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Apresentação Tubulações

DAVID VARELA

Created on March 12, 2024

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Transcript

de Alexandre O´Neill

David Varela, nº4, 12ºA

Poema pouco original do medo

  • Nasceu a 19 de dezembro de 1924;
  • Morreu a 21 de agosto de 1986;
  • Fundador do surrealismo em Portugal;
  • Preso várias vezes pela polícia política;
  • Deixou-nos um retrato da sociedade portuguesa.

Quem foi Alexandre O´Neill?

intelectuais ‘ (o que se sabe) a tua voz talvez talvez a minha com certeza a deles Vai ter capitais países suspeitas como toda a gente muitíssimos amigos beijos namorados esverdeados amantes silenciosos ardentes e angustiados

milagres cortejos frases corajosas meninas exemplares seguras casas de penhor maliciosas casas de passe conferências várias congressos muitos óptimos empregos poemas originais e poemas como este projectos altamente porcos heróis (o medo vai ter heróis!) costureiras reais e irreais operários ‘ (assim assim) escriturários ‘ (muitos)

O medo vai ter tudo pernas ambulâncias e o luxo blindado de alguns automóveis Vai ter olhos onde ninguém os veja mãozinhas cautelosas enredos quase inocentes ouvidos não só nas paredes mas também no chão no tecto no murmúrio dos esgotos e talvez até (cautela!) ouvidos nos teus ouvidos O medo vai ter tudo fantasmas na ópera sessões contínuas de espiritismo

O medo vai ter tudo quase tudo e cada um por seu caminho havemos todos de chegar quase todos a ratos Sim a ratos

Ah o medo vai ter tudo tudo (Penso no que o medo vai ter e tenho medo que é justamente o que o medo quer)

Como somos dominados pelo medo, desumanizamo-nos (tornamo-nos ratos)

O medo é o Estado Novo, a PIDE e uma rede extensíssima de informadores (os «olhos» e os «ouvidos»)

Recorre-se ao medo para dominar

Principais ideias

Recursos expressivos

Personificação

Emumeração

Anáfora

  • versos soltos/ brancos, sem sonorização
  • 8 estrofes
  • número de versos por estrofe irregular (irregularidade da forma (surrealismo))

Análise formal

Na toca que já foi dos ratos cantam os homens que não chiam. E cantando a toca enche-se de sol. (O pouco sol que os ratos não roeram). Manuel Alegre

Os ratos invadiram a cidade povoaram as casas os ratos roeram o coração das gentes. Cada homem traz um rato na alma. Na rua os ratos roeram a vida. É proibido não ser rato. Canto na toca. E sou um homem. Os ratos não tiveram tempo de roer-me os ratos não podem roer um homem que grita não aos ratos. Encho a toca de sol. (Cá fora os ratos roeram o sol). Encho a toca de luar. (Cá fora os ratos roeram a lua). Encho a toca de amor. (Cá fora os ratos roeram o amor).

  • Denúncia das oposiões sociais;
  • Denúncia social ou política;
  • Desumanização do Homem;
  • Arte enquanto arma política;

Representações do contemporâneo/ Papel da poesia:

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