia também para impressionar os velhos aliados, Inglaterra e Brasil, e os regimes fascistas na Alemanha e Itália. No dia da inauguração, a 23 de junho de 1940, o Diário de Notícias publicava uma mensagem de Adolf Hitler dirigida a Carmona: "Envio a Vossa Excelência, por ocasião do duplo centenário, as minhas maiores felicitações e os meus sinceros votos pelo seu bem- estar e longas prosperidades da República Portuguesa".
Inês Beleza Barreiros (historiadora), 15 outubro de 2021 “Sucede que as imagens não ilustram argumentos, elas são o argumento colonial; não são um documento do colonialismo, mas o colonialismo (ainda hoje) em acção.” “As imagens foram então, por um lado, tecnologias vitais do processo colonial de produção de conhecimento e, por outro, de formação de um imaginário colonial, inaugurando toda uma tradição epistemológica moldada pelas imagens que se mantém operacional até hoje.”
“São portanto testemunho de um grande crime, que devia ser a nossa maior vergonha, uma vez que Portugal foi responsável por ter extirpado milhões de pessoas ao continente africano". “Os murais no Salão Nobre são, deste modo, exemplo de uma “visualidade” intensificada, simultaneamente colonial e fascista, tanto por via do objecto representado e da sua forma quanto por via ideológica da encomenda”.
André Ventura “Esta forma de ação política – como de outros deputados que defenderam a destruição do Padrão dos Descobrimentos ou de símbolos do antigo império colonial – tem sido prejudicial para os interesses portugueses, promovendo ódios e divisões no tecido social nacional e alimentando ressentimentos históricos que tinham, há muito, desaparecido”. “Extinção do mandato parlamentar aos deputados que, de forma ostensiva e intencional, atentarem contra a história os símbolos nacionais”. Nascer do sol, 13 de setembro de 2021
INOVAÇÃO TÉCNICA
- Os portugueses já dispunham de um conjunto de saberes técnicos (bússola, astrolábio, quadrante, leme montado no cadastre, cartas-portulano);
- Notáveis progressos técnicos.
Náutica
Cartografia
A NAÚTICA: CONSTRUÇÃO NAVAL
- Viagens de regresso da Guiné - ventos e correntes que dificultam a navegação costeira;
- Navegação à bolina - origina mudanças estruturais;
- Barcas - Caravelas (mais velozes) com velas triangulares ou latinas.
A NAÚTICA: CONSTRUÇÃO NAVAL
- Viagens em direção ao Oriente e à América - construção da nau / galeão;
- Era mais resistente e tinha maior porte;
- Vela redonda / quadrangular.
A náutica: navegação astronómica
- Regresso da Mina e da Guiné - afastamento da costa;
- Navegação em alto mar por cerca de 2 meses;
- Insuficiente a navegação por rumo e estima;
- Simplificação do quadrante e do astrolábio e invenção da balestilha (medição da altura dos astros).
A náutica: navegação astronómica
- Servem-se de tábuas solares com o valor da declinação solar - latitude;
- Livros de marinharia; Guias náuticos; Roteiros - regimentos dos astros, tábuas solares e latitudes, descrição dos ventos e correntes, as horas das marés nos portos, cursos dos rios, configuração das costas;
- Banco de dados astronómicos, oceanográficos, metereológicos e hidrográficos.
cartografia
- Século XV e XVI - aperfeiçoamento notável;
- Revisão das conceções medievais;
- Exatisão das terras mal conhecidas / ignoradas;
- Contornos de mares e terras adquirem um traçado mais rigoroso;
- Distâncias tornam-se mais próximas da realidade.
cartografia
- Cabo da Boa Esperança pela primeira vez representado;
- Planisfério de Cantino (1502) - África e litoral brasileiro (assinala o equador);
- Cartógrafos portugueses - mais aptos para traduzir o mundo conhecido.
Observação e descrição da natureza
- Ampliação do conhecimento geográfico da superfície terrestre - mais correta perceção dos continentes, mares e distâncias;
- Conheceram-se redes hidrográficas, climas, o funcionamento dos ventos, das correntes marítimas e outros fenómenos meteorológicos;
- Provou-se que as zonas equatoriais são habitáveis;
- Esferecidade da terra;
- Alarga-se o conhecimento relativo aos astros e à latitude;
- Cresce o leque de conhecimentos étnicos, botânicos e zoológicos.
experiencialismo
- Superioridade dos modernos - apoiavam-se na observação da natureza;
- "A experiência é madre das cousas" - Duarte Pacheco Pereira;
- Garcia de Orta - Colóquios de espírito crítico renascentista;
- Elaboram-se leis e princípios universais , construíndo-se o conhecimento científico.
A matematização do real
- Florescimento da matemática - mentalidade quantitativa;
- Cálculo de distâncias, durações, latitudes, pesos e proporções;
- Progresso na álgebra e na geometria - método científico;
- Hipóteses provocadas pela observação da natureza.
Cálculo matemático + observação + experiência = Revolução coperniciana
Descoberta dos Açores
Dados históricos apontam a descoberta dos Açores em 1427 por Diogo Silves. Alguns anos mais tarde, em 1432, Gonçalo Velho Cabral redescobriu os Açores e descobriu a Ilha de São Miguel. Em 1439 apareceram os primeiros povoadores em São Miguel que desembarcam na Povoação. Os primeiros povoadores vieram na sua maioria de Portugal Continental, e mais tarde, de países como a França e da Flandres.
NAVEGAÇÃO ASTRONÓMICA
Técnica de navegação marítima que recorre à observação da altura dos astros e ao calculo da latitude e da longitude para orientação do marinheiro.
A expansão permitiu:
- Conhecer a configuração real da Terra - perceção do espaço geográfico;
- Assegurar a conexão entre os vários povos da Terra, num processo de descoberta da alteridade;
- Criar e articular graças às novas rotas intercontinentais, um espaço comercial à escala global, em que as trocas de produtos se fazem acompanhar da circulação de pessoas e de intercâmbios culturais.
Tratado de Tordesilhas
Foi um acordo assinado em 1494 entre o reino de Portugal e a Coroa de Castela para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as coroas nos restantes continentes. Este tratado surgiu na sequência da contestação portuguesa às pretenções da coroa de Castela, resultantes da viagem de Cristóvão Colombo. O tratado definia como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste de Cabo Verde.
Feitoria
As feitorias portuguesas foram entrepostos comerciais, geralmente fortificados e instalados em zonas costeiras, que os portugueses construíram para centralizar e, assim, dominar o comércio dos produtos locais para o reino (e daí para a Europa). Funcionavam simultaneamente como mercado, armazém, ponto de apoio à navegação e alfândega.