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A rémora
Martim dos Santos Co
Created on November 18, 2024
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Transcript
Sermão de Santo António aos peixes
Cápitulo IIIRémora
Trabalho realizado por: João Maltez nº5 Martim Vieira nº12 Simão Fernandes nº17 Tiago Ramos nº19
Rémora
- Peixe com corpo alongado e cabeça achatada, que possui um disco de sucção na superfície dorsal da cabeça, que funciona como uma ventosa, permitindo que se fixe a outros animais, como tubarões e tartarugas. - Esta fixação dá-lhe proteção, facilita a obtenção de alimento e permite-lhe percorrer longas distâncias sem nadar muito, economizando energia. - Um dos exemplos mais conhecidos de comensalismo, uma relação em que ela obtém benefícios, como transporte e alimentação, sem causar prejuízo ao hospedeiro.
1º Parte
Passando dos da Escritura aos da história natural, quem haverá que não louve e admire muito a virtude tão celebrada da rémora? No dia de um santo menor, os peixes menores devem preferir a outros. Quem haverá, digo, que não admire a virtude daquele peixezinho tão pequeno no corpo e tão grande na força e no poder, que, não sendo maior de um palmo, se se pega ao leme de uma nau da Índia, apesar das velas e dos ventos, e de seu próprio peso e grandeza, a prende e amarra mais que as mesmas âncoras, sem se poder mover, nem ir por diante? Oh se houvera uma rémora na terra, que tivesse tanta força como a do mar, que menos perigos haveria na vida, e que menos naufrágios no mundo!
2º Parte
Se alguma rémora houve na terra, foi a língua de Santo António, na qual, como na rémora, se verifica o verso de São Gregório Nazianzeno: Lingua quidem parva est, sed viribus omnia vincint. Apóstolo Santiago, naquela sua eloquentíssima Epístola, compara a língua ao leme da nau e ao freio do cavalo. Uma e outra comparação juntas declaram maravilhosamente a virtude da rémora, a qual, pegada ao leme da nau, é freio da nau e leme do leme. E tal foi a virtude e força da língua de Santo António. O leme da natureza humana é o alvedrio, o piloto é a razão; mas quão poucas vezes obedecem à razão os ímpetos precipitados do alvedrio? Neste leme, porém, tão desobediente e rebelde, mostrou a língua de António quanta força tinha, como rémora, para domar e parar a fúria das paixões humanas. Quantos, correndo fortuna na nau Soberba, com as velas inchadas do vento e da mesma soberba (que também é vento), se iam desfazer nos baixos, que já rebentavam por proa, se a língua de António, como rémora, não tivesse mão no leme, até que as velas se amainassem, como mandava a razão, e cessasse a tempestade de fora e a de dentro? Quantos, embarcados na nau Vingança, com a artilharia abocada e os bota-fogos acesos, corriam enfunados a dar-se batalha, onde se queimariam ou deitariam a pique, se a rémora da língua de António lhe não detivesse a fúria, até que composta a ira e ódio, com bandeiras de paz se salvassem amigavelmente? Quantos, navegando na nau Cobiça, sobrecarregada até às gáveas e aberta com o peso por todas as costuras, incapaz de fugir, nem se defender, dariam nas mãos dos corsários com perda do que levavam e do que iam buscar, se a língua de António os não fizesse parar, como rémora, até que, aliviados da carga injusta, escapassem do perigo e tomassem porto? Quantos, na nau Sensualidade, que sempre navega com cerração, sem sol de dia, nem estrelas de noite, enganados do canto das sereias e deixando-se levar da corrente, se iriam perder cegamente, ou em Cila, ou em Caríbdis, onde não aparecesse navio nem navegante, se a rémora da língua de António os não contivesse(…).
comparação com santo antónio
A rémora é comparada à lingua de Santo António, pois este perante a resistência da audiência por parte dos homens, recorre à estratégia de se dirigir aos peixes, como forma de captar a atenção para os homens. A lingua é comparada ao "leme da nau e ao freio do cavalo". Santo António no seu discurso tenta guiar os homens no caminho do bem e ao mesmo tempo serviu de "freio" quando estes corriam o risco de deixarem-se levar pelos vícios da "...Soberba... Vingança... Cobiça... Sensualidade".
Simbologia
características do Texto
«verso de São Gregório Nazianzeno: Lingua quidem parva est, sed viribus omnia vincint.»-l.(14-15) - Argumento de autoridade Recursos expressivos: EX:"peixezinho tão pequeno no corpo e tão grande na força e no poder"-l.(7-8)- Antítese "quem haverá que não louve e admire muito a virtude tão celebrada da rémora?"-l.(5-6)- Pergunta Retórica "na nau Soberba,(...)-l.(22-23)- Metáfora Pontuação expressiva: EX:"...na vida, e que menos naufrágios no mundo!"-l.(12)- Exclamação"...à razão os ímpetos precipitados do alvedrio?"-l.(20)- Interrogação
características do Texto
Alegoria: - Ilustra como pequenas ações ou forças insignificantes podem influenciar grandes potências. - Neste caso, a rémora com uma constituição frágil consegue encaminhar as naus.
Crítica
- Comparação dos homens aos peixes, em que se elogia as virtudes dos peixes e critica os vícios dos homens.Preguiça Soberba
Simbologia
Neste capítulo a rémora simboliza a força que Santo António tem de ter para desviar os ouvintes para o caminho correto, tal como a rémora guia as naus.
Crítica
"O leme da natureza humana é o alvedrio,o piloto é a razão: mas quão poucas vezes obedecem à razão os ímpetos precipitados do alvedrio? Neste leme, porém, tão desobedientes e rebelde, mostrou a língua de António quanta força tinha, como rémora, para domar a fúria das paixões humanas."-l.(19 a 22)