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COLIGAY: CORAGEM, RESISTÊNCIA E HISTÓRIA
Hana Eliza Backes
Created on March 29, 2025
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Transcript
botões
Clique nos e nos conheça a história da primeira torcida LGBTQIAP+ do Brasil.
COLIGAY
Coragem, resistência e história.
Início
Foto: Ricardo Chaves/Libretos
época de repressão,
Em 1977, enquanto o Brasil vivia uma
um grupo de homens ousou expor o seu amor pelo Grêmio de uma forma nunca vista antes. Foi assim que
surgiu a Coligay,
seu fim,
a primeira torcida LGBTQIAP+ do Brasil. Até o em 1983,
MENU PRINCIPAL
impactaram o futebol
resistiram à homofobia
dentro de estádios e
imprensa.
e tiveram a sua história contada pela
futebol e a homofobia
Desde então, muitas coisas mudaram, mas o
ainda andam lado a lado. Porém, uma coisa não se apaga:
construído por um grupo de homens corajosos!
o legado
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Acesso aoMapa de Conteúdo
No dia um de abril de 1977, a Ditadura Militar brasileira completava 13 anos. Porém, o ano ficou marcado pela luta contra o regime.
1977 NO BRASIL
Carta aos brasileiros
Movimentos em prol da Democracia
resistência.
Mas, além da Ditadura Brasileira, uma comunidade representava uma
resistência.
foram essenciais para conquista de direitos.
Nesse período, alguns
movimentos LGBTQIAP+
COLIGAY
Acontecimentos que transformaram a luta LGBTQIAP+ no mundo:
Surgimento da Coligay
MARCOS LGBTQIAP+
1969
1970
1977
1978
1980
Rebelião de Stonewall
Primeiras paradas do Orgulho Gay
Primeiro político LGBTQIAP+
Lampião da Esquina: primeiro jornal LGBTQIAP+ do Brasil
Primeiro Encontro Brasileiro de Homossexuais
Foto: Sara Menezes/Tribuna 77
Em Porto Alegre, Volmar criou e gerenciou a
Boate Coliseu,
um espaço que recebia a comunidade LGBTQIAP+. Foi lá que Volmar convidou os frequentadores para ajudá-lo em um novo projeto torcer para o Grêmio com a Coligay, uma torcida criada por ele para agitar as
O ÍNICIO DA COLIGAY
arquibancadas
do Estádio Olímpico. Assim se formou a primeira torcida LGBTQIAP+ do Brasil.
Volmar Santos
o fundador.
No coração do bairro Azenha, em Porto Alegre, funcionava uma das boates mais conhecidas da cidade nos anos 1970: a Coliseu. Muito mais do que uma simples casa noturna, o espaço se tornou ponto de encontro da comunidade LGBTQIA+ e palco de liberdade em uma época marcada pela repressão. Em um Brasil ainda mergulhado na ditadura, a boate também simbolizava acolhendo aqueles que eram marginalizados pela sociedade. Foi ali, em meio a luzes coloridas, plumas e paetês, que nasceu a ideia de levar esse espírito para as arquibancadas do futebol gaúcho. Foi ali que nasceu a
A BOATE COLISEU
resistência
Coligay.
Trecho do livro Coligay: Tricolor e de Todas as Cores
Foto: Reprodução/Grêmio
Em 10 de abril de 1977, o Grêmio entrava em campo para enfrentar o Santa Cruz, no antigo Estádio Olímpico, em jogo válido pela quinta rodada do Campeonato Gaúcho de Futebol. Dentro de campo o tricolor venceu por 2x1, emendando a quinta vitória consecutiva no campeonato e se isolando na liderança do grupo B da competição. Mas o que realmente ficou marcado naquele dia, não foi o resultado e nem o futebol praticado. Na arquibancada, alguns torcedores chamavam a atenção por cantarem mais alto que qualquer outra parte do estádio. Além do barulho, os figurinos extravagantes compostos por túnicas esvoaçantes com plumas e paetês completavam a festa. Naquele dia, nascia a torcida que ajudou o Grêmio a quebrar a hegemonia colorada que durava oito anos no Rio Grande do Sul. A torcida que embalou o Grêmio na conquista de mais quatro estaduais e do Campeonato Brasileiro de 1981. A torcida que ajudou o Grêmio a desbravar a América na Copa Libertadores e a conquistar o Mundo com o título Mundial de 1983. Naquele dia nascia a Coligay, a
Hino da Coligaycantado por Volmar.
ESTREIA NAS ARQUIBANCADAS
torcida pé quente.
Foto: Reprodução/Grêmio
A ousadia de uma torcida assumidamente gay em ocupar as dos dos estádios não foi bem recebida de imediato — nem pelos rivais, nem por boa parte da própria torcida gremista. Houve deboche dos colorados e desconfiança entre gremistas. A Eurico Lara, torcida oficial do clube, chegou a tratar a Coligay com desprezo. Seu comandante, José Buaes, classificou a novidade como “uma vergonha”. Já a Força Azul, dissidente da Eurico Lara, demonstrou maior receptividade, e até cedeu membros para a nova torcida. A registrou muitos ataques sofridos pela Coligay. Volmar enfrentou as críticas com firmeza. Defendia o grupo como o mais apaixonado. E, prevendo riscos em um ambiente ainda hostil à presença gay nos estádios, sugeriu que os membros frequentassem aulas de karatê. Assim foi feito: alguns integrantes passaram a treinar em academia, aprendendo golpes usados apenas para autodefesa, em caso de agressão. Apesar das ameaças e da rejeição inicial, a torcida resistiu. Com disciplina, criatividade e, principalmente, amor ao Grêmio - como Volmar sempre faz questão de ressaltar, conquistou seu espaço e respeito nas arquibancadas do Estádio Olímpico, até o
arquibancadas
A RESISTÊNCIA
imprensa
fim da Coligay.
Foto: Reprodução/Grêmio
A Coligay não só desafiou preconceitos como também se tornou símbolo de sorte para o Grêmio. Formada em 1977, a organizada viu o Tricolor quebrar um jejum de oito anos e conquistar o
naquele ano,
Campeonato Gaúcho
iniciando uma trajetória vitoriosa. Nos anos seguintes, a presença vibrante da Coligay nas arquibancadas coincidiu com momentos históricos do clube, incluindo o título do
TORCIDA PÉ QUENTE
Campeonato Brasileiro
de 1981, a primeira
em 1983 e, coroando essa fase
Libertadores
dourada, a conquista do
Mundial de Clubes
contra o Hamburgo no Japão. Com seu apoio inconfundível, a Coligay ajudou a pintar de azul, preto e branco um dos períodos mais gloriosos da história gremista.
Foto: Agência RBS
A fama se espalhou pelo país, rendendo convites para ajudar no
título do Corinthians.
Foto: Arquivo Corinthians
A fama da Coligay ultrapassou as fronteiras do Rio Grande do Sul. Em 1977, a torcida foi convidada pelo presidente do Corinthians, Vicente Matheus, para assistir à final do Campeonato Paulista no Morumbi. E deu sorte: com um gol de Basílio, o time encerrou um jejum de 23 anos sem títulos.
APOIO AO CORINTHIANS
Pagaram nossa passagem e tudo mais. Fomos muito bem recebidos pelo próprio Vicente Matheus. Éramos umas 20 bichas subindo as escadarias do avião. Aquilo foi um escândalo” relembrou Volmar Santos, no livro Coligay, tricolor e de todas as cores, do jornalista Léo Gerchmann
fundador da torcida,
Foto: Coligay Memória
No início dos anos 1980, quando o Grêmio vivia uma de suas fases mais vitoriosas, a Coligay começou a desaparecer das arquibancadas. Um dos fatores decisivos para esse declínio foi a saída de Volmar Santos, fundador e principal liderança do grupo, que precisou voltar para sua terra natal, Passo Fundo, por motivos pessoais. Sem a presença de seu criador e maior articulador, a torcida foi perdendo força, em meio à constante pressão do conservadorismo no futebol e ao cansaço de enfrentar o preconceito. Aos poucos, as faixas deixaram de ser estendidas, os cantos silenciaram e os brilhos que desafiavam os padrões se apagaram. Em 1983, a Coligay foi oficialmente extinta, deixando um legado marcante de coragem, diversidade e resistência nos estádios brasileiros.
anos 1980,
O FIM DA COLIGAY
A Coligay também ficou registrada na imprensa da época. Aqui, você pode conferir uma série de matérias publicadas na revista Placar e no jornal Zero Hora. Nelas você encontra relatos dos enfrentados perante aos ataques homofóbicos, a sua
história,
desafios
sorte,
arquibancadas,
sua presença marcante nas
e a
que trazia ao tricolor.
A IMPRENSA DA ÉPOCA
Em 2024, um grupo de acadêmicos de Jornalismo da Universidade de Passo Fundo produziu uma sobre a história da Coligay.
crônica
CRÔNICA "COLIGAY"
Como o futebol tem lidado com o tema homossexualismo?
Mesmo que quase 50 anos tenham se passado desde o , e que de tempos em tempos a discussão em torno da sexualidade no futebol brasileiro ganha os holofotes, o tema ainda é tratado como tabu por alguns clubes, torcidas, imprensa e pelos próprios jogadores. Raros são os casos de que assumiram sua sexualidade, seja pelo receio de enfrentar preconceitos ou pela pressão de manter uma imagem pública que se alinhe às expectativas tradicionais que acompanham o esporte.
surgimento da Coligay
HOMOFOBIA ESTRUTURAL
figuras ligadas ao futebol
Entrevista com a pesquisadora Luiza Aguiar dos Anjos
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Documentário: Bicha! A Homofobia no Futebol Brasileiro
DOCUMENTÁRIO "BICHA!"
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AS TORCIDAS LGBTQIAP+ NO BRASIL
Surgiu em novembro de 2019, à época com nome de Canarinhos Arco-Íris, mudando em junho de 2021, depois da criação de diversas torcidas e movimentos formados por torcedores e torcedoras LGBTQIAP+. Com o intuito de congregar esses coletivos, combater a LGBTfobia com ações, campanhas, iniciativas e sugestões de inclusão e diversidade.
Torcidas LGBTQIAP+ do Brasil
Início da Coligay
Torcida pé quente
1977 no Brasil
Apoio ao Corinthians
mapa do conteúdo
Boate Coliseu
Marcos LGBTQIAP+
Estreia nas arquibancadas
COLIGAY: coragem, resistência e história.
Resistência
Homofobia Estrutural
O fim da Coligay
Documentário "Bicha!"
A imprensa da época
Crônica sobre a Coligay
Torcidas LGBTQIAP+ no Brasil
Acesso aoMenu principal
Fontes usadas para o especial Sites Esquerda Diário, Wikipédia, Gama Revista, GZH, Terra, Goal, Canarinhos LGBTQ, Grêmio e Placar. Livro Coligay: tricolor e de todas as cores Entrevista Volmar Santos, fundador da Coligay
Copa Libertadores de 1983
A Taça Libertadores da América de 1983, foi a 24.ª edição da competição sul-americana organizada pela CONMEBOL. O campeão deste ano foi o Grêmio, do Brasil, ao vencer o Peñarol, do Uruguai, por 2 a 1, em Porto Alegre. É o primeiro título do Grêmio na competição. Na final, ficou marcada a imagem do zagueiro uruguaio Hugo de León levantando a taça com o rosto escorrendo sangue.
Foto: Reprodução/Grêmio
No dia oito de agosto de 1977, diversas pessoas se reuniram na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) para ouvir a leitura da “Carta aos Brasileiros”, um texto essencialmente redigido pelo pelo jurista Goffredo da Silva Telles Jr. repudiando a Ditadura Militar.
“Queremos dizer, sobretudo aos moços, que nós aqui estamos e aqui permanecemos, decididos, como sempre, a lutar pelos direitos humanos, contra a opressão de todas as ditaduras”
Foto: Silvio Correa/Agência O GLOBO
Após a Revolta de Stonewall, o movimento LGBTQIAP+ foi impulsionado, e um ano depois do protesto, aconteceram as primeiras paradas do Orgulho Gay nos EUA. Nos anos seguintes, o movimento se espalhou pela Europa e foi ganhando forças e espaços todos os anos. Assim, junho se tornou o mês do Orgulho.
Foto: Diana Davies / New York Public Library
Campeonato Gaúcho 1977
O Campeonato Gaúcho de Futebol de 1977, foi a 57ª edição da competição no Estado do Rio Grande do Sul. Este campeonato marca a quebra da hegemonia do Internacional. Para este ano o Grêmio trouxe para treinar o time o técnico Telê Santana, além de jogadores como André Catimba e Éder.
Foto: Armênio Abascal Meireles/Agencia RBS
Richarlyson
Com uma trajetória marcada por passagens em clubes como São Paulo, Atlético-MG e Chapecoense, o ex-volante conquistou títulos importantes ao longo de sua carreira, incluindo a Libertadores e o Mundial de Clubes. Em 2022, assumiu-se bissexual e, atualmente, atua como comentarista esportivo, sendo uma das poucas vozes no futebol brasileiro a abordar abertamente questões sobre sexualidade.
Igor Benevenuto
Emerson Ferretti
Árbitro brasileiro e integrante do quadro da FIFA, desde 2021 trabalha como árbitro assistente de vídeo. Ele é o único árbitro da entidade a declarar-se abertamente homossexual, destacando-se como um pioneiro em sua área.
Ex-goleiro com uma carreira sólida no futebol nacional, tornou-se presidente do Bahia, sendo o primeiro dirigente esportivo abertamente gay a ocupar tal posição no Brasil.
Campeonato Brasileiro de 1981
O Campeonato Brasileiro de 1981, originalmente denominado Taça de Ouro pela CBF, foi a 26.ª edição do Campeonato Brasileiro e foi vencido, pela primeira vez, pelo Grêmio, com 14 vitórias, 2 empates e 7 derrotas. Foram 32 gols a favor e 21 contra, em final disputada contra o São Paulo, tendo como local do jogo decisivo, o Estádio do Morumbi, na cidade de São Paulo.
Foto: Reprodução/Grêmio
A Rebelião de Stonewall aconteceu de 28 para 29 de junho de 1969, na cidade de Nova York, e foi um marco para o movimento LGBTQIAP+. Ela foi uma resposta a violência policial contra pessoas que frequentavam bares identificados com a comunidade. Essa série de protestos é considerada um marco para a conquista pelos direitos LGBTQIAP+ nos Estados Unidos.
FOTO: Weldon Owen Intl
O “Lampião da Esquina” foi fundado no Rio de Janeiro durante a Ditadura Militar. Ele foi o primeiro jornal a tratar de pautas LGBTQIAP+ no Brasil. Seu conselho era formado por Darcy Penteado, João Silvério Trevisan e Aguinaldo Silva. Foi a partir da sua primeira publicação que se formou o Coletivo Somos, um grupo que reunia militantes que lutavam pela liberação sexual. Eles impulsionaram a criação de outros grandes grupos de militância homossexual.
Foi em 1977 que diversos movimentos em prol da democracia retomaram as suas forças. Estudantes ocuparam Universidades exigindo o fim da repressão, greves aconteceram em diversos lugares do país e o Movimento Metalúrgico do ABC Paulista iniciou uma campanha pela reposição das perdas salariais convocando duas assembleias em setembro para discutir a situação. Isso fortaleceu o sindicalismo e enfraqueceu a Ditadura.
Foto: Carlos Namba/Memorial da Democracia
Luiza Aguiar dos Anjos, pesquisadora de Gênero e Sexualidade no Esporte, reflete sobre a importância histórica da Coligay e os desafios para a inclusão LGBTQIAPN+ no futebol.
Memória que resiste Quando surgiu nos anos 1970, a Coligay causou surpresa, sendo retratada pela imprensa como um fato inusitado: homossexuais assumidos ocupando espaço nas arquibancadas. Na época, essa presença gerava piadas e estranhamento, mas não despertava um debate profundo. Só mais recentemente, com o resgate da memória da Coligay, esse passado passou a servir como ponto de partida para questionar a exclusão de pessoas LGBTQIAPN+ do futebol e combater a ideia de que "gay não gosta de futebol" ou "travesti não pode ir ao estádio". Entre avanços e retrocessos O cenário não evolui de forma linear. Após o fim da Coligay, houve um período de recrudescimento, com forte presença de homofobia e machismo nos estádios. A partir de 2014, surgem novos grupos virtuais e presenciais que tensionam o ambiente, forçando clubes e federações a se posicionarem. Desde 2017, ações pontuais vêm ganhando corpo, com clubes como Internacional e Bahia estruturando políticas internas e datas como o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+ sendo marcadas no calendário do futebol. Desafios e possibilidades Para Luiza, clubes e federações precisam criar ambientes mais acolhedores e respeitosos, com campanhas educativas desde a base, formação de profissionais capacitados e punições pedagógicas contra a LGBTfobia. “É preciso tratar a diversidade sexual como algo que existe e merece respeito, e não como defeito”, diz. O futebol vive hoje um momento de tensão entre discursos conservadores e forças progressistas — e é justamente nesse embate que o debate se fortalece.
Essa é uma produção dos acadêmicos do VII nível do Curso de Jornalismo da Universidade de Passo Fundo (UPF) para a disciplina de Laboratório de Convergência III - Mídias Digitais Orientação Dra. Bibiana de Paula Friderichs Acadêmicos Augusto Borges, Bernardo Junges, Hana Eliza Backes, e Vinicius Comel
Mundial de Clubes de 1983
A Copa Europeia/Sul-Americana, também conhecida como Copa Toyota e Copa Intercontinental, foi a 22.ª edição da competição, realizada em partida única disputada na cidade de Tóquio, no Japão. O confronto foi disputado entre o Grêmio do Brasil, campeão da Taça Libertadores da América, e o Hamburgo da Alemanha, campeão da Liga dos Campeões da UEFA. O Conselho da FIFA (antigo Comitê Executivo) reconheceu no dia 27 de outubro de 2017 os vencedores da Copa Intercontinental como campeões mundiais. Desta forma, o Grêmio se torna o primeiro clube gaúcho a ser campeão mundial.
Foto: Reprodução/Grêmio
Em 1977, Harvey Milk entrou pra história como o primeiro homossexual assumido eleito para um cargo público. Ele foi supervisor da cidade de São Francisco, na Califórnia.
- Criação da bandeira LGBTQIAP+: Foi Milk que fez pedido para que o artista Gilbert Baker desenhasse um símbolo para o movimento. A partir disso que a bandeira do arco-íris se tornou a representação da diversidade em todo mundo.
FOTO: Getty/Bettman
Precursor na luta contra a homofobia no futebol, Volmar Schultz dos Santos nasceu em 30 de abril de 1948, em Passo Fundo, norte do Rio Grande do Sul. Dono de uma voz potente, ainda jovem mudou-se para São Paulo na busca por melhores oportunidades na carreira de cantor. Lá participou de programas de TV, como o "Show do Gordo" e o "Almoço com Sucesso". Após os anos em São Paulo, Volmar retornou ao Rio Grande do Sul e se estabeleceu em Porto Alegre. Foi aí que a história da Coligay iniciou. Em 1983, para auxiliar nos cuidados com a saúde da família, Volmar retornou à Passo Fundo, onde foi figura ativa no cenário político e cultural da cidade, formado em Letras pela Universidade de Passo Fundo (UPF), ele ainda atuou por anos como colunista. Hoje, já aposentado de suas atividades, Volmar vive em um apartamento no centro da cidade, onde continua a acompanhar a maior paixão de sua vida, o Grêmio.
Em 1980 acontece o Primeiro Encontro Brasileiro de Homossexuais em São Paulo, um evento que teve alcance em escala nacional. Nessa época a comunidade LGBTQIAP+ sofria com a repressão policial, e por isso a mesma comunidade realizou um protesto contra a “Operação Limpeza” promovida pelo delegado José Richetti no centro de São Paulo. Assim, um grupo de homossexuais, com ajuda dos movimentos negro e feminista, organizou um protesto nas escadarias do Theatro Municipal, em 13 de junho de 1980. Esse é dado como o início oficial pela luta dos direitos LGBTQIAP+ no Brasil.
Foto: Acervo James Green