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Apresentação Moderna

Duarte Santos

Created on November 28, 2024

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Transcript

alberto caeiro

  • Sensacionismo
  • Poeta das sensações tal como elas são;
  • Poeta do olhar (observação);
  • Predomínio das sensações visuais e auditivas.

A poesia de Alberto Caeiro possui as seguintes características:

  • Bucolismo — idealização da vida campestre.
  • Sensacionismo — valorização das sensações.
  • Paganismo— recusa a metafísica,
  • Religião baseada na Natureza.
  • Versos livres — sem métrica e sem rima.
  • Linguagem simples — sem dificuldade de compreensão.

Mestre Caeiro é um dos principais heterônimos DE Fernando Pessoa. Adepto do PAGANISMO E DO sensacionismo, Caeiro tem uma poesia simples e bucólica.

Pág. 64

alberto caeiro

II - O meu olhar é nítido como um girassol.

8-3-1914 “O Guardador de Rebanhos”. Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa.

imagem ilustrativa do poema

Creio no Mundo como num malmequer, Porque o vejo.Mas não penso nele Porque pensar é não compreender... O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo… Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso, Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe porque ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência, E a única inocência é não pensar...

II - O meu olhar é nítido como um girassol.

O meu olhar é nítido como um girassol.Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, E de vez em quando olhando para trás... E o que vejo a cada momento É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem... Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade do Mundo...

Primeira parte (versos 1 a 12): Caracterização da deambulação do sujeito poético e de como o mesmo observa as ruas ao seu redor.

II - O meu olhar é nítido como um girassol.

O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, E de vez em quando olhando para trás... E o que vejo a cada momento É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem... Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade do Mundo...

introspeção do passado

O sujeito poético estabelece uma relação de afeição e amor com a natureza, pois, o próprio, aceita-a incondicionalmente tal como é, deixando de parte o pensamento e a racionalidade, associando assim o amor a uma inconsciência

Metáfora - Atribuição da expressão "eterna novidade" ao mundo, ou seja, está constantemente a fazer descobertas sobre o mesmo.

Comparação - Compara os sentidos à forma de como vê a realidade, dando importância à visão como forma de conhecimento da realidade

recurso expressivos assinalados ao longo do poema

II - O meu olhar é nítido como um girassol.

O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, E de vez em quando olhando para trás... E o que vejo a cada momento É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem... Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade do Mundo...

Segunda parte (versos 13 a 23): O sujeito poético despreza o pensamento, e valoriza mais os sentidos.

II - O meu olhar é nítido como um girassol.

Creio no Mundo como num malmequer, Porque o vejo. Mas não penso nele Porque pensar é não compreender... O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo… Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso, Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Terceira parte (versos 24 e 25): Desassociação do amor com o pensamento, relacionando-o com os sentidos.

II - O meu olhar é nítido como um girassol.

Amar é a eterna inocência, E a única inocência é não pensar...

relação de harmonia com a natureza que assume valor essencial

Comparação - O sujeito poético acredita na realidade comparando-a a um malmequer.

Metáfora - Rejeita o pensamento, não conseguindo usufruir do mundo pelos sentidos.

II - O meu olhar é nítido como um girassol.

Creio no Mundo como num malmequer, Porque o vejo. Mas não penso nele Porque pensar é não compreender... O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo… Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso, Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe porque ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência, E a única inocência é não pensar...

Análise

Estrutura interna (extra) presença de elementos naturais:"o meu olhar é nítido como um girassol""creio no mundo como num malmequer"" se falo na natureza" linguagem simples, corrente e familiar com utilização de comparações

Estrutura externa 1. Quatro estrofes 2. Ausência de rima 3. Nível estrófico irregular 4. Entre sete a quinze silabas métricas

Análise

  • Em termos formais, o poema é marcado pelo versilibrismo.
Versilibrismo: Construção poética livre
  • Poema de quarto estrofes com diferentes tamanhos, versos com número de sílabas métricas diferentes e não tem nenhum tipo de rima.
  • Dicotomia sentir/pensar no poema.
Dicotomia: Contraste entre duas palavras/expressões.
  • Pensar: Reflete no facto de não conseguir compreender, nem aproveitar os sentimentos.
  • Sentir: Captação do que ocorre na vida real através dos sentidos, especialmente a visão.

Eu sento na sombra, E a sombra não me protege, Ela simplesmente está lá, Como está lá a pedra, Como está lá o silêncio Que não é silêncio, Mas o som do mundo. Se eu pudesse ser só isso, Como uma folha no vento, Sem pensar, Sem querer, Sem nome. Mas eu sou homem, E isso me estraga tudo. Ainda assim, Aqui no campo, Às vezes esqueço Que existo.

II - O meu olhar é nítido como um girassol.

Ah, o campo aberto,O cheiro da terra depois da chuva, Tudo é tão simples, E eu não preciso de mais do que isso. Vejo as árvores, Altas e indiferentes, E penso: elas não pensam. São apenas árvores. Ah, que inveja eu tenho delas, Que não carregam a dor de existir. O sol queima a minha pele, E não é bom nem mau. É apenas o sol, Fazendo o que faz, Sem perguntar se deve ou não.

conclusão