confira o "núcleo crucial" da trama golpista
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete pessoas sob o argumento de que elas integraram uma organização criminosa estruturada com o claro objetivo de promover a ruptura da ordem democrática no Brasil e aplicar um golpe de Estado após as eleições de 2022.
O grupo, composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, desenvolveu e implementou um plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas entre meados de 2021 e o início de 2023.
Veja os argumentos do procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre os oito réus:
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Jair Bolsonaro Ex-presidente da República
Mauro Cid Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Braga Netto Ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022
Anderson Torres Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Secretário de Segurança Pública do DF em 8/1
Almir Garnier Almirante, ex-comandante da Marinha
Augusto Heleno General da reserva, ex-ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional)
Paulo Sérgio Nogueira General do Exército, ex-ministro da Defesa
Alexandre Ramagem Delegado da PF, ex-diretor-geral da Abin (2019–2022), deputado federal (atualmente)
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Jair Bolsonaro
Ex-presidente da República
Líder e principal articulador de organização criminosa para derrubar o Estado Democrático de Direito.
Usou o governo e a máquina pública para atacar o sistema eleitoral e instituições.
Ataques ao sistema eleitoral
- Fake news sistemáticas sobre fraudes nas urnas.
- Lives, reuniões e discursos para mobilizar apoiadores.
- Protocolou pedido de invalidação de votos com dados falsos.
- Censurou relatório militar que negava fraude.
Incentivo a insurreição
- Apoiou acampamentos pedindo golpe.
- Não desmobilizou os grupos radicais.
- É apontado como inspirador direto dos atos de 8/1.
- Omissão deliberada para provocar caos.
Planejamento de golpe
- Minuta de decreto para estado de exceção, novas eleições e prisão de autoridades.
- Tentou convencer Alto Comando das Forças Armadas.
- Persistiu mesmo após alertas dos militares.
Instrumentalização de órgãos
- Abin paralela espionou ministros do STF.
- PRF usada para dificultar voto de opositores.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Figura como líder da organização criminosa, por ser o principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito.
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braga netto
Ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022
Comando e protagonismo na organização criminosa.
Deveria conter o plano de golpe, mas aderiu e coordenou ações.
Elo com manifestantes e mobilização
- Mantinha contato diário com acampamentos em quartéis.
- Incitou militância a seguir mobilizações.
- Naturalizou ideia de intervenção militar, inclusive usando imagens do golpe de 1964.
Coordenação de desinformação
- Planejou narrativas falsas contra urnas.
- Articulou representação eleitoral com dados falsos ao TSE.
- Organizou propaganda militar para influenciar PEC do voto impresso.
Planos golpistas e reuniões
- Envolvido na “Operação 142” e “Gabinete de Crise” para um novo governo ilegítimo.
- Participou da “Operação Copa 2022”: ação de forte impacto para justificar golpe.
- Captou recursos do agronegócio para financiar operações clandestinas.
- Ajudou a ajustar o decreto golpista em reuniões no Palácio da Alvorada.
Pressão a militares dissidentes
- Atacou e pressionou comandantes contrários ao golpe.
- Organizou manifestações em frente às casas de generais.
- Chamou dissidentes de “traidores da pátria”.
Persistência e obstrução
Sigiloso
- Planejamento seguiu mesmo após derrota eleitoral.
- Indicou expectativa de manutenção no poder à força.
- Usou assessor para acessar informações sigilosas de delações, obstruindo investigações.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Valendo-se do seu elevado poder de influência no núcleo decisório mais importante da Presidência da República, o réu atuou de forma incisiva para garantir o êxito da empreitada golpista, coordenando as ações mais violentas da organização criminosa e capitaneando iniciativas para pressionar o Alto Comando do Exército.
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Mauro Cid
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Peça-chave na organização criminosa armada.
Trânsito entre núcleo de comando, base civil e militar.
Disseminação de desinformação
- Disseminou fake news sobre urnas, mesmo sabendo da ausência de fraude.
- Participou de reuniões para segurar relatórios militares que mostravam ausência de irregularidades.
- Alimentou a narrativa para instigar apoio popular ao golpe.
Coordenação e contato com militantes
- Elo entre Bolsonaro e acampamentos em quartéis.
- Atualizava o presidente diariamente sobre mobilizações.
- Garantiu aos financiadores que o "churrasco" (golpe) seria executado.
- Articulou pressão militar, como a “carta aberta” de oficiais.
Participação em planos golpistas
- Participou da “Operação Copa 2022” para “neutralizar” Moraes e o presidente eleito, Lula.
- Repasse de recursos do agronegócio para financiar operações clandestinas.
- Monitorou deslocamentos de Moraes para apontar vulnerabilidades.
- Estimulou Bolsonaro a agir durante diplomação de Lula.
- Antecipou violência em 8/1, dizendo: “Se o EB sair dos quartéis, é para aderir”.
Provas e confissão
Provas e confissão
- Confissão em colaboração premiada, detalhando estrutura e divisão de tarefas.
- Vasto acervo de provas: mensagens, documentos, registros eletrônicos.
Benefícios limitados pela PGR
- Reconhecida a utilidade da colaboração, mas com omissões e contradições.
- Perdão judicial negado, apenas redução de 1/3 da pena.
- Sem conversão automática para penas alternativas.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Além de cuidar da burocracia do dia a dia presidencial, atuava nos bastidores, costurava reuniões e decifrava intenções presidenciais com precisão para a consecução dos fins da organização criminosa.
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Anderson Torres
Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Secretário de Segurança Pública do DF em 8/1
Teria contribuído ativamente para um projeto ilegítimo de poder liderado por Bolsonaro, visando à ruptura da ordem democrática.
Disseminação de desinformação
- Participou da live de 29/7/2021, dando verniz técnico a fake news sobre urnas.
- Na reunião ministerial de 5/7/2022, defendeu uso da força e propagou narrativa falsa de fraude.
- Atuou para dar aparência jurídica ao projeto golpista.
Instrumentalização das forças de segurança
- Usou Ministério da Justiça para desviar órgãos de segurança com fins eleitorais.
- Montou painel de BI para mapear votos em áreas de facções.
- Coordenou com a PRF bloqueios para dificultar votos de opositores, especialmente no Nordeste.
Minuta golpista
- Minuta de Estado de Defesa achada em sua casa.
- Texto previa intervenção no TSE e prisão de autoridades.
- Guarda do documento após o governo indica intenção de uso futuro.
Omissão deliberada em 8/1
- Viajou para Orlando na véspera dos atos, abandonando a chefia da segurança do DF.
- Compartilhou substituto apenas um dia antes, em cima da hora.
- PGR aponta estratégia para permitir o caos.
Participação na organização criminosa
- Atuou com pleno conhecimento do plano de ruptura democrática.
- Suas ações e omissões foram essenciais para viabilizar a tentativa de golpe.
- PGR rejeita a ideia de que ele “apenas estava no lugar errado”.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Comprovou-se que o acusado, na contramão do exigido pela importância de seu cargo, concentrou seus esforços em pautas manifestamente ilegítimas, da predileção de Jair Messias Bolsonaro, notadamente os ataques ao sistema eleitoral brasileiro.
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Augusto Heleno
General da reserva, ex-ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional)
Um dos nomes mais influentes do núcleo militar próximo a Bolsonaro.
Auxiliou Bolsonaro na construção e no direcionamento de mensagens de ataque às instituições democráticas.
Suporte estratégico à organização
- Atuou como “consultor” de Bolsonaro, ajudando a direcionar narrativas de descrédito
- ao sistema eleitoral.
- Permaneceu ativo mesmo após a derrota eleitoral, alinhado ao plano de golpe armado.
Disseminação de desinformação
- Mencionado por Bolsonaro em live de 29/7/21 para incitar intervenção militar.
- Em anotações pessoais, planejou diretrizes como “continuar criticando a urna eletrônica” e até “comprar votos pra fraudar”.
- Sugeriu usar a AGU para descumprir ordens judiciais e prender em flagrante quem tentasse cumpri-las.
“Abin paralela” e espionagem ilegal
- Sabia e acompanhava o uso da Abin para fins ilícitos, incluindo infiltração de agentes
- em campanhas.
- Na reunião de 5/7/22, defendeu que “se tiver que virar a mesa, é antes das eleições”.
Apoio ao golpe após as eleições
- Documento mostra plano de criar “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” para dar suporte a um governo ilegítimo.
- Em dezembro/22, voltou às pressas a Brasília para reuniões de urgência com outros conspiradores.
- Na CPMI do 8 de Janeiro, manteve o discurso golpista: “Ladrão não sobe a rampa”, sinal de nenhum arrependimento.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Mais do que simples abstrações, comprovou-se que Augusto Heleno efetivamente direcionou o aparato estatal em torno de suas concepções antidemocráticas.
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Almir Garnier
Almirante, ex-Comandante da Marinha
Militar de alta patente, considerado peça-chave no núcleo fardado que apoiou Bolsonaro.
Foi enaltecido como "patriota" por apoiar o golpe de Estado em ataques direcionados a outros comandantes que se opuseram.
Adesão e suporte à organização
- Após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, Garnier se colocou “à disposição” para o uso das tropas da Marinha.
- Nome citado em anotações de Augusto Heleno sobre descumprimento de ordens judiciais.
- Suporte moral e material foi essencial para sustentar o braço armado do golpe.
Instrumentalização da Marinha
- 10/ago/21: Desfile militar na Praça dos Três Poderes — supostamente para entregar convite, mas usado como intimidação política.
- PGR aponta que Garnier tinha plena ciência de que o ato visava pressionar o Congresso na votação do voto impresso.
Ciência e inação diante do plano de golpe
- Em reunião com Bolsonaro em 1º de novembro de 2022, soube que não havia fraude eleitoral, mas não impediu a trama golpista.
- Participou de reunião em 7 dezembro de 2022 com minuta golpista no Alvorada; admitiu que tópicos poderiam justificar GLO ou outras medidas extremas.
- Em nova reunião em 14 de dezembro com versão revisada do decreto, permaneceu em silêncio ou reafirmou apoio.
Apoio contínuo e pressão sobre outros militares
- Sua postura de lealdade a Bolsonaro serviu para pressionar outros comandantes.
- Ausentou-se da cerimônia de transmissão de comando, rompendo protocolo e sinalizando repúdio ao resultado legítimo das urnas.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Assumiu papel relevante na organização criminosa, ao fornecer suporte moral e material (‘tropas à disposição’), para que medidas autoritárias fossem decretadas por Jair Messias Bolsonaro.
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Alexandre Ramagem
Delegado da PF, ex-diretor-geral da Abin (2019–2022), deputado federal (atualmente)
Integrante do “núcleo decisório” da organização criminosa, segundo a PGR.
Comandou uma estrutura paralela de inteligência ("Abin paralela") para fins políticos.
Papel central na organização criminosa
- Atuava no coração do núcleo estratégico, junto com Augusto Heleno.
- Tinha sala própria no Planalto, despachava diretamente com Bolsonaro.
- Agiu antes e durante o período eleitoral para preparar a ruptura institucional.
Disseminação de desinformação eleitoral
Disseminação de desinformação eleitoral
- Redigiu documentos como “Bom dia Presidente.docx” com frases para Bolsonaro usar em lives.
- Fornecia “dados” supostamente técnicos para atacar as urnas eletrônicas.
- Material dele embasou a live de 29/07/2021, usada para desacreditar TSE e STF.
Comando da “Abin paralela”
- Estrutura usada para espionagem ilegal de:
- Ministros do STF, parlamentares e empresas ligadas a urnas.
- Oposição política e servidores públicos.
- Desviou a Abin para proteger a família Bolsonaro, ex: caso Flávio.
- Utilizou a ferramenta First Mile para monitoramento ilegal.
Tentativa de legitimar descumprimento de ordens judiciais
- Articulou, com Heleno, uso da AGU para criar pareceres “escudo” para ignorar decisões do STF.
- Defendia que ordens do Judiciário poderiam ser classificadas como “manifestamente ilegais”.
Ocultação de irregularidades
- Investigação interna na Abin foi protelada sob sua chefia.
- Agiu para retardar processos administrativos disciplinares contra servidores que ameaçavam revelar a espionagem clandestina.
Escalada da tensão institucional
- Disseminação de narrativas falsas e uso político da Abin aumentaram a animosidade social.
- Contribuição direta para o clima que culminou nos ataques de 8/1/2023.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada
- Tentativa de golpe de Estado
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Alexandre Ramagem demonstrou plena ciência de que a ruptura institucional levaria tempo e, desde muito antes do período eleitoral, atuou para garantir a permanência ilegítima de Jair Bolsonaro no poder, preparando os discursos públicos agressivos do então presidente da República contra o sistema eleitoral brasileiro e autoridades públicas, a fim de promover a instabilidade social e o enfraquecimento das instituições democráticas.
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Paulo Sérgio Nogueira
General do Exército, ex-ministro da Defesa
Responsável por coordenar a relação entre Forças Armadas e processo eleitoral.
Considerado “peça-chave” na organização criminosa, segundo a PGR.
Papel central na organização criminosa
- Aderiu à trama golpista mesmo sabendo da legalidade do processo eleitoral.
- Participou de reuniões decisivas para articular medidas de exceção.
- Teve papel crucial na escalada de desinformação contra o sistema eleitoral.
Disseminação de desconfiança e narrativa de fraude
- Reunião de 5 de julho/2022: endossou discurso de fraude eleitoral; disse que a CTE (Comissão de Transparência das Eleições) era “pra inglês ver”.
- Usou linguagem bélica para mobilizar militares: “Linha de contato”, “Operação”, “Guerra política”.
- Alimentou a crença de que as Forças Armadas deveriam atuar como poder moderador.
Manipulação do relatório das urnas
- Como coordenador da equipe técnica na CTE, atrasou propositalmente a entrega do relatório das Forças Armadas.
- Foi pressionado por Bolsonaro a alinhar o relatório com fake news de um “consultor político” argentino.
- Objetivo: não confirmar publicamente que não havia fraude, mantendo a opinião pública desinformada.
Participação em minuta golpista
- Nov/Dez 2022: Esteve em reuniões no Palácio da Alvorada discutindo Estado de Defesa, Sítio e GLO.
- 7/12/2022: Participou de reunião em que Bolsonaro apresentou a minuta golpista.
- 14/12/2022: Convocou nova reunião e apresentou versão ajustada do decreto golpista, pressionando os comandantes.
- Segundo Baptista Junior (ex-comandante da Aeronáutica), ficou em silêncio quando questionado se o decreto impediria a posse do presidente eleito — o que foi interpretado como concordância velada.
Omissões e dever funcional
- Mesmo ciente das fake news, protestos financiados e planos de ruptura, não agiu para conter.
- Sua inércia estratégica ajudou a manter o clima de golpe até o final.
Crimes apontados
- Organização criminosa armada.
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
- Tentativa de golpe de Estado.
- Dano qualificado.
- Deterioração de patrimônio tombado.
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Ao anuir a um plano explícito de ruptura institucional, mesmo ciente das graves e imprevisíveis implicações que dele poderiam advir, Paulo Sério Nogueira de Oliveira contribuiu decisivamente para a escalada de tensão institucional que culminaria nos violentos protestos registrados em 8.1.2023
confira o "núcleo crucial" da trama golpista
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confira o "núcleo crucial" da trama golpista
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete pessoas sob o argumento de que elas integraram uma organização criminosa estruturada com o claro objetivo de promover a ruptura da ordem democrática no Brasil e aplicar um golpe de Estado após as eleições de 2022. O grupo, composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, desenvolveu e implementou um plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas entre meados de 2021 e o início de 2023. Veja os argumentos do procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre os oito réus:
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Jair Bolsonaro Ex-presidente da República
Mauro Cid Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Braga Netto Ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022
Anderson Torres Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Secretário de Segurança Pública do DF em 8/1
Almir Garnier Almirante, ex-comandante da Marinha
Augusto Heleno General da reserva, ex-ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional)
Paulo Sérgio Nogueira General do Exército, ex-ministro da Defesa
Alexandre Ramagem Delegado da PF, ex-diretor-geral da Abin (2019–2022), deputado federal (atualmente)
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Jair Bolsonaro
Ex-presidente da República
Líder e principal articulador de organização criminosa para derrubar o Estado Democrático de Direito. Usou o governo e a máquina pública para atacar o sistema eleitoral e instituições.
Ataques ao sistema eleitoral
Incentivo a insurreição
Planejamento de golpe
Instrumentalização de órgãos
Crimes apontados
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Figura como líder da organização criminosa, por ser o principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito.
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Ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022
Comando e protagonismo na organização criminosa. Deveria conter o plano de golpe, mas aderiu e coordenou ações.
Elo com manifestantes e mobilização
Coordenação de desinformação
Planos golpistas e reuniões
Pressão a militares dissidentes
Persistência e obstrução
Sigiloso
Crimes apontados
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Valendo-se do seu elevado poder de influência no núcleo decisório mais importante da Presidência da República, o réu atuou de forma incisiva para garantir o êxito da empreitada golpista, coordenando as ações mais violentas da organização criminosa e capitaneando iniciativas para pressionar o Alto Comando do Exército.
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Mauro Cid
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Peça-chave na organização criminosa armada. Trânsito entre núcleo de comando, base civil e militar.
Disseminação de desinformação
Coordenação e contato com militantes
Participação em planos golpistas
Provas e confissão
Provas e confissão
Benefícios limitados pela PGR
Crimes apontados
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Além de cuidar da burocracia do dia a dia presidencial, atuava nos bastidores, costurava reuniões e decifrava intenções presidenciais com precisão para a consecução dos fins da organização criminosa.
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Anderson Torres
Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Secretário de Segurança Pública do DF em 8/1
Teria contribuído ativamente para um projeto ilegítimo de poder liderado por Bolsonaro, visando à ruptura da ordem democrática.
Disseminação de desinformação
Instrumentalização das forças de segurança
Minuta golpista
Omissão deliberada em 8/1
Participação na organização criminosa
Crimes apontados
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Comprovou-se que o acusado, na contramão do exigido pela importância de seu cargo, concentrou seus esforços em pautas manifestamente ilegítimas, da predileção de Jair Messias Bolsonaro, notadamente os ataques ao sistema eleitoral brasileiro.
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General da reserva, ex-ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional)
Um dos nomes mais influentes do núcleo militar próximo a Bolsonaro. Auxiliou Bolsonaro na construção e no direcionamento de mensagens de ataque às instituições democráticas.
Suporte estratégico à organização
Disseminação de desinformação
“Abin paralela” e espionagem ilegal
Apoio ao golpe após as eleições
Crimes apontados
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Mais do que simples abstrações, comprovou-se que Augusto Heleno efetivamente direcionou o aparato estatal em torno de suas concepções antidemocráticas.
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Almir Garnier
Almirante, ex-Comandante da Marinha
Militar de alta patente, considerado peça-chave no núcleo fardado que apoiou Bolsonaro. Foi enaltecido como "patriota" por apoiar o golpe de Estado em ataques direcionados a outros comandantes que se opuseram.
Adesão e suporte à organização
Instrumentalização da Marinha
Ciência e inação diante do plano de golpe
Apoio contínuo e pressão sobre outros militares
Crimes apontados
O que diz Paulo Gonet
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Assumiu papel relevante na organização criminosa, ao fornecer suporte moral e material (‘tropas à disposição’), para que medidas autoritárias fossem decretadas por Jair Messias Bolsonaro.
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Papel central na organização criminosa
Disseminação de desinformação eleitoral
Disseminação de desinformação eleitoral
Comando da “Abin paralela”
Tentativa de legitimar descumprimento de ordens judiciais
Ocultação de irregularidades
Escalada da tensão institucional
Crimes apontados
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Alexandre Ramagem demonstrou plena ciência de que a ruptura institucional levaria tempo e, desde muito antes do período eleitoral, atuou para garantir a permanência ilegítima de Jair Bolsonaro no poder, preparando os discursos públicos agressivos do então presidente da República contra o sistema eleitoral brasileiro e autoridades públicas, a fim de promover a instabilidade social e o enfraquecimento das instituições democráticas.
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General do Exército, ex-ministro da Defesa
Responsável por coordenar a relação entre Forças Armadas e processo eleitoral. Considerado “peça-chave” na organização criminosa, segundo a PGR.
Papel central na organização criminosa
Disseminação de desconfiança e narrativa de fraude
Manipulação do relatório das urnas
Participação em minuta golpista
Omissões e dever funcional
Crimes apontados
O que diz Paulo Gonet
procurador-geral da República
Ao anuir a um plano explícito de ruptura institucional, mesmo ciente das graves e imprevisíveis implicações que dele poderiam advir, Paulo Sério Nogueira de Oliveira contribuiu decisivamente para a escalada de tensão institucional que culminaria nos violentos protestos registrados em 8.1.2023