Amor de Perdição Lara Silva
Elsa cristina Pereir
Created on January 22, 2024
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Transcript
Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição
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Recursos e Apontamentos
O Narrador e as críticas
As características românticas da obra
O tempo e os espaços
As personagens
As Linhas de ação/ resumo de Capítulos
Análise de Excertos
A Obra Integral
Cap.16
Cap.11
Cap.20
Cap.18
Cap.19
Cap.17
Cap.15
Cap.7
Cap.6
Cap.5
Cap.4
Cap.3
Cap.2
Resumo dos Capítulos
Cap.14
Cap.13
Cap.12
Cap. 10
Cap.9
Cap.8
Cap.1
Introdução
Linhas de ação
12
11
10
Linhas de ação
13
Linhas de ação
"Entrou o comandante com uma lâmpada, e aproximou-lha da respiração, que não embaciou o vidro.— Está morto! — disse ele.Mariana curvou-se sobre o cadáver, e beijou-lhe a face. Era o seu primeiro beijo. Ajoelhou depois ao pé do beliche com as mãos erguidas e não orava nem chorava."
Simão morre no barco que o leva para o degredo
"Domingos Botelho, avisado da rejeição do filho, respondeu que fizesse ele a sua vontade; mas que a sua vitória dele sobre os protetores e os corrompidos pelo ouro do fidalgo de Viseu estava plenamente obtida."
Simão parte para o degredo, depois de seu pai ter conseguido a alteração da pena
"Procura-a no Céu? — disse o marinheiro.— Se a procuro no Céu! — repetiu maquinalmente Simão.— Sim. No Céu deve ela estar.— Quem, senhor?— Teresa.— Teresa! Morreu?— Morreu, além, no miradouro, de onde ela estava a acenar."
Teresa morre no convento
Capítulo 5
- Teresa sai da sala onde se está a festejar o seu aniversário e o primo apercebe-se do nervosismo dela- Teresa é perseguida pelo primo, apercebe-se que é perseguida e regressa ao baile (desiste do encontro)- Baltazar acaba por se cruzar com Simão, e interroga-o, em tom ameaçador - quando se apercebe que Simão está armado com duas pistolas, Baltazar recua- Simão não consegue perceber quem o interroga (logo, não sabe que é Baltazar)- Teresa escreve novamente a Simão e combinam novo encontro para a noite seguinte- entretanto, apresenta-se Mariana, a filha do ferrador, que conversa com Simão e diz que adivinha que uma desgraça vai acontecer na sua vida por causa de uma fidalga de viseu. -João da Cruz, ferreiro, conta a Simão porque é que o protege (está em dívida para com ele pois o pai de Simão livrou-o da forca - João assassinou um homem)- também conta a Simão que foi contratado por Baltazar Coutinho para matar um homem a troco de dinheiro e que esse homem era Simão - apesar disso, e apesar dos conselhos de Mariana e João da Cruz, que pedem para ele não ir a este encontro; Simão Botelho mantém a sua ideia e não desiste do encontro
Capítulo 18
Após a morte de João da Cruz, Mariana dirige-se a Viseu para levantar a herança deixada pelo pai e vender as suas terras, deixando apenas a casa onde nascera e seu pai casara, para a sua tia. Mariana visita Simão, e este fica surpreendido por esta ter vendido as suas terras, pois sabia que Mariana não tinha sítio para viver se este fosse condenado ao degredo. Esta responde-lhe que o pretende acompanhar nessa nova fase da sua vida. Simão diz que por isso, irá viver com o peso de se sentir responsável pelo seu destino, mas Mariana, ainda assim, diz que o irá acompanhar até à morte. Simão aceita que ela o acompanhe mesmo sabendo que não irá fazer dela sua mulher. (Até lhe chama de irmã) A partir daí, Mariana passa a estar mais alegre e mais apaixonada que nunca, por isso, os seus ciúmes por Teresa aumentam, mas não os demonstra, guarda-os para si. Como ela gosta de Simão, aceita ajudar a comunicação entre os amados, mesmo se lamentando por ele sofrer por ela (Teresa). Entretanto, após 7 meses, sai a sua condenação, que seria 10 anos na Índia.Através de Manuel, Domingos Botelho sabe da sua sentença, e, assustado, vai a Lisboa e consegue com que a pena de Simão ( o degredo) seja alterada, passando a sua sentença a ser cumprida na Prisão de Vila Real. Simão recusa essa oferta, pois prefere a liberdade do degredo do que ficar na prisão, pois este considera-a pior que a morte, e prefere ir pro degredo mesmo não vendo Teresa. É então que o seu nome, Simão Botelho, passa a pertencer ao catálogo de pessoas que irão para o degredo.
Capítulo 19
O narrador comenta sobre a relação entre a verdade e a ficção do romance. Depois de dezanove meses de prisão, Simão sonha com «um raio de sol». Já não tem ânsia de amar. Para ele, os dez anos presos são piores do que o degredo. Teresa tinha-lhe pedido que aceitasse esses dez anos, com a esperança de poderem casar. Se Simão partisse para o degredo, ela o perderia. Simão responde dizendo que é preferível a morte: «Caminhemos ao encontro da morte.» A pátria e a família merecem a sua abominação.Na resposta, Teresa despede-se, sabendo que o seu fim está próximo: «Vejo a aurora da paz.» Simão deixa de falar, perturbando ainda mais Mariana, que permanece ao seu lado. Em março de 1807, Simão recebe uma intimação para partir na primeira embarcação que levantava âncora do Douro para a Índia. Depois desta notícia, Simão começa a ter acessos de loucura. Teme não ver Teresa e morrer longe dela, considerando-a uma «mártir».
"O magistrado e a sua família eram odiados pelo pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhes deu sentenças contra. Para além disso isso, ainda no ano anterior dois criados de Tadeu de Albuquerque tinham sido feridos na celebrada pancadaria da fonte. É, pois, evidente que o amor de Teresa, declinando de si o dever de humildemente sacrificar-se ao justo azedume do seu pai, era verdadeiro e forte. ""E este amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se durante três meses, sem fazer desconfiar vizinhança, e nem sequer dar suspeitas às duas famílias."
Os jovens iniciam uma relação secreta pois as famílias são inimigas
Capítulo 16
Vida de Manuel Botelho, pai de Camilo Castelo Branco e irmão de Simão Manuel volta a frequentar matemática em CoimbraManuel fuge para Espanha (Corunha) com uma mulher casadaA mãe manda lhe dinheiro para sobreviverMãe pede a Manuel para voltar a Vila Real (mãe não tem forma de continuar a mandar dinheiro, pois Simão está na cadeia) Manuel visita Simão na cadeia, recebido de forma friaManuel e Mariana conhecem se (inicialmente pensa que Mariana é a amada de Simão) Manuel encontra se com o corregedor e o desembargador e mente sobre a identidade da sua amanteDesembargador, amigo da mãe, promete alterar a pena de Simão (morte - degredo) Crítica ao facto de ajudarem os criminosos devido a amizadesA opinião pública está contra SimãoReferência à leal amizade entre o corregedor e DomingosO desembargador percebe a mentira de ManuelDomingos não quer ver o filho, pois desistiu dos estudosDomingos mandou encontrar a amante de Manuel em Vila RealEnquanto Domingos falava com a amante, Manuel é preso por desertar a cavalariaDomingos manda a amante de volta à família nos Açores (Faial) Crítica às mortes clássicas e românticasDomingos manda uma carta ao corregedor a mandar preparar a viagem da amante e conseguir que Manuel seja perdoado pelo seu crimeManuel volta a Lisboa
Capítulo 7
- Simão fica bastante ferido, o ferrador vai tentar curar-lhe os ferimentos mas ele vai piorando (febre e fraqueza)- a coisa que mais o preocupa é não ter notícias de Teresa- mais tarde, ela manda-lhe uma carta em que lhe conta que acha estranho o comportamento do tio e que está muito preocupada que ouviu falar da morte de dois criados de Baltazar (algo que se fala, e que se comenta)- Simão tranquiliza-a, dizendo que não há provas contra ele e que nem Tadeu nem Baltazar tinham muito interesse em levantar suspeitas porque eles eram os principais envolvidos e os motivadores da disputa- Tadeu decide meter Teresa no convento de vez, no porto, e enquanto se fazem as preparações, vai para um convento em viseu- leva as cartas e as tintas, mas sente-se aliviada quando entra no convento, uma vez que ali ia estar em paz, e num ambiente de amor e boa gente e bem formada (está enganada)- encontrou um ambiente de conflito e pessoas mal formadas (crítica à forma como a religião católica e a hipocrisia que se vivia)- Teresa continua a escrever a Simão (as cartas continuam)
"Não é má. Vossemecê é que é o senhor João da Cruz?— Para o servir. — Venho aqui pagar-lhe uma dívida.— A mim? O senhor não me deve nada, que eu saiba.— Não sou eu que devo; é o meu pai, e ele foi que me encarregou de lhe pagar.— E quem é o seu pai?— O meu pai era um recoveiro de Carção, chamado Bento Machado.Proferida metade destas palavras, o cavaleiro afastou rapidamente as mangas do capote e desfechou um tiro de bacamarte no peito do ferrador."
João da Cruz morre
Capítulo 13
Teresa viaja para o Porto acompanhada pela sua empregada Constança, que tem especial pena dela e a informa da prisão de Simão. A princípio, Teresa pede para fugir e se despedir de Simão, mas Constança a convence do contrário. Quando Teresa chega ao Mosteiro de Monchique, no Porto, é saudada pela tia, a abadessa, que relata a Teresa tudo o que aconteceu, e juntas leem a carta de Simão. Aos poucos, ela entregou-se à morte e parou de escrever para ele, a conselho de sua tia.A saúde de Teresa está a deteriorar-se e os médicos acreditam que a sua doença é incurável. Quando Tadeu de Albuquerque tomou conhecimento disso, só se preocupou com a sua “honra”, e quis mantê-la “imaculada”. Depois de saber da sentença de morte de Simão, o único arrependimento de Teresa é o fato de ainda estar viva. Em uma carta a Simão, sua amada concorda em morrer com ele, e pede que ele não sinta que "perdeu a vida".Em conversa com o pastor, Teresa defende a união das almas no céu. A sua saúde deteriorou-se e o seu pai decidiu expulsá-la do convento, especialmente depois de Simão ter sido transferido para uma prisão no Porto. Antes de partir, Teresa recebe uma carta dele pedindo-lhe que não morra, pois há esperança de absolvição ou redução da pena, e que ele a amará de qualquer maneira, mesmo no exílio. Teresa experimenta a dor da contradição entre a proximidade da morte e a esperança.
Capítulo 4
o narrador faz outro comentário para o leitor, caracterizando Teresa e destacando a sua coragem, lealdade e determinação (a sua excepcionalidade); ele conta que Teresa tinha mentido ao seu pai quando disse que não amaria mais Simão, mas de facto, para sobreviver, é preciso muitas vezes mentir - este saber era esperado de alguém mais maduro e não de alguém tão jovem como Terese (excepcionalidade de Teresa)Teresa manda a sua primeira carta - resumida pelo narrador - em que conta os eventos passados excepto as ameaças de Baltazar e de Tadeu, pois se lhe contasse Simão certamente faria algo impulsivo ; esta não foi a carta que surpreendeu Simão (prolepse)resumo da ação - durante algum tempo houve calma e tranquilidade (Teresa passava essa paz a Simão através das suas cartas) ; Simão também fez questão de fazer a sua parte e continuou a estudar empenhadamente'ao romper da alva dum domingo de junho de 1803' veracidade da história; neste dia Tadeu volta a dizer a Teresa que ela não tem outra opção para além de casar com Baltazar - ele faz chantagem emocional/ameaça; Tadeu e Teresa trocam agressividade, terminando com ele a concluir que já não tem filha e que ela ia agora para um conventoBaltazar garante ao tio que ele vai resolver o problema em mãos e diz-lhe para não a mandar para um convento pois isso levantaria suspeitas do públicoTeresa manda uma carta a Simão em que conta tudo (mesmo as ameaças do pai) - a primeira reação de Simão quando soube do sucedido foi matar Baltazar (reação impulsiva - herói romântico), mas a ternura e amor de Teresa acalma-o ('desce um anjo' com a aparência dela, que o leva a acalmar-se) (narrador omnisciente); quando releu a carta, Simão passou a focar-se não nas ameaças lá escritas, mas sim nas palavras de amor de Teresa - monólogo interior de Simão Simão decide por fim voltar a Viseu para se encontrar com Teresa e não para matar Baltazar; para isso precisa de uma estadia segura, por isso pergunta ao arrieiro que por sua vez lhe indica a casa de um primo seu, um ferrador (personagem adjuvante) Simão chega no dia seguinte à casa do ferrador; Teresa envia-lhe uma mensagem 'grito de alegria' (personificação);
Capítulo 10
diálogo entre um padre e uma freira (crítica social; ironia) - o padre faz comentários desapropriados enquanto bebe um copo de vinho e a freira, ao ouvir esses comentários afastasse a choramingar (clima amoroso entre eles); ele tenta seduzir Mariana mas ela recusa-o, defendendo-se dele de forma eficaz (ela já tinha experiência a lidar com homens a tentar seduzi-la - sabedoria prática do dia-a-dia contraste com Teresa e a sua inexperiência); Mariana vê Teresa pela janela e deseja poder ser amada como Teresa é (o amor de Mariana é altruísta e não espera recíproco); Mariana fala com Teresa e ela diz-lhe a mensagem para Simão; quando terminam de falar Joaquina pede por detalhes;o autor conta o monólogo interior de Mariana enquanto ela volta para casa - ela pena em como Teresa é quase perfeita - Mariana sente-se inferior em relação a Teresa, sem sentir inveja - apenas lamento em como Simão nunca olhará para ela da mesma forma que olha para TeresaSimão e João da Cruz falam após ouvirem a mensagem de Teresa; João mostra a sua lealdade a Simão e a sua visão machista das mulheres - afirma que paixões só servem para um homem se perder; mulheres há muitas por aí; compara as mulheres com pragas e rãs (comparação); basta uma mulher ser 'palminho de cara', servir apenas para companhia; o autor mostra um excerto da carta de Simão a Teresa - é uma carta de teor trágico (indício trágico) : Simão assume que pode morrer ao tentar matar Baltazar mas está bem com isso pois morrerá por Teresa; Simão mente a João da Cruz e a Mariana sobre não sair de casa, mas Mariana percebe que ele mente - quando Simão saía Mariana disse-lhe adeus; começa o clímax da ação - vários indícios trágicos aumentam a tenção da história narrador narra com grande detalhe o tempo (tempo psicológico) e a visão de Simão (personificação, adjetivação)conversa entre Baltazar e Tadeu sobre a educação de Teresa - leva os leitores a gostar menos ainda de Baltazar para quando Simão o matar os leitores estarem do lado de Simão mesmo sendo um homicida (narrador parcial)há o encontro de Simão com Teresa, Tadeu, Baltazar e as suas irmãs - Simão mata Baltazar mas recusasse a fugir (embora seja um homicida Simão continua a mostrar princípios e portanto os leitores continuam a respeitá-lo)
Capítulo 11
Domingos e D RitaAcordam com o chorar das filhas porque o seu irmão Simão matou um homem D. Rita e Domingos discutem e Domingos recusasse a ajudar Simão a sair desta situação, afirmando que já não o considera um filhoSão comentadas várias tentativas de ajudar o Simão, pelo meirinho e D. Rita, mas Domingos mostra-se relutante e Simão recusa-se a mentir sobre o crime que cometeu, mostrando-se orgulhoso do ato cometido. O juíz vai falar com o Simão para lhe dizer que o seu pai recusa-se a ajuda-lo e Simão mostra-se indiferente e é aconselhado a falar com a sua mãe, pelo que recebe uma carta sua, dizendo que não o pode ajudar e que não conseguiu mudar a decisão de seu pai.Simão descobre que o dinheiro provinha de Mariana e João da Cruz, e dispensa o criado mandado por sua mãe, como um ato do seu orgulho.Entre Mariana, lavada em lágrimas e Simão mostra-se preocupado com ela e seu pai. Mariana atualiza-o em relação à situação de Teresa e aconselha-o a ter paciência que tudo ficaria bem.
"Amava Simão uma a sua vizinha, menina de quinze anos, rica herdeira, regularmente bonita e bem-nascida. Da janela do seu quarto é que ele a vira a primeira vez, para amá-la sempre. Não ficara ela incólume da ferida que fizera no coração do vizinho: amou-o também, e com mais seriedade que a usual nos seus anos."
Simão e Teresa, vizinhos, apaixonam-se
“No dia seguinte, chegou o académico a casa do ferrador. O arrieiro deu conta ao seu parente do que tinha falado com o estudante. Foi Simão Botelho cautelosamente hospedado, e o arrieiro abalou no mesmo ponto para Viseu, com uma carta destinada a uma mendiga, que morava no mais impraticável beco da terra.”
Simão vive em casa de João da Cruz, pai de Mariana
Capítulo 14
Tadeu de Albuquerque chega ao convento com a intenção de levar Teresa paraViseu de modo a afastá-la de Simão. Teresa recusa-se a sair do convento e diz que a morte reparará todos os erros da sua vida. Acrescenta que só sairá do convento como «cadáver» e que a morte será uma glória ( reforçar que estava doente). A prelada informa que não tirará Teresa à força, como deseja o pai, deixando-o dominado por uma «hedionda» raiva.Tadeu de Albuquerque tenta, então, apelar às autoridades judiciais, sem sucesso. Vários desembargadores parecem desinteressados a respeito da situação de Simão. Um deles, que foi amigo de D. Rita Preciosa, fala-lhe mesmo da «grandeza» de Simão e critica Tadeu de Albuquerque por não ter permitido que a sua filha amasse tal homem.
Capítulo 3
o ódio entre as famílias aumentou quando Tadeu descobriu que Teresa estava apaixonada por SimãoTeresa e Rita conhecem-se e tornam-se amigas - isto leva a um confronto entre Tadeu e Domingos após descobrirem que elas se falavam (isto leva a um confronto entre eles, trazendo ao de cima os ódios antigos e recentes - volta a ser mencionado o incidente das vasilhas e da fonte); Tadeu perdoou os atos de Teresa rapidamente pois planeava casa-la com o seu primo, Baltasar Coutinho (aspeto cultural - eram os pais que decidiam com quem as filhas casavam); Tadeu achava que um amor aos 15 anos não sobreviveria 6 meses afastados (Teresa era uma exceção) (narrador omnisciente e subjetivo) o narrador faz uma pausa na ação em que comenta com o leitor a sua visão sobre as mulheres e como Teresa era diferente das outrasBaltazar Coutinho apaixonou-se por Teresa tão depressa quanto o coração dela se congelou de repugnância (antítese) ; Baltazar achava que ela não lhe dava muita atenção por ser tímida - até que Tadeu o instiga a falar com Teresa, mas ela rejeita-o; isto leva a que Baltazar a questione se ela já tem outro amor -ela diz que sim - e ele conclui que vai fazer de tudo para a salvar das 'garras' desse outro (Simão)por fim Baltazar foi falar com o seu tio (Tadeu), contando-lhe o que se tinha passado - Tadeu disse a Teresa que queria casa-la com Baltazar mas como sabia que ela não o queria então, concordaram em mandá-la para um convento (vai ser comos e ela estivesse morta para todos os homens exceto para o seu pai)
- começa a indicar os registos de prisão do seu tio para dar credibilidade à sua história (como as suas histórias são semelhantes, Camilo quer usar esta história como forma de se defender)o autor pergunta-se se é possível alguma mulher ler a sua obra e não chorar - louva as mulheres e o seu lado sensível (para conseguir que elas fiquem do seu lado desde início) (enumeração / gradação crescente /metáfora / interrogação retórica) sentimentos despertados no autor pela obra : amargura (pelo que se sucede a Simão) , respeito (respeito por Simão por ter lidado com a condenação em vez de fugir) e ódio (apelo ao leitor para se colocar contra os 'julgadores do coração', ou seja, os que condenam o amor [quem está a condenar Ana Plácido e o próprio Camilo Castelo Branco])
Introdução
Capítulo 15
No dia 13 de março de 1805, na cadeia do Porto, Simão tem perto de si as cartas de Teresa, o que escreverano cárcere de Viseu e o avental de Mariana. Aí escreve as suas reflexões, quando é interrompido por João da Cruz,que lhe diz que Mariana «voltou ao seu juízo». Simão pede-lhe que entregue uma carta no convento de Monchique,o que vem a acontecer. Simão alegra-se com a certeza de que pode voltar a corresponder-se com Teresa.Informado de que Mariana regressaria para o ajudar, Simão exprime a culpabilidade de se sentir responsávelpelo destino da filha do ferrador, considerando-a um «anjo de caridade». João da Cruz conta-lhe uma históriareveladora da «bravura da moça» e, emocionado, revela saber a profunda paixão de Mariana por Simão.
Capítulo 17
Começa com diálogo entre João da Cruz e Josefa, cunhada de João e tia de Mariana, onde este se mostra preocupado com o estado de sua filha e de Simão, isto porque Simão estava preso numa cadeia do Porto e Mariana vai viver para à beira dele para continuar a cuidar dele. Josefa diz a João que se este tem tantas saudades, para mandar ela voltar e depois de um tempo voltaria para cuidar de Simão mas este recusa se afirmando que Mariana sai de lá por um tempo, Simão morreria dentro da cadeia. Entretanto, João diz que vai para o Porto. Depois do almoço, João vai trabalhar na oficina enquanto alguns desconhecidos passam por ele para saber se tem novidades quanto a Mariana. Sempre com preocupação, vai parando o trabalho para esfriar a cabeça e regressando novamente. João vai à cozinha e na volta, passa um viajante. Começa um diálogo entre os dois em que o viajante diz que vem para pagar uma dívida a João mas este diz que não tem qualquer conhecimento acerca da dívida. O viajante diz que a dívida é com seu pai, Bento Machado, um recoveiro de Carção. Dizendo estas palavras, o viajante acaba por matar João da Cruz gerando intriga entre quem passa e principalmente Josefa que rapidamente tentou evitar a morte chamando um cirurgião que apenas foi para o declarar morto. Uma investigação começou a ser feita tentando encontrar suspeitas de quem terá morto João. Josefa, escreve uma carta e envia a Mariana que abre ao lado de Simão. Este é quem reconhece a letra e quem lê o que está escrito. Rapidamente Simão entra em choque ao ler que João da Cruz foi morto. Mariana ao saber disso gritou e chorou pela morte de seu pai, estando esta em desespero enquanto Simão tentava acalmá-la.
"Se assim é — disse Simão, sorrindo —, espero nunca me encontrar de novo com sua senhoria. Reputo-o tão covarde, tão sem dignidade, que o hei de mandar esmurrar pelo primeiro mariola das esquinas.Baltasar Coutinho lançou-se de ímpeto a Simão. Chegou a apertar-lhe a garganta com as mãos; mas depressa perdeu o vigor dos dedos. Quando as damas chegaram para se interpor entre os dois, Baltasar já tinha o alto do crânio aberto por uma bala, que lhe entrara na fronte. Vacilou um segundo, e caiu desamparado aos pés de Teresa."
Simão mata Baltazar
Capítulo 8
- proximidade entre Simão e Mariana (enfermeira particular dele, começa a desenvolver o amor por ele); simão e mariana tornam-se confidentes- conversa entre Simão e João que pergunta porque mariana não casou ainda, sendo tão bonita - ela tem uma boa relação com o pai e por isso nunca teve interesse de se ir embora - mariana fala-lhe de um sonho que teve (pressentimento) de uma cova funda com sangue (premonição do homicídio de Simão)- Simão conta que Teresa foi encerrada num convento, leve alegria por parte de Mariana (tentou disfarçar)- Simão revolta-se por esta atitude e promete tirar Teresa de lá - João confessa a Mariana que se apercebeu que Simão está a ficar sem dinheiro, mas é muito orgulhoso para aceitar o seu dinheiro, e Mariana trava um plano para ajudar Simão sem que ele perceba
Capítulo 6
- estão 3 vultos reunidos à noite perto do quintal de Tadeu de Albuquerque (Baltazar e 2 criados), preparando uma cilada a Simão - no entanto, João da Cruz e o arrieiro (cunhado dele) preparam um plano para ajudar Simão e estar com Teresa sem ser visto- pedem ainda a Simão para logo depois do encontro seguir logo para casa- eles não conseguem chegar a tempo de impedir a emboscada e Simão é ferido com um tiro- no entanto, João da Cruz consegue matar os 2 criados (muito friamente, sem pena)- Simão teve um instante de horror de homicida, ao ver João a matar os homens, vê-lo como cruel (distinção entre Simão e João na forma de matar)
Capítulo 15
No dia 13 de março de 1805, na cadeia do Porto, Simão tem perto de si as cartas de Teresa, o que escreverano cárcere de Viseu e o avental de Mariana. Aí escreve as suas reflexões, quando é interrompido por João da Cruz,que lhe diz que Mariana «voltou ao seu juízo». Simão pede-lhe que entregue uma carta no convento de Monchique,o que vem a acontecer. Simão alegra-se com a certeza de que pode voltar a corresponder-se com Teresa.Informado de que Mariana regressaria para o ajudar, Simão exprime a culpabilidade de se sentir responsávelpelo destino da filha do ferrador, considerando-a um «anjo de caridade». João da Cruz conta-lhe uma históriareveladora da «bravura da moça» e, emocionado, revela saber a profunda paixão de Mariana por Simão.
Capítulo 12
Cenas importantes: • A família de Simão muda-se de Viseu para Vila Real • Simão é preso e condenado à forca • Mariana continua ao lado Simão na prisão • Mariana ao saber da sentença pede que a matemO capítulo 12 começa com a família de Simão a mudar-se de Viseu para Vila Real. O narrador transcreve parte de uma carta de uma das irmãs de Simão (escrita 57 anos depois do sucedido) em que ficamos a saber que Simão foi condenado à forca e as reações da sua família a esta condenação. No dia do julgamento, Simão assume o crime e tem uma atitude agressiva quando o nome de Teresa é proferido. Também sabemos que o pai de Simão não pretendia ajudar o filho na sua libertação, mas um membro da sua família, António da Veiga, seu tio-avô, ameaça suicidar-se caso Domingos Botelho não interceda a favor do filho. Depois do julgamento, o narrador relata os comentários de algumas pessoas acerca desta condenação. Mariana entra em delírio e pede que a matem. Devido a este estado de loucura Mariana deixa de visitar Simão.
"O ferrador tinha uma filha, rapariga de vinte e quatro anos, formas bonitas, um rosto belo e triste. Notou Simão os reparos em que ela se demorava a contemplá-lo, e perguntou-lhe a causa daquele olhar melancólico com que ela o olhava”
Mariana apaixona-se por Simão
"Quanto a Teresa, resolveu Albuquerque encerrá-la num convento do Porto, e escolheu Monchique, onde era prioresa uma sua parenta próxima. Escreveu à prelada para lhe preparar aposentos, e ao procurador para negociar as licenças eclesiásticas para a entrada. Todavia, receando o velho algum incidente no espaço de tempo que esperava até se conseguirem as licenças, resolveu não ter consigo Teresa, e solicitou a retenção temporária dela num convento de Viseu."
Teresa é forçada à vida conventual
“Passados sete meses, soubemos que Simão tinha sido condenado a morrer na forca, que seria levantada no local onde se cometera o crime. Fecharam-se as janelas por oito dias; vestimos de luto, e a minha mãe caiu doente.”
Simão é condenado à morte, por enforcamento
"Dois homens ergueram o morto ao alto sobre a amurada. Deram-lhe o balanço para o arremessarem para longe. E, antes que o baque do cadáver se fizesse ouvir na água, todos viram, e ninguém já pôde segurar Mariana, que se atirara ao mar.À voz do comandante desamarraram rapidamente o bote, e saltaram homens para salvar Mariana.Salvá-la!Viram-na, um momento, bracejar, não para resistir à morte, mas para abraçar- se ao cadáver de Simão, que uma onda lhe atirou aos braços."
Mariana suicida-se, agarrada ao cadáver de Simão, que tinha sido lançado ao mar
“Horas depois chamou a filha, mandou-a sentar ao pé de si, e, em termos serenos e gesto bem-composto, disse-lhe que era a sua vontade casá-la com o primo; porém, que ele já sabia que a vontade da sua filha não era essa.”
Teresa recusa um casamento por conveniência com Baltazar Coutinhho
Capítulo 1
apresenta D. Rita e Domingos - pais de Simão - (os nomes completos mostram uma descendência nobre [Domingos é um fidalgo & D.Rita é uma dama do passo ou seja é uma das criadas da rainha])autor descreve mais Domingos Botelho - figura quase ridícula {homem feio, pouco elegante, pouco dinheiro - durante vários anos tentou seduzir a D. Rita Preciosa em vão // era muito bom a tocar flauta (instrumento não muito nobre) ; o seu pai (avô de Simão) não tinha dinheiro para continuar a pagar os estudos de Domingos então ele teve de se sustentar através da flauta.Domingos começou a frequentar o paço, começou a consquistar as boas graças da rainha, aproximando se assim de D.Rita ; era conhecido como 'doutor bexigas' {nome não muito lisonjeador} mas a rainha gostava dele e pagava lhe uma pensão pois ele divertia-a (crítica à distribuição do dinheiro e de cargos judiciais - as pessoas não recebiam cargos por serem boas nessa área mas sim por favores de pessoas importantes)D. Rita Preciosa vem de uma linhagem de generais e bispos (família conhecida por os 'caldeirões' graças a um dos seus antepassados - nome quase ridículo) - características que levam à falta de empatia dos leitoressão apresentados os filhos deste casal Domingos foi destacado para Vila Real e quando chegou tinha uma comitiva de nobres à sua espera para lhe dar as boas vindas {os nobres querem apresentar estatuto mas as liteiras e fardas são velhas e desgastadas - crítica} D. Rita achou que a zona é velhas (caracterização indireta - ela é arrogante e pretensiosa mesmo sendo apenas uma empregada da rainha) ela faz comentários despropositados e sem qualquer tato (desfasamento enorme entre o desenvolvimento e cultural entre a capital e o resto das terras) o narrador mostra que conhece a narrativa ao mencionar que ouviu testemunhas e que portanto o que conta é verídico - o rapaz de 12 anos que viu o que aconteceu e que o autor narrador omnisciente descrição hiperbólica da casa feita pela D. Rita - Domingos mandou construir um palacete com um subsídio da rainha ( quem manda na relação é a D. Rita)D. Rita tinha uma corte de primos que tentavam a sua sorte com ela, mas todas as vezes ela punha a sua luneta (personificação) e gozava com eles; Domingos tinha ciúmes mas não dizia nada : personificação do espelho de Domingos pois quando ele olhava para ele via que era feio {não havia nenhuma história em que um homem feio e uma mulher bonita fiquem bem - (narrador subjetivo {manifesta a sua opinião e preferência ao descrever as personagens estrategicamente para que os leitores gostem ou não delas} e omnisciente {sabe os pensamentos e sentimentos das várias personagens}durante 6 anos Domingos Botelho viveu nesta angústia, até que foi transferido para Lamego (suplicou/empenhou aos seus amigos) - D.Rita deixou a sua marca em Vila Real pela sua formosura e Domingos Botelho por ser uma anedota (o autor conta duas das anedotas que Domingos Botelho gerou) (o autor faz uma caricatura dos pais de Simão, deixando apenas ao leitor as piores características de cada um) o autor diz que não vai pormenorizar a vida deles em Lamego pois foi infeliz e portanto faz apenas um resumo (o narrador dirige-se aos leitores dizendo que não tem muita informação sobre essa época, mostrando mais uma vez que esta é uma história verídica e que foi necessária informação)- avança para quando eles se mudam para Viseu em 1801 o narrador passa a falar sobre Simão Castelo Branco quando estudava em Coimbra (15 anos) - era um rapaz impulsivo, que comprava pistolas em vez de livros e se dava com pessoas menos sossegadas da academia (herói romântico) Domingos via a coragem do filho de uma forma quase nobre (lembrava-o do avô de Simão) e como Simão passou os seus exames o pai perdoava-lhe a rebeldiaSimão embora apenas tenha 15 anos parece ter 20 anos; herdou a beleza da mãe; mas não herdou a soberba da mãe (ele e a mãe não têm uma boa relação - logo o ele e o pai também não se dão bem; as irmã temem-no exceto a irmã mais nova, Rita)acontecimento violento em que Simão é envolvido (mostra o espírito impulsivo de Simão) - um criado de Domingos vai ao chafariz, quando criados do Tadeu partem as vasilhas, desenrolando-se numa luta; Simão intervém e a mãe manda-o para Coimbra
Capítulo 9
- Mariana diz que foi a mãe de Simão que enviou dinheiro para o filho, conseguindo assim entregar dinheiro a Simão sem que ele desconfiasse- o narrador destaca o facto de Mariana ajudar Simão despretensiosamente, sabendo que nunca vai ser correspondida- Teresa continua a enviar cartas a Simão e nelas fala-lhe da vida pouco virtuosa do convento- Tadeu consegue fazer as diligências que ele queria fazer, e transfere Teresa de convento para o Porto- Teresa procura avisar Simão mas a mendiga que fazia de mensageira é apanhada, mas ainda consegue avisar o ferrador antes de morrer- Simão fica enraivecido (quer ir ao convento imediatamente)- Mariana oferece-se para fazer chegar uma carta de Simão a Teresa (fazer dela mensageira), e o narrador fala do sofrimento de Mariana sendo adjuvante ao relacionamento enquanto ama o Simão (dilema interior)
Capítulo 2
a vida de Simão em Coimbra 3 meses após o regresso de Simão a casa ocorreu uma grande mudança nele - passou a viver de forma isolada; tornou-se alguém introspectivo; passou a ter uma atração pela natureza (especialmente da noite) - aos 17 anos Simão amava - foi isso que levou à transformação dele: ele amava a sua vizinha (15 anos, rica herdeira e regularmente bonita) - viu-a pela primeira vez pela janela do seu quarto e amou-a imediatamente; ela também o amou igualmente (coisa incomum pela seriedade mesmo nestas idades)paragem na ação para um comentário do narrador sobre o amor aos 15 anos: uma brincadeira {é o prolongamento do amor às bonecas} porém não era assim o amor de Teresa de Albuquerque, ela amava Simão Castelo Branco coma seriedade de uma mulher adulta (metáforas)tendo ambos consciência de que o seu amor não iria ser fácil (pois as famílias se odiavam) - eles conseguiram esconder o seu amor por 3 meses {planearam o seu futuro de forma honesta e sóbria} na véspera da ida de Simão para Coimbra, Teresa foi arrancada da janela quando eles falavam e ele ouviu depois os gemidos dela - trouxe ao de cima de novo o 'Simão sanguinário' de antigamente (metáfora; hipérbole) mas conseguiu não seder às suas tentações de vingança de forma a proteger Teresa; quando ele está a sair, uma mendiga serve de intermediada entre eles para dar a Simão a mensagem de que Teresa ia ser mandada para um convento - Teresa promete que o amará eternamenteo pai de Teresa acabou por não a enviar para um convento pois não conseguia viver sem ela; Simão passou de um aluno problemático para um aluno exemplar; eles continuaram a trocar cartas entre eles
Capítulo 20
Em 17 de março de 1807, Simão embarca no cais da Ribeira para a Índia. Mariana acompanha-o. O dinheiro que a sua mãe lhe enviara, Simão distribui-o pelos companheiros de viagem, assumindo a sua dignidade «demente». Antes de partir, Simão contempla o convento de Monchique. Nele vê o vulto de Teresa que, na véspera, despedira-se e enviara uma trança dos seus cabelos. Nesse mesmo dia, à noite, Teresa despede-se de todas as freiras com um beijo. Na manhã seguinte, lê todas as cartas de Simão. São elas «hinos à felicidade prevista». Compara a sua vida às pétalas das flores, quase todas desfeitas, e entrega o maço de cartas à sua criada, Constança. Pede depois à criada que a leve ao mirante, de onde vê Simão.No momento em que Teresa o vê, Simão recebe as cartas que ela lhe fizera chegar. Quando o navio parte, Simão ainda acena ao ver Teresa. Ela é já «um cadáver que saiu da sepultura», desaparecendo pouco depois. Também Simão é já um morto: «como o cadáver embalsamado». Mais tarde, depois de o navio ficar retido devido ao mau tempo, Simão recebe a notícia dada pelo comandante: Teresa morrera. O comandante comove-se perante a dor de Simão e a atrocidade do «quadro» e diz-lhe quais foram as últimas palavras de Teresa: «Simão, adeus até à eternidade!»Simão pede ao comandante para proteger Mariana, mas tanto ela como ele já «cismam» na morte.