O período pré-constitucional (1974-1976)
marciaribeiro006
Created on March 11, 2024
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Transcript
o período pré-constirucional
1974-1976
Inicio
Introdução
O período pré-constitucional em Portugal, entre 1974 e 1976, foi uma época de grande turbulência e mudança. A Revolução dos Cravos, em 25 de Abril de 1974, pôs fim a 48 anos de ditadura e deu início a um processo de transição para a democracia.
Contexto Histórico
1974-1976
Situa-se no período após a ditadura de Salazar
No entanto, encontra-se durante a Ditadura do Estado Novo
Guerra Colonial
Fases Importantes
1974
Revolução dos Cravos, formação do MFA, Programa do MFA.
1975
Nacionalizações, reforma agrária, eleições para a Assembleia Constituinte.
1976
Aprovação da Constituição da República Portuguesa, eleições para o primeiro governo constitucional.
Principais protagonistas
- Movimento das Forças Armadas (MFA): Grupo de militares que liderou a Revolução dos Cravos e desempenhou um papel central na transição para a democracia.
- Partidos políticos: Diversos partidos políticos foram criados após a revolução, com diferentes ideologias e projetos para o país.
- Povo português: Teve um papel ativo na luta pela democracia e na construção da nova sociedade portuguesa.
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tensões político-ideológico
-A reivindicação excessiva de direitos sociolaborais conduziu a elevada agitação social, de difícil controle, provocando a queda do Governo Provisório. -O Governo Provisório é entregue a Vasco Gonçalves, que imprime uma clara tendência revolucionária de esquerda. Neste período ocorrem:
- Processos sumários de saneamento de universidades e empresários indicado pelo Estado Novo.
- Ocupações a fábricas, instalações laborais, campos agrícolas e residências devolutas.
Radicalizção do processo revolucionário
A partir deste momento a Revolução tende a radicalizar-se. O estratega da revolução, Otelo Saraiva de Carvalho, aparece cada vez mais ligado à extrema-esquerda. À frente do COPCON, ordena arbitrariamente a prisão de elementos moderados.
- 28 de setembro de 1974 – primeiros sinais de confrontação civil: os setores moderados organizaram uma manifestação de apoio a Spínola. O MFA proibiu essa manifestação. Estava confirmada a aliança MFA/Povo.
- 11 de março de 1975- militares afetos a Spínola, tentam levar a cabo um golpe de estado com o objetivo de travar o ímpeto revolucionário de esquerda. O golpe foi facilmente dominado pelo MFA e Spínola teve que se refugiar em Espanha.
- O verão quente de 1975 – O Conselho da Revolução, com clara ligação aos ideais comunistas propõe-se orientar o Processo Revolucionário em Curso (PREC) rumo ao socialismo.
- Entretanto, as eleições para a Assembleia Constituinte realizadas a 25 de abril de 1975, revelaram resultados surpreendentes – o PS foi o partido mais votado. Todavia, a preponderância política continuava a ser detida pelos comunistas, ligados ao MFA e ao Conselho da Revolução que se constituíam como os verdadeiros detentores do poder.
- Num ato de protesto, PS e PPD abandonam o governo passando a afirmar-se como oposição a Vasco Gonçalves.
- Todos os setores chave da economia foram nacionalizados e eliminados os grandes grupos económicos;
- O Estado passou a intervir na gestão das pequenas e médias empresas;
- Reforma agrária: expropriação dos latifundiários do sul, transformando as propriedades em unidades coletivas de produção (UCP), seguindo o lema "a terra a quem a trabalha";
- Direito à greve e liberdade sindical, instituição do salário mínimo, redução do horário de trabalho e a generalização dos subsídios sociais.
- Expressão usada para designar a vaga de atividades revolucionárias levadas a cabo pela esquerda radical com vista à conquista do poder e ao reforço da transição para o socialismo marxista.
- Assim, vamos assistir a uma forte intervenção do Estado na economia, com o objetivo de eliminar a débil economia capitalista portuguesa.
O Processo Revolucionário em Curso
Golpe militar protagonizado pela ala mais radical, em defesa de Otelo Saraiva de Carvalho. Fracassou e foi o fim da preponderância política dos mais extremistas. O VI Governo Provisório é entregue a Pinheiro de Azevedo. Era o fim da fase extremista da revolução.
O "25 de novembro" – o fim da fase extremista
O "Documento dos nove" – inversão do processo revolucionário
Face à crescente radicalização do processo revolucionário e aos excessos cometidos rumo ao socialismo, um grupo de 9 oficiais que faziam parte do Conselho da Revolução, liderados por Melo Antunes, publicou um manifesto protestando contra o rumo que o país estava a tomar, recusando a adoção de um regime semelhante aos da Europa Oriental.
Constituição de 1976
No 25 de abril de 1974, o MFA depôs o Estado Novo e instituiu as liberdades com o apoio do povo.No entanto, o PREC foi marcado por divergências sobre a descolonização e entre projetos políticos assistindo-se a tentativas de golpes de estado e a uma inflexão à esquerda. Neste ambiente tenso rumou-se à democracia com as primeiras eleições livres e a redação da Constituição de 1976.
O reconhecimento dos movimentos nacionalistas e o processo de descolonização
- A resolução do problema da guerra colonial, que tinha estado na origem da revolução, foi também um aspeto que muito dividiu o MFA. Logo na noite de 25 de abril de 1974, o reconhecimento do direito à autodeterminação foi eliminado, por pressão de Spínola. Em seu lugar surgiu a intenção de implementar "uma política ultramarina que conduza à paz".
- Entretanto, após o eclodir da revolução, aumentaram as pressões internacionais: a ONU e a OUA (Organização de Unidade Africana) reclamam a imediata independência das colónias.
- Os movimentos de libertação unem-se no mesmo sentido. Internamente, a maioria dos partidos políticos que se legalizaram defendia a independência pura e simples.
- É nesta conjuntura que, no dia 27 de julho de 1974, o Conselho de Estado aprova a lei que reconhece a independência das colónias. De imediato, intensificaram-se as negociações com os movimentos reconhecidos por Portugal. Em janeiro de 1975, assinou-se o acordo, no Alvor, que determinava a data das várias independências.
O reconhecimento dos movimentos nacionalistas e o processo de descolonização
- Devido à instabilidade política e social vivida no país, a desmotivação do exército e às más relações entre os militares portugueses e os africanos, Portugal encontrava-se numa situação débil, o que não lhe permitiu acautelar devidamente os interesses dos portugueses residentes no Ultramar.
- Em Moçambique, o governo português apenas reconheceu a FRELIMO, que estabelecia o cessar-fogo e a constituição de um governo de transição. Os confrontos começaram quase de imediato através da RENAMO, assumindo um caráter racial, o que desencadeou a fuga da população branca. O território viu-se envolvido numa guerra civil.
- O caso mais grave foi o de Angola: os 3 movimentos foram incapazes de ultrapassar as suas divergências, o que originou uma guerra civil.
Juliana Ferreira nº11Márcia Ribeiro nº12
Obrigada!