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A crítica e propaganda política na obra de Rafael Bordalo Pinheiro.
Mário Sequeira
Created on March 5, 2025
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Transcript
O ocaso da monarquia - a crise política e económica portuguesa nas últimas décadas do século XIX
A crítica e propaganda política na obra de Rafael Bordalo Pinheiro.
Inicio
Enquadramento
Portugal vivia nas últimas décadas do século XIX num clima de constante instabilidade política e económica, pondo fim ao período do século XIX de maior estabilidade - A Regeneração. Foi essa mesma Regeneração, que partindo do modelo político adotado - o rotativismo político, perpetuou as mesmas soluções políticas que trouxeram o desenvolvimento do país em termos industriais e de infraestruturas, mas agravou a dependência económica face ao exterior, levando a uma bancarrota e ao crescimento de novas ideiais políticas, como o republicanismo. É também neste período que na Europa, os fervores imperialistas vão provocar choques entre nações, sendo a Questão do Mapa-Cor-de-Rosa, um dos momentos chave para a rutura entre o povo português e o regime monárquico que nos governava desde sempre. É neste contexto que, figuras como Rafael Bordalo Pinheiro vão contribuir para o despertar de consciências e através do humor e da sátira promover o debate e a crítica às políticas e aos políticos da época
Rafael Bordalo Pinheiro e a sua obra
Quem foi Rafael Bordalo Pinheiro
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O António Maria
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John Bull
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Jornal de humor político, editado e dirigido por Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905), e que conheceu duas séries: a primeira, entre Junho de 1879 e Janeiro de 1885; a segunda, entre Março de 1891 e Julho de 1898. e testemunha não só do período áureo do «rotativismo» (2ª fase) que caracterizou a monarquia constitucional, mas também do seu progressivo esgotamento, por força de um conjunto de práticas que o desvirtuaram como sistema político, mantendo no poder as mesmas elites.
Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905), figura marcante da cultura portuguesa da segunda metade XIX, nasceu em Lisboa, a 21 de março de 1846. Irmão de Columbano, também ele segue a tradição familiar de uma vida dedicada às Artes. Artista empreendedor e multifacetado, destacou-se nas artes gráficas, artes plásticas, cerâmica, desenho de objetos e decoração, produzindo uma vasta obra que reflete quase sempre de forma crítica o quotidiano cultural, político e social da época em que viveu. O tempo de Rafael foi o do Fontismo/Regeneração, caracterizado pelo desenvolvimento tecnológico e industrial, e por uma nova dinâmica nos diversos setores da sociedade. Rafael Bordalo Pinheiro destacou-se também pelo seu trabalho no desenho humorístico e no cartoon como expressão artística e cívica. Fez parte do grupo de intelectuais e artistas que definiram a Geração de 70 e consegue, através da sua obra, mostrar um retrato fiel da sociedade de então. Consciente do poder e da força da imprensa, funda diversos periódicos, utilizando a caricatura como veículo para a defesa dos seus ideais.
Peça com forma de um penico representando John Bull, figura-tipo alusiva ao (homem) inglês. A sua representação enquanto penico revela a posição anti-britânica de Rafael Bordalo Pinheiro em consequência do Ultimatum inglês de 1890. A figura de John Bull, além da sua presença na obra cerâmica, foi representada com frequência nas páginas dos jornais do artista, na maioria das vezes em desenhos com um forte registo crítico.