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Noites fechadas
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Transcript
Digital
"Noite Fechada"
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Trabalho realizado por: João Silva; Martim Quelhas; Rodrigo Almeida; Matilde Fonseca.
UNIVE S
O sentimento dum ocidental
Índice
1.
Biografia
2.
Poema e Interpretação textual
3.
Análise textual
4.
Bibliografia
Bibliografia
Nome: José Joaquim Cesário Verde Nascimento: 25 Fevereiro 1855, Madalena, Lisboa. Falescimento: 19 Julho 1886 (31 anos), Lumiar, Lisboa. Residência: Linda-a-Pastora, Oeiras. Ocupação: Escritor, comerciante. Género literário: Poesia.
"Noite fechada"
E eu sonho o Cólera, imagino a Febre, Nesta acumulação de corpos enfezados; Sombrios e espectrais recolhem os soldados; Inflama-se um palácio em face de um casebre. Partem patrulhas de cavalaria Dos arcos dos quartéis que foram já conventos; Idade Média! A pé, outras, a passos lentos, Derramam-se por toda a capital, que esfria. Triste cidade! Eu temo que me avives Uma paixão defunta! Aos lampiões distantes, Enlutam-me, alvejando, as tuas elegantes, Curvadas a sorrir às montras dos ourives. E mais: as costureiras, as floristas Descem dos magasins, causam-me sobressaltos; Custa-lhes a elevar os seus pescoços altos E muitas delas são comparsas ou coristas. E eu, de luneta de uma lente só, Eu acho sempre assunto a quadros revoltados: Entro na brasserie; às mesas de emigrados, Ao riso e à crua luz joga-se o dominó.
Toca-se as grades, nas cadeias. Som Que mortifica e deixa umas loucuras mansas! O Aljube, em que hoje estão velhinhas e crianças, Bem raramente encerra uma mulher de “dom”! E eu desconfio, até, de um aneurisma Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes; À vista das prisões, da velha Sé, das Cruzes, Chora-me o coração que se enche e que se abisma. A espaços, iluminam-se os andares, E as tascas, os cafés, as tendas, os estancos Alastram em lençol os seus reflexos brancos; E a Lua lembra o circo e os jogos malabares. Duas igrejas, num saudoso largo, Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero: Nelas esfumo um ermo inquisidor severo, Assim que pela história eu me aventuro e alargo. Mas, num recinto público e vulgar, Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras, Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras, Um épico doutrora ascende, num pilar!
"Noite fechada"
E eu sonho o Cólera, imagino a Febre, Nesta acumulação de corpos enfezados; Sombrios e espectrais recolhem os soldados; Inflama-se um palácio em face de um casebre. Partem patrulhas de cavalaria Dos arcos dos quartéis que foram já conventos; Idade Média! A pé, outras, a passos lentos, Derramam-se por toda a capital, que esfria. Tris te ci da de! Eu te mo que me a vives Uma paixão defunta! Aos lampiões distantes, Enlutam-me, alvejando, as tuas elegantes, Curvadas a sorrir às montras dos ourives. E mais: as costureiras, as floristas Descem dos magasins, causam-me sobressaltos; Custa-lhes a elevar os seus pescoços altos E muitas delas são comparsas ou coristas. E eu, de luneta de uma lente só, Eu acho sempre assunto a quadros revoltados: Entro na brasserie; às mesas de emigrados, Ao riso e à crua luz joga-se o dominó.
Toca-se as grades, nas cadeias. Som Que mortifica e deixa umas loucuras mansas! O Aljube, em que hoje estão velhinhas e crianças, Bem raramente encerra uma mulher de “dom”! E eu desconfio, até, de um aneurisma Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes; À vista das prisões, da velha Sé, das Cruzes, Chora-me o coração que se enche e que se abisma. A espaços, iluminam-se os andares, E as tascas, os cafés, as tendas, os estancos Alastram em lençol os seus reflexos brancos; E a Lua lembra o circo e os jogos malabares. Duas igrejas, num saudoso largo, Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero: Nelas esfumo um ermo inquisidor severo, Assim que pela história eu me aventuro e alargo. Mas, num recinto público e vulgar, Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras, Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras, Um épico doutrora ascende, num pilar!
Bibliografia
https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fpoesiaportuguesaunip.blogspot.com%2F2014%2F05%2Fcesario-verde-o-anjo-torto-de lisboa.html&psig=AOvVaw0cAhpLln8wvIaeuva49d2I&ust=1685027165554000&source=images&cd=vfe&ved=0CBEQjRxqFwoTCIjZsb-djv8CFQAAAAAdAAAAABAE https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fquadrogiz.blogspot.com%2F2011%2F09%2Fnoite-fechada-poema-de-cesario-verde.html&psig=AOvVaw0fopi7a32D2IJL9UosWuKD&ust=1685028136278000&source=images&cd=vfe&ved=0CBEQjRxqFwoTCMi87o2hjv8CFQAAAAAdAAAAABAE https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fae-fa.pt%2F&psig=AOvVaw04-M-r2zobcbtKU7_ORQce&ust=1685028199704000&source=images&cd=vfe&ved=0CBEQjRxqFwoTCLiypKyhjv8CFQAAAAAdAAAAABAE https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.bertrand.pt%2Flivro%2Fcesario-verde-o-sentimento-dum-ocidental-marilia-abel%2F9857564&psig=AOvVaw31VsI7VB-aC0BpYh9mWq-_&ust=1685028328657000&source=images&cd=vfe&ved=0CBEQjRxqFwoTCMCA2-mhjv8CFQAAAAAdAAAAABAE https://pt.wikipedia.org/wiki/Ces%C3%A1rio_Verde https://estudoemcasa-2020-2021.s3.eu-west-3.amazonaws.com/resources/42c32b62fae754df8d3f8e04e7bfc8ba/52_Portugu%C3%AAs_11.%C2%BA%20ano_O%20sentimento%20dum%20ocidental%2C%20de%20Ces%C3%A1rio%20Verde.%20II.%20Noite%20fechada.pdf?hNTndH3ZjC1gocfJ4FRYPPCvrAExij1s