GUERRA
De Canudos
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Introdução
Pintura retratando Canudos antes da guerra
A Guerra de Canudos foi um dos principais conflitos que marcaram o período entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no Brasil. Aconteceu de novembro de 1896 a outubro de 1897 no sertão da Bahia, Em uma fazenda improdutiva ocupada por Antônio Conselheiro e seus mais de 20 mil seguidores.
Antônio Conselheiro
Antônio Vicente Mendes Maciel (1830–1897), conhecido como Antônio Conselheiro, nasceu em Quixeramobim (CE) e teve diferentes ocupações (comerciante, professor e advogado prático). Após ser abandonado pela esposa, levou uma vida errante por 25 anos. Em 1893, fixou-se em Canudos, onde virou líder religioso e reuniu milhares de seguidores. Para ele, a República era obra do Anticristo, pois trazia medidas como separação entre Igreja e Estado, casamento civil e impostos abusivos — sinais de corrupção espiritual e do “fim do mundo”.
Foto tirada duas semanas após sua morte, pelo fotógrafo Flávio de Barros, a serviço do Exército.
Arraial de Canudos e a Situação social
Canudos surgiu no século XVIII (18), às margens do rio Vaza-Barris, e mudou em 1893 com a chegada de Antônio Conselheiro. Rebatizado de Belo Monte, o arraial cresceu rápido, chegando a cerca de 25 mil habitantes. Sua independência e constante migração de pessoas causaram incômodo à imprensa, ao clero e aos latifundiários. Conselheiro passou a ser visto como um “monarquista perigoso”, acusado de ligação com potências estrangeiras e de querer restaurar a monarquia. Essa imagem, reforçada pela imprensa, mobilizou a opinião pública e serviu de justificativa para a Guerra de Canudos. A República recém-criada atuava no sertão principalmente pela cobrança de impostos. Ex-escravizados sem terra e sem trabalho, junto a sertanejos pobres, viviam na miséria. Muitos desses grupos marginalizados viram em Antônio Conselheiro um líder espiritual e social, capaz de libertá-los da pobreza ou garantir a salvação eterna.
Primeira e Segunda Expedição
Em outubro de 1896, um conflito por causa de madeira para a igreja de Canudos deu início à Guerra de Canudos. Surgiu o boato de que os seguidores de Conselheiro pegariam a madeira à força, e o governo baiano enviou 100 soldados comandados pelo Tenente Manuel da Silva Pires Ferreira. Após dias de espera, a tropa seguiu até Uauá, onde foi surpreendida pelos conselheiristas liderados por Pajeú e João Abade. O combate foi intenso, mas os canudenses se retiraram. Mesmo assim, a tropa governista, desmoralizada, não conseguiu avançar. No mesmo dia, saqueou e incendiou Uauá, retornando a Juazeiro com 10 mortos e 17 feridos — a primeira derrota das forças oficiais. Em janeiro de 1897, os conselheiristas reforçaram as defesas de Canudos. A segunda expedição militar, com 250 homens sob comando do major Febrônio de Brito, atravessou a serra do Cambaio, mas foi atacada em 18 de janeiro e derrotada. Os jagunços, usando coragem, estratégia e armas capturadas, causaram a morte de mais de 100 soldados. A derrota chocou o país e levou o presidente Prudente de Morais a nomear o coronel Moreira César para comandar uma nova ofensiva.
Terceira e Quarta Expedição
Em março de 1897, o governo federal assumiu a repressão contra Canudos e enviou a primeira expedição regular, comandada pelo coronel Antônio Moreira César, famoso por sua violência. A tropa de 1,3 mil homens enfrentou forte resistência nas serras e, em 2 de março, atacou o arraial. No combate, Moreira César foi morto, seguido pelo coronel Tamarindo, que assumira o comando. A expedição, desmoralizada, recuou. Do lado conselheirista, destacaram-se líderes como Pajeú, Pedrão, Joaquim Macambira e João Abade. Em março de 1897, o governo federal enviou a primeira expedição regular contra Canudos, comandada pelo coronel Moreira César. A tropa de 1,3 mil homens foi derrotada, com Moreira César e seu substituto, Tamarindo, mortos. Entre abril e outubro, ocorreu a fase final da guerra. O general Artur Oscar liderou uma grande ofensiva com mais de 8 mil soldados e equipamentos modernos. Apesar das pesadas baixas, os sertanejos resistiam com armas capturadas. Em setembro, o cerco se fechou e Antônio Conselheiro morreu. Muitos moradores se renderam, mas foram massacrados na chamada “gravata vermelha”. O arraial resistiu até 5 de outubro, sendo completamente destruído no dia seguinte, com mais de 5 mil casebres arrasados.
Fim!
Guerra de Canudos
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GUERRA
De Canudos
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Introdução
Pintura retratando Canudos antes da guerra
A Guerra de Canudos foi um dos principais conflitos que marcaram o período entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no Brasil. Aconteceu de novembro de 1896 a outubro de 1897 no sertão da Bahia, Em uma fazenda improdutiva ocupada por Antônio Conselheiro e seus mais de 20 mil seguidores.
Antônio Conselheiro
Antônio Vicente Mendes Maciel (1830–1897), conhecido como Antônio Conselheiro, nasceu em Quixeramobim (CE) e teve diferentes ocupações (comerciante, professor e advogado prático). Após ser abandonado pela esposa, levou uma vida errante por 25 anos. Em 1893, fixou-se em Canudos, onde virou líder religioso e reuniu milhares de seguidores. Para ele, a República era obra do Anticristo, pois trazia medidas como separação entre Igreja e Estado, casamento civil e impostos abusivos — sinais de corrupção espiritual e do “fim do mundo”.
Foto tirada duas semanas após sua morte, pelo fotógrafo Flávio de Barros, a serviço do Exército.
Arraial de Canudos e a Situação social
Canudos surgiu no século XVIII (18), às margens do rio Vaza-Barris, e mudou em 1893 com a chegada de Antônio Conselheiro. Rebatizado de Belo Monte, o arraial cresceu rápido, chegando a cerca de 25 mil habitantes. Sua independência e constante migração de pessoas causaram incômodo à imprensa, ao clero e aos latifundiários. Conselheiro passou a ser visto como um “monarquista perigoso”, acusado de ligação com potências estrangeiras e de querer restaurar a monarquia. Essa imagem, reforçada pela imprensa, mobilizou a opinião pública e serviu de justificativa para a Guerra de Canudos. A República recém-criada atuava no sertão principalmente pela cobrança de impostos. Ex-escravizados sem terra e sem trabalho, junto a sertanejos pobres, viviam na miséria. Muitos desses grupos marginalizados viram em Antônio Conselheiro um líder espiritual e social, capaz de libertá-los da pobreza ou garantir a salvação eterna.
Primeira e Segunda Expedição
Em outubro de 1896, um conflito por causa de madeira para a igreja de Canudos deu início à Guerra de Canudos. Surgiu o boato de que os seguidores de Conselheiro pegariam a madeira à força, e o governo baiano enviou 100 soldados comandados pelo Tenente Manuel da Silva Pires Ferreira. Após dias de espera, a tropa seguiu até Uauá, onde foi surpreendida pelos conselheiristas liderados por Pajeú e João Abade. O combate foi intenso, mas os canudenses se retiraram. Mesmo assim, a tropa governista, desmoralizada, não conseguiu avançar. No mesmo dia, saqueou e incendiou Uauá, retornando a Juazeiro com 10 mortos e 17 feridos — a primeira derrota das forças oficiais. Em janeiro de 1897, os conselheiristas reforçaram as defesas de Canudos. A segunda expedição militar, com 250 homens sob comando do major Febrônio de Brito, atravessou a serra do Cambaio, mas foi atacada em 18 de janeiro e derrotada. Os jagunços, usando coragem, estratégia e armas capturadas, causaram a morte de mais de 100 soldados. A derrota chocou o país e levou o presidente Prudente de Morais a nomear o coronel Moreira César para comandar uma nova ofensiva.
Terceira e Quarta Expedição
Em março de 1897, o governo federal assumiu a repressão contra Canudos e enviou a primeira expedição regular, comandada pelo coronel Antônio Moreira César, famoso por sua violência. A tropa de 1,3 mil homens enfrentou forte resistência nas serras e, em 2 de março, atacou o arraial. No combate, Moreira César foi morto, seguido pelo coronel Tamarindo, que assumira o comando. A expedição, desmoralizada, recuou. Do lado conselheirista, destacaram-se líderes como Pajeú, Pedrão, Joaquim Macambira e João Abade. Em março de 1897, o governo federal enviou a primeira expedição regular contra Canudos, comandada pelo coronel Moreira César. A tropa de 1,3 mil homens foi derrotada, com Moreira César e seu substituto, Tamarindo, mortos. Entre abril e outubro, ocorreu a fase final da guerra. O general Artur Oscar liderou uma grande ofensiva com mais de 8 mil soldados e equipamentos modernos. Apesar das pesadas baixas, os sertanejos resistiam com armas capturadas. Em setembro, o cerco se fechou e Antônio Conselheiro morreu. Muitos moradores se renderam, mas foram massacrados na chamada “gravata vermelha”. O arraial resistiu até 5 de outubro, sendo completamente destruído no dia seguinte, com mais de 5 mil casebres arrasados.
Fim!