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A Última Nau
Manuela Oliveira
Created on March 10, 2024
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Transcript
De "Mensagem" de Fernando Pessoa
" A Última Nau "
Levando a bordo El-Rei D. Sebastião, E erguendo, como um nome, alto o pendão Do Império, Foi-se a última nau, ao sol aziago Erma, e entre choros de ânsia e de presságio Mistério. Não voltou mais. A que ilha indescoberta Aportou? Voltará da sorte incerta Que teve? Deus guarda o corpo e a forma do futuro, Mas Sua luz projeta-o, sonho escuro E breve. Ah, quanto mais ao povo a alma falta, Mais a minha alma atlântica se exalta E entorna, E em mim, num mar que não tem tempo ou espaço, Vejo entre a cerração teu vulto baço Que torna . Não sei a hora, mas sei que há a hora , Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora Mistério. Surges ao sol em mim, e a névoa finda: A mesma, e trazes o pendão ainda Do Império.
- Fernando Pessoa, é considerado um dos maiores nomes da literatura portuguesa e mundial .
- É especialmente conhecido por ter escrito sob múltiplas personalidades (heterónimos).
Fernando Pessoa
- Este poema é constituído por 4 estrofes cada um com 6 versos ( sextilha)
- O poema demostra uma grande variedade na divisão das sílabas métricas .
Rima cruzada
Rima emparelhada
Rima emparelhada
- A
- A
- B
- C
- C
- B
Levando a bordo El-Rei D. Sebastião, E erguendo, como um nome, alto o pendão Do Império, Foi-se a última nau, ao sol aziago Erma, e entre choros de ânsia e de presságio Mistério .
Extrutura externa do poema
Terceira e Quarta estrofe
Segunda estrofe
Primeira estrofe
- Neste poema, está explicito o mito sebastianista, isto é apoiado por alguns factos que vão ser explicados ao longo do poema
- Este poema insere-se na segunda parte da "Mensagem" com a máxima posse do mar, por parte do Império Português.
Análise formal
Extrutura Interna
- A primeira estrofe dá conta da partida de D.Sebastião com o objetivo de cumprir o Império , mas como o sujeito poético diz esta vontade "foi-se" com a "Última Nau".
- Nota-se também na estrofe que o "eu" fala de uma partida já condenada ao fracasso ("aziago" - desgraça, "erma"- solidão e "pressago"- previsão)
- Está presente na estrofe o mito sebastianista quando o " sujeito poético" se direcciona ao desaparecimento misterioso da "última nau" e de D. Sebastião.
Levando a bordo El-Rei D. Sebastião, E erguendo, como um nome, alto o pendão Do Império, Foi-se a última nau, ao sol aziago Erma, e entre choros de ânsia e de presságio Mistério.
Primeira estrofe
- A segunda estrofe denota a impossibilidade da realização do império e a morte de D.Sebastião ( a nau foi-se e " não voltou mais"
- O sujeito poético questiona-se ainda sobre o que o futuro trará - "Voltará da sorte incerta/ Que teve?"
- Nesta estrofe assume se o mito como esperança do futuro. Pela crença das pessoas em Deus, estas acreditam que um dia El-Rei regresse.
. Não voltou mais. A que ilha indescoberta Aportou? Voltará da sorte incerta Que teve? Deus guarda o corpo e a forma do futuro, Mas Sua luz projeta-o, sonho escuro E breve.
Segunda estrofe
- As duas últimas estrofes referem o "regresso" de D.Sebastião, que o "eu" diz ser certo embora não saiba quando.
- D.Sebastião ao regressar traz ainda com ele a determinação de construir um império universal
Ah, quanto mais ao povo a alma falta, Mais a minha alma atlântica se exalta E entorna, E em mim, num mar que não tem tempo ou espaço, Vejo entre a cerração teu vulto baço Que torna . Não sei a hora, mas sei que há a hora , Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora Mistério. Surges ao sol em mim, e a névoa finda: A mesma, e trazes o pendão ainda Do Império.
Terceira e Quarta estrofe
- O título do poema " A última nau" relaciona se com o grande desejo de cumprir o império sendo que esta última nau era a única esperança dos portugueses de o fazer
Relação título/poema
Trabalho realizado por : Manuela Oliveira nº17 12ºA
"Vejo entre a cerração teu vulto baço"
"Ah, quanto mais ao povo a alma falta"
Anástrofe
"E erguendo, como um nome..."
Comparação
"Mas sua luz projeta-o, sonho escuro"
"Não sei a hora, mas sei que há hora"