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"os Lusiadas"
Miguel Coelho 2008
Created on February 25, 2025
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Transcript
"os Lusiadas"
Miguel Coelho9º OMA
Os Lusíadas é um poema épico de Luís de Camões, publicado em 1572. Narra a Viagem de Vasco da Gama à Índia e exalta os feitos dos navegadores portugueses, destacando o papel de Portugal na Era dos Descobrimentos. A obra é considerada um dos maiores clássicos da literatura mundial, sendo admirada por sua riqueza linguística e estilística. A obra é importante porque celebra a história de Portugal, tem grande valor literário e mistura elementos históricos e mitológicos. Além disso, apresenta um retrato da cultura, valores e identidade portuguesa da época, sendo considerada um símbolo nacional. Através da narrativa, Camões também faz reflexões sobre o destino, o heroísmo e os desafios da expansão marítima. Os Lusíadas refere-se aos "Lusitanos", antepassados dos portugueses, significando "os filhos de Luso". O nome reforça a ideia de uma epopeia dedicada à glória do povo português. Ao longo do poema, Camões exalta a valentia dos navegadores e apresenta uma visão grandiosa da história portuguesa.
1)
Luís de Camões foi um dos maiores poetas da língua portuguesa e autor de Os Lusíadas, a mais importante epopeia da literatura portuguesa. Nascido por volta de 1524, provavelmente em Lisboa, veio de uma família nobre e, ao que tudo indica, estudou em Coimbra, onde teve contato com os ideais renascentistas. Levou uma vida marcada por aventuras e dificuldades. Serviu como soldado em Ceuta, onde perdeu um olho em combate. Mais tarde, viajou para a Índia, passando por Goa e Macau, onde enfrentou prisões e problemas financeiros. Foi durante essas viagens que escreveu parte de Os Lusíadas, publicado em 1572 e dedicado ao rei D. Sebastião. Apesar do reconhecimento, Camões nunca teve uma vida próspera e passou seus últimos anos em extrema pobreza. Faleceu em 10 de junho de 1580, possivelmente vítima de peste, no mesmo ano em que Portugal perdeu sua independência para a Espanha. Além de Os Lusíadas, deixou uma vasta obra lírica e teatral, consolidando-se como um dos maiores escritores da literatura portuguesa.
2)
A epopeia é um gênero literário que narra feitos heroicos, geralmente em verso, com temas ligados a eventos históricos ou mitológicos importantes para um povo. Caracteriza-se por uma narração grandiosa, centrada em um herói extraordinário, que realiza grandes feitos em nome de sua cultura ou nação. A obra envolve a intervenção do poeta, que pode fazer comentários ou invocar entidades divinas, e busca unidade na ação, tempo e espaço. Também apresenta verossimilhança dentro de seu próprio universo e variedade de situações, personagens e ambientes. Além disso, frequentemente envolve seres sobrenaturais que influenciam a jornada do herói. Exemplos de epopeias incluem A Ilíada, A Odisseia, A Eneida, Os Lusíadas e A Divina Comédia, que são essenciais para compreender as culturas e valores das civilizações que as criaram.
3)
Luís de Camões viveu no século XVI (1524-1580), período marcado pelo Renascimento, um movimento cultural que valorizava o conhecimento clássico, a ciência e o ser humano, em contraste com a visão medieval centrada na religião. Durante essa época, Portugal vivia a era dos Descobrimentos, expandindo seu império e estabelecendo rotas comerciais pelo mundo, especialmente na África, Ásia e Brasil. As atividades econômicas estavam centradas no comércio, com navios como os principais meios de transporte. As profissões mais comuns eram relacionadas ao comércio, navegação e administração pública. O Humanismo, filosofia central do Renascimento, enfatizava o estudo das humanidades e a busca pelo aprimoramento humano.
4)
As fontes de "Os Lusíadas" de Luís de Camões incluem influências históricas, como relatos de cronistas sobre as viagens de Vasco da Gama, literárias, com base nas epopeias clássicas como a Ilíada e a Eneida, filosóficas, refletindo ideias do Humanismo e Renascimento, sobre virtude e glória. Camões também se inspira em sua experiência pessoal, com vivências na Índia e Macau, e em fontes mitológicas e religiosas, com a intervenção de deuses como Netuno e Vênus. Essas influências combinam-se para formar uma narrativa épica sobre os feitos dos navegadores portugueses.
5)
A estrutura de "Os Lusíadas" é dividida em quatro partes principais. A primeira (Cantos I a III) trata da preparação da jornada de Vasco da Gama, com intervenções divinas que orientam a expedição. A segunda parte (Cantos IV a VII) descreve os desafios enfrentados no mar, incluindo o encontro com o monstro Adamastor. A terceira parte (Cantos VIII e IX) narra a chegada à Índia, abordando as relações com os reis locais e o cumprimento da missão. A última parte (Canto X) celebra a glória conquistada por Vasco da Gama e reflete sobre a fama e imortalidade dos feitos heróicos.
6)
A estrutura externa de "Os Lusíadas" é bastante rígida e segue as convenções poéticas da época. A obra é composta por 10 cantos, cada um variando em número de estrofes, mas, em média, cada canto tem entre 100 e 150 estrofes, totalizando cerca de 1.000 estrofes ao longo de toda a obra. Cada estrofe é composta por 8 versos, e todos os versos são decassílabos, ou seja, possuem 9 sílabas métricas. O esquema rimático utilizado por Camões é o ABABABCC, no qual as primeiras seis linhas têm rimas alternadas e as duas últimas possuem rimas emparelhadas. Essa estrutura métrica e rimática confere à obra um ritmo solene e grandioso, apropriado ao gênero épico, e é uma característica da tradição literária portuguesa, especialmente em epopeias como "Os Lusíadas".
7)
8)
Em "Os Lusíadas", de Luís de Camões, a obra é composta por quatro planos principais. O plano histórico narra os feitos reais de Vasco da Gama e sua expedição à Índia, destacando os desafios enfrentados. O plano mitológico introduz deuses e seres sobrenaturais, como Netuno e Vênus, que influenciam a jornada dos navegadores. O plano filosófico reflete sobre o destino humano, a glória e a fama, abordando valores renascentistas. Por fim, o plano moral e religioso enfoca a virtude, o caráter dos heróis e a presença da Providência divina, com uma reflexão sobre a moralidade das ações e a busca pela salvação espiritual. Esses planos se entrelaçam ao longo da obra, criando uma narrativa épica e multifacetada.
9)
No episódio do Consílio dos Deuses (Canto I, estrofes 20 a 41) de "Os Lusíadas", Júpiter convoca uma reunião no Olimpo para discutir a expedição de Vasco da Gama. Baco e Vênus apoiam a missão, desejando sucesso e proteção para os navegadores. Marte sugere que eles enfrentem desafios maiores para provar sua força e coragem. Júpiter decide que, embora a jornada seja difícil, o sucesso final é garantido, com os deuses ajudando e dificultando o percurso conforme suas posições. A intervenção divina assegura que a expedição será vitoriosa, mas testará os heróis ao longo do caminho.
No Canto III de Os Lusíadas, Camões narra a trágica história de Inês de Castro. Exilada nos Campos do Mondego com os filhos de D. Pedro, Inês vive um amor proibido. Temendo a influência castelhana, os conselheiros do rei D. Afonso IV o convencem a ordenar sua morte. Inês implora pela vida e de seus filhos, mas suas súplicas são ignoradas. Ela é cruelmente assassinada, e Camões descreve sua morte com lirismo e dramatismo, transformando-a em um símbolo de amor e injustiça na história de Portugal.