Apresentação de História
Xavier Neto
Created on November 21, 2024
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Transcript
Coches
Xavier Neto nº27 e Victor Nascimento nº25
Enquadramento político, social e cultural dos coches no período joanino
Durante o reinado de D. João V (1706-1750), conhecido como o período joanino, Portugal vivia um momento de grande riqueza e ostentação, impulsionado pela descoberta de ouro e diamantes no Brasil. Esse contexto permitiu ao monarca investir em obras de grande esplendor, tanto na arquitetura quanto em outras artes decorativas, como a talha dourada e a pintura. Os coches tornaram-se um símbolo do poder régio e da grandiosidade da corte portuguesa, representando o gosto refinado e a influência de estilos artísticos europeus.Os coches não eram apenas meios de transporte, mas também elementos de ostentação e propaganda política, utilizados em eventos públicos e procissões régias. A sua elaboração envolvia a colaboração de vários artistas, como entalhadores, pintores e douradores, que se empenhavam em transformar essas carruagens em obras-primas de arte.
Enquadramento do surgimento do Iluminismo e sua influência indireta
Embora o Iluminismo seja marcado por ideias de racionalidade, igualdade e simplicidade, que muitas vezes contrastam com a exuberância do estilo Rococó e do período joanino, é importante notar que esse movimento filosófico trouxe mudanças na forma de entender o papel da arte e da cultura. No contexto português, o Iluminismo começou a influenciar gradualmente o pensamento das elites, mas a ostentação dos coches e da talha dourada ainda refletia uma tradição barroca que prevalecia sobre os ideais iluministas.Os coches, no entanto, podem ser vistos como uma expressão do desejo de centralização e afirmação do poder régio, ideias que estavam em debate no Iluminismo, ainda que manifestadas de maneira opulenta e teatral no contexto joanino.
Esse estilo, que se desenvolveu como uma reação à grandiosidade pesada do Barroco, encontrou expressão também na corte portuguesa, especialmente durante o reinado de D. João V.
O Rococó, surgido na França no início do século XVIII, caracteriza-se pela leveza, pela fluidez das formas e pela decoração rica em detalhes assimétricos e motivos inspirados na natureza, como conchas, flores e arabescos.
Enquadramento do novo estilo Rococó
Nos coches do período joanino, os elementos do Rococó são evidentes na ornamentação delicada e requintada. A talha dourada, um dos maiores expoentes da arte portuguesa dessa época, complementava o estilo Rococó ao decorar os interiores e as superfícies dos coches com detalhes elaborados, criando uma sinergia visual com as pinturas ornamentais.
Enquadramento do novo estilo Rococó
O Rococó, surgido no século XVIII, reflete o ambiente refinado da cultura do salão, onde a elite aristocrática e burguesa se reunia para discutir artes, literatura e ideias iluministas. Os salões, decorados com a leveza e sofisticação do estilo Rococó, eram espaços onde a "Mulher culta" desempenhava um papel central como anfitriã. Educada e versada em temas como filosofia, literatura e música, ela organizava debates, promovia encontros intelectuais e influenciava a difusão cultural. Esses espaços privados tinham impacto público, disseminando ideias que moldaram mudanças sociais e políticas, destacando o protagonismo feminino na sociedade de Setecentos.
Análise da arte Rococó nos coches joaninos
Os coches joaninos refletem a perfeita fusão entre talha, pintura e ornamentação. A talha dourada, usada nos detalhes decorativos, trazia elegância e sofisticação, destacando-se pelos arabescos, concheados e volutas. Por sua vez, a pintura adicionava narrativas mitológicas ou simbólicas, muitas vezes em tons pastéis, complementando o esplendor visual do veículo.Cada coche era concebido como uma obra de arte única, com detalhes minuciosamente planejados. Por exemplo:-Talha dourada: Presente nos detalhes das rodas, capotas e elementos estruturais, criando um impacto visual de opulência e refinamento.-Pintura: Geralmente aplicada no interior ou em painéis, retratava cenas alegóricas ou símbolos ligados ao poder régio e à mitologia clássica.-Simbolismo: O uso de símbolos monárquicos, como coroas e brasões, enfatizava a autoridade do rei.
Análise da arte Rococó nos coches joaninos
A linguagem Rococó baseia-se em várias inspirações que refletem sua estética delicada, decorativa e refinada. Quatro das principais são:-A natureza: Elementos naturais como flores, folhas, conchas e curvas de plantas inspiraram as formas orgânicas e sinuosas características do Rococó.-A mitologia e o amor galante: Temas mitológicos e cenas de romance idealizado eram recorrentes na pintura e decoração, enfatizando leveza e prazer.-A arte oriental: Influências do estilo chinoiserie, como o uso de motivos exóticos e a representação de paisagens orientais, enriqueceram o repertório ornamental.-A vida aristocrática: A vida cotidiana da nobreza, com seus ambientes luxuosos, trajes elegantes e atividades de lazer, foi traduzida em representações artísticas e no design dos interiores.
Os coches joaninos são uma manifestação exemplar do Rococó adaptado ao contexto português, onde a talha dourada e a pintura se aliam para exprimir o gosto e a grandiosidade da corte. Mais do que simples meios de transporte, estes coches representam um testemunho histórico e artístico da era joanina, marcada por excessos, simbolismo e uma interpretação única dos movimentos artísticos europeus.
OBRIGADO!
Viatura de aparato que pertenceu ao primeiro Bispo de Bragança.
Sege de quatro rodas
Viatura de aparato oferecida pelo Papa ao rei D. João V, em 1715, com as “faixas bentas” destinadas ao baptismo do príncipe primogénito D. José.
Coche do Papa Clemente XI
Viatura de aparato que fez parte da Embaixada de D. João V, à Corte de Luís XIV, em 1715, sendo embaixador o Conde da Ribeira Grande.
Coche da coroa
Viatura de aparato mandada construir pelo rei D. João V para a Casa Real Portuguesa. A obra é atribuída ao escultor José de Almeida e ao seu irmão Félix Vicente de Almeida, entalhador da Casa Real. As pinturas são atribuídas a José da Costa Negreiros ou ao pintor francês Pierre Antoine Quillard.
Coche de D.João V
Viatura de aparato construída para a Casa Real. A decoração a laca, visível nos apainelados, terá sido obra dos célebres “Irmãos Martin” considerados os melhores envernizadores de Paris no seu tempo.
Berlinda da Casa Real
Viatura de aparato religioso, com maquineta, encomendada por D. João V, cerca de 1740, para o transporte da Imagem da Virgem na Procissão de Nª Sª do Cabo Espichel. O culto de Nossa Senhora do Cabo remonta a meados do Séc. XVI, mas as cerimónias ganharam maior destaque quando a Família Real, a partir de 1707, passou a assistir à romaria.
Berlinda processacional
Viatura de aparato que pertenceu à Rainha D. Mariana Vitória de Bourbon, filha de Filipe V de Espanha e que veio para Portugal em 1729, por ocasião do seu casamento com o futuro rei D. José I. Embora construído no período barroco conserva o modelo dos coches espanhóis do Séc. XVII.
Coche de D. Mariana Vitória
Carro triunfal. Fazia parte do conjunto de cinco coches temáticos e dez de acompanhamento que integraram o cortejo da Embaixada ao Papa Clemente XI, enviada a Roma pelo rei D. João V em 1716. Foi nele que o embaixador D. Rodrigo Anes de Sá Menezes, Marquês de Fontes, fez a sua entrada solene junto da Santa Sé.
Coche do embaixador
Carro triunfal. Fazia parte do conjunto de cinco coches temáticos e dez de acompanhamento que integraram o cortejo da Embaixada ao Papa Clemente XI, enviada a Roma pelo rei D. João V, em 1716.
Coche da coroação de Lisboa
Carro triunfal. Fazia parte do conjunto de cinco coches temáticos e dez de acompanhamento que integraram o cortejo da Embaixada ao Papa Clemente XI, enviada a Roma pelo rei D. João V em 1716.