Want to create interactive content? It’s easy in Genially!
HISTORY LEARNING UNIT
Ana Nunes
Created on March 8, 2024
Start designing with a free template
Discover more than 1500 professional designs like these:
Transcript
Amor de perdição
Capítulo X - A repressão de Teresa
Resumo
Mariana chega ao convento onde Teresa está enclausurada.
Antes de falar com sua amiga joaquina, Mariana depara-se com o Padre João, cujas intencões são duvidosas.
A prioresa mostra ciume pelo interesse do Padre João por Mariana.
Joaquina confidencia a Mariana que Teresa irá para outro convento.
Teresa e Mariana dialogam, e esta entrega à fidalga uma carta de Simão.
Teresa informa que nao pode escrever a Simão e pede a Mariana que lhe comunique a sua ida para o convento Monchique, no Porto.
Mariana não aceita o anel de ouro com que Teresa a quer recompensar.
1, 2 e 3
Mariana chegou ao convento onde Teresa estava cativa, mas antes de poder falar com sua amiga Joaquina, ela deparou-se com o Padre João, cujas intenções pareciam duvidosas. A prioresa mostrou ciúmes pelo interesse do Padre João por Mariana, o que é comprovado pela repentina saída da freira e pela informação dada pelo narrador, presente em “Pois repare o senhor padre João- replicou a freira- que eu tenho mais que fazer.” ; ”E retirou-se com o coração malferido, e o queixo superior escorrendo lágrimas ... de simonte”.
Críticas
No início do capítulo, observa-se que esta obra funciona como crónica da mudança social, uma vez que existe uma crítica ao comportamento inadequado e mundano dos membros religiosos. Em primeiro lugar, critica-se o Padre João por elogiar, (através de uma adjetivação expressiva/anáfora) de forma pouco correta o físico de Mariana repetitivamente nas ll. 3 e 7 “Que boa moça! (...)”; e nas ll. 10-11 “Quando quiser, senhora prioresa; mas repare bem nos olhos, no feitio, naquele todo da rapariga”. De seguida, está representada uma outra repreensão, desta vez ao padre e à freira pela sugestão de um relacionamento amoroso entre estes.
4, 5 e 6
Quando falou com Joaquina, esta confidenciou a Mariana que Teresa iria ser transferida para outro convento, o que deixou Mariana preocupada. Repetição, Mariana repete a frase "Se eu fosse amada como ela" destacando os seus sentimentos em relação a Teresa. Após esse momento de tensão, Mariana encontra-se com Teresa e dialogam. Mariana entrega a Teresa uma carta de Simão, revelando um importante elo entre as duas. Com isto, Teresa também a informa que não poderia escrever a Simão e pediu a Mariana que lhe comunicasse sua ida para o convento de Monchique, no Porto.
Como forma de agradecimento, Teresa decide recompensar Mariana, com um anel de ouro. No entanto, Mariana recusa a oferta, porque afirma que não lhe fez “algum favor” (ll.97-98).Está presente uma antítese, destacando a diferença da classe social delas.Ao longo do diálogo entre estas duas personagens, observa-se que há uma linguagem cuidada, eloquente, que difere do de outras personagens como Mariana, personagem do povo, nota-se tanto na forma como nas expressões que utiliza quando fala com a sua amiga ou com o padre.
Crónica da mudança social
Esta parte do capítulo funciona como crónica da mudança social, onde vários aspetos são criticados: - O comportamento imoral do padre e o não cumprimento do voto de castidade, através dos elogios relativos a Mariana. - A mundanidade das freiras, através das aspirações amorosas e os ciúmes previamente mencionados, a vaidade. - O cedimento às tentações, devido à evidência de vícios da bebida e do tabaco “… disse o padre capelão […] praticando com a prioresa sobre a salvação das almas e de umas ancoretas de vinho do Pinhão, que ele recebera naquele dia e do qual tinha engarrafado um almude para tonizar o estômago da prelada.” ; “… o queixo superior escorrendo lágrimas de simonte”. - Os roubos presentes no convento (diálogo de Mariana e Teresa): “Eu não posso escrever-lhe, que me roubaram o meu tinteiro…”. Estes elementos criticam a sociedade da época ao expor suas contradições, hipocrisias e corrupções, questionando a validade das instituições tradicionais e destacando a necessidade de mudanças sociais e morais.
Mulher-anjo
Mariana, nesta obra é considerada como uma mulher-anjo, por sacrificar-se perante o amor de Teresa e Simão, sendo a mensageira, facilitando a troca de correspondência entre ambos. Deixando se magoar a si própria para que o amor destes fosse vivido.
Fim