TECENDO HISTÓRIAS

“As histórias passaram das bocas aos ouvidos e vêm dizendo, há muito tempo, o que não pode ser dito de outra maneira.” Jean-Claude Carrieré

Tecendo Histórias

Como uma coleção de retalhos pode ajudar a reforçar o sentimento de pertencimento e de identidade cultural?

Objetos contam histórias

Entender que nossos objetos são repletos de histórias e afetos pode nos ajudar a ter uma relação melhor com aquilo que possuímos. Sendo assim, as turmas do 2º ano iniciaram um projeto com a intenção de compreender o que é pertencimento, memória e identidade cultural, objetivos relacionados ao componente de História e Geografia em parceria com a área de Linguagens - Língua Portuguesa e Artes Plásticas.Desde o início da vida, os objetos que carregamos conosco nos ajudam a contar a história de quem somos, a formar nossa identidade e a moldar como nos apresentamos ao mundo. E o melhor: esses são os laços que nos conectam às pessoas.

Objetos contam história. Relato aluno 2.1

Durante as aulas, os estudantes puderam compreender que os objetos que nos pertencem não são feitos apenas de matéria, mas também de uma simbologia imensa, capaz de carregar uma história rica, cheia de sons, cheiros e afetos. Tornam-se verdadeiras relíquias com valor inestimável, pois estão marcadas pela relação do dia a dia e são memórias que carregam narrativas repletas de significados.Para mergulhar nas memórias, as turmas do 2º ano foram convidadas a trazer um objeto para o Colégio e compartilhar com os colegas essa experiência, envolvendo-os em suas histórias e sentimentos.

Como será que é rever aquele álbum de fotos que apresenta o nascimento? Aquele sapatinho usado no batizado? O ursinho de pelúcia, que, por vezes, o acompanhou e protegeu diante de diversos medos! E aquele paninho que até virou “trapinho” de tanto que foi usado e amado? Ah! Tantas histórias emocionantes que não podiam ficar apenas guardadas dentro de um baú.

Que partilha gostosa e que orgulho dos momentos vividos com cada um desses objetos. Muita história para contar, momentos para relembrar e, por que não, reviver a experiência vivida, o tempo, o espaço e o sentimento?Enfim, esta etapa do projeto proporcionou a cada um a possibilidade de compartilhar as sensações do tempo vivido.

Mas... as histórias dos objetos não vieram sozinhas. Com elas, os estudantes coletaram um material riquíssimo por meio do contato com pais, avós, tios/as, amigos e tantas outras pessoas especiais, o que permitiu ampliar o repertório em relação aos costumes, hábitos, paisagens, formas de agir, características de outros momentos da história, além de promover a aproximação com o passado. Assim, cada objeto coletado trouxe consigo uma história, o que fez com que os alunos percebessem que, além deles, muitas pessoas com suas histórias narradas oralmente são fundamentais como fontes de memória.

"Quando ela lembrava das lembranças dos tecidos a avó chorava". Estudante do 2º ano

A colcha de retalhos

Para aprofundar o trabalho, fizemos a leitura do livro “A colcha de retalhos”, dos autores Conceil Corrêa da Silva e Nye Ribeiro Silva, que nos colocou em contato com o seguinte enredo: Recortando retalhos para fazer uma colcha, os personagens vão reunindo e costurando lembranças. Entre recordações engraçadas, tristes, alegres e embaraçosas, Felipe descobre o sentido da saudade. Assim, iniciamos a reflexão resgatando os valores das memórias que fazem parte da constituição da identidade de cada um. “Cada pessoa é como uma colcha de retalhos: ela é formada de acontecimentos, dos momentos de alegria e de tristeza, dos sonhos..."

"Cada retalho trazia uma memória". Estudante 2º ano

AULA ABERTA

"...o amor é mesmo invisível, mas você pode enxergar o amor da mamãe e do papai se olhando no espelho. Porque uma criança é o amor quando ele se torna visível...." O amor se tornou visível em uma aula aberta: juntamente com os familiares, fizeram descobertas e ressignificaram vivências e memórias a partir da leitura do livro “As cores do amor”, de Luciano Trigo.