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Apresentação Cesário Verde
Ivan Fernandes
Created on November 27, 2024
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Transcript
Cesário Verde - Entre Literatura e Arte
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Ferramentas
Este projeto utiliza ferramentas com um design intuitivo para o utilizador. Tem diversidade de icons de ligação a secções dedicadas a cada tema, contendo explicações, análises de poemas ligados a elementos visuais (representações artísticas – artes interativas), como imagens que representem os temas.
Os alunos não só aprenderão mais sobre a obra de Cesário Verde, mas também desenvolverão habilidades de pesquisa, síntese, organização de informações e uso de ferramentas digitais, análise crítica e criatividade, ao mesmo tempo que exploram a rica relação entre poesia e artes visuais e como poderão aprender e explorar a obra de Cesário Verde de uma forma dinâmica e envolvente!
Objetivos do Projeto
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O nosso projeto
É com grande entusiasmo que apresentamos este projeto, resultado do trabalho e dedicação dos alunos do Curso Profissional Técnico de Programação e Gestão de Sistemas Informáticos, do 3º ano. Neste projeto, procurámos aplicar os conhecimentos adquiridos sobre Cesário Verde, ao longo do módulo. Durante o desenvolvimento, enfrentámos diversos desafios que nos permitiram melhorar habilidades como trabalho em equipa, criatividade e pensamento crítico. Acreditamos que, além de uma abordagem de aprendizagem diferente, esta experiência preparou-nos para outros desafios e aproximou-nos ainda mais como um grupo. Agradecemos a atenção e esperamos que apreciem o resultado do nosso esforço e dedicação! Os alunos do 3º PI 2024/2025
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Apresentação
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A obra de Cesário Verde, reunida postumamente por Silva Pinto em "O Livro de Cesário Verde" (1887), trata de uma ampla gama de temas relacionados com o quotidiano, as transformações sociais do século XIX e as tensões entre o mundo moderno e o tradicional. O seu foco está nas cenas urbanas e rurais, exploradas com uma sensibilidade inovadora para a época. Esta obra de Cesário Verde procura captar a realidade como ela é, sem idealizações excessivas, mas com uma profunda sensibilidade poética. O seu interesse está nos dilemas do ser humano moderno, dividido entre a tradição e o progresso, a natureza e a cidade, a saúde e a doença. Por meio de uma poesia visual e descritiva, Cesário convida o leitor a refletir sobre a beleza e a complexidade do quotidiano.
Cesário Verde (1855-1886) foi um dos mais importantes poetas portugueses do século XIX, considerado um dos precursores do Modernismo na literatura portuguesa. Nascido em Lisboa, a sua vida e obra foram marcadas por uma sensibilidade única. A sua obra caracteriza-se pela originalidade temática, pelo lirismo e pela sensibilidade à vida urbana e rural, embora tenha sido reconhecido como um grande autor apenas postumamente.
Biografia de Cesário Verde
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Seguem-se os principais momentos da sua vida e obra:- Infância e juventude: Nascido a 25 de fevereiro de 1855, em Lisboa, numa família da classe média. Era filho de Maria da Piedade dos Santos Verde e de José Anastácio Verde, um comerciante com uma loja de ferragens em Lisboa e uma exploração agrícola em Linda-a-Pastora, Oeiras, passa a infância entre os ambientes citadino e rural. Publicou os seus primeiros versos na adolescência e destacou-se pelo su estilo inovador. - Saúde: Desde cedo, teve uma saúde frágil e mais tarde foi diagnosticado com tuberculose, doença que lhe tiraria a vida no dia 19 de Julho de 1886, aos 31 anos. - Educação e Formação: Frequentou o curso de Letras na Escola Politécnica de Lisboa, mas não chegou a concluí-lo. Apesar disso, foi um leitor ávido e autodidata, com grande interesse por literatura e cultura.
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- Carreira e Publicações:Cesário Verde dividia-se entre a atividade comercial, ajudando o pai no negócio de ferragens, e a produção literária. Começou a publicar poemas em jornais e revistas literárias, como o Diário de Notícias e a Gazeta de Portugal. A sua poesia tinha pouca visibilidade durante sua vida. A publicação de "O Livro de Cesário Verde" (1887), apesar de ter falecido precocemente, os seus poemas, publicados postumamente, revelaram a sua visão estética da vida urbana e os sentimentos humanos de forma intensa e realista. Entre as suas obras destacam-se poemas como O Sentimento dum Ocidental; De Tarde; e Cristalizações, que são exemplos marcantes do seu estilo descritivo, inovador e atento ao quotidiano. - Influência: O seu trabalho influenciou muitos poetas da geração seguinte e é reconhecido até hoje pela linguagem coloquial e pela captação da vida moderna. Aluno Daniel Miranda
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Cesário Verde é um dos poetas mais importantes da literatura portuguesa a sua obra oferece um vasto campo para exploração em artes visuais e digitais. A sua obra adapta-se às temáticas de artistas contemporâneos que exploram a vida urbana, a natureza e as emoções humanas. A partir daqui iremos verificar que estes artistas criam um diálogo rico entre a arte contemporânea e a poesia do século XIX, reforçando a atemporalidade das emoções humanas e as suas experiências na cidade e na natureza.
Introdução
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O Urbanismo
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"Vasam-se os arsenais e as oficinas; Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras; E n'um cardume negro, hercúleas, galhofeiras, Correndo com firmeza, assomam as varinas"("Cristalizações")
Este poema dá primazia às sensações (visuais, auditivas e gustativas), permitindo a construção de uma nova realidade partindo dos elementos reais. A estrutura deste poema contempla uma progressão narrativa ao longo das quatro partes, destacada pelos títulos destas. Ao longo da narrativa inserem-se pequenos relatos de episódios, que aceleram a narrativa.
O Sentimento dum Ocidental
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O poema é composto por 44 estrofes, divididas em 4 partes de 11 estrofes, compostas por 4 versos (quadras). Organização do poema em 4 partes: Parte I: Avé-Maria Parte II: Noite Fechada Parte III: Ao Gás Parte IV : Horas Mortas
O Sentimento dum Ocidental
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O tempo real torna-se sucessivamente mais negativo, algo que se evidencia pelos títulos associados a cada parte do poema. Em contraste, o sujeito poético procura um tempo de evasão (descobrimentos) e de um tempo imaginado. O principal espaço é a cidade de Lisboa, pela qual o eu poético se passeia e observa o mundo à sua volta. A visão representada é a de um observador acidental que se desloca pela cidade à noite.
O Sentimento dum Ocidental
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Críticas do poema
Os descobrimentos são vistos como uma experiência pura e grandiosa à qual não é feito jus no presente, em que o mar é um comércio e uma desgraça, algo que se estende à cidade e ao povo português. Os militares perderam o seu orgulho ao servir líderes medíocres (o rei – Cesário era visto como republicano). As armadas já não existem são agora apenas sonhos. A vontade e os sonhos dos portugueses deixaram de existir, as gentes passaram a ser submissas e desgraçadas, abusadas pelos poderes instituídos (minoria privilegiada e feliz).
O Sentimento dum Ocidental
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Críticas do poema
O poeta encara com felicidade aqueles que partem e com tristeza os que ficam, pois são os que vão sofrer mais. A crítica recai maioritariamente sobre os mais favorecidos, que se deixam levar pela sua situação sem ter consciência das outras realidades. Outra das críticas presentes reside na utilização de estrangeirismos ou de produtos vindos do estrangeiro.
O Sentimento dum Ocidental
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"Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia, Despertam-me um desejo absurdo de sofrer." ("Horas Mortas")
O poema faz uma descrição da cidade e do ambiente externo: Cesário Verde capta a atmosfera noturna de Lisboa, com ruas iluminadas e cheias de contrastes entre pobreza e riqueza. Ele observa detalhes como luzes dos lampiões, vultos nas ruas, e até a arquitetura dos prédios como um quadro impressionista:
O Sentimento dum Ocidental
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"E os operários, sujos de carvão, Fazem-me pena, comovem-me a valer."("Noite Fechada")
Existe um enfoque na vida alheia e social: O eu lírico retrata figuras humanas no cenário urbano, desde trabalhadores até indivíduos marginalizados. A análise externa aqui é clara, pois o sujeito poético observa essas figuras e as suas condições sem interferir diretamente nelas:
O Sentimento dum Ocidental
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Detalhe nas transformações sociais: A descrição não se limita ao espaço físico; Cesário Verde usa o olhar externo para comentar as mudanças sociais e o impacto do progresso e da industrialização. Essa análise aparece indiretamente, enquanto o poeta contempla as ruas e os personagens urbanos.
O Sentimento dum Ocidental
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("Horas Mortas")
Tons de objetividade e distanciamento: Estão presentes em várias passagens onde o eu lírico se apresenta como um observador atento, capturando os detalhes do cenário urbano sem se colocar como protagonista. Esse olhar externo contribui para uma análise quase documental da cidade, mesmo que haja momentos de introspeção.
O Sentimento dum Ocidental
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Já lascinantes lâmpadas espiam / As cousas negras que o luar não beija, E as sombras pelos grupos se encorpam; Dormem as carroças, sobre as pedras; / (...) /O Tejo é leque aberto, todo azul. A espaços, nos beirais, a água goteja, /Como um pingar de tempo que se escoa; E sob os arcos do caminho, há poças, / Com os reflexos duma luz que ondeia.
O poeta descreve o cair da noite em Lisboa, capturando a atmosfera melancólica e introspetiva. A cidade é retratada como um lugar de contrastes, onde o Tejo, o bulício urbano e as sombras evocam sentimentos de solidão e desejo de sofrimento.
"Avé-Maria"
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Religiosidade e Mistério: A menção aos sinos e o título "Avé-Maria" evocam um ambiente religioso, embora contrastado com a realidade urbana.
Transitoriedade: A descrição do crepúsculo, um momento transitório entre o dia e a noite, simboliza a passagem do tempo e o efêmero da vida.
Os principais temas em "Avé-Maria" incluem:
Análise Temática - "Avé-Maria"
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Solidão e Introspeção: Apesar da presença de pessoas e sons, o poeta sente-se isolado, envolvido numa atmosfera de melancolia.
Desigualdade Social: O poeta observa a presença de figuras marginalizadas, como ébrios e mendigos, refletindo sobre as condições sociais da cidade.
Os principais temas em "Avé-Maria" incluem:
Análise Temática - "Avé-Maria"
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O poema começa quando o sujeito poético se encontra “nas nossas ruas, ao anoitecer”, percebendo com o uso do recurso expressivo gradação, que na escuridão “Há tal soturnidade, há tal melancolia” despertando “um desejo absurdo de sofrer” (metáfora). Na segunda estrofe, o poeta denuncia a realidade da cidade de Lisboa comparando-a com Londres, no que toca ao aspeto e à sua “cor monótona e londrina” devido à ausência de luz, depreciando o retrocesso que o aspeto da cidade lisboeta teve ao longo dos anos.
Análise Temática - "Avé-Maria"
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De seguida, Cesário Verde desvaloriza Portugal, referindo que apenas é feliz quem sai do país. Este recorre à enumeração para designar “o mundo” onde, segundo ele, ocorrem exposições: “Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo”. Na quarta estância, o poeta compara as edificações “a gaiolas, com viveiros”, e compara ainda os mestres carpinteiros a morcegos, devido a saírem tarde do trabalho quando já não há luz do sol. Na quinta quadra, observamos o sujeito poético a continuar o seu passeio, enquanto atenta nos trabalhadores/operários que saem tarde do trabalho, utilizando uma dupla adjetivação para caracterizar os operários, e por fim enumera os sítios por onde passa.
Análise Temática - "Avé-Maria"
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Podemos concluir que nas primeiras estrofes deste poema, o autor começa a sua jornada pela cidade lisboeta ao anoitecer, utilizando recursos expressivos para a caracterizar de maneira depreciativa e realista, comparando ao mesmo tempo Portugal com outros países.
Análise Temática - "Avé-Maria"
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A partir da estrofe 6 até à 11 tudo se passa no final da tarde e o sujeito poético no seu pensamento refere cinco profissões, dentistas, arlequins, lojistas, obreiras e varinas. Recorrendo a vários recursos expressivos e à oposição da riqueza e da pobreza em Lisboa, chegamos à conclusão que o poeta refere como inspirador as pessoas trabalhadoras e o seu esforço diário. Este sente-se incomodado pelo facto de não receberem o devido mérito.
Análise Temática - "Avé-Maria"
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De seguida, o sujeito poético descrever a cidade enquamto vai passeando pela mesma, no seu pensamento invoca os sujeitos dos Descobrimentos entre eles Camões. O fim da tarde inspira e incomoda, descreve quem vê na cidade distinguindo aqueles que não trabalham ou que não exercem a força, representando a riqueza, como por exemplo dentista, arlequim e lojistas, daqueles que trabalham à base da força, nomeadamente os pobres, como por exemplo as obreiras e as varinas.
Análise Temática - "Avé-Maria"
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Destacando-as nas três últimas estrofes, a sua forma física desde as ancas opulentas até aos troncos varonis; acaba por falar também dos seus filhos pescadores que se perderam no mar. Mostrando-se intrigado com as condições de vida das pessoas trabalhadoras,“Descalças! Nas descargas de carvão, / Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;”
Análise Temática - "Avé-Maria"
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Avé Maria, mãe da pureza, Que acolhes no peito toda a tristeza. Em teu regaço, a alma perdida, Encontra a paz, a luz bendita.
"E os edifícios choram, sonolentos, Na palidez da vaga luz difusa; E ao longo dos passeios há momentos Em que se evola um cheiro acre de intrusa."
Tal como em outras partes do poema, os versos são predominantemente decassilábicos, embora Cesário Verde, por vezes, recorra a variações métricas para sublinhar emoções ou imagens específicas. A rima é cruzada (ABAB) ou emparelhada (AABB), criando fluidez no texto e reforçando a harmonia do cenário descrito.
Análise Formal - "Avé-Maria"
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O poema "Noites de Junho", insere-se na Parte II do Sentimento dum Ocidental ("Noite Fechada"). Cesário Verde, explora diversos temas centrais da condição humana, como a solidão, a introspeção e a relação com a natureza. A noite de junho, com seu clima morno e envolvente, serve como pano de fundo para uma reflexão sobre a vida e os sentimentos do eu lírico. O poeta captura a dualidade da vida urbana, revelando a coexistência de elementos opostos que caracterizam a experiência da cidade. Esse contraste entre luzes e sombras, movimento e quietude, riqueza e pobreza, é fundamental para entender a complexidade das relações sociais e a dinâmica do ambiente urbano.
"Noites de Junho"
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"E os operários, sujos de carvão, Fazem-me pena, comovem-me a valer. Como estas ruas têm uma expressão Que se não pode bem compreender!"
"As lojas, a esta hora, estão luzindo, Trabalham poucos mestres nos fecheiros; E eu oiço os pregões pelos postigos Das que apregoam cauteristas, peixeiros.
Com foco na noite, o poeta descreve as ruas movimentadas e cenas do quotidiano, como trabalhadores e figuras populares. Notamos um tom crítico em relação à desigualdade social, além de um sentimento de isolamento no meio da agitação da cidade.
"Noites de Junho"
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"E a noite fechada, em seu manto de sombras, envolve tudo, como um sussurro que se perde no ar."
Solidão e Melancolia: O eu lírico parece estar imerso numa profunda solidão, uma vez que a noite é apresentada como um espaço de introspeção. O uso de imagens que evocam o silêncio e a tranquilidade da noite reforça a ideia de um momento de reflexão pessoal. Por exemplo, ao descrever a quietude da noite, Cesário Verde sugere uma atmosfera de isolamento. Por exemplo:
A formalidade do poema está intrinsecamente ligada aos temas explorados:
Análise Temática - "Noites de Junho"
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"E a noite fechada, em seu manto de sombras, envolve tudo, como um sussurro que se perde no ar." A descrição de uma "noite fechada" pode ser interpretada como uma metáfora para a solidão do eu lírico, que se sente isolado numa realidade que o rodeia. Essa passagem evoca a solidão do eu, que se sente envolvido por uma escuridão que não apenas cobre o ambiente, mas também a sua alma.
Análise Temática - "Noites de Junho"
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"A lua brilha, solene, no céu, enquanto os grilos cantam, uma melodia que ecoa a saudade que sinto."
Natureza e Sensibilidade: A natureza é uma presença constante no poema, funcionando como um espelho das emoções do eu lírico. A descrição do ambiente natural, como as árvores e o céu, revela uma sensibilidade aguda para com o mundo que o rodeia. O eu lírico observa a beleza da noite, mas essa beleza é acompanhada por um sentimento de tristeza, sugerindo uma relação ambivalente com a natureza. Por exemplo:
Análise Temática - "Noites de Junho"
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"A lua brilha, solene, no céu, enquanto os grilos cantam, uma melodia que ecoa a saudade que sinto." Passagens que falam sobre a lua ou o canto dos grilos evocam uma conexão íntima com a natureza que, apesar de bela, é também um lembrete da solidão. Aqui, a lua e os grilos atuam como símbolos de beleza e serenidade, mas também destacam a ausência de companhia, reforçando a melancolia do eu lírico.
Análise Temática - "Noites de Junho"
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"As flores que desabrocham na primavera são como os sorrisos que logo se vão, deixando apenas o eco da lembrança."
Transitoriedade da Vida: Outro tema presente no poema é a efemeridade do tempo e da vida. As "noites de junho" podem simbolizar momentos fugazes de beleza e prazer, mas que estão destinados a passar. Essa ideia de transitoriedade é refletida nas imagens que evocam a passagem do tempo, como a mudança de estações ou a transição entre o dia e a noite. Por exemplo:
Análise Temática - "Noites de Junho"
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"As flores que desabrocham na primavera são como os sorrisos que logo se vão, deixando apenas o eco da lembrança." Referências a elementos que mudam com o tempo, como a passagem das estações, reforçam a ideia de que os momentos de beleza são efémeros e que a vida é uma série de ciclos que se sucedem. Esta metáfora sugere que, assim como as flores, os momentos de alegria e beleza são passageiras, enfatizando a inevitabilidade da mudança e a transitoriedade da vida.
Análise Temática - "Noites de Junho"
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Contrastes urbanos: No poema "Noites de Junho", de Cesário Verde, o autor utiliza imagens que refletem os contrastes urbanos, como luzes e sombras, movimento e quietude, riqueza e pobreza. O poema evoca a vida da cidade, com as suas ruas iluminadas e a presença de pessoas de diferentes classes sociais, criando um ambiente dinâmico.
Análise Temática - "Noites de Junho"
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Os elementos de luz e sombra, assim como a agitação das ruas em contraste com a tranquilidade de certos momentos, ajudam a transmitir a complexidade da vida urbana. O poema é rico em imagens que capturam essas dualidades e expressam a visão crítica de Cesário Verde sobre a sociedade da sua época.
Análise Temática - "Noites de Junho"
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Estrutura: A secção "Noites de Junho" é composta por estrofes regulares de quatro versos (quartetos). As estrofes apresentam uma organização narrativa, com o poeta a descrever primeiro o ambiente urbano e depois refletindo sobre os elementos sociais e emocionais que o tocam.
Análise Formal - "Noites de Junho"
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Noites de junho, cálidas, tão belas, (A) Sussurram folhas na calçada fria, (B) O tempo escorre em lenta melodia, (B) Enquanto brilham, mudas, sentinelas. (A)
"E os operários, sujos de carvão, (A) Fazem-me pena, comovem-me a valer. (B) Como estas ruas têm uma expressão (A) Que se não pode bem compreender!" (B)
Mais uma vez, os versos são decassilábicos, o que mantém a coerência formal do poema. O esquema de rimas cruzada (ABAB), interpolada e emparelhada (ABBA) é usado para equilibrar a descrição do caos urbano com a introspeção do poeta.
Analise Formal - "Noites de Junho"
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Cesário Verde, através de Noites de Junho, explora de maneira profunda os temas da solidão, a conexão com a natureza e a transitoriedade da vida. Através de imagens vívidas e metáforas significativas, o poeta consegue transmitir um sentimento de melancolia que ressoa com a experiência humana, tornando a obra atemporal e universal.
Análise Final- "Noites de Junho"
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Na “Noite Fechada”, entre as estrofes 1 e 5, quando a noite cai, o autor vai observando os diversos espaços e o que vai acontecendo. Na estrofe 1, o autor passa por um presídio e com a observação das personagens, que são as velhinhas e as crianças, é invadido por um sentimento de tristeza e lamenta aquela situação, o transtorno por nunca ver pessoas poderosas e de bens naquela situação; o sujeito poético critica as mulheres poderosas da aristocracia, ou seja, as mulheres de “dom”, que através dos seus altos cargos e privilégios conseguem sempre livrar-se da prisão.
Análise Temática - "Noite Fechada"
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Na estrofe 2, o sujeito poético mostra-nos que o “eu” lírico continua em movimento, caminhando pela rua, continuando sempre a observação, característica do autor, falando das suas sensações e até mesmo dizendo que sofre de um aneurisma por se sentir tão mórbido ao sair de perto das prisões, que é o espaço onde se encontra no momento. "Eu, que medito há tempos, que suponho (...) / Passo nas casas todas o meu sonho / E fico só, na minha dor imensa.". Na estrofe 3, o autor ao continuar pela rua fora, assiste ao acender das luzes da cidade, nas tascas, cafés, tendas e estancos. Ao cair da noite, vão-se alastrando as luzes dando uma diferente visão da cidade ao autor, usando uma linguagem que nos dá a possibilidade de imaginar o cenário: "Ruas com sombras, lentas claridades / Quase sem ar, tão húmidas, tão densas.".
Análise Temática - "Noite Fechada"
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Na estrofe 4, Cesário Verde, tal como também aconteceu na primeira estrofe, a crítica é feita ao clero onde o “eu” lírico demonstra o seu desagrado com esta classe social e com as suas igrejas. De facto, nesta época os clérigos não cumpriam os seus votos de castidade e muitas vezes dormiam com mulheres, tinham negócios, algo que o autor desaprova: "Os becos tortuosos, estreitados,/ As praças, os pardieiros, as vielas, / Dormem; e sob os cúmulos calados / Erguem-se perpendiculares velas.". Na estrofe 5, ao longo da sua caminhada, o sujeito poético chega à zona de Lisboa, onde estava a decorrer as reconstruções dos prédios devido ao terramoto de 1755, começa então a ganhar sentimentos nostálgicos, e começa a lembrar-se de memórias passadas: "Erguem-se velas fúnebres, funestas, / Rasgando os ares rútilos, pesados; / E há fantasmas que marcham pelas festas / Dos ventos que se cruzam, desvairados.".
Análise Temática - "Noite Fechada"
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A segunda parte da "Noite Fechada" inicia-se na sexta estrofe, onde o sujeito poético se encontra na Praça de Camões, em Lisboa. Nesta estrofe refere-se a Camões, homenageando-o e destacando a sua importância. Camões representa os problemas do presente com soluções do passado, tal como diz no verso 24, “Um épico d’outrora ascende, num pilar!”.
Análise Temática - "Noite Fechada"
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"Os bairros largos, cheios de tropeços, Ruas onde não há nenhum vivente, Casas pardas, casais de loucos preços, Portas que dão p'ra o Reino do Poente."
O poema apresenta uma estrutura composta por estrofes longas, com versos decassílabos predominantemente regulares. Essa métrica, típica da poesia parnasiana, confere ao poema um ritmo equilibrado, enquanto a repetição de temas e imagens reforça a atmosfera noturna e introspetiva. A rima cruzada (ABAB) ou interpolada e emparelhada (ABBA) aparece frequentemente, contribuindo para a musicalidade.
Análise Formal - "Noite Fechada"
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Exemplo de verso decassilábico: "Já lascinantes lâmpadas espiam" Divisão silábica: Já / las-ci-nan-tes / lâm-pa-das / es-pi-am (10 sílabas poéticas)
A métrica predominante é decassilábica (versos de 10 sílabas métricas), uma forma clássica na poesia portuguesa. O decassílabo apresenta frequentemente a cesura (pausa) no 4º ou 6º sílaba, criando um ritmo fluido que equilibra a musicalidade com a densidade das descrições.
Análise Formal - "Noite Fechada"
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Em tom de conclusão, o poema Noite Fechada de Cesário Verde é uma obra significativa da literatura portuguesa, não apenas pelo seu conteúdo lírico, mas também pela forma como reflete a transição do romantismo para o realismo na poesia do século XIX. Cesário Verde introduziu uma nova sensibilidade poética, marcada pela observação atenta do quotidiano e pela valorização da experiência urbana. "Noite Fechada" exemplifica essa abordagem ao retratar a vida nas cidades e as emoções humanas de forma realista. Em suma, o poema explora a vida urbana e as suas complexidades, um tema que se torna central na obra de C. Verde. Através das suas descrições, ele capta a atmosfera da cidade, revelando tanto a beleza quanto a solidão que podem coexistir em ambientes urbanos.
Análise Final - "Noite Fechada"
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O poema Ao Gás de Cesário Verde é uma obra que reflete a sensibilidade e a perspicácia do poeta em relação à modernidade e ao quotidiano da vida urbana. Escrito no contexto do final do século XIX, o poema capta a transição entre o mundo rural e o emergente ambiente urbano, marcado pela industrialização e pelo progresso. Através de uma linguagem simples e direta, Cesário Verde aborda a relação entre o homem e os novos elementos da sociedade, como o gás, que simboliza tanto a inovação como a alienação. Este poema é uma janela para a complexidade das emoções humanas diante das transformações sociais e tecnológicas da época
"Ao Gás"
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Podemos dizer que o poema "Ao Gás" de Cesário Verde é uma obra significativa no contexto do urbanismo, pois reflete a experiência da vida urbana no final do século XIX, em um período de intensas transformações sociais e arquitetónicas nas cidades. Abaixo estão algumas das importâncias do poema nesse contexto: Retrato da Vida Urbana: O poema captura a essência da vida nas grandes cidades, abordando a modernidade e as mudanças no quotidiano dos cidadãos. Cesário Verde descreve a atmosfera urbana com um olhar crítico e sensível, revelando a complexidade das interações sociais e a alienação que pode surgir nesse ambiente ("E as pessoas passam, apressadas, com olhares perdidos, como se cada uma estivesse em busca de algo que nunca encontra." ).
"Ao Gás"
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Podemos dizer que o poema "Ao Gás" de Cesário Verde é uma obra significativa no contexto do urbanismo, pois reflete a experiência da vida urbana no final do século XIX, em um período de intensas transformações sociais e arquitetónicas nas cidades. Abaixo estão algumas das importâncias do poema nesse contexto: Retrato da Vida Urbana: O poema captura a essência da vida nas grandes cidades, abordando a modernidade e as mudanças no quotidiano dos cidadãos. Cesário Verde descreve a atmosfera urbana com um olhar crítico e sensível, revelando a complexidade das interações sociais e a alienação que pode surgir nesse ambiente ("E as pessoas passam, apressadas, com olhares perdidos, como se cada uma estivesse em busca de algo que nunca encontra." ).
"Ao Gás"
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Estética e Modernidade: A obra é um exemplo da estética modernista que começa a emergir na literatura portuguesa. A forma como Cesário Verde utiliza a linguagem e as imagens urbanas ajuda a moldar uma nova sensibilidade literária que se alinha com a modernidade, refletindo as inovações tecnológicas e as novas realidades sociais, por exemplo, ele descreve o "brilho do gás" que ilumina as ruas, criando uma atmosfera quase mágica:"As luzes dançam nas calçadas, refletindo o progresso que avança com passos largos.".
"Ao Gás"
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Inspiração para o Urbanismo: O trabalho de Cesário Verde pode inspirar reflexões sobre o planeamento urbano ("As ruas devem ser mais do que simples caminhos; precisam ser espaços de encontro, de vivência, onde cada cidadão se sinta parte de algo maior.") e a importância de considerar as experiências e as emoções dos cidadãos na construção das cidades. A sua obra sugere que o espaço urbano deve ser pensado não apenas em termos funcionais, mas também em relação ao bem-estar e à qualidade de vida das pessoas.
"Ao Gás"
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"Eu desço a rua estreita. A tarde é fria e escura. Por sobre os paralelepípedos, suados, Os lampiões alumiando os meus pecados, Gotejam luz e choram, numa dor muda e impura."
Elementos Urbanos: O gás, como elemento central do poema, simboliza o progresso e a modernização das cidades ("O gás que ilumina as noites traz consigo uma nova vida, uma nova pulsação."). Ele representa não apenas a iluminação das ruas, mas também a transformação do espaço urbano num ambiente mais habitável e dinâmico, refletindo as mudanças na vida quotidiana.
"Ao Gás"
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Crítica Social: Apesar de sua beleza estética, o poema também carrega uma crítica à desumanização e à superficialidade da vida urbana ("E entre as luzes, rostos sem alma, perdidos na sua rotina, como sombras que vagam sem destino."). Cesário Verde observa as contradições da modernidade, onde o progresso pode levar à alienação e à perda de valores humanos. Em suma, "Ao Gás" é um poema que não apenas captura a essência de uma época em transformação, mas também provoca reflexões sobre o papel da cidade na vida humana, sendo uma contribuição importante para a literatura e para o entendimento do urbanismo.
"Ao Gás"
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Sensações evocadas no poema O texto explora uma ampla gama de sensações, envolvendo diferentes sentidos: - Sensações táteis: “Um sopro que arrepia os ombros quase nus”.
- Sensações auditivas: “…ao chorar doente dos pianos”; “Da solidão regouga um cauteleiro rouco”; “Pede-me sempre esmola”.
- Sensações olfativas: “Exala-se, inda quente / Um cheiro salutar e honesto a pão no forno”; “Flocos de pós-de-arroz pairam sufocadores”.
- Sensações visuais: “E a vossa palidez romântica e lunar!”.
Análise Temática - "Ao Gás"
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- 1ª Estrofe
Análise Temática - "Ao Gás"
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- 2ª Estrofe
Análise Temática - "Ao Gás"
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- 3ª Estrofe
Análise Temática - "Ao Gás"
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- 4ª Estrofe
Análise Temática - "Ao Gás"
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- 5ª Estrofe
Análise Temática - "Ao Gás"
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- 6ª Estrofe
Análise Temática - "Ao Gás"
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- 7ª Estrofe
Análise Temática - "Ao Gás"
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- 8ª Estrofe
Análise Temática - "Ao Gás"
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- 9ª Estrofe
Análise Temática - "Ao Gás"
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- 10ª Estrofe
Análise Temática - "Ao Gás"
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- 11ª Estrofe
Análise Temática - "Ao Gás"
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O poema é rico em recursos expressivos, que contribuem para a sua expressividade: - Apóstrofe: “O moles hospitais! Sai das embocaduras” (v. 3).
- Enumeração: “Com santos e fiéis, andores, ramos, velas” (v. 7).
- Sinestesia: “Um cheiro salutar e honesto a pão no forno” (v. 16), “moles hospitais” (v. 3) e “lojas tépidas” (v. 5).
- Tripla adjetivação: “Com versos magistrais, salubres e sinceros” (v. 22).
- Metáfora: “Que grande cobra, a lúbrica pessoa” (v. 25).
- Dupla adjetivação: “E nas esquinas, calvo, eterno, sem repouso” (v. 42).
Análise Temática - "Ao Gás"
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"Ao Gás" é um poema que explora a interseção entre espaço e tempo no contexto do urbanismo, capturando a essência de uma cidade em transformação e as complexidades das experiências humanas que nela se desenrolam. No poema, o espaço urbano é retratado com um olhar atento às suas nuances e complexidades. Cesário Verde utiliza descrições detalhadas da cidade, enfatizando os elementos da vida quotidiana e as interações humanas. O espaço urbano é não apenas um cenário, mas um protagonista que influencia a vida dos indivíduos.
Análise Temática - "Ao Gás"
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O gás, como elemento moderno e símbolo de progresso, representa a modernidade e as inovações que transformam o ambiente. Ao mesmo tempo, o espaço é marcado por uma certa melancolia, refletindo a alienação e a solidão que podem surgir em meio à agitação da vida urbana. A cidade é apresentada como um lugar dinâmico por elementos concretos, como “passeios de lajedo”, mas também como um espaço onde os indivíduos se sentem perdidos ou desconectados.
Análise Temática - "Ao Gás"
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O tempo no poema está intrinsecamente ligado ao progresso e à modernidade. A descrição “a noite pesa, esmaga” evidencia o impacto desse momento temporal na experiência do sujeito poético. A referência ao gás sugere uma época de transformação, em que novas tecnologias começam a moldar a vida urbana. A modernidade é vista como um fenómeno ambivalente; traz conforto e comodidade, mas também altera as relações sociais e a maneira como os indivíduos percebem o mundo à sua volta. Cesário Verde captura a efemeridade do momento, uma característica típica do lirismo moderno, onde a instantaneidade das experiências urbanas é ressaltada. O tempo é, portanto, uma dimensão que provoca reflexões sobre o passado e o futuro da cidade, bem como sobre a identidade dos seus habitantes.
Análise Temática - "Ao Gás"
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Nas nossas ruas, ao morrer do dia, (A) As sombras desce, e os gasómetros lançam (B) Cl arões de luz que os vultos enlaçam (B) Na solidão da rua que esfria. (A)
Go!
O poema é constituído por onze quadras, combinando dois tipos de versos: - Versos decassilábicos: presentes no primeiro verso de cada quadra.
- Versos alexandrinos: empregados nos restantes versos das quadras.
A estrutura rimática alterna dois padrões: - Rima interpolada: entre o 1º e o 4º verso de cada quadra (ABBA).
- Rima emparelhada: entre o 2º e o 3º verso de cada quadra (ABBA).
Análise Formal - "Ao Gás"
Em suma, "Ao Gás" de Cesário Verde é uma obra que vai além de uma mera descrição dos avanços tecnológicos, oferecendo uma reflexão profunda sobre a condição humana na modernidade. Através da sua linguagem incisiva e da sua capacidade de capturar a essência do quotidiano, o poeta convida-nos a ponderar sobre o impacto das inovações na vida das pessoas. O gás, enquanto símbolo, revela uma dualidade: por um lado, representa o progresso e a iluminação, enquanto, por outro, sugere uma certa desumanização e alienação. Assim, Cesário Verde, com a sua visão crítica e poética, continua a ressoar, desafiando-nos a olhar para o nosso próprio tempo com uma perspetiva atenta e reflexiva.
Análise Final - "Ao Gás"
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Explicação do titulo O titulo "Horas Mortas" refere-se às altas horas da madrugada, quando as ruas estão vazias, ou seja, refere-se à ausência de atividade. Os únicos seres humanos que o eu poético avista são "uns tristes bebedores", "os guardas, que revistam as escadas" e "as [mulheres] imorais".
"Horas Mortas"
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Em "Horas Mortas" fala-se da deambulação do sujeito poético pelas ruas da sua cidade, a altas horas da madrugada, onde existe violência, insegurança e medo. Quando as ruas estão vazias e há ausência de atividade e que, por isso, o sujeito poético sente-se aprisionado e angustiado e mostra a sua vontade de querer fugir, e que as únicas pessoas que vê são os cães raivosos ("E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes, amareladamente, os cães parecem lobos" E.9), os bêbedos ("Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas, cantam, de braço dado, os tristes bebedores" E.9), os guardas noturnos ("E os guardas, que revistam as escadas, caminham de lanterna e servem de chaveiros" E.10) e as prostitutas ("Por cima, as imorais, nos seus roupões ligeiros" E.10).
Análise Temática - "Horas Mortas"
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Tema Deambulação do eu poético pelas ruas da capital, a altas horas da madrugada, onde predominam a violência, insegurança, medo e angústia. Assunto Em "Horas Mortas", a cidade vai ficando mais vazia de vida à medida que a madrugada se aproxima, pois nas ruas só permanecem aqueles que vivem à margem da sociedade. A cidade vai-se tornando disforme e cada vez mais opressiva e amarga, como que aprisionando o sujeito poético. A vontade que o eu poético tem de escapar desta cidade prisão aumenta progressivamente ao longo do poema.
"Horas Mortas"
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Os temas principais em Horas Mortas incluem: Melancolia Urbana: A cidade é descrita como um espaço simultaneamente belo e opressor, com sombras e maresia contribuindo para o tom sombrio.
Análise Temática - "Horas Mortas"
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Solidão e Introspeção: O poeta sente-se isolado na cidade, com os elementos exteriores servindo como espelhos do seu estado emocional. Contrastes Urbanos: O bulício das ruas é contraposto à tranquilidade do Tejo, simbolizando a tensão entre modernidade e nostalgia.
Análise Temática - "Horas Mortas"
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Ao longo do poema encontramos o desfalecer de toda a esperança, o sujeito poético retorna á realidade e percebe que os seus desejos são impossíveis de se realizar. Nestas 5 estrofes encontramos vários recursos expressivos como: - Metáfora: "As folhas das navalhas"; "De prédios sepulcrais"; - Personificação: "Os gritos, estrangulados"; - Personificação/Metáfora: "Os ventres das tabernas";
Análise Temática - "Horas Mortas"
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- Múltipla adjetivação: "E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes"; - Comparação: "Os cães parecem lobos"; - Hipérbole: "Com dimensões de montes". Com isto chegámos à conclusão que o sujeito poético vai enaltecendo a cidade e que quando a madrugada chega.... tudo muda.
Análise Temática - "Horas Mortas"
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Na 7ª estrofe, o sujeito poético mostra angústia e medo e faz referência aos assassinos. "Tenho medo, esta cidade é lodosa e anônima. Esta cidade onde os assassinos são possíveis." Na 8ª, ele fala dos bêbedos e mostra nojo pela cidade. "E os bêbedos vão por as ruas, tontos de coisa nenhuma."
Análise Temática - "Horas Mortas"
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Na 9ª, ele faz referência aos cães maltratados e abandonados que vagueiam pela cidade (Parecem lobos) e aos ladrões. "Os cães vagueiam nas ruas, parecem lobos. E os ladrões espreitam às esquinas." Na 10ª, ele fala dos guardas de lanterna e das imorais (Prostitutas). "Os guardas tardios voltam devagar. As mulheres que vendem o corpo encostam-se às paredes."
Análise Temática - "Horas Mortas"
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Por último, na 11ª estrofe, o autor já não fala da sua dor como apenas sua mas como geral, da humanidade. "E tudo isso me dói e me pesa, não na alma, no corpo, na vida."
Análise Temática - "Horas Mortas"
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Sensações predominantes:- Auditivas: "Um parafuso cai nas lajes, " (v.6), "no silêncio, infaustas e trinadas/
As notas pastoris de uma longinqua flauta." (v.12/13), "E os gritos de socorro ouvir, estrangulados." (v.28), "Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores" (v.32), "( ... )sem ladrar( ... )" (v.35), "Tossem, ( ... )" (v.40) - Visuais: "O teto fundo de oxigénio, de ar,/Estende-se ao comprido, ( .. )a (v.2/3), "( ... )às escuras" (v.6), "A dupla correnteza augusta das fachadas* (v.lO), "de vidro transparentel" (vl6), "vastidões aquáticas" (v.24), "Sem ar vores, no vale escuro das muralhas !... / Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas" (v.26/27), "E têm marés, de fel, como um sinistro mar!" (v.44)
Análise Temática - "Horas Mortas"
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Cesário Verde cria imagens visuais ricas e detalhadas, pintando um quadro preciso da cidade ao anoitecer: "Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia." Personificação Elementos inanimados são animados para reforçar o ambiente emocional: "Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia,Despertam-me um desejo absurdo de sofrer."
Análise Temática - "Horas Mortas"
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"O luar, como um pálido lençol, Cobre de estranho branco as vastidões, E as árvores alongam-se no solo Prostradas, como grandes procissões."
No silêncio da madrugada, o tom torna-se mais introspetivo e reflexivo. O poeta reflete sobre o vazio existencial e a transitoriedade da vida, encerrando o poema com uma visão desoladora da experiência urbana.
Análise Temática - "Horas Mortas"
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Este poema é composto por versos decassilábicos, uma escolha comum na poesia portuguesa, para lhe dar ritmo e musicalidade. A cesura (pausa métrica) ocorre frequentemente após a 4ª ou 6ª sílaba, conferindo ao poema ritmo e equilíbrio. Exemplo de versos decassilábicos: "Na sombra fria do entardecer" ; "Os ecos longos da cidade" Divisão silábica: "Os /e/cos/ lon/gos /da/ ci/da/de"
Análise Formal - "Horas Mortas"
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"Nas nossas ruas, ao anoitecer, (A) Há tal soturnidade, há tal melancolia, (B) Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia, (B) Despertam-me um desejo absurdo de sofrer." (A)
O poema é organizado em estrofes regulares, com rimas alternadas e cruzadas (esquema ABBA ou ABAB).
Análise Formal - "Horas Mortas"
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Grupo: Christian Garcia Duarte Madaleno Rodrigo Sotero Ruben Apolinário Rui Dias
O poema, com uma sinfonia em quatro andamentos, desenvolve-se em quatro secções. Cada uma com onze quadras. trata-se dum registo das "percepções de um observador caminhando nas ruas nocturnas da cidade", desde o anoitecer ("Ave-Marias"), continuando na "Noite Fechada", depois já com a iluminação pública acesa ("Ao Gás" e, finalmente, altas horas da noite("Horas Mortas"). Este passeio é uma viagem para dentro da noite, na qual ele é confrontado pelas sombras reais que simbolizam a cidade nocturna (Noite=Cidade).
Conclusão Final
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A Natureza
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“Hoje eu sei quanto custam a criar / As cepas, desde que as podo e empo. / Ah! O campo não é um passatempo / Com bucolismos, rouxinóis, luar.” ("De Tarde", II, vv. 279, 280, 281, 282).
"Flores Velhas" é um dos poemas do Livro de Cesário Verde. Este autor é uma figura central do modernismo em Portugal. Neste poema, Cesário Verde explora temas como a passagem do tempo, a melancolia e a reflexão sobre a vida e a morte. Através de uma linguagem simples e imagens evocativas, o autor retrata a fragilidade da existência humana e a inevitabilidade do envelhecimento. A metáfora das flores, que simbolizam a beleza efémera, serve para enfatizar a transitoriedade da vida e a nostalgia por momentos passados. O poema reflete a sensibilidade do autor e a sua capacidade de captar emoções profundas, tornando-se uma obra significativa dentro da sua produção literária e da poesia portuguesa em geral.
Flores Velhas
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Cesário Verde, um dos grandes nomes do realismo na poesia portuguesa. A sua obra caracteriza-se pela observação minuciosa da vida urbana e rural, retratando cenas do quotidiano com um olhar crítico e detalhista. A melancolia presente no poema "Flores Velhas" é reforçada pela descrição de flores murchas, que simbolizam a deterioração e a memória do passado, evocando um sentimento de nostalgia e reflexão sobre a fugacidade da existência.
Flores Velhas
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"E tudo enfim passou, passou como uma pena (...) E aquela doce vida, aquela vida amena, Ah! Nunca mais virá, meu lírio, nunca mais!"
A Transitoriedade da Vida e da Beleza A efemeridade dos ciclos naturais: Neste poema, as flores velhas simbolizam o inevitável passar do tempo. Tal como na natureza, onde cada flor atinge o seu auge apenas para murchar e dar lugar a novos brotos, a beleza e a vitalidade são transitórias. Esta imagem convida à reflexão sobre a impermanência da existência humana e dos próprios processos naturais.
Flores Velhas
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"E quando me envolveu a noite, noite fria,Eu trouxe do jardim duas saudades roxas, E vim a meditar em que me cerraria, Depois de eu morrer, as pálpebras já frouxas."
O espelho dos sentimentos humanos: As flores, enquanto elementos da natureza, funcionam como reflexo das emoções humanas. O processo de murchar pode ser interpretado como uma metáfora para a perda de sonhos, a passagem do tempo e o desgaste emocional que todos experienciamos. Ao mesmo tempo, a beleza inerente à flor em decadência sugere que há valor e poesia mesmo nos momentos de tristeza ou esgotamento.
Flores Velhas
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"E tudo enfim passou, passou como uma pena Que o mar leva no dorso exposto aos vendavais, E aquela doce vida, aquela vida amena, Ah! Nunca mais virá, meu lírio, nunca mais!"
A dualidade entre o vigor do passado e o declínio presente: Mesmo no seu estado de decadência, as flores ainda conservam traços da beleza que um dia desabrochou. Esta sobreposição entre o que foi e o que é agora ressalta o contraste entre a exuberância do passado e a inevitabilidade do envelhecimento, sugerindo que a verdadeira beleza pode residir tanto na plenitude como na fragilidade dos momentos vividos.
Flores Velhas
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O Encontro entre a Melancolia e a Esperança A dualidade do sentimento: A paisagem descrita pelo poema é marcada por uma certa melancolia – o reconhecimento da perda e da passagem do tempo – mas, paradoxalmente, também carrega uma centelha de esperança. Essa esperança reside na própria natureza, que, apesar de todas as mudanças, se renova incessantemente. Cada flor murcha faz parte de um ciclo que prepara o terreno para um novo desabrochar.
Flores Velhas
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A Beleza Intrínseca na Decadência A poesia do desgaste: O poema celebra a estética do que está "velho" e "murchando", revelando uma sensibilidade que enxerga beleza mesmo naquilo que, à primeira vista, pode parecer desvanecido. Essa visão subverte a ideia comum de que apenas o florescer representa perfeição, propondo que o desgaste também conta uma história – uma narrativa repleta de memória, experiência e profundidade.
Flores Velhas
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Sensações evocadas no poema O texto explora uma ampla gama de sensações, envolvendo diferentes sentidos: - Sensações táteis: “Um sopro que arrepia os ombros quase nus”.
- Sensações auditivas: “…ao chorar doente dos pianos”; “Da solidão regouga um cauteleiro rouco”; “Pede-me sempre esmola”.
- Sensações olfativas: “Exala-se, inda quente / Um cheiro salutar e honesto a pão no forno”; “Flocos de pós-de-arroz pairam sufocadores”.
- Sensações visuais: “E a vossa palidez romântica e lunar!”.
Análise Temática - "Flores Velhas"
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1ª Estrofe: O sujeito poético revisita um "jardinzinho agreste", cenário de lembranças amorosas sob a lua. Ao afirmar que "em tudo vi sorrir o amor que tu me deste", mostra que o sentimento ainda vive na memória. As imagens do "sol soberbo" e do "vôo sereno" ressaltam a grandeza e leveza desse amor, contrastando com a realidade atual. "Fui ontem visitar o jardinzinho agreste, Aonde tanta vez a lua nos beijou, E em tudo vi sorrir o amor que tu me deste, Soberba como um sol, serena como um vôo."
Análise Temática - "Flores Velhas"
"Em tudo cintilava o límpido poema Com ósculos rimado às luzes dos planetas: A abelha inda zumbia em torno da alfazema; E ondulava o matiz das leves borboletas."
2ª Estrofe: O poeta descreve um ambiente lírico e musical, com imagens como a abelha zumbindo na alfazema e borboletas ondulando no ar. Há uma fusão entre poesia e cosmos, sugerindo uma harmonia universal. No entanto, esse frescor pode ser apenas uma lembrança efêmera, reforçando o tema da transitoriedade, característico da poesia de Cesário Verde.
Análise Temática - "Flores Velhas"
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"Em tudo eu pude ver ainda a tua imagem, A imagem que inspirava os castos madrigais;E as vibrações, o rio, os astros, a paisagem, Traziam-me à memória idílios imortais."
3ª Estrofe: Os versos revelam a força da memória amorosa, onde a imagem da pessoa amada se reflete na natureza e na arte. O eu lírico vê nela a inspiração para a poesia (“castos madrigais”) e associa a paisagem a um amor idealizado e eterno (“idílios imortais”). A repetição da ideia reforça a intensidade do sentimento e a fusão entre emoção e mundo exterior.
Análise Temática - "Flores Velhas"
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"E nosso bom romance escrito num desterro, Com beijos sem ruído em noites sem luar, Fizeram-mo reler, mais tristes que um enterro, Os goivos, a baunilha e as rosas-de-toucar."
4ª Estrofe: Expressa a dor de reviver um amor passado. O romance, antes vivido discretamente ("beijos sem ruído"), agora é relido com tristeza profunda ("(...) reler, mais tristes que um enterro"). As flores evocam memórias sensoriais, transformando o passado belo numa lembrança melancólica e irreversível.
Análise Temática - "Flores Velhas"
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"Mas tu agora nunca, ah! Nunca mais te sentasNos bancos de tijolo em musgo atapetados, E eu não te beijarei, às horas sonolentas, Os dedos de marfim, polidos e delgados..."
5ª Estrofe: Expressa melancolia e perda. O poeta lamenta a ausência definitiva da pessoa amada, destacada pela repetição de "nunca mais". A imagem dos "bancos de tijolo em musgo atapetados" sugere abandono e passagem do tempo, enquanto os "dedos de marfim, polidos e delgados" remetem à delicadeza perdida.
Análise Temática - "Flores Velhas"
Go!
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Análise Temática - "Flores Velhas"
6ª Estrofe:A estrofe exprime arrependimento e autocrítica, com o eu lírico lamentando a sua incapacidade de compreender a beleza subtil (“harmonias mudas”). Esse fracasso leva-o a um estado de desilusão profunda (“grandes desalentos”). A última imagem, ao comparar o seu riso ao de Judas, sugere falsidade e culpa, associando o seu sofrimento a um remorso quase traiçoeiro.
"Eu, por não ter sabido amar os movimentos Da estrofe mais ideal das harmonias mudas, Eu sinto as decepções e os grandes desalentos E tenho um riso meu como o sorrir de Judas."
Go!
Análise Temática - "Flores Velhas"
7ª Estrofe: A estrofe transmite a efemeridade da felicidade, comparando-a a uma pena levada pelo mar, frágil diante das forças do destino. O eu lírico lamenta a perda de uma vida serena (“vida amena”) e reforça a irreversibilidade do passado com a repetição enfática de “nunca mais”. O tom é de resignação e saudade, evocando a impotência diante do tempo.
"E tudo enfim passou, passou como uma pena Que o mar leva no dorso exposto aos vendavais, E aquela doce vida, aquela vida amena, Ah! Nunca mais virá, meu lírio, nunca mais! para esta"
8ª Estrofe: Expressa saudade e decadência. O poeta evoca com ternura a amada ausente, contrastando o seu presente debilitado ("bem magro e bem curvado") com a lembrança vibrante do passado. A imagem da "saia roçagante" traz vivacidade à memória, enquanto o "céu aurirrosado" simboliza a felicidade perdida.
"Ó minha boa amiga, ó minha meiga amante! Quando ontem eu pisei, bem magro e bem curvado, A areia em que rangia a saia roçagante, Que foi na minha vida o céu aurirrosado,"
Análise Temática - "Flores Velhas"
Go!
Análise Temática - "Flores Velhas"
9ª estrofe: Evoca uma memória idealizada, em que o olhar da pessoa amada era símbolo de ternura e emoção. A referência ao “flórido passado” sugere um tempo feliz e distante, contrastando com o presente de saudade. O olhar, descrito como “moroso e delicado”, transmite suavidade e afeto, reforçando o tom nostálgico e a perda desse instante precioso.
"Diziam-me que tu, no flórido passado, Detinhas sobre mim, ao pé daquelas rosas, Aquele teu olhar moroso e delicado, Que fala de langor e de emoções mimosas;"
Go!
Análise Temática - "Flores Velhas"
10ª Estrofe:O eu lírico dirige-se a Clarisse com admiração e lamento, destacando a sua pureza e constância no afeto. No entanto, reconhece a própria incapacidade de aproveitar plenamente esse amor, expressa na metáfora de não saber “haurir do cálix da ventura” o néctar da felicidade. O tom é de arrependimento, sugerindo que a perda resultou da sua própria inaptidão para amar.
"E, ó pálida Clarisse, ó alma ardente e pura, Que não me desgostou nem uma vez sequer, Eu não sabia haurir do cálix da ventura O néctar que nos vem dos mimos da mulher."
Go!
Análise Temática - "Flores Velhas"
11ª Estrofe: O sujeito poético vê na natureza ecos do amor vivido. Os "tons comovedores" despertam lembranças, enquanto o vento e as flores simbolizam harmonia. A "exalação das várzeas" reforça a conexão entre sentimento e ambiente, tornando a natureza um reflexo de sua emoção. "Falou-me tudo, tudo, em tons comovedores, Do nosso amor, que uniu as almas de dois entes; As falas quase irmãs do vento com as flores E a mole exalação das várzeas recendentes."
Go!
Análise Temática - "Flores Velhas"
12ª Estrofe:Expressa uma ilusão momentânea, como se o eu lírico ainda pudesse reviver um amor perdido. O “ninho de afeições” sugere um lar sonhado, cheio de ternura, enquanto o “riso claro” e as “vozes das crianças” evocam a felicidade familiar que nunca se concretizou. As “nuvens esboçadas” e os “sonhos nutridos” reforçam a natureza efémera dessas esperanças, agora desfeitas.
"Inda pensei ouvir aquelas coisas mansas No ninho de afeições criado para ti, Por entre o riso claro, e as vozes das crianças, E as nuvens que esbocei, e os sonhos que nutri."
Go!
"Lembre-me muito, muito, ó símbolo das santas, Do tempo em que eu soltava as notas inspiradas, E sob aquele céu e sobre aquelas plantas Bebemos o elixir das tardes perfumadas."
Análise Temática - "Flores Velhas"
13ª Estrofe: Expressa nostalgia e idealização do passado. O poeta pede para ser lembrado pela amada, tratada como um ser puro ("símbolo das santas"). Ele relembra sua criatividade ("notas inspiradas") e a conexão entre amor, natureza e inspiração. A metáfora do "elixir das tardes perfumadas" simboliza a plenitude de um tempo irreversivelmente perdido.
Go!
"Eu tinha tão impresso o cunho da saudade, Que as ondas que formei das suas ilusões Fizeram-me enganar na minha soledade E as asas ir abrindo às minhas impressões."
Análise Temática - "Flores Velhas"
14ª Estrofe: O eu lírico está profundamente marcado pela saudade, a ponto de confundir ilusão e realidade. As “ondas das suas ilusões” sugerem um turbilhão de memórias que o levam ao engano na solidão (“soledade”). No entanto, essa nostalgia também o impulsiona, simbolizado por “abrir asas às impressões”, como se a dor inspirasse reflexão ou criação.
Go!
"Soltei com devoção lembranças inda escravas,No espaço construí fantásticos castelos, No tanque debrucei-me em que te debruçavas, E onde o luar parava os raios amarelos."
Análise Temática - "Flores Velhas"
15ª Estrofe: O sujeito poético entrega-se à memória do amor passado. Ao "soltar lembranças inda escravas", liberta sentimentos presos. A construção de "fantásticos castelos" simboliza a ilusão ou idealização do passado. Ao se debruçar sobre o tanque onde a amada esteve, revive momentos, enquanto a luz do luar reforça o tom nostálgico e melancólico.
Go!
"Cuidei até sentir, mais doce que uma prece, Suster a minha fé, num véu consolador, O teu divino olhar que as pedras amolece, E há muito me prendeu nos cárceres do amor."
Análise Temática - "Flores Velhas"
16ª Estrofe:Expressa um amor profundo e espiritual, comparado à doçura de uma prece. O eu lírico encontra refúgio nesse sentimento, que sustenta a sua fé. O olhar divino da pessoa amada amolece até corações duros. Esse amor intenso aprisiona-o, como um cárcere inescapável. A imagem da prisão simboliza a força e a entrega total ao amor.
Go!
"Os teus pequenos pés, aqueles pés suaves, Julguei-os esconder por entre as minhas mãos, E imaginei ouvir ao conversar das aves As célicas canções dos anjos teus irmãos."
Análise Temática - "Flores Velhas"
17ª Estrofe:Transmite uma visão delicada e angelical do ser amado, destacando a suavidade e pureza dos seus pés. O eu lírico deseja protegê-los, sugerindo um amor terno e quase sagrado. A conexão entre a amada e o divino é reforçada pela imagem das aves, cujo canto se assemelha a canções celestiais.
Go!
"E como na minha alma a luz era uma aurora, A aragem ao passar parece que me trouxe O som da tua voz, metálica, sonora, E o teu perfume forte, o teu perfume doce,"
Análise Temática - "Flores Velhas"
18ª Estrofe:Transmite uma atmosfera de deslumbramento e êxtase sensorial, onde a presença da amada se manifesta de forma quase mística. A comparação entre a luz na alma e a aurora sugere renovação e iluminação interior, simbolizando um amor que desperta e transforma.
Go!
"Agonizava o Sol gostosa e lentamente, Um sino que tangia, austero e com vagar, Vestia de tristeza esta paixão veemente, Esta doença enfim, que a morte há de curar."
Análise Temática - "Flores Velhas"
19ª Estrofe:Retrata um cenário melancólico e fatalista, onde o pôr do sol, descrito como uma agonia lenta e prazerosa, reflete o estado emocional do eu lírico. O sino, com seu toque austero e pausado, reforça a atmosfera de luto e resignação, associando a paixão intensa a um sofrimento inevitável.
Go!
"E quando me envolveu a noite, noite fria, Eu trouxe do jardim duas saudades roxas, E vim a meditar em que me cerraria, Depois de eu morrer, as pálpebras já frouxas."
Análise Temática - "Flores Velhas"
20ª Estrofe:A estrofe carrega um tom de melancolia e introspeção, em que a noite fria simboliza solidão e angústia. As "saudades roxas" remetem tanto à dor da ausência quanto à associação da cor roxa com luto e morte.
Go!
"Pois que, minha adorada, eu peço que não creias Que eu amo esta existência e não lhe queira um fim; Há tempos que não sinto o sangue pelas veias E a campa talvez seja afável para mim."
Análise Temática - "Flores Velhas"
21ª Estrofe:Revela um profundo desespero do eu lírico, que já não encontra alegria na vida. O apelo à amada para que não acredite na sua vontade de viver sugere um desejo de libertação. A ausência de vitalidade (“não sinto o sangue pelas veias”) reforça o cansaço emocional, enquanto a campa surge como um possível alívio, intensificando o tom melancólico e fatalista.
Go!
"Portanto, eu, que não cedo às atrações do gozo, Sem custo hei-de deixar as mágoas deste mundo, E, ó pálida mulher, de longo olhar piedoso, Em breve te olharei calado e moribundo."
Análise Temática - "Flores Velhas"
22ª Estrofe:O eu lírico expressa uma resignação melancólica, afirmando que abandonará a vida sem resistência, pois não se deixa seduzir pelo prazer. A “pálida mulher” pode representar a morte ou a amada, sendo descrita com um olhar piedoso, o que sugere compaixão. O verso final reforça a inevitabilidade do seu destino, antecipando um encontro silencioso e próximo com a morte.
Go!
"Mas quero só fugir das coisas e dos seres,Só quero abandonar a vida triste e má Na véspera do dia em que também morreres, Morreres de pesar, por eu não viver já!"
Análise Temática - "Flores Velhas"
23ª Estrofe:O sujeito poético expressa um desejo de evasão, afastando-se do mundo e do sofrimento. A ideia de morte surge como um alívio, mas também como um ato de vingança sentimental, pois deseja que a amada sinta pesar por sua ausência. O tom melancólico e fatalista destaca a dor do eu lírico, que encontra consolo na ideia de ser lamentado após sua partida.
Go!
"E não virás, chorosa, aos rústicos tapetes, Com lágrimas regar as plantações ruins; E esperarão por ti, naqueles alegretes, As dálias a chorar nos braços dos jasmins!"
Análise Temática - "Flores Velhas"
24ª Estrofe:O sujeito poético lamenta a ausência da amada, cuja presença poderia suavizar a aridez do ambiente e da alma. As lágrimas e as "plantações ruins" simbolizam dor e vazio. A imagem das "dálias a chorar nos braços dos jasmins" reforça a personificação da tristeza na natureza, refletindo a melancolia e a esperança frustrada do eu lírico.
Go!
O contraste entre a cidade e o campo é um dos temas fundamentais da poesia de Cesário Verde e revela-nos, por um lado, o seu amor ao rústico e ao natural e, por outro lado, uma certa renúncia à perversidade e aos valores urbanos a que, no entanto, adere.
Análise Temática - "Flores Velhas"
Go!
Neste poema, é abordada esta temática visto que a experiência recordada se passa num “jardinzinho agreste”, o que nos dá a impressão de ser um local isolado, afastado pela cidade, e para onde o sujeito poético e a amada fugiam quando pretendiam estar a sós. O facto de se chamar “desterro” a este jardim, indica que este era um local solitário, mas que permitia escapar ao confinamento da cidade. Ao revisitar esse jardim, as memórias desse amor agudizaram-se porque o próprio jardim ainda não o tinha esquecido.
Análise Temática - "Flores Velhas"
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Este amor só seria possível no campo, longe da cidade. Isto pode ser constatado através dos versos: “Eu trouxe do jardim duas saudades roxas, / E vim a meditar em quem me cerraria, / Depois de eu morrer, as pálpebras já frouxas.”, em que se verifica que após abandonar o campo, o sujeito poético é invadido por pensamentos mórbidos, acabando a sua felicidade, que neste caso, se prendia com as recordações de um amor passado. A cidade é, então, sinónimo de ausência de amor e, portanto, de vida.
Análise Temática - "Flores Velhas"
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Este contraste entre campo e cidade, entre vida e morte, está em tudo relacionado com o facto de o poeta ter sido afastado do campo na sua infância e, depois, ter sido enfraquecido pela cidade, o que fez com que, quando voltava para o campo, encontrasse sempre a energia perdida.
Análise Temática - "Flores Velhas"
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Outra das temáticas de Cesário Verde abordadas neste poema é a imagética feminina, relacionada também com a temática anterior. A mulher representada neste poema era do campo, sendo retratada como sendo frágil, de olhar “moroso e delicado” de “emoções mimosas”, de “alma ardente e pura”, “boa amiga”, “meiga amante” e uma “pálida mulher, de longo olhar piedoso”. Esta mulher tem, portanto, grandes qualidades, não pertencendo ao mundo da cidade, o que está de acordo com a imagem denegrida que Cesário Verde tem da cidade. Assim, a referida mulher é o sentido da vida do sujeito poético, sendo também a razão do seu desejo de morrer quando este regressa à cidade.
Análise Temática - "Flores Velhas"
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Outra das temáticas de Cesário Verde abordadas neste poema é a imagética feminina, relacionada também com a temática anterior. A mulher representada neste poema era do campo, sendo retratada como sendo frágil, de olhar “moroso e delicado” de “emoções mimosas”, de “alma ardente e pura”, “boa amiga”, “meiga amante” e uma “pálida mulher, de longo olhar piedoso”. Esta mulher tem, portanto, grandes qualidades, não pertencendo ao mundo da cidade, o que está de acordo com a imagem denegrida que Cesário Verde tem da cidade. Assim, a referida mulher é o sentido da vida do sujeito poético, sendo também a razão do seu desejo de morrer quando este regressa à cidade.
Análise Temática - "Flores Velhas"
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Outra das temáticas de Cesário Verde abordadas neste poema é a imagética feminina, relacionada também com a temática anterior. A mulher representada neste poema era do campo, sendo retratada como sendo frágil, de olhar “moroso e delicado” de “emoções mimosas”, de “alma ardente e pura”, “boa amiga”, “meiga amante” e uma “pálida mulher, de longo olhar piedoso”. Esta mulher tem, portanto, grandes qualidades, não pertencendo ao mundo da cidade, o que está de acordo com a imagem denegrida que Cesário Verde tem da cidade. Assim, a referida mulher é o sentido da vida do sujeito poético, sendo também a razão do seu desejo de morrer quando este regressa à cidade.
Análise Temática - "Flores Velhas"
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O poema é constituído por vinte e quatro (24) quadras. A estrutura rimática segue o seguinte padrão: - Rima alternada/cruzada: O 1º verso rima com o 3º, e o 2º rima com o 4º (ABAB).
"Em tudo cintilava o límpido poema (A) Com ósculos rimado às luzes dos planetas: (B) A abelha inda zumbia em torno da alfazema; (A) E ondulava o matiz das leves borboletas." (B)
Análise Formal - "Flores Velhas"
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A rima é, na sua maioria, consoante visto que existe uma correspondência total de sons a partir da última vogal tónica de cada um dos versos que rimam (pena / amena, vendavais / mais). Existem, no entanto, excepções em que a rima é toante, havendo correspondência na vogal tónica mas não sendo a rima total a partir daí (beijou / voo, ti / nutri).
Análise Formal - "Flores Velhas"
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Ainda em termos de rima, e analisando as estrofes no seu conjunto, pode-se dizer que existe uma predominância não muito significativa da rima rica: (escravas / debruçavas, castelos / amarelos, prece / amolece, consolador / amor…) sobre a rima pobre: (santas / plantas, inspiradas / perfumadas, desterro / enterro, atapetados / delgados…).
Análise Formal - "Flores Velhas"
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As estrofes são constituídas por versos alexandrinos (de doze sílabas), como se pode depreender através da seguinte análise do verso: “A / go / ni / za / va o / Sol / gos / to / sa e / len / ta / men / te, Um / si / no / que / tan / gia, / aus / te / ro e / com / va / gar, Ves / tia / de / tris / te / za es / ta / pai / xão / ve / e / men / te, Es / ta / doen / ça en / fim, / que a / mor / te / há / -de / cu / rar”
Análise Formal - "Flores Velhas"
Em termos de correntes literárias, e como já foi referido, Cesário Verde enquadra-se no Parnasianismo, o que se pode verificar neste poema pelas muitas descrições, acompanhadas de uma rica perceção sensorial e de uma adjetivação abundante, rica e expressiva, que, no entanto, não deixam de ser objetivas, claras e concretas.
Análise Final - "Flores Velhas"
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Grupo: Diogo Cabral Ian Rodrigues Pedro Vieitas Tomás Gouveia Nickson Cley
Obviamente que também existe uma dimensão subjetiva neste poema que decorre da transfiguração das descrições do jardim em outras descrições, nomeadamente da sua amada e do seu estado de espírito. Cesário Verde dá-nos uma ideia muito clara do jardim e depois faz com que vários pormenores desse mesmo jardim traduzam o seu estado psicológico (“E como na minha alma a luz era uma aurora…”) e sirvam também para descrever a sua amada (“Soberba como um sol, serena como um voo.”).
Análise Final - "Flores Velhas"
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O poema "A débil" retrata a fragilidade de uma jovem doente, em contraste com a força e vitalidade da natureza. Através de imagens como a “seiva”, os “frutos” e o “calor”, a natureza representa vida e saúde, enquanto a jovem permanece isolada e debilitada. Este contraste acentua o tom melancólico do poema e sublinha a distância entre o ser humano e o mundo natural que o rodeia.
"A Débil"
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Assunto poema "A débil" retrata a fragilidade de uma jovem doente, em contraste com a força e vitalidade da natureza. Através de imagens como a “seiva”, os “frutos” e o “calor”, a natureza representa vida e saúde, enquanto a jovem permanece isolada e debilitada. Este contraste acentua o tom melancólico do poema e sublinha a distância entre o ser humano e o mundo natural que o rodeia.
"A Débil"
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“E eu, que urdia estes fáceis esbocetos,Julguei ver, com a vista de poeta, Uma pombinha tímida e quieta Num bando ameaçador de corvos pretos.”
Este poema mostra a fragilidade física e espiritual de uma jovem doente, marcada pela reclusão e pela perda de vitalidade. O poeta estabelece um forte contraste entre essa figura pálida e debilitada e a força da natureza, que surge como símbolo de vida, saúde e energia. Através deste, o poema transmite uma atmosfera melancólica e reflexiva, denunciando também, de forma subtil, as condições sociais e urbanas que podem contribuir para esse estado de enfermidade.
Análise Temática - "A Débil"
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Sensações evocadas no poema O texto explora uma ampla gama de sensações, envolvendo diferentes sentidos: - Sensação Visual: "O teu corpo que pulsa, alegre e brando,"
- Sensação Auditiva: "Uma turba ruidosa, negra, espessa,."
- Sensação Tátil: "Seguias a pensar no teu bordado"
- Sensação Olfativa: "Na frescura dos linhos matinais."
Análise Temática - "A Débil"
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A Mulher
O sujeito lírico serve-se de um conjunto de termos para caracterizar esta típica mulher: "frágil, assustada, recatada, honesta, fraca, natural, dócil, recolhida", remetendo para a sua caracterização psicológica. Já os vocábulos "loura, de corpo alegre e brando, cintura estreita, adorável, com elegância e sem ostentação, esbelta e fina, ténue" remetem para o seu aspeto físico. 9. Este poema põe em relevo uma figura feminina que escapa à típica mulher citadina, a mulher que surge no espaço rural. O retrato da figura feminina está associado à mulher do campo que se movimenta num espaço que lhe é estranho. Assim, esta sente-se perdida, necessitando de proteção masculina pois sente-se desnorteada num espaço que não está adequado à sua fragilidade.
Análise Temática - "A Débil"
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"Eu, que sou feio, sólido, leal, A ti, que és bela, frágil, assustada, Quero estimar-te sempre, recatada Numa existência honesta, de cristal."
1ª Estrofe: O eu lírico opõe-se à figura feminina, contrastando a sua feiura, solidez e lealdade com a beleza e fragilidade dela. A mulher é idealizada, quase etérea, associada à pureza ("cristal"). Essa oposição estabelece um jogo simbólico entre masculino e feminino, força e delicadeza, matéria e sonho, típico da poesia romântica e decadentista.
Análise Temática - "A Débil"
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"Eu, que sou feio, sólido, leal, A ti, que és bela, frágil, assustada, Quero estimar-te sempre, recatada Numa existência honesta, de cristal."
1ª Estrofe: O eu lírico opõe-se à figura feminina, contrastando a sua feiura, solidez e lealdade com a beleza e fragilidade dela. A mulher é idealizada, quase etérea, associada à pureza ("cristal"). Essa oposição estabelece um jogo simbólico entre masculino e feminino, força e delicadeza, matéria e sonho, típico da poesia romântica e decadentista.
Análise Temática - "A Débil"
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"Sentado à mesa dum café devasso, Ao avistar-te, há pouco, fraca e loura, Nesta Babel tão velha e corruptora, Tive tenções de oferecer-te o braço."
2ª Estrofe: O cenário muda para um café boémio, espaço associado à decadência e ao vício. A mulher, loura e frágil, surge como contraste à corrupção do ambiente — uma presença quase sagrada no meio do caos ("Babel"). O eu lírico sente o impulso de ampará-la, revelando tanto a sua atração, quanto sua vontade de proteção.
Análise Temática - "A Débil"
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"E, quando socorreste um miserável, Eu, que bebia cálices de absinto, Mandei ir a garrafa, porque sinto Que me tornas prestante, bom, saudável."
3ª Estrofe: O gesto caridoso da mulher inspira uma mudança interior no poeta. Ele, imerso na bebida e na boemia (absinto como símbolo de decadência), sente-se elevado moralmente pela presença dela. A mulher adquire aqui um poder redentor, quase religioso.
Análise Temática - "A Débil"
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""Ela aí vem!" disse eu para os demais; E pus-me a olhar, vexado e suspirando, O teu corpo que pulsa, alegre e brando, Na frescura dos linhos matinais."
4ª Estrofe: Há um erotismo velado na observação do corpo feminino, descrito com delicadeza e frescor. A linguagem é sensorial, e o "linho matinal" evoca pureza e juventude. O poeta sente-se envergonhado pela sua própria excitação, reforçando a sua posição inferior diante da figura idealizada.
Análise Temática - "A Débil"
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"Via-te pela porta envidraçada; E invejava, — talvez que não o suspeites! - Esse vestido simples, sem enfeites, Nessa cintura tenra, imaculada."
5ª Estrofe: O olhar do poeta é filtrado por uma porta de vidro, metáfora da distância entre ele e o objeto do seu desejo. A mulher é vista como pura e modesta, reforçando o seu papel como símbolo de virtude. A sensualidade aparece de forma contida, sempre subordinada à ideia de inocência.
Análise Temática - "A Débil"
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"Ia passando, a quatro, o patriarca. Triste eu saí. Doía-me a cabeça. Uma turba ruidosa, negra, espessa, Voltava das exéquias dum monarca."
6ª Estrofe: Esta estrofe introduz o tema da morte e da decadência coletiva. A referência ao "patriarca" e ao funeral de um rei sugere a queda de antigos valores. A dor de cabeça do poeta pode simbolizar tanto o mal-estar físico quanto um desconforto existencial diante da sociedade corrupta.
Análise Temática - "A Débil"
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"Adorável! Tu, muito natural, Seguias a pensar no teu bordado; Avultava, num largo arborizado, Uma estátua de rei num pedestal."
7ª Estrofe: A mulher é retratada na sua simplicidade e naturalidade, concentrada em algo delicado e doméstico ("bordado"). A estátua do rei no fundo parece uma ironia — um símbolo morto e rígido da autoridade, enquanto a jovem representa a vida e a sensibilidade autênticas.
Análise Temática - "A Débil"
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"Sorriam, nos seus trens, os titulares; E ao claro sol, guardava-te, no entanto, A tua boa mãe, que te ama tanto, Que não te morrerá sem te casares!"
8ª Estrofe: A sociedade aristocrática, representada pelos "titulares", é mostrada como superficial. Em contraste, a figura da mãe é apresentada com ternura, reforçando a imagem da jovem como pertencente a uma moral familiar tradicional. O casamento aparece como objetivo último e quase obrigatório.
Análise Temática - "A Débil"
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"Soberbo dia! Impunha-me respeito A limpidez do teu semblante grego; E uma família, um ninho de sossego, Desejava beijar sobre o teu peito."
9ª Estrofe: O eu lírico revela admiração pela figura da jovem, cuja beleza clássica (“semblante grego”) impõe respeito e elevação moral. A menção ao “ninho de sossego” associa a mulher ao ideal romântico e burguês da maternidade e do lar, reforçando a valorização da família como refúgio de paz. A visão da mulher é idealizada e coloca-a como centro de uma aspiração afetiva e doméstica.
Análise Temática - "A Débil"
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"Com elegância e sem ostentação, Atravessavas branca, esbelta e fina, Uma chusma de padres de batina, E de altos funcionários da nação."
10ª Estrofe: A figura feminina é descrita com discrição e graça, contrastando com o ambiente institucional e masculino que a rodeia. A sua passagem por entre padres e funcionários do Estado reforça a ideia de pureza e distinção face a uma sociedade marcada por formalismos e hierarquias. A mulher surge como presença subtil mas marcante, quase como um símbolo de elevação moral e estética em meio ao peso da autoridade tradicional.
Análise Temática - "A Débil"
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""Mas se a atropela o povo turbulento! Se fosse, por acaso, ali pisada!" De repente, paraste embaraçada Ao pé dum numeroso ajuntamento."
11ª Estrofe: O eu lírico expressa preocupação com a fragilidade da jovem ao imaginar o risco de ela ser atropelada pela multidão agitada. A sua reação de parar embaraçada diante do ajuntamento reforça a imagem de vulnerabilidade e delicadeza atribuída à figura feminina. Este contraste entre a pureza da mulher e o caos da cidade destaca a crítica social presente no poema, evidenciando a tensão entre o ideal feminino e o ambiente urbano opressor.
Análise Temática - "A Débil"
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"E eu, que urdia estes fáceis esbocetos, Julguei ver, com a vista de poeta, Uma pombinha tímida e quieta Num bando ameaçador de corvos pretos."
12ª Estrofe: O eu lírico projeta uma imagem poética da jovem como símbolo de pureza e fragilidade (“pombinha tímida”), em contraste com a hostilidade do ambiente (“corvos pretos”), destacando a tensão entre o ideal feminino e a dureza da vida urbana.
Análise Temática - "A Débil"
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"E foi, então, que eu, homem varonil, Quis dedicar-te a minha pobre vida, A ti, que és tênue, dócil, recolhida, Eu, que sou hábil, prático, viril."
13ª Estrofe: O eu lírico declara o desejo de proteger e dedicar-se à jovem, reforçando papéis de género tradicionais: ela é frágil e submissa, ele é forte e viril. A relação é marcada por um ideal de complementaridade entre a delicadeza feminina e a força masculina.
Análise Temática - "A Débil"
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Em termos de correntes literárias, e como já foi referido, Cesário Verde enquadra-se no Parnasianismo, o que se pode verificar neste poema através da forte presença de descrições minuciosas, construídas com grande rigor formal, além de uma linguagem precisa e sensorialmente rica. Há uma adjetivação abundante e expressiva, mas que mantém sempre um tom de objetividade e clareza, características centrais do Parnasianismo. A atenção ao detalhe, o gosto pelo vocabulário culto e técnico, e o distanciamento emocional do eu poético reforçam esse enquadramento estético, apesar de também haver alguns indícios de realismo, especialmente na descrição do ambiente urbano e da doença.
Análise Temática - "A Débil"
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O sujeito poético caracteriza os espaços citadinos de forma negativa. Nestes espaços movimentam-se figuras sórdidas, que ele caracteriza por “turba ruidosa, negra" e por " uma chusma de padres de batina". Tal permite destacar a fragilidade da jovem, que torna estes locais mais brilhantes e atrativos. Com o intuito de evidenciar o contraste entre o espaço e a jovem senhora, o sujeito poético faz referência à agitação e à confusão que predominam na cidade, onde sobressaem as diferentes classes sociais.
Análise Temática - "A Débil"
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Eu, que sou feio, sólido, leal, (A) A ti, que és bela, frágil, assustada, (B) Quero estimar-te sempre, recatada (B) Numa existência honesta, de cristal. (A)
O poema "A Débil", de Cesário Verde, é composto por 13 quadras (estrofes de quatro versos), totalizando 52 versos. Estrutura Rimática: O padrão de rima predominante é o de rima emparelhada e interpolada, com o seguinte esquema:
Análise Formal - "A Débil"
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A rima é, na sua maioria, consoante, pois há uma correspondência total de sons a partir da última vogal tónica dos versos que rimam, como nos pares: leal / cristal, devasso / braço, absinto / sinto. Entretanto, podem ocorrer rimas toantes em alguns momentos, quando há correspondência apenas na vogal tónica, como em: assustada / recatada ou miserável / saudável — nestes casos, há semelhança sonora parcial, sem plena coincidência dos fonemas após a vogal tónica.
Análise Formal - "A Débil"
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A rima é, na sua maioria, consoante, pois há uma correspondência total de sons a partir da última vogal tónica dos versos que rimam, como nos pares: azulejos / bochechos, guisados / enfadados, tuberculosa / ansiosa. Entretanto, podem ocorrer rimas toantes em alguns momentos, quando há correspondência apenas na vogal tónica, como em: feia / bebia ou doce / moça — nestes casos, há semelhança sonora parcial, sem plena coincidência dos fonemas após a vogal tónica.
Análise Formal - "A Débil"
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Ainda em termos de rima, e analisando as estrofes no seu conjunto, pode-se dizer que há uma predominância leve da rima rica, que ocorre quando as palavras que rimam pertencem a classes gramaticais diferentes ou possuem sons menos previsíveis, como: leal, cristal/ absinto, sinto/ devasso, braço/ poeta,quieta No entanto, também há presença de rima pobre, em que os vocábulos que rimam pertencem à mesma classe gramatical e têm sons semelhantes, como: / assustada,recatada / loura, vora/ saí, rei/ banco, branco
Análise Formal - "A Débil"
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As estrofes do poema são constituídas por versos alexandrinos, ou seja, versos de doze sílabas métricas, com uma cesura (pausa rítmica) típica após a 6ª sílaba. Como se pode comprovar pela escansão dos seguintes versos: "A / go / ni / za / va o / Sol / gos / to / sa e / len / ta / men / te" → 12 sílabas métricas (pausa após “Sol”). "Um / si / no / que / tan / gia, / aus / te / ro e / com / va / gar" → 12 sílabas métricas (pausa após “tangia”).
Análise Formal - "A Débil"
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No poema "A Débil", Cesário Verde constrói um retrato sensível e idealizado da figura feminina, representada como frágil, pura e inspiradora. O sujeito poético, ao descrever-se como “feio, sólido, leal”, contrasta com a mulher que observa, “bela, frágil, assustada”, estabelecendo desde o início uma dicotomia entre o eu e o outro. Este contraste é reforçado ao longo do poema, culminando na antítese: “A ti, que és ténue, dócil, recolhida, / Eu, que sou hábil, prático, viril”.
Análise Final- "A Débil"
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Cesário Verde utiliza um vocabulário preciso e exato, e as suas descrições dão-nos uma visão perfeita da realidade. Além disso, imprime objetividade ao conteúdo, afastando-se do lirismo romântico. O poema está cheio de referências à realidade social, onde se perceciona a crítica e a ironia de que Cesário Verde se serve e que refletem o seu caráter subjetivo.
Análise Final- "A Débil"
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Cesário Verde utiliza, ainda, quadras e versos decassilábicos que permitem uma maior aproximação à prosa. As sonoridades mais utilizadas no poema são as aliterações e o tipo de frase predominante é o tipo declarativo. Ao longo de todo o poema são visíveis vários exemplos de adjetivação expressiva, o que reforça a forma como o sujeito poético caracteriza as duas realidades presentes – o campo e a cidade. O sujeito lírico dá bastante importância ao imperfeito do indicativo neste poema para indicar que o fascínio que a “Débil” exerceu sobre ele é durável e que perdura.
Análise Final- "A Débil"
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Grupo: Diogo Cabral Ian Rodrigues Pedro Vieitas Tomás Gouveia Nickson Cley
E obviamente que também existe uma dimensão subjetiva neste poema, que se revela através da forma como Cesário Verde transfigura a realidade observada, especialmente o ambiente doméstico e o estado de saúde da jovem, em reflexos do seu próprio estado emocional.
Análise Final- "A Débil"
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Grupo: Diogo Cabral Ian Rodrigues Pedro Vieitas Tomás Gouveia Nickson Cley
Em termos de correntes literárias, Cesário Verde insere-se no Realismo com influências do Parnasianismo, o que se manifesta neste poema através da descrição minuciosa da figura feminina e do contraste entre esta e o ambiente urbano. A adjetivação rica e expressiva revela uma perceção sensorial apurada, sem perder clareza ou objetividade. A jovem surge como símbolo de delicadeza e recato, enquanto o eu lírico, prático e viril, a observa com ternura, refletindo papéis sociais bem definidos.
Análise Final- "A Débil"
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("Num Bairro Moderno", vv. 1-2) ; (“Cristalizações”, vv. 1-5)
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A Vida Quotidiana
“Dez horas da manhã: os transparentes matizam uma casa apalaçada"; “Faz frio. Mas, depois duns dias de aguaceiros, / Vibra uma imensa claridade crua. / De cócoras, em linha os calceteiros, / Com lentidão, terrosos e grosseiros, / Calçam de lado a lado a longa rua,”
"Num Bairro Moderno"
Cesário Verde inspira-se nas situações do dia-a-dia para construir os seus poemas. É a realidade comum, por vezes aparentemente insignificante, que serve de base à expressão das suas ideias e sentimentos. As figuras poéticas que cria observam com atenção o que as rodeia, dando valor ao que, para outros, passaria despercebido. Esta capacidade de transformar o trivial em arte levou a que fosse apelidado de "repórter do quotidiano" e "poeta pintor", pela forma minuciosa e visual com que retrata o real.
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"Num Bairro Moderno"
Trata-se de um poema narrativo e o tema principal é a oposição ou binómio campo-cidade, estando ainda presente o tema da mulher. A supremacia exercida pela cidade sobre o campo leva o poeta a tratar estes dois espaços em termos dicotómicos. O contacto com o campo na sua infância determina a visão que dele nos dá e a sua preferência.
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"Num Bairro Moderno"
O poema "Num Bairro Moderno" é exemplificativo de um dos traços característicos da poesia de Cesário Verde - a deambulação. Deambulando, então, pela cidade de Lisboa, o sujeito poético descreve de forma minuciosa e concreta, tudo o que está à sua volta. Nos primeiros versos estão presentes o espaço e o tempo, como se o autor tivesse acabado de escolher um lugar e uma hora para retratar num quadro a vida quotidiana da cidade de Lisboa.
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Análise Temática - "Num Bairro Moderno"
Tema Deambulação do sujeito poético, "Eu descia, sem muita pressa, / para o meu emprego". Assunto O sujeito poético deambula "num bairro moderno", «pintando» uma Lisboa oitocentista com o pitoresco e figuras típicas da cidade: "os transparentes", "uma rapariga", "um criado", "padeiros" e "um pequerrucho".
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Análise Temática - "Num Bairro Moderno"
Tempo São "dez horas da manhã" de um dia "de Agosto" com "sol" e "calor" Espaço O sujeito poético deambula "num bairro moderno", de Lisboa, descendo em direção ao seu "emprego", dando-nos a conhecer, em vários planos, tudo o que vê: a "casa apalaçada", "os jardins", a "larga rua macadamizada" e os "rez-de-chaussée".
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Análise Temática - "Num Bairro Moderno"
"E vejo, à porta, a mãe de saia branca e curta, Que está casada com um caixeiro de balcão." (est. 5)
Temática do quotidiano Cesário Verde, ao longo do poema, retrata a vida diária no bairro, com as suas rotinas, personagens e cenários. Os detalhes observacionais são uma marca registada do autor, que captura a essência do que poderia ser considerado banal, mas que, na verdade, revela muito sobre a condição humana e social.
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Análise Temática - "Num Bairro Moderno"
"Passam gaiatas descalças, de saias de chita,E há varinas que apregoam o peixe na rua;E os taberneiros, assentando à soleira,Bebem, fumam, discutem política crua." (est.6)
A Vida Urbana: O poeta descreve o movimento das pessoas, o comércio, as interações sociais e a agitação típica de um bairro moderno. Essa descrição é rica em detalhes sensoriais, permitindo que o leitor visualize e quase sinta o ambiente.
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Análise Temática - "Num Bairro Moderno"
"Mas eu prefiro aqui — onde o turbilhão abrasa, E arrasta os operários nas roupas de brim pardo, E as varinas que vêm de chinela e sem asa, E os cavalheiros de casaca e nardo." (est.8)
Contrastes Sociais: A obra também sugere uma crítica às desigualdades sociais presentes na cidade. O quotidiano das classes trabalhadoras é contrastado com a vida das classes mais abastadas, refletindo uma sociedade em transformação, onde o progresso nem sempre traz benefícios para todos.
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Análise Temática - "Num Bairro Moderno"
"Na montra, arruamentos de vidro, que a poeira E os reflexos do gás tornam gazes de cor, Mostram, sob a crivagem da luz de uma maneira, Os ricos couros de um tonelador." (est.3)
Linguagem e Estilo A linguagem de Cesário Verde é marcada por uma observação minuciosa e uma sensibilidade estética que transforma o quotidiano em arte. Ele utiliza uma variedade de recursos poéticos, como a metáfora, a aliteração e a sinestesia, que enriquecem a experiência do leitor. Por exemplo, a escolha de palavras e imagens que evocam sensações visuais e auditivas ajuda a criar uma atmosfera vibrante e realista.
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Análise Temática - "Num Bairro Moderno"
Neste poema estão presentes vários tipos de recursos estilísticos, sendo esses:
- Sinestesia: manifestação através de uma mesma expressão de sensações captadas por orgãos sensoriais diferentes : "com brancuras quentes" (est.1)
- Hipaláge: consiste em atribuir a um objeto características que pertencem à pessoa que as usa: "Rez-de-chaussée repousam sessegados" (est.2).
- Hipérbole: "Com as tonturas duma apoplexia" (est.3)
- Estrangeirismo: "Rez-de-chaussée"
- Ironia: "Como é saudável ter o seu conchego./ E a sua vida fácil!"(est. 3)
- Metáfora: "O Sol dourava o céu"
- Dupla adjetivação: "verdura rústica, abundante"
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Análise Temática - "Num Bairro Moderno"
«pinceladas impressionistas» do poeta-pintor:
- Tripla adjetivação: "...rota,pequenina, azafamada" (est. )
- Comparação: "Como um realho da horta aglomerada" (est. ).
- Personificação: "...nas faces duns alperses."
- Adjetivação da mulher do campo: "...tamancos. /...o algodão azul da meia./ ...esguelhada, feia. /...bracinhos brancos." (est. )
- Desigualdade social e desprezo pela rapariga: "Atira um cobre lívido"
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Análise Formal - "Num Bairro Moderno"
Estrutura e forma O poema é escrito em versos livres, o que permite uma fluidez que se assemelha à própria dinâmica da vida urbana. A falta de um esquema rítmico fixo pode ser interpretada como um reflexo da desordem e da multiplicidade de experiências que caracterizam o quotidiano das cidades modernas.
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Análise Formal - "Num Bairro Moderno"
O poema é constituído por 20 estrofes. Cada estrofe tem cinco versos (quintilha).Os versos são decassilábicos (10 sílabas métricas): De/z ho/ras /da /ma/ nhã;/ os /trans/ pa/ ren/ tes Rima e esquema rimático: "Dez horas da manhã; os transparentes A (cruzada) Matizam uma casa apalaçada; B Pelos jardins estancam-se as nascentes, A (emparelhada) E fere a vista, com brancuras quentes, A A larga macadamizada." B
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Análise Final - "Num Bairro Moderno"
Podemos dizer que "Num Bairro Moderno" temos a observação do quotidiano e Realismo.Cesário Verde destaca-se pela sua capacidade de captar o quotidiano urbano com um olhar minucioso e quase fotográfico. Neste poema, ele assume a postura de um observador atento, descrevendo as cenas da cidade com um realismo vívido e detalhado.
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Análise Final - "Num Bairro Moderno"
Quotidiano como Matéria Poética:
- O poeta transforma a vida comum em arte, dando atenção a elementos antes ignorados na poesia.
- O realismo manifesta-se na descrição objetiva da cidade, sem idealização.
- O quotidiano é analisado de forma crítica, mostrando a coexistência entre modernidade e degradação social.
- Cesário Verde aproxima a poesia da narrativa visual, criando um retrato fiel da sociedade da época.
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"NÓS"
O poema possui uma estrutura bem definida, com um intróito (início) e um epílogo (conclusão), sendo a morte o seu tema central. Na primeira parte, predominam os verbos no pretérito perfeito, reforçando a ideia de que os acontecimentos ocorreram no passado, embora também haja uso do presente. As exclamações ao longo do texto expressam espanto e calamidade, revelando o impacto dos acontecimentos sobre o eu lírico. Além disso, o poema utiliza muitos deícticos — especialmente espaciais e temporais — que ajudam a construir a imagem do cenário e situar as ações, destacando o rigor formal e a observação característica de Cesário Verde.
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Análise Temática - "Nós"
Tema O poema “Nós” pode ser considerado um tema autobiógrafico de Cesário Verde, mas é realçada a segunda intenção do autor: um elogio do campo, à vida que este local dá a Verde. O contraste cidade/campo é um dos temas fundamentais da poesia de Cesário e revela-nos o seu amor ao rústico e natural, que celebra por oposição a um certo repúdio da perversidade e dos valores urbanos a que, no entanto, adere.
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Análise Temática - "Nós"
Explora o desequilíbrio entre o homem e o ambiente urbano, enaltecendo o campo como espaço de regeneração e autenticidade. É uma reflexão sobre a fragilidade da civilização perante a natureza e sobre a dualidade entre o progresso e a simplicidade. Esta oposição cidade/campo, umas das caracterésticas temáticas do autor, não só é associada ao campo e à cidade, mas também ao belo/feio, claro/escuro e força/fragilidade respetivamente
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Análise Temática - "Nós"
Assunto O poema “Nós” descreve a fuga da população urbana, ameaçada por epidemias como a cólera e a febre, para o campo, onde procura refúgio e tranquilidade. Ao longo da narrativa, o eu lírico relata a forma como ele e os outros redescobrem a beleza, a fertilidade e a simplicidade da vida rural. O campo surge como um espaço de regeneração física e espiritual, em oposição ao ambiente doentio, caótico e artificial da cidade. O poeta utiliza um olhar realista e crítico para contrastar estes dois mundos, refletindo sobre os valores da natureza e os males do progresso urbano. Esta oposição revela a fragilidade da civilização moderna face à força vital da natureza.
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Análise Temática - "Nós"
Tempo O tempo do poema é cronológico, decorrendo durante dois verões consecutivos, quando ocorrem surtos de cólera e febre na cidade. A ação acompanha a fuga da população urbana para o campo. Além disso, há um tempo reflexivo, marcado pelas observações e sentimentos do eu lírico ao longo dessa vivência rural.
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Análise Temática - "Nós"
Espaço O poema apresenta dois espaços contrastantes: a cidade, associada à doença, medo e degradação, e o campo, ligado à saúde, tranquilidade e fertilidade. A cidade é um espaço opressivo, enquanto o campo surge como refúgio e símbolo de regeneração. Este contraste reforça a crítica à vida urbana e a valorização da natureza.
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Análise Temática - "NÓS"
1.ª Parte – Fuga da Cidade A cidade é retratada como um lugar de morte e caos, assolado por epidemias. A família do sujeito poético foge com urgência, refletindo o medo coletivo. O tom é tenso, com linguagem expressiva e verbos no pretérito perfeito. Há forte carga autobiográfica, já que Cesário Verde também viveu essa experiência.
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Análise Temática - "NÓS"
"Foi quando em dois verões, seguidamente, a Febre E a Cólera também andaram na cidade, Que esta população, com um terror de lebre, Fugiu da capital como da tempestade." Este excerto mostra o momento de pânico e fuga causado pelas epidemias. O uso de verbos no passado e comparações intensas transmite o clima de urgência e medo.
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Análise Temática - "NÓS"
2.ª Parte – Estadia no Campo No campo, o ambiente é mais calmo, mas não idealizado. É um refúgio provisório, sem conforto, onde o poeta observa a vida rural com olhar realista e descritivo. A linguagem é objetiva, sem romantismo, revelando o contraste entre campo e cidade.
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Análise Temática - "NÓS"
"Então, na solidão, no campo, no retiro, Eu vi, senti, pensei tanta, tanta verdade! Que ainda agora creio ouvir no ar o suspiro Das tardes de abandono e de simplicidade..." Aqui vemos o tom mais calmo do campo, mas também reflexivo. O sujeito poético observa e medita, longe do caos urbano, com uma linguagem sensorial e introspetiva.
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Análise Formal - "Nós"
3.ª Parte – Retorno à CidadeO regresso revela uma cidade marcada pela morte e pela ausência. O tom torna-se reflexivo e melancólico. A perda é evidente, e a morte impõe-se como tema central. O sujeito poético amadurece, reconhecendo a fragilidade da vida. "Morreram todos. Nós salvámo-nos na fuga." Esta frase curta e direta carrega grande carga emocional. O retorno à cidade revela a devastação e a morte deixadas para trás, marcando o encerramento dramático do ciclo.
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"Foi quando em dois verões, seguidamente, A febre e o cólera também andaram na cidade, Que esta população, com um terror de lebre, Fugiu da capital como da tempestade." (est.1)
Análise Temática - "NÓS"
Linguagem e Estilo: A linguagem é realista, descritiva e detalhada, com vocabulário variado e por vezes técnico. O estilo combina observação minuciosa com ironia subtil e descrições visuais ricas. Os versos longos e fluidos aproximam-se da prosa, reforçando o tom narrativo e reflexivo do poema.
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Análise Temática - "NÓS"
Recursos Expressivos Sinestesia - mistura a visão (tempestade) com a sensação de movimento e urgência, criando uma perceção intensificada da fuga "Fugiu da capital como da tempestade."
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Análise Temática - "NÓS"
Híperbole: "Fugiu da capital como da tempestade." Aqui, o exagero está na ideia de que a fuga da cidade foi tão urgente e desesperada quanto a intensidade e rapidez de uma tempestade. Esse exagero reforça o pânico e a pressa da população ao deixar a cidade.
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Gradação - Sucessão de pelo menos três termos sintaticamente equivalentes organizados segundo uma ordem crescente. "Nem um Navio entrava a barra,/A alfândega, parou nenhuma loja abria,..." Personificação - Atribuição de sentimentos, ações ou ideias do ser humano. "Num ímpeto de seiva os arvoretos fartos,/(...), Amarram-se"
Análise Formal - "Nós"
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Perífrase - Uso de uma expressão composta por vários termos em vez da possibilidade de usar apenas uma palavra. "...o chefe antigo e bom da nossa casa/(...) Não quis voltar senão depois das grandes chuvas" Antítese - Aproximação de duas palavras antónimas ( que se comportam como opostos). "Desde o calor de Maio aos frios de Novembro".
Análise Formal - "Nós"
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Análise Formal - "NÓS"
Estrutura Externa O poema em análise é o mais extenso da obra de Cesário Verde, composto por 128 quadras. Na sua primeira parte, encontram-se 12 estrofes escritas em versos alexandrinos, ou seja, com doze sílabas métricas. A estrutura revela um forte rigor formal, característica marcante do movimento literário conhecido como Parnasianismo, que se opõe ao sentimentalismo do Romantismo.
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Análise Formal - "NÓS"
A rima nesta parte é cruzada em algumas estrofes (ABAB) e interpolada e emparelhada noutras (ABBA) ► (ABAB) ► “Foi quando em dois verões, seguidamente, a Febre A ► E a Cólera também andaram na cidade, B ► Que esta população, com um terror de lebre, A ► Fugiu da capital como da tempestade.” B ► (ABBA) ► “Se acaso o conta, ainda a fronte se lhe enruga: A ► E o que se ouvia sempre era o dobrar dos sinos; B ► Mesmo no nosso prédio, os outros inquilinos B ► Morreram todos. Nós salvámo-nos na fuga.” A
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Conclusão Final
No poema "Nós" a cidade personifica a ausência de amor e, consequentemente, de vida. Ela surge como uma prisão que desperta no sujeito “um desejo absurdo de sofrer”. É um foco de infeções, de doença, de MORTE. É um símbolo de opressão, de injustiça, de industrialização, e surge, por vezes, como ponto de partida para evocações, divagações. O campo, por oposição, aparece associado à vitalidade, à alegria do trabalho produtivo e útil, nunca como fonte de devaneio sentimental. Aparece ligado à fertilidade, à saúde, à liberdade, à VIDA.
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NOTA: O mito de Anteu permite caracterizar o novo vigor que se manifesta quando há um reencontro com a origem, com a mãe-terra. É assim que se pode falar deste mito em Cesário Verde na medida em que o contacto com o campo parece reanimá-lo, dando-lhe forças, energias, saúde.
Grupo: Ivan Fernandes João Monteiro Miguel Rafael Vidal Samuel Gaboleiro
Conclusão Final
A força inspiradora de Cesário é a terra-mãe, daí surgir o mito de Anteu, uma vez que a terra é força vital para Cesário. O poeta encontra a energia perdida quando volta para o campo, anima-o, revitaliza-o, dá-lhe saúde, tal como Anteu era invencível quando estava em contacto com a mãe-terra. É no poema Nós que Cesário revela melhor o seu amor ao campo, elogiando-o por oposição à cidade e considerando-o “um salutar refúgio”.
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Emoções Humanas
Info
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“Hoje eu sei quanto custam a criar / As cepas, desde que as podo e empo. / Ah! O campo não é um passatempo / Com bucolismos, rouxinóis, luar.” ("De Tarde", II, vv. 279, 280, 281, 282).
Num Bairro Moderno
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Nesta obra, Cesário Verde reflete sobre o contraste entre a vida agitada e moderna da cidade e o vazio emocional que essa vida pode trazer. Há uma sensação de isolamento e insatisfação que permeia o poema, especialmente na descrição das pessoas que vivem no bairro. Ele captura o sentimento de alienação e a superficialidade das relações humanas nesse cenário urbano.
Análise Temática - "Num Bairro Moderno"
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O poema transmite um sentimento de desencanto e insatisfação com a modernidade. O eu lírico observa a cidade com um olhar crítico, revelando uma mistura de fascínio e repulsa. Ele sente-se deslocado nesse ambiente e questiona a transformação da vida urbana, onde a ostentação convive com a pobreza extrema. Há também um tom melancólico e reflexivo, que evidencia o conflito entre progresso e humanização.
Que ideias ou sentimentos a obra transmite?
Análise Temática - "Num Bairro Moderno"
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Há alguma mensagem explícita ou implícita? Explicitamente, o poema descreve cenas do bairro moderno, mostrando o contraste entre a opulência das construções e a precariedade dos trabalhadores urbanos. Implicitamente, há uma crítica à desumanização da sociedade moderna. O progresso é retratado como algo superficial, que ignora as dificuldades das classes mais baixas. A cidade, ao invés de ser um espaço de harmonia, é um local de segregação e desigualdade.
Análise Temática - "Num Bairro Moderno"
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Como a técnica usada influencia a experiência do espetador ou leitor?O uso de descrições detalhadas e imagens contrastantes faz com que o leitor se sinta imerso na cidade, experimentando tanto o brilho das vitrines quanto a angústia das ruas escuras. A estrutura do poema, que alterna cenas de luxo e miséria, reforça a sensação de desconforto e inquietação.
Análise Formal- "Num Bairro Moderno"
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Há padrões estéticos ou estilísticos que se destacam?Sim. Cesário Verde utiliza um estilo impressionista e realista, capturando cenas do cotidiano com riqueza de detalhes e uma forte carga sensorial. O poema apresenta um ritmo fluido, mas com quebras sutis que enfatizam a diferença entre os diferentes mundos que coexistem na cidade.
Análise Formal- "Num Bairro Moderno"
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Como os elementos formais contribuem para a mensagem da obra? A forma visual e o contraste entre imagens contribuem para reforçar a crítica social do poema. A cidade é descrita como um espaço grandioso e sofisticado, mas ao mesmo tempo impessoal e desigual. Os elementos formais ajudam a transmitir a ideia de que o progresso urbano não significa necessariamente uma melhoria na vida das pessoas.
Análise Formal- "Num Bairro Moderno"
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Como a forma e o tema interagem na obra? A interação entre a forma descritiva e o tema da desigualdade cria um efeito de imersão crítica. O leitor sente-se como um observador do bairro moderno, percebendo as contradições que o poeta quer evidenciar. A escolha de um tom objetivo, quase jornalístico, dá um tom de realismo ao poema, tornando sua mensagem ainda mais impactante..
Análise Final- "Num Bairro Moderno"
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Qual o impacto emocional ou intelectual que ela causa? O poema desperta um sentimento de desconforto e reflexão. Ele provoca no leitor uma consciência sobre a desigualdade social e a frieza do progresso. Em um nível intelectual, faz com que questionemos o significado da modernidade e seus efeitos sobre as pessoas.
Análise Final- "Num Bairro Moderno"
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Qual é a importância da obra dentro do seu período ou movimento artístico? "No Bairro Moderno" é uma das obras mais representativas do realismo poético português. Ele rompe com a idealização romântica da cidade e apresenta um olhar crítico e objetivo sobre a vida urbana. Cesário Verde foi um precursor do modernismo e influenciou poetas como Fernando Pessoa, que incorporou essa visão de cidade em sua poesia.
Análise Final- "Num Bairro Moderno"
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De Tarde
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De Tarde é um poema de Cesário Verde que se destaca pela sua descrição meticulosa do cotidiano urbano, em especial da cidade de Lisboa, e pela forma como o poeta explora o contraste entre o mundo externo e as sensações subjetivas do indivíduo. Com uma linguagem simples, porém carregada de significados, o poema reflete uma visão realista da vida, características que marcam a obra de Cesário Verde como parte do movimento realista e, ao mesmo tempo, o aproximam de uma poética mais moderna, pela sua sensibilidade ao que é simples, cotidiano e muitas vezes invisível.
Análise Temática - "De Tarde"
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Recursos Expressivos: 1. "Sol que desce" – metáfora para a efemeridade da vida Esta ideia aparece nos versos: “E o Sol, como um louco idealista, Doura com beijos de alma o casario.” Aqui, o sol que declina ("doura com beijos de alma") representa o fim do dia, evocando a passagem do tempo e um certo tom melancólico. A imagem tem um efeito estético e simbólico muito forte.
Análise Temática - "De Tarde"
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Recursos Expressivos: A cidade e seus habitantes – crítica à alienação urbana “As damas vão colher malmequeres à Praça; E os pândegos, de monóculo no olho, Troçam da plebe com risota e graça.” Nesses versos, Cesário observa a cidade e seus habitantes com olhar crítico, apontando para a futilidade e a superficialidade das ações e comportamentos.
Análise Temática - "De Tarde"
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Recursos Expressivos: Alienação e desgaste emocional “Tudo isso me entristece, me exaspera… E eu sonho, às vezes, que deveras vivo!” Estes versos expressam claramente o desalento e a sensação de vazio existencial do eu lírico. A vida ao redor parece mecânica e sem profundidade — o que intensifica o sentimento de alienação.
Análise Temática - "De Tarde"
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- De Tarde, de Cesário Verde, é um poema que reflete sobre a passagem do tempo e a solidão humana. Usando o fim da tarde como metáfora para a efemeridade da vida, o autor descreve a cidade e seus habitantes, destacando a alienação e o desgaste emocional. Com imagens como o "sol que desce", o poema transmite uma sensação de melancolia, convidando à reflexão sobre a transitoriedade da existência.
Análise Formal - "De Tarde"
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- O poema "De Tarde", de Olavo Bilac, apresenta uma estrutura clássica e musicalidad
- e harmoniosa, características do Parnasianismo. Ele é composto por versos decassílabos e rimas bem trabalhadas, conferindo um ritmo fluído e agradável.
Análise Final- "De Tarde"
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- O poema "De Tarde" transmite um sentimento de melancolia e contemplação, explorando a passagem do tempo e a serenidade do entardecer. A linguagem refinada e a musicalidade harmoniosa reforçam a atmosfera suave e nostálgica da obra.
Análise do poema "Cristalizações"
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- O poema "Cristalizações" é uma espécie de autorretrato intelectual e sensorial do eu lírico. Ele fala da sua maneira refinada, sensível e até seletiva de ver o mundo. O título evoca a formação de cristais — algo que se dá lentamente, com precisão e beleza. Ele diz, por exemplo:
- “A minha sensibilidade exagerada
- dá-me um gozo estético doentio” - INTRODUCÃO
- Há no poema uma vontade de filtrar o real, depurá-lo, como quem transforma matéria bruta em forma pura — ou seja, exatamente como fazem os artistas.
- Um processo análogo pode verificar-se em “Cristalizações”, onde as primeiras estrofes constituem uma vista panorâmica, para se focar mais à frente nos “calceteiros”.
Análise do poema "Cristalizações"
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- 1. “A luz do gás, opaca, esverdeada / Como um licor de absinto numa jarra.” – metáfora e comparação visual intensa
- 2. “Nas lojas, o carvão, a cal, o gesso” – enumeração descritiva e visual
- 3. “E os sons e os cheiros na rua escaldante” – sinestesia
- 4. “Num leque todo feito de cambraia, / Fulgura a mão da dama que desmaia.” – imagem visual e gestual congelada
- 5. “As costureiras tristes, de faces macilentas” – descrição realista com valor social
Análise do poema "Cristalizações" Título e Significado
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O título "Cristalizações" sugere a ideia de algo que se fixa e se torna estável, perfeito e imutável. No entanto, ao longo do poema, Cesário Verde demonstra que essa cristalização ideal não é possível no meio urbano, onde tudo é efémero, confuso e desordenado.
Temas Principais: Frustração e insatisfação
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O eu lírico sente-se esmagado pela realidade, sem conseguir encontrar a ordem e a clareza que deseja. A cidade é descrita como um espaço de poluição e cansaço, onde o poeta não se sente confortável.
Temas Principais: Oposição entre cidade e campo
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Em Cesário Verde, a cidade é caos e melancolia, enquanto o campo simboliza pureza e harmonia. No entanto, essa oposição não é rígida, mas sim uma oscilação de sensações que captam a complexidade da vida moderna.
Temas Principais: Frustração e insatisfação
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O eu lírico sente-se esmagado pela realidade, sem conseguir encontrar a ordem e a clareza que deseja. A cidade é descrita como um espaço de poluição e cansaço, onde o poeta não se sente confortável.
Temas Principais: Busca pela perfeição e pelo ideal
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A "cristalização" pode simbolizar o desejo do poeta de organizar o mundo à sua volta, tornando-o mais claro, puro e compreensível. No entanto, essa tentativa falha, pois a realidade é demasiado caótica.
Temas Principais: A Sensação e a Perceção
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O eu lírico sente-se esmagado pela realidade, sem conseguir encontrar a ordem e a clareza que deseja. A cidade é descrita como um espaço de poluição e cansaço, onde o poeta não se sente confortável.
Estilo e Estrutura: Uso de imagens visuais e sensoriais
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O poeta descreve o ambiente de forma cinematográfica, com detalhes concretos.
Estilo e Estrutura: Versos narrativos e descritivos
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A poesia de Cesário Verde aproxima-se da prosa, tornando a leitura fluida e envolvente.
Estilo e Estrutura : Influência do Realismo
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Ele não idealiza a cidade, mas apresenta-a como ela é: suja, confusa, barulhenta.
Estilo e Estrutura : Conclusão
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Cristalizações reflete a luta entre a ordem e o caos, o desejo de perfeição num mundo imperfeito e a angústia do poeta perante a realidade urbana. Cesário Verde, com sua escrita inovadora e observadora, transforma o quotidiano em poesia, capturando a complexidade da vida moderna.
Os primeiros candeeiros de rua alimentados a gás apareceram em Lisboa em 1848. Em 1878 inauguraram-se os primeiros candeeiros elétricos no Chiado. Eram só seis e foram motivo de pasmo e de muita discussão, pois como sempre acontece, houve quem desconfiasse da novidade e garantisse que fazia mal à saúde.
Iluminação pública a gás nas ruas de lisboa
Os primeiros candeeiros de rua alimentados a gás apareceram em Lisboa em 1848. Em 1878 inauguraram-se os primeiros candeeiros elétricos no Chiado. Eram só seis e foram motivo de pasmo e de muita discussão, pois como sempre acontece, houve quem desconfiasse da novidade e garantisse que fazia mal à saúde.
Iluminação pública a gás nas ruas de lisboa
As varinas eram mulheres trabalhadoras, conhecidas por vender peixe pelas ruas. Eram muitas vezes originárias de regiões costeiras como Aveiro, e a sua figura tornou-se um símbolo cultural de Lisboa.Carregavam cestas de vime na cabeça, cheias de peixe fresco, e anunciavam os seus produtos com pregões característicos e cantados.Vestiam sais compridas, aventais, xailes e lenços na cabeça.