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Ave Maria Cesário verde oral
Rodrigo Neto
Created on March 12, 2024
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Transcript
Cesário Verde, Cânticos do Realismo (O Livro de Cesário Verde)
Ave Maria
De seguida, o sujeito poético segue paraa descrever a cidade à maneira que vai passeando pela mesma, no seu pensamento invoca os sujeitos dos descobrimentos entre eles Camões. O fim da tarde inspira e incomoda, descreve quem vê na cidade distinguindo aqueles que não trabalham ou que não exercem a força, representando a riqueza, como por exemplo dentista, arlequim e lojistas, daqueles que trabalham à base da força, nomeadamente os pobres, como por exemplo as obreiras e as varinas, destacando-as nas três últimas estrofes, realçando a sua forma física desde as ancas opulentas até aos troncos varonis; acaba por falar também dos seus filhos pescadores que acabam por se perderem no mar. Mostrando-se intrigado com as condições de vida das pessoas trabalhadoras,“ Descalças! Nas descargas de carvão, / Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;”.
O sujeito poético deambula pela cidade, ao cair da tarde:
O poema começa quando o sujeito poético se encontra “nas nossas ruas, ao anoitecer”, percebendo com o uso do recurso expressivo gradação, que na escuridão “Há tal soturnidade, há tal melancolia” despertando “um desejo absurdo de sofrer” (metáfora). Na segunda estrofe, o poeta denuncia a realidade da cidade de Lisboa comparando-a com Londres, no que toca ao aspeto e à sua “cor monótona e londrina” devido à ausência de luz, depreciando o retrocesso que o aspeto da cidade lisboeta teve ao longo dos anos.
As características da cidade referidas nas duas primeiras estrofes:
Consciência da vida desesperadas das varinas, assim como da inconsciência destas
Tristeza pela vida das varinas e pelo futuro dos seus filhos.
Realidade dura desperta a necessidade de fuga
Enjoo pelo gás extravasado. Tristeza provocada pela cor do ambiente
O ambiente da cidade interfere sobre o estado de espírito do sujeito poético:
Cesário Verde desvaloriza Portugal, referindo que apenas é feliz quem sai do país. Este recorre à enumeração para designar “o mundo” onde, segundo ele, ocorrem exposições: “Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo”. O poeta compara as edificações “a gaiolas, com viveiros”, e compara ainda os mestres carpinteiros a morcegos, devido a saírem tarde do trabalho quando já não há luz do sol. Observamos o sujeito poético a continuar o seu passeio, enquanto atenta nos trabalhadores/operários que saem tarde do trabalho, utilizando uma dupla adjetivação para caracterizar os operários, e por fim enumera os sítios por onde passa. Podemos concluir que nas primeiras estrofes deste poema, o autor começa a sua jornada pela cidade lisboeta ao anoitecer, utilizando recursos expressivos para a caracterizar de maneira depreciativa e realista, comparando ao mesmo tempo Portugal com outros países.
Face ao real que o circunda, o sujeito poético faz intervir a sua imaginação transfiguradora e evade-se mentalmente para outros locais e para outro tempo:
Enumeração :"Madrid, Paris, Berlim, Sampetersburgo, o mundo!" est.3 v.4 Dupla e tripla adjetivação: " De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos" est.5 v.2; "Enum cardume negro, hercúleas, galhofeiras," est.9 v.3 Metáfora: "Os querubins do lar flutuam nas varandas," est.8 v.3
Voltam os calafates, aos magotes,De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos, Embrenho-me a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erros pelos cais a que se atracam botes.
Recursos expressivos:
Trabalho realizado por:Rodrigo Neto Nunes nº11 12ºB
Métrica: 1º verso - 10 silabas métricas - Decassilábico Outros versos - 12 silabas métricas - Alexandrinos Rima 2º e 3º verso - emparelhada 1º e 4º verso - interpolada Esquema rimático - abba Exemplo: Nas nossas ruas, ao anoitecer a tal soturnidade, há tal melancolia, b Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia b Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. a
Estrutura formal do poema: