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confira o "núcleo crucial" da trama golpista
Bsb Luce
Created on July 16, 2025
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Transcript
confira o "núcleo crucial" da trama golpista
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete pessoas sob o argumento de que elas integraram uma organização criminosa estruturada com o claro objetivo de promover a ruptura da ordem democrática no Brasil e aplicar um golpe de Estado após as eleições de 2022. O grupo, composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, desenvolveu e implementou um plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas entre meados de 2021 e o início de 2023. Veja os argumentos do procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre os oito réus:
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Jair Bolsonaro Ex-presidente da República
Mauro Cid Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Braga Netto Ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022
Anderson Torres Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Secretário de Segurança Pública do DF em 8/1
Almir Garnier Almirante, ex-comandante da Marinha
Augusto Heleno General da reserva, ex-ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional)
Paulo Sérgio Nogueira General do Exército, ex-ministro da Defesa
Alexandre Ramagem Delegado da PF, ex-diretor-geral da Abin (2019–2022), deputado federal (atualmente)
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Jair Bolsonaro
Ex-presidente da República
Líder e principal articulador de organização criminosa para derrubar o Estado Democrático de Direito. Usou o governo e a máquina pública para atacar o sistema eleitoral e instituições.
Ataques ao sistema eleitoral
- Fake news sistemáticas sobre fraudes nas urnas.
- Lives, reuniões e discursos para mobilizar apoiadores.
- Protocolou pedido de invalidação de votos com dados falsos.
- Censurou relatório militar que negava fraude.
Incentivo a insurreição
- Apoiou acampamentos pedindo golpe.
- Não desmobilizou os grupos radicais.
- É apontado como inspirador direto dos atos de 8/1.
- Omissão deliberada para provocar caos.
Planejamento de golpe
- Minuta de decreto para estado de exceção, novas eleições e prisão de autoridades.
- Tentou convencer Alto Comando das Forças Armadas.
- Persistiu mesmo após alertas dos militares.
Instrumentalização de órgãos
- Abin paralela espionou ministros do STF.
- PRF usada para dificultar voto de opositores.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Figura como líder da organização criminosa, por ser o principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito.
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braga netto
Ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022
Comando e protagonismo na organização criminosa. Deveria conter o plano de golpe, mas aderiu e coordenou ações.
Elo com manifestantes e mobilização
- Mantinha contato diário com acampamentos em quartéis.
- Incitou militância a seguir mobilizações.
- Naturalizou ideia de intervenção militar, inclusive usando imagens do golpe de 1964.
Coordenação de desinformação
- Planejou narrativas falsas contra urnas.
- Articulou representação eleitoral com dados falsos ao TSE.
- Organizou propaganda militar para influenciar PEC do voto impresso.
Planos golpistas e reuniões
- Envolvido na “Operação 142” e “Gabinete de Crise” para um novo governo ilegítimo.
- Participou da “Operação Copa 2022”: ação de forte impacto para justificar golpe.
- Captou recursos do agronegócio para financiar operações clandestinas.
- Ajudou a ajustar o decreto golpista em reuniões no Palácio da Alvorada.
Pressão a militares dissidentes
- Atacou e pressionou comandantes contrários ao golpe.
- Organizou manifestações em frente às casas de generais.
- Chamou dissidentes de “traidores da pátria”.
Persistência e obstrução
Sigiloso
- Planejamento seguiu mesmo após derrota eleitoral.
- Indicou expectativa de manutenção no poder à força.
- Usou assessor para acessar informações sigilosas de delações, obstruindo investigações.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Valendo-se do seu elevado poder de influência no núcleo decisório mais importante da Presidência da República, o réu atuou de forma incisiva para garantir o êxito da empreitada golpista, coordenando as ações mais violentas da organização criminosa e capitaneando iniciativas para pressionar o Alto Comando do Exército.
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Mauro Cid
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Peça-chave na organização criminosa armada. Trânsito entre núcleo de comando, base civil e militar.
Disseminação de desinformação
- Disseminou fake news sobre urnas, mesmo sabendo da ausência de fraude.
- Participou de reuniões para segurar relatórios militares que mostravam ausência de irregularidades.
- Alimentou a narrativa para instigar apoio popular ao golpe.
Coordenação e contato com militantes
- Elo entre Bolsonaro e acampamentos em quartéis.
- Atualizava o presidente diariamente sobre mobilizações.
- Garantiu aos financiadores que o "churrasco" (golpe) seria executado.
- Articulou pressão militar, como a “carta aberta” de oficiais.
Participação em planos golpistas
- Participou da “Operação Copa 2022” para “neutralizar” Moraes e o presidente eleito, Lula.
- Repasse de recursos do agronegócio para financiar operações clandestinas.
- Monitorou deslocamentos de Moraes para apontar vulnerabilidades.
- Estimulou Bolsonaro a agir durante diplomação de Lula.
- Antecipou violência em 8/1, dizendo: “Se o EB sair dos quartéis, é para aderir”.
Provas e confissão
Provas e confissão
- Confissão em colaboração premiada, detalhando estrutura e divisão de tarefas.
- Vasto acervo de provas: mensagens, documentos, registros eletrônicos.
Benefícios limitados pela PGR
- Reconhecida a utilidade da colaboração, mas com omissões e contradições.
- Perdão judicial negado, apenas redução de 1/3 da pena.
- Sem conversão automática para penas alternativas.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Além de cuidar da burocracia do dia a dia presidencial, atuava nos bastidores, costurava reuniões e decifrava intenções presidenciais com precisão para a consecução dos fins da organização criminosa.
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Anderson Torres
Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Secretário de Segurança Pública do DF em 8/1
Teria contribuído ativamente para um projeto ilegítimo de poder liderado por Bolsonaro, visando à ruptura da ordem democrática.
Disseminação de desinformação
- Participou da live de 29/7/2021, dando verniz técnico a fake news sobre urnas.
- Na reunião ministerial de 5/7/2022, defendeu uso da força e propagou narrativa falsa de fraude.
- Atuou para dar aparência jurídica ao projeto golpista.
Instrumentalização das forças de segurança
- Usou Ministério da Justiça para desviar órgãos de segurança com fins eleitorais.
- Montou painel de BI para mapear votos em áreas de facções.
- Coordenou com a PRF bloqueios para dificultar votos de opositores, especialmente no Nordeste.
Minuta golpista
- Minuta de Estado de Defesa achada em sua casa.
- Texto previa intervenção no TSE e prisão de autoridades.
- Guarda do documento após o governo indica intenção de uso futuro.
Omissão deliberada em 8/1
- Viajou para Orlando na véspera dos atos, abandonando a chefia da segurança do DF.
- Compartilhou substituto apenas um dia antes, em cima da hora.
- PGR aponta estratégia para permitir o caos.
Participação na organização criminosa
- Atuou com pleno conhecimento do plano de ruptura democrática.
- Suas ações e omissões foram essenciais para viabilizar a tentativa de golpe.
- PGR rejeita a ideia de que ele “apenas estava no lugar errado”.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Comprovou-se que o acusado, na contramão do exigido pela importância de seu cargo, concentrou seus esforços em pautas manifestamente ilegítimas, da predileção de Jair Messias Bolsonaro, notadamente os ataques ao sistema eleitoral brasileiro.
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Augusto Heleno
General da reserva, ex-ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional)
Um dos nomes mais influentes do núcleo militar próximo a Bolsonaro. Auxiliou Bolsonaro na construção e no direcionamento de mensagens de ataque às instituições democráticas.
Suporte estratégico à organização
- Atuou como “consultor” de Bolsonaro, ajudando a direcionar narrativas de descrédito
- ao sistema eleitoral.
- Permaneceu ativo mesmo após a derrota eleitoral, alinhado ao plano de golpe armado.
Disseminação de desinformação
- Mencionado por Bolsonaro em live de 29/7/21 para incitar intervenção militar.
- Em anotações pessoais, planejou diretrizes como “continuar criticando a urna eletrônica” e até “comprar votos pra fraudar”.
- Sugeriu usar a AGU para descumprir ordens judiciais e prender em flagrante quem tentasse cumpri-las.
“Abin paralela” e espionagem ilegal
- Sabia e acompanhava o uso da Abin para fins ilícitos, incluindo infiltração de agentes
- em campanhas.
- Na reunião de 5/7/22, defendeu que “se tiver que virar a mesa, é antes das eleições”.
Apoio ao golpe após as eleições
- Documento mostra plano de criar “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” para dar suporte a um governo ilegítimo.
- Em dezembro/22, voltou às pressas a Brasília para reuniões de urgência com outros conspiradores.
- Na CPMI do 8 de Janeiro, manteve o discurso golpista: “Ladrão não sobe a rampa”, sinal de nenhum arrependimento.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Mais do que simples abstrações, comprovou-se que Augusto Heleno efetivamente direcionou o aparato estatal em torno de suas concepções antidemocráticas.
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Almir Garnier
Almirante, ex-Comandante da Marinha
Militar de alta patente, considerado peça-chave no núcleo fardado que apoiou Bolsonaro. Foi enaltecido como "patriota" por apoiar o golpe de Estado em ataques direcionados a outros comandantes que se opuseram.
Adesão e suporte à organização
- Após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, Garnier se colocou “à disposição” para o uso das tropas da Marinha.
- Nome citado em anotações de Augusto Heleno sobre descumprimento de ordens judiciais.
- Suporte moral e material foi essencial para sustentar o braço armado do golpe.
Instrumentalização da Marinha
- 10/ago/21: Desfile militar na Praça dos Três Poderes — supostamente para entregar convite, mas usado como intimidação política.
- PGR aponta que Garnier tinha plena ciência de que o ato visava pressionar o Congresso na votação do voto impresso.
Ciência e inação diante do plano de golpe
- Em reunião com Bolsonaro em 1º de novembro de 2022, soube que não havia fraude eleitoral, mas não impediu a trama golpista.
- Participou de reunião em 7 dezembro de 2022 com minuta golpista no Alvorada; admitiu que tópicos poderiam justificar GLO ou outras medidas extremas.
- Em nova reunião em 14 de dezembro com versão revisada do decreto, permaneceu em silêncio ou reafirmou apoio.
Apoio contínuo e pressão sobre outros militares
- Sua postura de lealdade a Bolsonaro serviu para pressionar outros comandantes.
- Ausentou-se da cerimônia de transmissão de comando, rompendo protocolo e sinalizando repúdio ao resultado legítimo das urnas.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Assumiu papel relevante na organização criminosa, ao fornecer suporte moral e material (‘tropas à disposição’), para que medidas autoritárias fossem decretadas por Jair Messias Bolsonaro.
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Alexandre Ramagem
Delegado da PF, ex-diretor-geral da Abin (2019–2022), deputado federal (atualmente)
Integrante do “núcleo decisório” da organização criminosa, segundo a PGR. Comandou uma estrutura paralela de inteligência ("Abin paralela") para fins políticos.
Papel central na organização criminosa
- Atuava no coração do núcleo estratégico, junto com Augusto Heleno.
- Tinha sala própria no Planalto, despachava diretamente com Bolsonaro.
- Agiu antes e durante o período eleitoral para preparar a ruptura institucional.
Disseminação de desinformação eleitoral
Disseminação de desinformação eleitoral
- Redigiu documentos como “Bom dia Presidente.docx” com frases para Bolsonaro usar em lives.
- Fornecia “dados” supostamente técnicos para atacar as urnas eletrônicas.
- Material dele embasou a live de 29/07/2021, usada para desacreditar TSE e STF.
Comando da “Abin paralela”
- Estrutura usada para espionagem ilegal de:
- Ministros do STF, parlamentares e empresas ligadas a urnas.
- Oposição política e servidores públicos.
- Desviou a Abin para proteger a família Bolsonaro, ex: caso Flávio.
- Utilizou a ferramenta First Mile para monitoramento ilegal.
Tentativa de legitimar descumprimento de ordens judiciais
- Articulou, com Heleno, uso da AGU para criar pareceres “escudo” para ignorar decisões do STF.
- Defendia que ordens do Judiciário poderiam ser classificadas como “manifestamente ilegais”.
Ocultação de irregularidades
- Investigação interna na Abin foi protelada sob sua chefia.
- Agiu para retardar processos administrativos disciplinares contra servidores que ameaçavam revelar a espionagem clandestina.
Escalada da tensão institucional
- Disseminação de narrativas falsas e uso político da Abin aumentaram a animosidade social.
- Contribuição direta para o clima que culminou nos ataques de 8/1/2023.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada
- Tentativa de golpe de Estado
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Alexandre Ramagem demonstrou plena ciência de que a ruptura institucional levaria tempo e, desde muito antes do período eleitoral, atuou para garantir a permanência ilegítima de Jair Bolsonaro no poder, preparando os discursos públicos agressivos do então presidente da República contra o sistema eleitoral brasileiro e autoridades públicas, a fim de promover a instabilidade social e o enfraquecimento das instituições democráticas.
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Paulo Sérgio Nogueira
General do Exército, ex-ministro da Defesa
Responsável por coordenar a relação entre Forças Armadas e processo eleitoral. Considerado “peça-chave” na organização criminosa, segundo a PGR.
Papel central na organização criminosa
- Aderiu à trama golpista mesmo sabendo da legalidade do processo eleitoral.
- Participou de reuniões decisivas para articular medidas de exceção.
- Teve papel crucial na escalada de desinformação contra o sistema eleitoral.
Disseminação de desconfiança e narrativa de fraude
- Reunião de 5 de julho/2022: endossou discurso de fraude eleitoral; disse que a CTE (Comissão de Transparência das Eleições) era “pra inglês ver”.
- Usou linguagem bélica para mobilizar militares: “Linha de contato”, “Operação”, “Guerra política”.
- Alimentou a crença de que as Forças Armadas deveriam atuar como poder moderador.
Manipulação do relatório das urnas
- Como coordenador da equipe técnica na CTE, atrasou propositalmente a entrega do relatório das Forças Armadas.
- Foi pressionado por Bolsonaro a alinhar o relatório com fake news de um “consultor político” argentino.
- Objetivo: não confirmar publicamente que não havia fraude, mantendo a opinião pública desinformada.
Participação em minuta golpista
- Nov/Dez 2022: Esteve em reuniões no Palácio da Alvorada discutindo Estado de Defesa, Sítio e GLO.
- 7/12/2022: Participou de reunião em que Bolsonaro apresentou a minuta golpista.
- 14/12/2022: Convocou nova reunião e apresentou versão ajustada do decreto golpista, pressionando os comandantes.
- Segundo Baptista Junior (ex-comandante da Aeronáutica), ficou em silêncio quando questionado se o decreto impediria a posse do presidente eleito — o que foi interpretado como concordância velada.
Omissões e dever funcional
- Mesmo ciente das fake news, protestos financiados e planos de ruptura, não agiu para conter.
- Sua inércia estratégica ajudou a manter o clima de golpe até o final.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Ao anuir a um plano explícito de ruptura institucional, mesmo ciente das graves e imprevisíveis implicações que dele poderiam advir, Paulo Sério Nogueira de Oliveira contribuiu decisivamente para a escalada de tensão institucional que culminaria nos violentos protestos registrados em 8.1.2023