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Manuel Alegre

Henrique Cardoso

Created on March 20, 2025

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Transcript

ManuelAlegre

Conclusão

Importância na cultura Portuguesa

Características da sua escrita

Poema "E alegre se fez triste"

Poema"País de Abril"

Atividade política

Biografia

Introução

Tópicos

"A poesia não é um luxo, é uma necessidade."

📚Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de Maio de 1936 em Águeda. Manuel é filho de Francisco Melo Ferreira Duarte e de sua mulher Maria Manuela Alegre.

Manuel Alegre é um poeta, escritor e político português, conhecido pela luta contra a ditadura e pelo seu impacto na literatura e na cultura de Portugal.

🧸✨Infância e juventude

👨‍👩‍👧‍👦Descendência

💍Casamento

🔙Retorno após a revolução dos cravos

✈️Exílio

⚔️Guerra Colonial

⚖️Atividade política

📜Formação

📌 Opositor ao Estado Novo

📌 Pós-25 de Abril

📌 Candidaturas Presidenciais

2006 (20,7%) e 2011 (19,7%) Defensor da democracia e da justiça social

Retorno a Portugal (1974) Deputado Constituinte e dirigente do PS Secretário de Estado no I Governo Constitucional

Ativismo estudantil e apoio a Humberto Delgado (1958) Preso pela PIDE em Angola (1963) Exílio na Argélia (1964-1974) – Rádio "A Voz da Liberdade"

Abril tão triste no País de Abril. por fora é tudo verde.(Abril com máscaras de festa) Por dentro - minha pátria a rir como quem chora (A festa da tristeza é tudo o que lhe resta). Abril tão triste no País de Abril´. Aqui a noite. Aqui a dor. meninos velhos - minha pátria a chorar como quem ri em surdina em silêncio. E de joelhos.

País de Abril

São tristes as cidades sob a chuva e as canções que se atiram contra as grades -minha pátria vestida de viúva entre as grades e a chuva das cidades. É triste o cão que ladra no canil quando é março ou abril e lhe prendem as pernas é triste a primaveira no Páis de Abril -minha pátria perfil de mãgoas e tabernas. É triste: uns vestem-se de Abril outros de trapos. Tu ó estrangeiro é só por fora que nos olhas -minha pátria bordada de farrapos capa de trapos remendada a verdes folhas.

Análise 1º estrofe

São tristes as cidades sob a chuva A e as canções que se atiram contra as grades B -minha pátria vestida de viúva A entre as grades e a chuva das cidades. B

É triste o cão que ladra no canil C quando é março ou abril e lhe prendem as pernas D é triste a primaveira no País de Abril C -minha pátria perfil de mágoas e tabernas. D

Análise 2º estrofe

É triste: uns vestem-se de Abril outros de trapos. E Tu ó estrangeiro é só por fora que nos olhas F -minha pátria bordada de farrapos E capa de trapos remendada a verdes folhas. F

Análise 3º estrofe

Abril tão triste no País de Abril. por fora G é tudo verde.(Abril com máscaras de festa) H Por dentro - minha pátria a rir como quem chora G (A festa da tristeza é tudo o que lhe resta). H

Análise 4º estrofe

Abril tão triste no País de Abril. Aqui I a noite. Aqui a dor. meninos velhos J - minha pátria a chorar como quem ri I em surdina em silêncio. E de joelhos. J

Análise 5º estrofe
Análise 2º estrofe
  • Antítese: "minha pátria a rir como quem chora" Oposição entre "rir" e "chorar",
  • Personificação: "Abril com máscaras de festa"
  • Comparação: "É triste a primavera no País de Abril - minha pátria perfil de mágoas e tabernas."
  • Repetição: "Abril tão triste no País de Abril" repetição de "Abril" reforça a melancolia e o simbolismo do mês.
  • Aliteração: "minha pátria bordada de farrapos, capa de trapos remendada a verdes folhas."
  • Metáfora: "minha pátria vestida de viúva"
Recursos Expressivos
Características da sua escrita

🖋️

  • Estilo literário → Linguagem simples, mas simbólica e metafórica.

📜

  • História e identidade → Referências a figuras e acontecimentos históricos;
  • Temas principais → Liberdade, exílio, resistência e justiça;

🎶

  • Tom lírico e épico → Emoção, musicalidade e oralidade;

A clara madrugada em que parti Só ela viu teu rosto olhando a estrada Por onde o automóvel se afastava E viu que a pátria estava toda em ti E ouviu dizer adeus essa palavra Que fez tão triste a clara madrugada

Poema- E alegre se fez triste

Aquela clara madrugada que Viu lágrimas correrem no teu rosto E alegre se fez triste como se chovesse de repente em pleno Agosto Ela só viu meus dedos nos teus dedos Meu nome no teu nome e demorados Viu nossos olhos juntos nos segredos Que em silêncio dissemos separados

Análise 1º estrofe

Aquela clara madrugada que A Viu lágrimas correrem no teu rosto B E alegre se fez triste como se A chovesse de repente em pleno Agosto B

Ela só viu meus dedos nos teus dedos C Meu nome no teu nome e demorados D Viu nossos olhos juntos nos segredos C Que em silêncio dissemos separados D

Análise 2º estrofe

A clara madrugada em que parti E Só ela viu teu rosto olhando a estrada F Por onde o automóvel se afastava G

Análise 3º estrofe

E viu que a pátria estava toda em ti E E ouviu dizer adeus essa palavra F Que fez tão triste a clara madrugada G

Análise 4º estrofe
  • Antítese: “E alegre se fez triste”;
  • Personificação: “ Aquela clara madrugada que viu lágrimas correrem no teu rosto”;
  • Comparação:”E alegre se fez triste como se chovesse de repente em pleno Agosto”;
  • Repetição:”Ela só viu meus dedos nos teus dedos meu nome no teu nome e demorados”;
  • Aliteração:”Viu nossos olhos juntos nos segredos que em silêncio dissemos separados”
  • Metáfora:”E viu que a pátria estava toda em ti”
Recursos Expressivos
  • Figura essencial na literatura e na história política de Portugal.
  • Poesia como símbolo de resistência contra a ditadura e da luta pela liberdade.
  • Estilo marcado por forte lirismo e simbolismo, influenciando diferentes gerações.
  • Obra adaptada à música, ampliando o seu impacto cultural.
  • Reconhecido internacionalmente, recebeu o Prémio Camões (2017), a maior distinção da literatura em língua portuguesa.
  • Legado que vai além da literatura, contribui para a construção da identidade e memória histórica de Portugal.
Importância na cultura portuguesa

Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1998 e 2013)

Prémio Pessoa (1999)

Prémio Camões (2017)

  • Manuel Alegre é uma figura importante da literatura e política portuguesa.
  • Poemas como "E alegre se fez triste" e "País de Abril" destacam a sua emoção e o seu compromisso com a democracia.
  • Tem um impacto duradouro na cultura portuguesa, sendo uma voz da identidade e memória nacional.
Conclusão

Fim

A imagem dos "meninos velhos" é impactante, sugerindo que a juventude perdeu sua inocência cedo demais, talvez devido à repressão e dificuldades vividas no país. A pátria "a chorar como quem ri" reforça a ambiguidade entre aparências e realidades. O último verso, "em surdina em silêncio. E de joelhos", sugere um estado de submissão e sofrimento silencioso, como se o povo ainda estivesse subjugado de alguma forma.

A figura do cão preso no canil representa a falta de liberdade e a repressão. A menção a "março ou abril" é significativa, pois abril é o mês da Revolução dos Cravos (25 de abril de 1974), que trouxe a democracia para Portugal. A tristeza da primavera no "País de Abril" parece um paradoxo, já que a primavera simboliza renovação e esperança, mas aqui é retratada com mágoas, remetendo às contradições do país.

Nesta estrofe, a imagem da chuva e das cidades tristes transmite um sentimento de melancolia e repressão. A referência a "canções que se atiram contra as grades" sugere uma metáfora para a resistência e a luta por liberdade, possivelmente evocando o contexto político da ditadura em Portugal. A pátria vestida de viúva remete ao luto, como se estivesse de luto por sua própria liberdade perdida.

A oposição entre o "por fora" e o "por dentro" continua. Exteriormente, o país parece próspero e festivo, simbolizado pelo verde (cor da esperança e da renovação), mas internamente ainda carrega tristeza e sofrimento. A expressão "rir como quem chora" indica um estado de falsa alegria, onde a festa pode ser apenas uma máscara para esconder as dores do passado e do presente.

Aqui, há uma crítica social e política. Enquanto alguns "vestem-se de Abril" (podem simbolizar os que celebram a liberdade conquistada), outros ainda vivem na miséria ("vestem-se de trapos"). O estrangeiro que observa apenas "por fora" sugere que a aparência do país pode enganar, escondendo sua verdadeira condição interna. A imagem da pátria "bordada de farrapos" reforça a ideia de que há desigualdade e sofrimento por trás das aparências.

  • O poema começa com uma evocação de um momento específico: uma madrugada clara, simbolizando um instante de clareza, talvez um adeus ou uma despedida.
  • A referência às lágrimas indica emoção, tristeza e sofrimento, possivelmente de uma separação forçada. A mudança do estado emocional é central nesta estrofe: "E alegre se fez triste". Algo que poderia ser um momento feliz transforma-se em melancolia.
  • A comparação com a chuva em Agosto reforça essa viragem súbita e inesperada. Agosto, normalmente um mês seco e quente, representa alegria e luz. A chuva inesperada pode simbolizar um evento doloroso e súbito, um choque emocional.
  • O verbo "parti" confirma que o poema se trata de uma despedida, possivelmente o poeta a deixar Portugal (talvez em exílio político).
  • A madrugada continua a ser a única testemunha desse momento íntimo e doloroso.
  • O automóvel afastando-se reforça a ideia da separação física, da distância que é imposta entre os dois
.
  • "A pátria estava toda em ti" – simboliza o amor à terra natal, a saudade que nasce ao deixar o país.
  • A palavra "adeus" adquire um peso imenso, como se carregasse não só o fim de um momento, mas de uma vida, de um ideal ou de uma esperança.
  • O último verso ("Que fez tão triste a clara madrugada") reforça o impacto emocional da separação e dá um tom melancólico de encerramento ao poema.
  • A madrugada (provavelmente personificada como a testemunha) vê o toque das mãos e a ligação entre os dois amantes.
  • O verso "Meu nome no teu nome e demorados" pode sugerir a tentativa de prolongar o momento presente, de fixar a identidade um no outro.
  • Os "olhos juntos nos segredos" transmitem cumplicidade e emoção não expressa verbalmente.
  • O último verso da estrofe é muito forte: "Que em silêncio dissemos separados". Aqui, o poeta joga com a contradição de dizer algo sem palavras e de estar separado, mas ainda assim unido num entendimento mútuo.