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Poema Alberto Caeiro
Duarte Santos
Created on November 23, 2024
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Transcript
o tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Duarte Santos nº3 Duarte Almeida nº4 12ºB
Índice
01
Capa
02
Índice
03
Análise do Poema
04
Caracterisitcas de Alberto Caeiro
05
Recursos Expressivos
06
Interpretação Final
07
Fim
Análise do poema
O poema integra a obra "O Guardador de Rebanhos" de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. Caeiro é conhecido como o "mestre" dos outros heterônimos devido à sua filosofia de simplicidade e ligação profunda com a natureza. No poema em questão, Caeiro reflete sobre a percepção do rio Tejo em comparação com o rio da sua aldeia, explorando a relação entre o universal e o particular, além de questionar os valores humanos associados à grandiosidade.
Texto do poema
O Tejo é mais belo que o rio da minha aldeia,Mas o rio da minha aldeia Não é mais belo que o Tejo Porque o Tejo não é o rio da minha aldeia. O Tejo tem grandes navios E navega nele ainda, Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, A memória das naus. O Tejo desce de Espanha E o Tejo entra no mar em Portugal. Toda a gente sabe isso. Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia E para onde ele vai E de onde ele vem. E por isso, porque pertence a menos gente, É mais livre e maior o rio da minha aldeia. O Tejo leva ao mundo. Para além do Tejo Há a América E a fortuna daqueles que a encontram. Ninguém nunca pensou no que há para além Do rio da minha aldeia. O rio da minha aldeia não faz pensar em nada. Quem está ao pé dele está só ao pé dele. .
Características de Alberto Caeiro no poema
Simplicidade e imediatismo:Caeiro valoriza a experiência direta e sensorial do mundo. O rio da sua aldeia é importante porque faz parte do seu cotidiano. Ele rejeita interpretações grandiosas ou simbólicas, como as associadas ao Tejo e sua conexão histórica. Rejeição do simbolismo: O poeta dispensa a necessidade de ver significados além do que está presente. Quando menciona que "quem está ao pé dele está só ao pé dele", enfatiza o desapego às abstrações e à idealização. A valorização do particular: O rio da aldeia é pequeno, quase insignificante para os outros, mas possui uma beleza intrínseca e única. Para Caeiro, a ligação pessoal e íntima com o espaço é mais importante do que a magnitude objetiva. Naturalismo filosófico: O poema traduz a filosofia de Caeiro: a natureza deve ser contemplada e apreciada sem mediações. Essa visão conecta-se ao seu papel como "Guardador de Rebanhos", um observador da realidade sem filtros emocionais ou metafísicos.
Recursos expressivos pertinentes
Paradoxo: O verso "O Tejo é mais belo que o rio da minha aldeia, / Mas o rio da minha aldeia / Não é mais belo que o Tejo" apresenta um paradoxo que reflete a subjetividade da beleza. Apesar da grandiosidade objetiva do Tejo, o rio da aldeia é mais significativo porque pertence à intimidade do sujeito. Repetição: A repetição de palavras como "Tejo" e "rio da minha aldeia" reforça a ideia de contraste entre o universal e o pessoal. Anáfora: Expressões como "O Tejo..." no início de várias estrofes criam uma cadência que reflete o tom contemplativo e quase meditativo do poema. Antítese: Há uma clara oposição entre o Tejo, associado à grandiosidade e à história, e o rio da aldeia, pequeno e desconhecido. A antítese reflete a filosofia de Caeiro, que valoriza a simplicidade e a experiência direta sobre a fama e o reconhecimento. Linguagem coloquial: A simplicidade na escolha das palavras e na estrutura sintática aproxima o poema da fala comum, o que é característico de Caeiro.
Interpretação Final
O poema reflete a essência do pensamento de Alberto Caeiro: a valorização do imediato, do particular e do que é simples e acessível. A relação com o rio da aldeia não precisa ser mediada por histórias ou abstrações, enquanto o Tejo, por mais imponente, se distancia do sujeito ao ser visto como símbolo. Caeiro, assim, questiona os valores humanos associados ao "grande" e "importante", sugerindo que a verdadeira liberdade e beleza estão naquilo que não exige interpretações complexas, mas que simplesmente é.
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