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Estilo rococo Trabalho

Mariana Sousa

Created on November 18, 2024

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Transcript

Escultura integrada

Mariana Laibaças Diogo Nico

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O que é?

O Rococó, surgido no início do século XVIII, trouxe transformações significativas nas artes, incluindo a escultura, que passou a ser integrada em contextos decorativos em igrejas, palácios e espaços privados. A leveza e o requinte característicos do estilo refletem mudanças políticas, sociais e culturais tanto fora de Portugal como dentro do país.

Enquadramento Politico

Fora de Portugal, o Rococó floresceu num cenário de monarquias absolutistas consolidadas, como em França e na Áustria, onde a escultura integrada era utilizada para glorificar o poder e o prestígio da nobreza. Esculturas em palácios e jardins tornaram-se elementos decorativos que exaltavam temas mitológicos, bucólicos e a harmonia natural, reforçando a autoridade cultural das elites. Em Portugal, o contexto político foi marcado pelo terramoto de Lisboa (1755) e a subsequente reconstrução sob a liderança do Marquês de Pombal. Embora a arquitetura e decoração no Rococó fossem visíveis em obras religiosas e palacianas, o governo deu prioridade a estilos mais austeros e práticos, como o Neoclassicismo, relegando a escultura integrada a um papel decorativo específico e de menor escala.

Aspetos Sociais

O Rococó fora de Portugal refletia uma sociedade aristocrática voltada para o lazer e o luxo. A escultura integrada adornava espaços íntimos, como salões, teatros e jardins, destacando a busca pelo prazer e pela sofisticação estética. Representações de figuras alegóricas, cupidos e ornamentos florais eram comuns, espelhando o gosto refinado da elite. Em Portugal, a escultura integrada tinha um papel mais funcional e religioso. Enquanto a nobreza e o clero encomendavam obras para decorar capelas, altares e claustros, estas frequentemente carregavam uma dimensão espiritual. No entanto, os temas alegóricos e decorativos do Rococó também se infiltraram em ambientes privados, como no Palácio de Queluz.

Influencia Cultural e Religiosa

Fora de Portugal, a escultura Rococó era muitas vezes secular, voltada para a celebração do quotidiano e das emoções humanas. Contudo, também foi utilizada em contextos religiosos, especialmente em países católicos como Itália, onde esculturas adornavam igrejas com ornamentação exuberante para atrair e impressionar os fiéis. Em Portugal, devido à forte influência da Igreja Católica, a escultura integrada no Rococó teve uma função primordialmente religiosa. Altares ricamente decorados, retábulos esculpidos em madeira dourada e figuras de santos foram adaptados ao estilo, misturando o esplendor decorativo do Rococó com a solenidade espiritual

Escultura e Arquitetura Integrada

No Rococó europeu, a escultura integrada tornou-se uma extensão da arquitetura, adornando interiores com formas fluídas e harmónicas. Elementos esculpidos, como grinaldas, querubins e figuras alegóricas, fundiam-se com o design dos edifícios, criando ambientes de encanto e leveza. Em Portugal, essa integração foi amplamente visível em igrejas e palácios. No Palácio de Queluz, por exemplo, esculturas decorativas complementam a arquitetura, enquanto em igrejas como a de São Francisco, no Porto, os retábulos esculpidos em madeira dourada exibem uma síntese entre a ornamentação religiosa e a estética rococó.

Rococó e a Cultura do Salão

O Rococó surgiu no início do século XVIII em França, como uma reação ao estilo barroco. Estava intimamente ligado à “cultura do salão”, onde as mulheres desempenhavam um papel central na vida intelectual e cultural da época, especialmente nas cortes. Quatro aspetos do papel da “Mulher Culta” na sociedade de Setecentos: 1. Mediadora e Facilitadora de Debates: As mulheres organizavam os salões, onde promoviam debates intelectuais e culturais entre artistas, filósofos e políticos. 2. Mecenas das Artes: Muitas mulheres cultas eram financiadoras das artes, apoiando artistas e incentivando o desenvolvimento do Rococó. 3. Promotoras do Iluminismo: Embora o Rococó fosse um estilo associado ao prazer e à frivolidade, as mulheres dos salões também estavam ligadas às ideias do Iluminismo, como a razão e a crítica social. 4. Nova Visão do Papel Feminino: O Rococó ajudou a redefinir o papel das mulheres, que passaram a ter maior autonomia e influência cultural.

Development 2

Ascensão da Burguesia: O crescimento da burguesia e o valor dado ao conhecimento influenciaram a arte, aproximando temas mitológicos e naturais do gosto desta nova classe. Declínio da Autoridade Religiosa: A influência da Igreja diminuiu, e a escultura Rococó suavizou temas religiosos, acompanhando o pensamento mais crítico e laico do Iluminismo. Cultura dos Salões: Os salões intelectuais, centros de debate e troca de ideias, adotaram a leveza decorativa da escultura Rococó, alinhando-se ao espírito iluminista. Interesse pela Natureza e Ciência: O fascínio pela natureza e os avanços científicos do período influenciaram os motivos naturalistas nas esculturas, reforçando a conexão entre arte e razão. Assim, apesar das diferenças entre Rococó e Iluminismo, ambos emergiram de um ambiente cultural em transformação, dialogando com os valores de renovação e progresso do século XVIII.

Escultura Integrada e o Enquadramento do Surgimento do Iluminismo

Inspirações do Rococó

Elementos Naturais: O estilo Rococó foi influenciado pela natureza, utilizando formas delicadas como flores, folhas e conchas. Arte Antiga: O Rococó inspirou-se na arte clássica greco-romana, com figuras esguias e harmónicas, mas de forma mais leve e ornamentada. Luxo da Corte Francesa: O Rococó refletiu o gosto pela elegância e o prazer da nobreza francesa, especialmente em móveis e decoração. Influência do Barroco: Embora mais leve, o Rococó manteve algumas características do Barroco, como a ornamentação exuberante e o uso de curvas, mas com uma abordagem mais graciosa e menos dramática

Seleção de Seis Obras Rococó

Igreja de São Roque (Arq. Religiosa) Palácio Marquês de Dos Águas - Valência (Arq. Religiosa) Capela Real do Palácio de Queluz - Lisboa (Arq. Religiosa) Palácio de Catarina – São Petersburgo (Rússia) (Arq. Civil) Palácio de Soubise Paris (Arq. Civil) Salas do Palácio Real de Espanha (Arq. Civil)

Análise das Obras

Igreja de São Roque (Arq. Religiosa):

  • Função: Igreja católica de culto religioso.
  • Materiais: Mármore, madeira, azulejos.
  • Decoração: Altares dourados, esculturas barrocas, pinturas em afresco.
  • Características Formais: Planta em cruz latina, cúpula central.
  • Características Plásticas: Exuberância barroca, efeitos de movimento nas esculturas e pinturas.

Análise das Obras

Palácio Marquês de Dos Águas - Valência (Arq. Religiosa):

  • Função: Residência privada, atualmente museu.
  • Materiais: Pedra, mármore, cerâmica.
  • Decoração: Cerâmica nas fachadas, móveis rococó, dourados.
  • Características Formais: Planta retangular, escadarias imponentes.
  • Características Plásticas: Detalhes de cerâmica e dourados criam um efeito luxuoso.

Análise das Obras

Capela Real do Palácio de Queluz - Lisboa (Arq. Religiosa):

  • Função: Culto religioso da família real.
  • Materiais: Mármore, madeira dourada, azulejos.
  • Decoração: Altares, pintura do teto, esculturas.
  • Características Formais: Planta em cruz latina, abóbada e cúpula.
  • Características Plásticas: Dourado e detalhes escultóricos criam grandiosidade.

Análise das Obras

Palácio de Catarina – São Petersburgo (Rússia) (Arq. Civil):

  • Função: Residência imperial, hoje museu.
  • Materiais: Mármore, ouro, âmbar.
  • Decoração: "Salão de Âmbar", lustres, esculturas.
  • Características Formais: Várias alas simétricas, grande hall central.
  • Características Plásticas: Opulência, com painéis de âmbar e dourado.

Análise das Obras

Palácio de Soubise Paris (Arq. Civil):

  • Função: Residência nobre, hoje Arquivo Nacional.
  • Materiais: Pedra, mármore, estuque.
  • Decoração: Painéis de estuque, espelhos, móveis de época.
  • Características Formais: Planta simétrica com salões amplos.
  • Características Plásticas: Uso de dourado e espelhos, efeito de ampliação do espaço.

Análise das Obras

Salas do Palácio Real de Espanha (Arq. Civil):

  • Função: Residência e salas de cerimônias reais, hoje museu.
  • Materiais: Mármore, madeira, tapeçarias.
  • Decoração: Tapeçarias flamengas, candelabros, pinturas.
  • Características Formais: Salas amplas com tetos altos e simetria.
  • Características Plásticas: Dourados e tapeçarias criam um efeito grandioso e luxuoso.