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Évora 2024
fernando albuquerque
Created on November 19, 2024
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Transcript
Diálogos sobre Educação e Tecnologias Digitais: Fundamentos, Dilemas e DesafiosCiclo de Conferências
Universidade de Lisboa
Fernando Albuquerque Costa
A integração de tecnologias digitais na Escola e o contributo da investigação científica.
6.
Investigação.
4.
1.
Introdução.
2.
Tecnologia.
3.
Currículo.
5.
Professor.
Em síntese...
tópicos
Introdução.
+ info
Como pode a tecnologia ajudar?
Problema e questões de partida
O que devem aprender os alunos ?
Que competências devem desenvolver os professores?
Qual a ambição da Escola?
PROFESSOR
CURRÍCULO
Que atitude e competências tem o Professor e de que recursos dispõe?
Que orientações são dadas sobre o que fazer com tecnologias?
O que diz o Currículo sobre o papel e o lugar das tecnologias?
Que importância é atribuída ao (novo) aluno?
Problema e questões de partida (cont.)
“questão epistemológica”
Problema e questões de partida (cont.)
É visível, por outro lado, uma “certa confusão” sobre o que verdadeiramente interessa investigar e como fazê‑lo.
Inexistência de diferenças significativas na aprendizagem com ou sem uso de meios tecnológicos...
Ambiguidade sobre o seu “potencial” e dificuldades emergentes do própria investigação (definição do objeto de estudo, opções metodológicas, resultados, etc.).
A situação mais comum é a de um quase total desaproveitamento do “potencial” que o computador e as tecnologias digitais encerram (podem encerrar) em termos de estimulação, de desenvolvimento e de suporte à aprendizagem.
Em síntese, o que eu gostaria com a sessão de hoje...
Contribuir para reduzir a confusão sobre o que, nessa área, verdadeiramente interessa investigar e como fazê‑lo.
Contribuir para reduzir a ambiguidade sobre o “potencial pedagógico” das tecnologias digitais.
Tecnologia.
1970
1960
1950
1928
1923
1915
1920
1887
2000
1905
Há pelo menos um século que, de uma maneira ou de outra, se anuncia a transformação da Escola através da tecnologia…
Duas lógicas, dois extremos...
Skinner apresenta o ensino programado a partir da aplicação de princípios da psicologia da aprendizagem (beahviorismo). É dada ênfase ao “comportamento” do aluno e, em especial, ao “reforço” desse comportamento (self-instruction).
Máquinas de Ensinar
A Máquina das Crianças
Papert cunha o termo construcionismo como a abordagem do construtivismo que permite ao aluno construir o seu próprio conhecimento com recurso a alguma ferramenta, como por exemplo o computador.
Duas linhas distintas...
Visão sobre o Potencial das Tecnologias Digitais
atividade reflexiva
articulação curricular
- As TD podem trazer mais-valias…
- As TD como inovação dos processos de ensino…
- As TD muito além do que “mais um recurso”…
- As TIDcomo ferramenta de desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos…
- As TD como competência transversal…
Visão sobre o Potencial das Tecnologias Digitais
Aprender a pensar, desenvolver competências transversais
Aprender a pensar, desenvolver competências transversais
Um caminho a percorrer...
Currículo.
Diferentes estudos têm mostrado, ao longo do tempo, que as tecnologias não estão a ter o impacto previsto nas escolas, nas aulas ou nas aprendizagens
(OECD, 2016, p. 85)
(Cuban, 2001; Balanskat, Blamire, & Kefala, 2006; Resnick, 2012; OECD, 2016)
“a introdução das tecnologias digitais na escola não resultou no aumento de eficácia prometido”
O que diz a investigação?
O computador, por si só, sobreposto ou assimilado a formas tradicionais de ensino, não melhora a qualidade ou o rendimento desse ensino!
(Papert, 1997)
Introduzir as tecnologias não significa induzir automaticamente novas formas de ensino e aprendizagem!
(Papert, 1994)
“Ao invés de cortar caminho e, assim, desafiar a própria ideia de fronteiras entre as matérias, o computador agora definiu uma nova matéria; ao invés de mudar a ênfase de currículo formal impessoal, para exploração viva e empolgante por parte dos estudantes, o computador foi agora usado para reforçar os meios da Escola. O que começara como um instrumento subversivo de mudança foi neutralizado pelo sistema e convertido em instrumento de consolidação.”
Necessidade de mudança de paradigma
Competências para a vida
Visão sobre as competências dos alunos no Século XXI
Desafio Curricular
Modelo de ensino - Função da tecnologia
Necessidade de mudança de paradigma
Necessidade de mudança de paradigma
O potencial da tecnologia e os elementos curriculares
Professor.
(Peralta, 2002; Costa, 2005, 2008)
Desadequação dos modelos tradicionais de formação de professores
Uso inconsistente com princípios de aprendizagem
(OECD, 2016)
Falta de preparação pedagógica sobre como combinar tecnologia com o currículo e o ensino
O que diz a investigação?
(Peralta, 2007)
- Relação emocionalmente negativa com as tecnologias digitais…
- Dificuldades em lidar com as mudanças que as tecnologias digitais implicam…
- Falta de confiança…
- Falta de tempo para atividade tão exigente…
- Falta de suporte técnico…
O que diz a investigação?
- Predisposição geral para aprender (reaprender);
- Predisposição para mudar as suas práticas;
- Predisposição para despender o esforço que a mudança significa...
Conceptualizando...
Variáveis externas
Variáveis internas
Conceptualizando...
inovação de processos
primado do currículo
- Tecnologia indutora de inovação de processos metodológicos
- Formação centrada na escola e determinada pelas necessidades do currículo
- Isomorfismo
- Trabalho colaborativo
- Especial atenção às barreiras de 2ª ordem...
Visão para a Formação de Professores
Costa & Viseu, 2008
ACOT, 1998; Apple, 2008
Tempo
Ação-Reflexão
É indispensável proporcionar o tempo necessário e suficiente para que as transformações esperadas possam ter lugar.
É através da experimentação e reflexão sobre novas estratégias de trabalho com os alunos que a transformação vai acontecendo.
Costa & Peralta, 2006; Peralta & Costa, 2007
Costa, 2013, 2016; Mialaret, 1995
Bartolomé, 2021; Apple, 2008
Tondeur et al, 2017; Ertmer, 2005
Confiança - Uso
Isomorfismo
Variáveis internas
Decisão pessoal
A confiança dos professores é reforçada pelo conhecimento e domínio adquiridos através da sua utilização efetiva em contexto curricular.
É determinante a atenção dada às questões de ordem metodológica, ou seja, ao modo como se trabalha com os professores (colaboração interpares, isomorfismo...)
São sobretudo as variáveis internas que determinam a adesão (atitude favorável, motivação, disposição para a mudança,…)
Qualquer processo de inovação e mudança implica esforço, envolvimento e tomada de decisão individual por parte de cada professor.
Algumas premissas com que temos trabalhado...
(Costa & Viseu 2008)
Um modo de trabalho com os professores...
(Costa & Viseu 2008)
Um roteiro de trabalho...
O Professor como agente transformador
Investigação.
- Campo de estudo emergente, também ele à procura de uma epistemologia própria;
- Predominância da prática sobre a investigação propriamente dita, precedendo‑a na maior parte das vezes e condicionando‑a mesmo, em muitas situações, ao longo do tempo e independentemente das tecnologias usadas;
- Reconhecida fragilidade da investigação realizada, prevalecendo quase até aos nossos dias uma colagem evidente aos desenhos tradicionalmente utilizados na investigação em educação em geral (paradigma positivista) e incidindo sobretudo na comparação da eficácia dos diferentes tipos de estímulos ou meios utilizados para promover a aprendizagem;
- Inconclusividade dos resultados que, de uma forma geral, não vão além da constatação que, com novos meios, se pode ensinar tão eficazmente como se vinha fazendo sem eles;
- Visão simplista deste tipo de estudos, que pouco informam sobre os efeitos específicos derivados de hipóteses de investigação assentes, de forma clara, numa determinada teoria sobre a aprendizagem;
Questões/problemas relacionados com a investigação nesta área específica
- No caso das tecnologias mais recentes, evidência que os supostos efeitos na aprendizagem não se produzem por si mesmos como consequência automática do contacto dos alunos com computadores, apontando para a necessidade de atenção particular ao modo como são integrados e, eventualmente, de novas perspectivas teóricas como base à introdução do potencial da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem.
Questões/problemas relacionados com a investigação nesta área específica
- da definição do currículo (como integrar as tecnologias nos planos curriculares);
- da sua concretização (organização e gestão de contextos e projectos de aprendizagem com tecnologias);
- da preparação dos agentes educativos (formação inicial e desenvolvimento profissional de professores, educadores e formadores);
- da organização e gestão das escolas (criação de condições de trabalho favoráveis);
- da produção de recursos educativos (concepção e desenvolvimento de produtos com interesse pedagógico).
- ...
- Aprofundar o conhecimento neste campo, em geral;
- Reduzir as ambiguidades sobre o papel dos meios tecnológicos (questão epistemológica);
- Contribuir para a prática, por exemplo, ao nível:
Importância da investigação científica nesta área
vs.
resolver problemas do realmelhoria dos processos educativos
necessidade de afirmação do campo criação de corpo teórico próprio
Investigação aplicada
Investigação básica ou fundamental
técnicas e métodos que permitam a captação da complexidade do real e a subjectividade dos actores
estudos correlacionais e experimentais clássicos
Significado atribuído
Dados quantificáveis e mensuráveis
vs.
3. DESENVOLVER
2. COMPREENDER
1. EXPLICAR
Linhas de trabalho
Mais do que a explicação dos fenómenos (construção de leis e teorias), importa compreendê‑los (identificação de regularidades, padrões, contradições, etc.) à luz do significado que os indivíduos lhes atribuem e da forma como os actores os percebem num dado momento e num dado contexto.
Necessidade acrescida de rigor no processo e de validade dos métodos utilizados.
Mais do que o domínio das técnicas e de um plano rígido e estardartizado, é uma perspectiva que exige do investigador uma atitude clínica, flexível e podendo mobilizar uma grande diversidade de técnicas de recolha e análise de dados (incluindo procedimentos quantitativos).
Captação da complexidade do real e subjetividade dos atores
Investigação de orientação naturalista e qualitativa
Em síntese...
Reflexão sobre os modos de preparação dos professores...
Reflexão sobre as práticas com tecnologias
Reflexão sobre o currículo e o papel do digital...
Reflexão sobre o papel da Escola na formação dos indivíduos...
+ info
Questões?
Muito obrigado pela atenção!
Diálogos sobre Educação e Tecnologias Digitais: Fundamentos, Dilemas e DesafiosCiclo de Conferências
Universidade de Lisboa
Fernando Albuquerque Costa
A integração de tecnologias digitais na Escola e o contributo da investigação científica.
Costa, F. Rodriguez, C., Cruz, E. & Fradão, S. (2012). Repensar as TIC na Educação. O Professor como Agente Transformador. Lisboa: Santillana. Costa, F. & Viseu, S. (2008). Formação – Acção – Reflexão: Um modelo de preparação de professores para a integração curricular das TIC. In Fernando Costa, Helena Peralta & Sofia Viseu (Eds.). As TIC na Educação em Portugal. Concepções e práticas. Porto: Porto Editora. 238-258. Peralta, H. & Costa, F. (2007). Competência e confiança dos professores no uso das TIC. Síntese de um estudo internacional. Sísifo. Revista de Ciências da Educação. 3. 68-76.
Referências
Professor da era digital
Sabe "o que ensinar" e "como ensinar" integrando tecnologia adequada à natureza dos objetivos de aprendizagem definidos
Conhece estratégias adequadas para ensinar com tecnologia, mas sem conexão com o conteúdo científico
Conhece tecnologias e conhece o conteúdo, mas não sabe como tirar partido da tecnologia para ensinar esse conteúdo
Sabe "o que" e "como ensinar" mesmo sem integrar a tecnologia na sua prática pedagógica
(Mishra & Koehler 2006)
Contexto
TPACK
Conhecimento Tecnológico-Pedagógico do Conteúdo
ConhecimentoPedagógico
Conhecimento Pedagógico do Conteúdo
Conhecimento Tecnológico do Conteúdo
ConhecimentoTecnológico
Conhecimentodo Conteúdo
Conhecimento Tecnológico-Pedagógico
Duas lógicas diferenciadas: - uma que coloca os meios ao serviço exclusivo do professor (educador, formador), apoiando‑o na tarefa de comunicação e transmissão do saber; - outra que sugere e fundamenta a sua importância sobretudo ao serviço do aluno, como organizadores e facilitadores da aprendizagem, independentemente de como isso possa ser entendido ou concretizado em cada momento e em função da própria evolução das diferentes áreas científicas de alguma maneira relacionadas.