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Paul Gauguin, "Nevermore"

maria

Created on January 13, 2025

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Transcript

PAUL GAUGUIN

"NEVERMORE", 1897
A OBRA NO SEU TEMPO
O AUTOR
ANÁLISE DA OBRA
"NEVERMORE", PAUL GAUGUIN, 1897

PÓS-IMPRESSIONISMO

No fim do século XIX, deu-se o início de um novo movimento artístico, o Pós-impressionismo, que marca a transição entre o Impressionismo e os movimentos de vanguarda do séc. XX.

Com técnicas arrojadas, uma paleta vibrante e uma profunda exploração das emoções humanas, artistas como Vincent Van Gogh, Paul Cézanne e Paul Gauguin, transportaram os espectadores para mundos emocionais e subjetivos.

CARACTERÍSTICAS

OUTROS ARTISTAS

PAUL GAUGUIN (1848-1903)

Eugène Henri Paul Gauguin foi um pintor francês pouco apreciado durante a sua vida. Hoje em dia, é considerado um dos pintores mais revolucionários do séc. XIX. Sendo o mentor do Simbolismo, Gauguin representava o mundo tal como o sentia e “via” no seu interior.

Insatisfeito com o “mundo ocidental”, rejeitou todas as suas influências e, fugindo à cidade, procurou autenticidade nos camponeses de Pont-Aven e depois, no primitivismo dos povos das ilhas da Polinésia Francesa. Nestas culturas, desenvolveu uma pintura de caráter simbólico e alegórico, marcada pelo exótico, com cores vivas e demarcadas umas das outras (“cloisonismo”), que conferiam maior espiritualidade às suas obras.

OBRAS DO ARTISTA

"NEVERMORE", PAUL GAUGUIN, 1897

“Nevermore” foi pintado depois de Gauguin ter regressado, pela segunda e última vez, a Taiti. Estava extremamente doente e desiludido com Taiti: a ilha onde procurava a essência do primitivismo, era agora um centro de corrupção e colonialismo.

ANÁLISE TEMÁTICA

Com esta pintura, Gauguin procura fazer um comentário à sensualidade, ao papel das mulheres na sociedade, à tristeza, à perda dos espíritos primitivos e ao carácter julgador da sociedade.

Faz então uma alusão ao poema "O Corvo" de Edgar Allan Poe, onde um poeta, fortemente afetado pela morte do seu amor, ouve um corvo a repetir “nunca mais” (“nevermore”). Com isto, entendemos a sugestão da perda daquilo que o pintor tanto admirava: a inocência de Taiti, destruída pelas autoridades francesas.

"NEVERMORE", PAUL GAUGUIN, 1897

ANÁLISE FORMAL

"NEVERMORE", PAUL GAUGUIN, 1897
  • A composição da pintura baseia-se em horizontais, que podemos observar nas pernas, no antebraço da jovem e na base da cama onde se deita; em verticais, observadas nos painéis do fundo; e em diagonais, que partem da cabeceira da cama e do quadris da mulher. Assim, o pintor procurava acrescentar um sentido ritmíco à pintura.

ANÁLISE TÉCNICA E PLÁSTICA

Gauguin olhava para a pintura, como olhava para a literatura e a música: uma criação vinda da imaginação e do pensamento, consequente do processo e não simplesmente uma imitação do mundo exterior.

Com o intuito de criar um ambiente harmonioso, com qualidade de sonho, o pintor utilizou maioritariamente tons de azul e um desenho fluido. Criou grandes áreas de cores opacas, que evocam uma sensação de cultura pré-industrial. Tendo esta pintura um caráter tonal limitado, utilizou o amarelo e o vermelho para criar contraste. Recorreu também ao “cloisonismo”, ou seja, delimitou estas cores opacas com contornos negros. E ignorou por completo a modelação dos volumes, a tridimensionalidade do espaço.

"NEVERMORE", PAUL GAUGUIN, 1897

EXPRESSÃO PESSOAL: os artistas pós-impressionista não estavam interessados em capturar apenas o mundo exterior, mas sim em transmitir as suas emoções, percepções e visões pessoais, o seu mundo interior.INTENSO USO DA COR: eram usadas cores vivas e não naturais para criar simbolismo e impacto emocional. PINCELADAS EXPRESSIVAS: recorria-se a pinceladas ousadas e variadas para acrescentar textura e dimensão à pintura. ÊNFASE NA FORMA E ESTRUTURA: deu-se mais importância à forma e à estrutura das figuras, simplificando-as em elementos geométricos ou estilizados. SIMBOLISMO: através de elementos visuais, os artistas procuravam adicionar às suas obras significados mais profundos e conceituais.

As duas figuras do fundo e o pássaro, a quem Gauguin chamava “diabo que está de guarda" e que representa aqui o corvo do poema de Edgar Allan Poe, parecem observar e conspirar contra a jovem mulher. Introduzindo então, a ideia do papel das mulheres na sociedade, constantemente criticadas pela mesma.Os detalhes arabescos dos painéis acrescentam à pintura uma qualidade de sonho.

Meninos na Margem de um Rio, Paul Sérusier

Baile no Moulin Rouge, Toulouse-Lautrec

Estudo para a tarde no jardim, Pierre Bonnard

Pequeno-almoço em Villerville, Édouard Vuillard

Em primeiro plano, temos uma jovem mulher deitada numa cama, cama esta com uma cabeceira e estrutura cheia de detalhes arabescos. A jovem está nua e, pela sua expressão facial, conseguimos entender que está a ser consumida por tristeza e melancolia. Remetendo-nos então, à saudade que Gauguin sente da pureza de Taiti.

A mulher relembra-nos um nu académico, mas com uma diferença: em vez de estar posicionada conforme o prazer do espectador, cobre-se com o seu braço direito, demonstrando insegurança, pois repara que está a ser observada.

CLASSIFICAÇÃO

  • TÍTULO: "Nevermore" (em português: "Nunca mais")
  • AUTOR: Paul Gauguin (1848-1903)
  • MATERIAIS: Óleo sobre tela
  • EXECUÇÃO: Fevereiro de 1897
  • DIMENSÕES: 50cm x 1,16m
  • LOCALIZAÇÃO: Galeria Courtauld, Londres