Reis 2.ª Dinastia
Teresa Conde
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Transcript
História de Portugal
Segunda Dinastia
Cardeal D. Henrique
1557 - 1578
D. Sebastião
1521 - 1557
D. João III
1495 - 1521
D. Manuel I
1481 - 1495
D. João II
1438 - 1481
D. Afonso V
1433 - 1438
D. Duarte
1385 - 1433
D. João I
Reis da segunda Dinastia
REI D. JOÃO I
Monarca português, filho bastardo de D. Pedro I e de Teresa Lourenço, dama galega, nasceu em 1357, em Lisboa, onde faleceu em 1433. Décimo rei de Portugal (1385-1433), foi o fundador da dinastia de Avis ou Joanina, sendo conhecido pelo cognome "de Boa Memória".
Educado por um mestre da Ordem de Cristo, foi nomeado, com apenas seis anos, Mestre da Ordem de Avis por D. Pedro I e armado cavaleiro. Durante o reinado de D. Fernando, seu meio-irmão, começa a desempenhar papéis de certo relevo, como o da negociação do casamento de D. Beatriz com o rei de Castela. A rainha D. Leonor Teles vê no Mestre de Avis um obstáculo e um adversário na sua influência sobre D. Fernando, sendo D. João considerado o chefe dos que se opõem à ação de Leonor Teles e do Conde Andeiro. Após a morte de D. Fernando, em 1383, entra-se num período de agitação e de crise na sucessão da Coroa, dado não haver herdeiro varão e D. Beatriz estar casada com o rei de Castela. Estava ainda em causa a independência nacional.
REI D. DUARTE
Filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, nasceu em Viseu em 1391 e faleceu em Tomar em 1438, vítima da peste. Décimo primeiro rei de Portugal (1433-1438), é conhecido pelo cognome de "o Eloquente". Casou com D. Leonor de Aragão em 1428.
D. Duarte subiu ao trono em 1433, após a morte do pai, mas já desde 1412 que D. João I o associara ao governo do reino. D. Duarte vai dar continuidade à ação centralizadora de D. João I. Logo em 1434 reúne Cortes em Santarém, onde é promulgada a Lei Mental, assim chamada por já andar na mente de D. João, e que é um instrumento de centralização. Determinava que os bens doados pela coroa só podiam ser herdados pelo filho varão primogénito, o que permitiu à Coroa reaver muitas terras.
A nível interno, D. Duarte mandou proceder à compilação de toda a legislação do reino, que só estará concluída no reinado de D. Afonso V, daí ter o nome de Ordenações.
D. AFONSO V
Monarca português, filho de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão, nasceu em 1432 em Sintra, onde também faleceu em 1481. Décimo segundo rei de Portugal (1438-1481), é conhecido pelo cognome de "o Africano".
No reinado de D. Afonso V podemos demarcar bem três períodos. O primeiro vai desde a morte de seu pai (1438), D. Duarte, até à Batalha de Alfarrobeira (1449). Quando seu pai morreu, D. Afonso V tinha apenas 6 anos. Por testamento, ficou na regência a rainha D. Leonor, sua mãe, mas, como era estrangeira, tal facto não foi bem aceite pela burguesia e pelo povo, que preferia como regente o Infante D. Pedro, irmão de D. Duarte. A oposição entre as duas partes gera um período conturbado. D. Leonor é regente até às Cortes de 1439, em que o infante D. Pedro é eleito regente e D. Leonor é obrigada a exilar-se para Castela. Ao mesmo tempo, a educação de D. Afonso fica a cargo de seu tio, que era homem de grande cultura, conhecido como o "Infante das Sete Partidas" pelas inúmeras viagens que fez. D. Afonso terá assim uma esmerada educação humanística.
D.JÕAO II
Monarca português, filho de D. Afonso V e de D. Isabel, nasceu em Lisboa em 1455 e faleceu, no Alvor, em 1495. Décimo terceiro rei de Portugal (1481-1495), é conhecido pelo cognome de "Príncipe Perfeito". Casou com sua prima, D. Leonor.
Ainda em vida do pai, D. Afonso V, participou, em 1471, na conquista de Arzila, onde foi armado cavaleiro. Em 1475, o pai atribui-lhe a regência do Reino, durante a sua ausência aquando da luta pela sucessão ao trono de Castela. Acaba por participar na Batalha de Toro, em auxílio de D. Afonso V. Em 1476, quando D. Afonso V viaja para França em busca de auxílio para a sua causa, fica novamente com a regência e, em 1477, chega a ser aclamado rei em Santarém, face à abdicação de seu pai, que não se chegou a efetivar, devolvendo D. João a governação a D. Afonso V. Mas, na realidade, foi D. João quem continuou a governar de facto no que se refere às descobertas, de que já se ocupava desde 1474, domínio em que lutou contra a ingerência castelhana, defendendo a exclusividade da navegação na costa africana - política do mare clausum -, tendo celebrado com Castela, em 1480, o Tratado de Toledo, em que dividia o Atlântico pelo paralelo das Canárias. Em 1481, com a morte de D. Afonso V, é aclamado rei de Portugal.
D.MANUEL I
Monarca português, filho do infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V, e de D. Brites, nasceu em 1469, em Alcochete e faleceu em 1521, em Lisboa. Décimo quarto rei de Portugal (1495-1521), é conhecido pelo cognome de "o Venturoso". Casou três vezes. Primeiro, em 1497, com D. Isabel, filha dos Reis Católicos e viúva do príncipe D. Afonso, filho de D. João II.
Com a morte de D. Isabel, de parto, casou pela segunda vez, em 1500, com a infanta D. Maria de Castela, irmã de D. Isabel. Deste casamento nasceram vários filhos, entre eles D. João, o futuro rei, e D. Beatriz, duquesa de Saboia. Viúvo novamente, casou, em 1518, com a infanta D. Leonor, irmã de Carlos V. D. Manuel subiu ao trono em 1495, após a morte de D. João II, seu cunhado, de acordo com o testamento do falecido rei. Tal ficou a dever-se à morte do único filho legítimo de D. João, o príncipe D. Afonso, e à não aceitação de legitimação de um filho bastardo de D. João. Foi ainda possível porque tinham morrido os outros irmãos mais velhos de D. Manuel.
D.JOÃO III
Filho de D. Manuel I e de D. Maria de Castela, nasceu em 1503 em Lisboa, onde faleceu em 1557. Décimo quinto rei de Portugal (1521-1557), é conhecido pelo cognome de "o Piedoso". Casou, em 1525, com D. Catarina de Áustria, irmã da rainha D. Leonor e de Carlos V.
D. João III teve uma educação esmerada, a cargo de humanistas, físicos e cosmógrafos de nomeada. Em 1517, estava para casar com a princesa D. Leonor de Áustria, mas esta veio a casar com D. Manuel I, que entretanto enviuvara. Quando D. João III sobe ao trono, Portugal estava no apogeu da expansão ultramarina por vários continentes, mas também com problemas de uma grande complexidade. A nível interno, o monarca continuou a política centralizadora e absolutista dos seus antecessores. Convocou Cortes apenas três vezes e em períodos bem espaçados: 1525, em Torres Novas; 1535, em Évora; e 1544, em Almeirim. Procurou reestruturar a vida administrativa e judicial.
D. SEBASTIÃO
Monarca português, filho do príncipe D. João e de D. Joana de Áustria, nasceu em 1554, em Lisboa, e morreu em 1578, em Alcácer Quibir. Décimo sexto rei de Portugal (1557-1578), é conhecido pelo cognome de "o Desejado".
D. Sebastião herdou o trono de seu avô, D. João III, porque, apesar de este ter tido vários filhos, todos eles acabaram por falecer precocemente. Como era menor, ficou como regente sua avó D. Catarina, apesar de D. João III não ter deixado testamento mas apenas uns apontamentos em que a indicava como regente. Sua mãe, D. Joana, de acordo com o contrato nupcial, teve de regressar a Castela após a morte do príncipe D. João.
CARDEAL D. HENRIQUE
Filho de D. Manuel e de D. Maria de Castela, nasceu em Lisboa em 1512. Educado para seguir a carreira eclesiástica, já aos 14 anos era prior comendatário de Santa Cruz de Coimbra e aos 20 anos encontrava-se à frente do arcebispado de Braga. Foi inquisidor-geral dos reinos de Portugal por nomeação de D. João III em 1539.
Em 1540 tornou-se arcebispo de Évora. Durante o período que presidiu a este arcebispado transformou Évora num polo cultural importante, acolhendo alguns vultos da cultura de então: Clenardo, André de Resende, Pedro Nunes, António Barbosa, entre outros. Em 1545, com apenas 30 anos, foi nomeado cardeal e, posteriormente, legado apostólico em Portugal. Em 1562 tornou-se arcebispo de Lisboa, regressando ao arcebispado de Évora em 1574. Levou à prática a legislação tridentina a nível nacional. Foi também o fundador, em 1559, da Universidade de Évora.