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O CONCEITO “ESCRAVIDÃO” NOS MANUAIS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA : DIÁLOGOS, ITINERÁRIOS E NARRATIVAS EM BRASIL E PORTUGAL

Docente: João Nunes Discente: Ana Carolina Lopes, nº27882 Discente: Márcia Almeida, nº27912 Discente: Maria Clara Santos, nº27865 Discente: Simone Nogueira, nº27867

ÍNDICE

Introdução

Análise formal

Itinerários e possibilidades para a investigação histórica

Aspectos da produção, escolha, difusão e descarte

Debates e embates em torno da historigrafia sobre a escravidão

Definição da amostra: Manuais didáticos de História - Brasil e Portugal

Apreciação crítica

Introdução

O artigo de Ana Paula Squinelo, Glória Solé e Isabel Barca apresenta os resultados de um estudo comparativo sobre a abordagem da escravidão em manuais didáticos de História do Brasil e de Portugal. O estudo, analisou manuais do 7.º e 8.º ano do Ensino Fundamental e do 3.º Ciclo, relacionando-os aos programas educacionais de ambos os países.

Análise formal

  • Ligação histórica com o fenómeno da escravatura;
  • Relevância do estudo no campo da educação;
  • Construção de narrativas históricas;
  • Revisão teórica do tema;
  • Metodologia;
  • Comparação de manuais de ambos os países;
  • Conclusão
  • Mudança na investigação historiográfica;
  • História da educação e a dos manuais escolares começam a ganhar reconhecimento:
-Alterações socais-Necessidade de curriculo mais inclusivo e crítico
  • Interesse dos historiadores nos manuais didáticos
- influência na formação da cultura histórica das sociedades;
  • Estudo dos manuais tem vindo a expandir-se.

O manual didático em história: itinerários e possibilidades para a investigação histórica

Aspectos da produção, escolha, difusão e descarte

  • No Brasil, o Programa Nacional do livro didático (PNLD), coordena a avaliação, escolha e distribuição dos livros didáticos às escolas públicas,
  • Os livros aprovados pelo ministério da educação são escolhidos pelas escolas e distribuídos gratuitamente,
  • Atrasos na distribuição, e influências editoriais resultam na insuficiência de exemplares no início do ano letivo,
  • Brasil possui o PNLD, que avalia, escolhe e distribui gratuitamente manuais para escolas públicas.
  • Portugal não possui um programa equivalente, mas define Metas Curriculares e Aprendizagens Essenciais que definem os objetivos e competências a serem desenvolvidos pelos alunos.
  • Os manuais portugueses de História destacam-se pela utilização de uma maior diversidade de fontes documentais e visuais.
  • Gilberto Freyre, na sua obra “Casa Grande e Senzala” (1933), retreta relações entre senhores e escravos como uma relação de “doçura”.
  • Criticas: Historiadores contestam argumentando que a escravidão no Brasil foi marcada por extrema violência, desumanização e exploração económica.
  • A partir da organização do Movimento Negro nos anos 1980 pressionou as politicas que valorizassem a história e a cultura afro-brasileira.

Debates e embates em torno da historigrafia sobre a escravidão

- Gilberto Freyre

“Desde logo, salientamos a doçura nas relações de senhores com escravos domésticos, talvez maior no Brasil do que em qualquer outra parte da América”

Definição da amostra: Manuais didáticos de História - Brasil

Apreciação crítica

Os manuais portugueses abordam a escravatura de forma superficial, centrando-se brevemente no tráfico e apresentando os negros como mercadoria, com enfoque limitado ao período colonial. Por sua vez, os manuais brasileiros apresentam uma abordagem mais crítica e abrangente, destacando a resistência dos negros e o seu protagonismo histórico.

"Arguim e S. Jorge da Mina eram as principais feitorias portuguesas na costa ocidental africana. Aí, desenvolveu-se o comércio do ouro, marfim, especiarias africanas como a malagueta e o tráfico de escravos, comércio de homens negros não livres que eram utilizados como mão-de-obra, principalmente no Brasil."
"Os africanos resistiram de diversas formas à dominação portuguesa. Uma dessas formas era a preservação dos costumes da terra natal, como danças, cantos e crenças. Outras ações, como a destruição de ferramentas, a queimada das plantações ou a agressão aos senhores, também eram realizadas pelos escravos africanos."

"Para explorar as jazidas de ouro e prata, os colonizadores espanhóis obrigaram os ameríndios a trabalhos forçados e recorreram a escravos vindos de África."

"As boas condições do clima e o trabalho forçado dos escravos africanos (cerca de 120 mil em 1600) fizeram do açúcar o principal produto de exportação do Brasil nos séculos XVI e XVII."
Como funciona o PNLD?
Nenhuma forma de resistência foi mais significativa que a fuga. Afinal, ela representava o fim das agressões físicas, do trabalho forçado, da submissão à vontade dos outros
"Usando meios pacíficos ou violentos, os africanos resistiam à crueldade da escravidão, em defesa de sua condição humana, de suas necessidades e de sua cultura."
"As formas de resistência não se limitavam à rebelião, à fuga e à formação de quilombos. Há relatos de casos de envenenamento dos senhores por escravos domésticos, abortos de mulheres que preferiam ver o filho morto a se tornar escravo e suicídios."
"O escravizado era considerado uma mercadoria que deveria produzir até o limite de suas forças. Para tanto, era submetido a uma rotina de trabalho extenuante. Nos engenhos de açúcar, as condições de trabalho eram extremamente duras, tanto nos canaviais como nas moendas e nas caldeiras."
"A sua produção exigia muita mão de obra, o que obrigou à importação de escravos negros da costa africana para trabalharem nos engenhos.Iniciou-se, dessa forma, um comércio triangular entre os dois lados do Atlântico, envolvendo Portugal, a África e o Brasil, que se designa comércio triangular.".
"As formas de resistência mais visíveis eram as fugas e a organização de quilombos. Nesses espaços, os cativos procuravam reconstruir a vida que levavam na África antes de serem capturados e vendidos aos traficantes."