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Memorial do Convento Cap V
Gustavo Nunes
Created on February 12, 2025
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Transcript
Memorial
do convento
Capítulo V
Gustavo Nunes nº8
Sumário
5. Caracterização das Mulheres
1. Resumo do Capítulo
2. Auto de Fé
6. Os Condenados
7. Caracterização das Personagens
3. Ambiente Físico
4. Estado de Espírito do Povo
8. Recursos Expressivos
Capítulo V - Resumo
D. Maria Ana está de luto pela morte do seu irmão José, imperador da Áustria. Apesar de o rei ter declarado luto, a cidade está alegre, pois vai haver um auto de fé. O rei não irá participar na festa, mas jantará na inquisição juntamente com os irmãos, infantes e a rainha. Nas ruas o povo furioso grita impropérios aos condenados e as mulheres guincham nas varandas. Entre este mar de gente encontra-se Sebastiana Maria de Jesus, mãe de Blimunda, procurando sua filha. Sebastiana imaginava que Blimunda estaria também condenada a degredo. Acaba por ver a filha entre as pessoas que acompanham o auto, mas sabe que ela não poderá falar-lhe, sob pena de condenação. Blimunda acompanha o padre Bartolomeu Lourenço. Perto dela está um homem, Baltasar Mateus, o Sete-Sóis, a quem ela se dirige e cujo nome procura saber. Voltando a sua casa, Blimunda leva consigo o padre e deixa a porta aberta para que o recém conhecido também possa entrar. Jantaram e antes de sair, o padre abençoou tudo o que cercava o casal. Blimunda convida Baltasar a ficar a morar em sua casa, pelo menos até ao seu regresso a Mafra. Blimunda era virgem e entrega-se a ele. Com o sangue escorrido faz uma cruz no peito de Baltasar. No dia seguinte, ao acordar, Blimunda, sem abrir os olhos come um pedaço de pão e promete a Baltasar que nunca o olharia "por dentro".
Auto de Fé
Era uma cerimónia pública realizada pelo Santo Ofício durante a Inquisição, na qual eram proclamadas as sentenças contra hereges, judeus, cristãos novos e outras pessoas acusadas de se desviarem dos preconceitos da fé.Durante esses eventos os condenados eram expostos à humilhação e, em muitos casos submetidos a castigos físicos e à execução, frequentemente queimados numa fogueira. Esta prática tinha como objetivo demonstrar o poder da Igreja e do Estado.
aMBIENTE fÍSICO - Rossio
- O Rossio esá cheio de assistência - a população está em festa;
- Sai a procissão: à frente os dominicanos; depois, os inquisidores.
"Grita o povinho furiosos impropérios aos condenados, guincham as mulheres debruçadas dos peitoris, alanzoam os frades, a procissão é uma serpente enorme que não cabe direita no Rossio e por isso se vai curvando e recurvando como se determinasse chegar a toda a parte ou oferecer o espectáculo edificante a toda a cidade"
No auto de fé participam 104 penitenciados, entre os quais 51 homens e 53 mulheres.
Estado de espírito do povo
"Porém, hoje é dia de alegria geral, porventura a palavra será imprópria, porque o gosto vem de mais fundo, talvez da alma, olhar esta cidade saindo de suas casas, despejando-se pelas ruas e praças, descendo dos altos, juntando-se no Rossio para ver justiçar a judeus e cristãos-novos, a hereges e feiticeiros..."
- Verifica-se um sentimento de alegria por parte do povo pois é domingo e irá acontecer o auto de fé que fará as pessoas saírem de casa e encherem o Rossio.
- O narrador revela a sua dificuldade em perceber se o povo gosta mais de autos de fé ou de touradas. Com esta ideia faz uma ironia crítica perante um povo que revela um gosto sanguinário e procura nas emoções fortes uma forma de preencher o vazio da sua existência.
Caracterização das mulheres
"Nas janelas que dão para a praça estão as mulheres, vestidas e toucadas a primor, à alemoa, por graça da rainha, com o seu vermelhão nas faces e no colo, fazendo trejeitos com a boca em modo de a fazer pequena e espremida..."
Os condenados
"Sebastiana Maria de Jesus, um quarto de cristã-nova, que tenho visões e revelações, mas disseram-me no tribunal que era fingimento, que ouço vozes do céu, mas explicaram-me que era efeito demoníaco..."
Sebastiana Maria de Jesus
"e aquele é o padre António Teixeira de Sousa, da ilha de S. Jorge, por culpas de solicitar mulheres, maneira canónica de dizer que as apalpava e fornicava..."
Padre António Teixeira de Sousa
"e aquele é Domingos Afonso Lagareiro, natural e morador que foi em Portel, que fingia visões para ser tido por santo, e fazia curas usando de bênçãos, palavras e cruzes, e outras semelhantes superstições..."
Domingos Afonso Lagareiro
"sendo secular dizia missa, confessava e pregava, e ao mesmo tempo que isto fazia proclamava ser herege e judeu, raro se viu confusão assim, e para ser ela maior tanto se chamava padre Teodoro Pereira de Sousa como frei Manuel da Conceição, ou frei Manuel da Graça, ou ainda Belchior Carneiro, ou Manuel Lencastre..."
Simeão de Oliveira e Sousa
Personagens
É um homem "do povo", simples, pragmático, analfabeto, fiel e meigo.Jovem soldado, de 26 anos, Natural de Mafra. Representa a crítica do narrador à desumanidade da guerra, uma vez que participa na guerra da Sucessão e, depois de perder a mão esquerda, é excluido do exército. Tem a "cara escura e barbada", "olhos cansados e boca triste".
- Baltasar Sete-Sóis:
Personagens
- Blimunda
Tem cabelos cor de mel, olhos claros que vão variando de cor e corpo "alto e delgado". É uma mulher sensual e inteligente vive sem regras que a condicionem e a escravizem. É dotada de poderes invulgares, como a mãe, escolhe Baltazar para partihar a sua vida, numa existência de amor pleno, de liberdade, sem compromissos e sem culpa.
Personagens
- Padre Bartolomeu de Gusmão
Tem 26 anos, veio do Brasil. Representa as novas ideias que causavam estranheza na inculta sociedade portuguesa. É um homem curioso e um grande orador. "... aquele que ali vem é o padre Bartolomeu Lourenço, a quem chamam o Voador..."
Inventor da Passarola
Recursos eXpressivos
Adjetivação:
Comparação
“Aqui vou blasfema, herética, temerária, amordaçada para que não me ouçam as temeridades, as heresias e as blasfémias”.
“Porém, agora, em sua casa, choram os olhos de Blimunda como duas fontes de água (…) olhos como estes nunca se viram, claros de cinzento, ou verde, ou azul e às vezes tornam-se negros noturnos ou brancos brilhantes como lascado carvão de pedra”
Metáfora
“A procissão é uma serpente enorme que não cabe direita ao Rossio e por isso vai curvando e recurvando”