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Barreiras e Facilitadores na Intervenção Pedagógica com Alunos com Comportamento de Oposição e Desafio: Perspetiva de uma Docente na Inclusã

Andressa Lauer

Created on March 5, 2025

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Transcript

Barreiras e Facilitadores na Intervenção Pedagógica com Alunos com Comportamento de Oposição e Desafio: Perspetiva de uma Docente na Inclusão de um Aluno com PEA em Contexto de Educação Especial

Síntese de um Projeto de Pesquisa Andressa Lauer

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introdução

Esta apresentação é uma síntese do trabalho desenvolvido no Projeto Final do curso de Pós-Graduação em Educação Especial - Domínio Cognitivo e Motor realizado na Faculdade de Motricidade Humana (FMH - ULisboa) e finalizado em julho de 2024. A trajetória desta pesquisa centrou-se na resposta à seguinte pergunta de partida: Quais as barreiras e facilitadores na perceção de uma docente para a concretização da aprendizagem de um aluno com PEA com comportamentos de oposição e desafio para sua inclusão numa escola de Educação Especial? A metodologia utilizada foi um estudo de caso qualitativo, e os instrumentos de recolha de dados utilizados incluíram uma entrevista semiestruturada com uma docente que leciona em uma sala de aula com oito alunos com PEA, sendo um em específico com comportamentos de oposição e desafio, bem como a análise dos documentos deste aluno (relatório de encaminhamento, Relatório Técnico Pedagógico - RTP e Programa Educativo Individual - PEI).

perturbação do espectro do autismo - pea

A PEA é considerada uma condição do neurodesenvolvimento que apresenta uma série de traços característicos tais como dificuldade de comunicação verbal e não-verbal (gestos, olhar e linguagem corporal), dificuldade de interação e reciprocidade sócio emocional, atraso no desenvolvimento motor, hipersensibilidade, presença de comportamentos e interesses repetitivos e restritos, comportamentos com acessos de raiva e agressividade, disfunção do sono e seletividade alimentar. Esses sintomas constituem a essência da perturbação, mas sua gravidade pode ser variável (Araújo, 2019).A PEA são condições do neurodesenvolvimento mais comuns e diagnosticadas na infância atualmente. Estima-se que uma em cada 54 crianças nasçam com a perturbação, número que já é 3 vezes maior do que no início do século (James & Smith, 2020). No ano de 2023, já são uma em 36 crianças diagnosticadas com a perturbação (CDC, 2023). Mais de 50% dos indivíduos diagnosticados com PEA apresentam dificuldade de regulação emocional principalmente em experiências relacionadas a frustração, ou outras que requerem controle inibitório como ser capaz de resistir à distração, diminuir a perseverança e manter a concentração. Se um indivíduo tem dificuldade de inibir respostas automáticas é evidente que também pode ser um desafio agir e reagir de maneira flexível e mais adaptativa (Mills et al., 2022).

perturbação do espectro do autismo - pea

Nas últimas edições dos manuais DSM-V-TR e CID-11, a PEA fica compreendida em níveis de gravidade em relação a funcionalidade (DSM-V-TR) e em níveis de deficiência intelectual e linguagem funcional (CID-11). Agora, oficialmente, trata-se de um único espectro ou categoria, mas que, no entanto, pode ser apresentar dentro de uma ampla gama de diferentes combinações e níveis de gravidade dentro da perturbação (Fernandes et al., 2020).No que se refere aos instrumentos de rastreio para mensurar os domínios comportamentais que são apresentados nos manuais nosológicos, as escalas de avaliação comportamental e a avaliação neuropsicológica se mostram objetivas uma vez que avaliam a gravidade como também o funcionamento cognitivo (Fernandes et al., 2020). Nessas avaliações são utilizados instrumentos e modelos que auxiliam no diagnóstico além de observações sistematizadas do comportamento (Marques & Bosa, 2015), o padrão de desenvolvimento e avaliações do perfil sociocognitivo (Fernandes et al., 2018). O tratamento e intervenção da PEA é interdisciplinar uma vez que envolve diversas áreas da saúde com diferentes modalidades terapêuticas que visam aumentar o potencial do desenvolvimento social e da comunicação do indivíduo além de estimular o funcionamento intelectual reduzindo défices, oferecendo autonomia e melhora da qualidade de vida. O tratamento deve sempre envolver equipe de saúde, equipe pedagógica e a família (Araújo, 2019).

Autismo - O que é?

Neste pequeno vídeo da APPDA de Lisboa, podemos perceber o conceito, características e o diagnóstico.

Iquestão interativa

pea e as comorbilidades - pod e phda

A maioria dos problemas de saúde mental infantil envolve problemas de autorregulação (Nigg, 2017), seja a regulação das emoções, do comportamento ou da atenção. A condição mais comum associada a POD e PHDA pode acontecer em 14 a 40% dos indivíduos e os sintomas da PHDA podem anteceder os da POD. A PHDA é uma perturbação do neurodesenvolvimento comum na infância, caracterizado por comportamento inquieto, incapacidade de aguardar a sua vez e problemas em seguir regras em alguns ambientes, então cabe ao médico descartar que o PHDA não é o principal responsável pelos comportamentos de oposição e desafio que o indivíduo apresenta, pois não é incomum que ocorra comportamento opositor no PHDA e na PEA principalmente quando há mudança de rotina ou perturbações sensoriais (Aggarwal et al., 2020; Riley et al., 2016; Mikolajewski et al. 2017). Embora a PEA e a POD estejam em grupos diagnósticos diferentes alguns indivíduos podem apresentar características similares e simultâneas entre as perturbações e que podem interferir de alguma forma no processo de diagnóstico do indivíduo. Tanto a PEA quanto a POD apresentam algum grau de comprometimento na área social, e o sujeito que os possui pode apresentar comportamentos disruptivos e curto tempo de concentração, que pode caracterizar também a PHDA (Ferreira Júnior et al., 2023).

pea, pod e phda

Comorbilidade é um termo médico que descreve outras condições que podem manifestar-se junto a PEA. Elas estão presentes em cerca de 70% dos indivíduos com PEA, sendo que 48% deles podem ter mais de uma comorbilidade. Estas condições associadas podem ser psiquiátricas, como PHDA, POC, ou médicas, como perturbações do sono.

Iquestão interativa

'Embora em Portugal as políticas educativas preconizem a inclusão como caminho a seguir, conforme definido no Decreto-Lei 54/2018, ainda há muito a fazer na promoção do sucesso educativo de todos os alunos, principalmente aos que apresentam comportamentos de oposição e desafio (POD), muitas vezes relacionados com questões sensoriais e de autorregulação (Bernier et al., 2021; Rogers et al., 2015). Como saída educativa a estes alunos, o encaminhamento do ensino regular (Escola Pública) às Escolas de Educação Especial, ainda é uma realidade. Facto ainda mais preocupante é quando estes alunos trazem consigo a PEA e tendo nestes outros comportamentos citados, comorbilidades associadas.

o estudo de caso

Análise DocumentalEntrevista semiestruturada

Devido a complexidade do tema e sua importância para o meio académico, este projeto de pesquisa é um ponto de partida para aprimoramento a investigações futuras.

Pergunta de partida: Quais as barreiras e facilitadores na perceção de uma docente para a concretização da aprendizagem de um aluno com PEA com comportamentos de oposição e desafio para sua inclusão numa escola de Educação Especial?

foi elaborado pela EMAEI do agrupamento de escolas, em 7/02/2023. A apresentação deste documento é de caráter informativo, sendo possível analisar: características individuais, percurso académico do aluno, apoios e medidas educativas, intervenções não educativas.

Implementação das medidas universais, seletivas e adicionais e estratégias para superar as dificuldades apresentadas para a aprendizagem deste aluno.

Sempre que se proponham adaptações curriculares significativas o RTP é acompanhado de PEI, que contem a identificação e operacionalização das referidas adaptações entre outras medidas a definir pela equipa multidisciplinar.

o estudo de caso - análise documental

Relatório Encaminhamento

Relatório de encaminhamento do aluno para o Ensino Especial

Relatório Técnico Pedagógico

Elaborados em 31 de outubro de 2023 pela docente titular da turma da escola de Educação Especial

Programa Educativo Individual

Elaborados em 31 de outubro de 2023 pela docente titular da turma da escola de Educação Especial

o estudo de caso - entrevista semiestruturada

Os eixos e etapas da investigação basearam-se nestes pontos principais do guião de entrevista: Eixo 1. Perceção da Professora em relação ao comportamento opositor e desafiante do aluno A.V. Eixo 2. Perceções da Professora em relação as terapias da escola e a intervenção farmacológica Eixo 3. Perceções da docente para a inclusão de alunos com PEA com comportamentos de oposição e desafio na escola de Educação Especial Eixo 4. Barreiras identificadas pela docente no desenvolvimento do seu trabalho com alunos com PEA, comportamentos de oposição e desafio (atividades planeadas e práticas profissionais) Eixo 5. Práticas desenvolvidas e as intervenções pedagógicas para promover a concretização da aprendizagem do referido aluno Eixo 6. Importância quanto à formação contínua como determinante na mudança e melhoria nas práticas desenvolvidas e intervenções pedagógicas

O A.V. frequenta o Snoezelen e Atividade Motora Adaptada (AMA). São importantes e auxiliam no processo de aprendizagem do aluno.

As perceções da docente são esclarecidas sobre a estrutura de uma escola de Educação Especial para os alunos com questões comportamentais.

A docente reconhece os sintomas da PEA, mas não perceciona, devido à pouca experiência com este público.

eixos da investigação / guião de entrevista

Eixo 1

Eixo 2

Eixo 3

A perceção da docente está no trabalho colaborativo, reforço positivo e à negociação nas práticas diárias com o referido aluno, bem como modificar o espaço e rotinas.

O intuito da docente é aprofundar mais os seus conhecimentos através de boas práticas profissionais com os colegas e realizar formações, considerando estas ações como prioridade.

A docente precisa sentir-se preparada, de forma a implementar novos métodos e estratégias de ensino.

eixos da investigação / guião de entrevista

Eixo 4

Eixo 5

Eixo 6

As perceções da docente entrevistada

Importante, neste momento, transmitir as perceções da docente entrevistada, a partir dos áudios a seguir, contemplando tdos os eixos d investigação do guião de entrevista.

Importância da sua formação e experiência

As terapias da escola são grandes facilitadores

A Escola de Educação Especial está melhor preparada para alunos com questões comportamentais

Estratégias, rotinas e planeamentos para a apresndizagem do A.V.

Reforço dos aspetos facilitadores do aluno A.V.

Um episódio gratificante e outro desafiador com o aluno A.V.

conclusões

Há mais facilitadores do que Barreiras

Necessidade de mais vivência Profissional

Contributos desta Pesquisa

Limitações do Estudo

as referências

Lauer, A. (2024). Barreiras e Facilitadores na Intervenção Pedagógica com Alunos com Comportamento de Oposição e Desafio: Perspetiva de uma Docente na Inclusão de um Aluno com PEA em Contexto de Educação Especial. Projeto Final. Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa. OpenAI. (2025). Imagens geradas por IA a partir de solicitação do usuário em ChatGPT. OpenAI. https://chat.openai.com/

Obrigada!

Este vídeo tem como objetivo explicar de forma clara e concisa o que é o autismo, abordando os seguintes pontos principais: Definição de Autismo: O autismo é apresentado como uma perturbação do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. Sinais e Sintomas: São destacados alguns sinais comuns, como dificuldades na comunicação verbal e não verbal, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Importância do Diagnóstico Precoce: O vídeo enfatiza a relevância de um diagnóstico precoce para a implementação de intervenções adequadas que promovam o desenvolvimento e a qualidade de vida das pessoas com autismo.

Comorbilidades Comuns no Autismo: 1. Perturbações de Ansiedade 2. Perturbação da Hiperatividade e Déficit de Atenção (PHDA) 3. Perturbação Bipolar 4. Perturbações do Sono 5. Epilepsia 6. Perturbações Gastrointestinais 7. Perturbações de Humor e Depressão É importante destacar que a presença de comorbilidades pode influenciar significativamente a qualidade de vida e o manejo terapêutico de indivíduos com PEA. Portanto, uma avaliação abrangente e individualizada é essencial para o desenvolvimento de intervenções eficazes.

Como conclusão observamos que há mais facilitadores do que barreiras para a concretização da aprendizagem e inclusão do aluno A.V., ou seja, consideramos que a pesquisa foi importante para perceber que há oportunidade de aprendizagem para os alunos com PEA e comportamentos de oposição e desafio nos espaços educativos, que consideramos inclusivos, em contexto de uma Escola de Educação Especial.

Entretanto, alguns momentos da entrevista nos foi apresentado pela professora a necessidade de mais vivência profissional, bem como a realização de formação contínua e específica docente para melhorar suas estratégias de intervenção em sala de aula com estes alunos.

Posto isto, o contributo deste Estudo de Caso está na disponibilidade e abertura à reflexão do que se obteve de resultados, tanto da Direção e toda a equipa técnica da escola de Educação Especial, quanto da professora inquirida. O propósito é a necessidade de se debater em grupo estes resultados, de forma que se identifiquem as barreiras e facilitadores, no intuito de ultrapassar as possíveis dificuldades encontradas e determinar novas estratégias a implementar conjuntamente com a professora, até mesmo à nível de formação.

A limitação do presente estudo está na dificuldade da docente inquirida em percecionar os comportamentos do aluno A.V., bem como a dificuldade de expor suas experiências e exemplos de atitudes e estratégias com este aluno. Mesmo proporcionando, no momento da entrevista, através das perguntas categorizadas liberdade para que a professora relatasse sobre estes aspetos, a mesma não foi capaz de apresentar suas perceções. Talvez por apenas ter um ano de experiência com alunos com PEA e comportamentos de oposição e desafio e a necessidade de rever suas práticas, através de uma formação docente específica, teve-se dificuldade neste quesito.