Jogos Olímpicos da Antiguidade

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS COIMBRA SUL PROFESSORA SARA SILVA EDUCAÇÃO FÍSICA

JOGOS OLÍMPICOS DA ANTIGUIDADE

Foi na Grécia de há muitos anos que tudo começou. Os gregos realizavam grandes festivais desportivos. Todos os jogos eram encarados como festividades religiosas. Os mais famosos eram os Jogos Olímpicos, realizados em Olímpia. Realizavam-se de 4 em 4 anos, provavelmente entre os meses de agosto e setembro – época das colheitas, e chegavam a ter a duração de 5 dias. Tinham um caráter religioso, político e desportivo de extrema importância para os gregos.

JOGOS OLÍMPICOS DA ANTIGUIDADE

ORIGEM E HISTÓRIA

No momento das competições, além dos atletas e espectadores, comerciantes de todos os tipos reuniam-se em Olímpia: o número de pessoas presentes nos Jogos Olímpicos era estimado em mais de 40 000.

Era ainda formada por construções desportivas como ginásio, palestra, estádio e hipódromo, além de outras usadas para a administração dos jogos e para a receção de convidados importantes.

A parte central de Olímpia era dominada pelo majestoso templo de Zeus, com o templo de Era (mulher de Zeus) situado paralelamente.

Representação do Templo de Zeus em Olímpia (470-456 a.C.)

A CIDADE - ESTÁDIO DE OLÍMPIA

Estádio

Atual

Antes

TEMPLO DE ZEUS OLÍMPICO

No decorrer dos Jogos, a trégua sagrada era proclamada. Mensageiros (spondorophoroi) iam de cidade em cidade para anunciar as datas das competições. Eles pediam que todas as guerras fossem interrompidas antes, durante e depois dos jogos para que os atletas e espectadores pudessem viajar de e para os lugares dos Jogos com total segurança. Um clima de paz era considerado importante no período da competição.

Representação da estátua de zeus em olímpia

O Jogos realizavam-se em homenagem aos deuses, particularmente a Zeus e eram também uma forma de procurar harmonia entre todas as cidades-estado, além de ser um acontecimento que promovia a valorização da saúde e do corpo saudável.

Existiam três critérios principais para a participação nos jogos: teria que ser homem, de origem grega e homem livre. Mulheres, escravos e estrangeiros eram excluídos. No início, os atletas não eram profissionais. Embora fossem na maioria de famílias ricas, alguns atletas também vinham de sectores mais modestos da população. Com o passar do tempo a situação mudou, e a maioria dos atletas tornou-se profissional.

Depois da Grécia ter sido conquistada por Roma, em 146 a.C., foi permitido aos romanos juntarem-se aos atletas gregos. Mais tarde, a participação também foi estendida para atletas de origem estrangeira, após a concessão da cidadania romana para todos os habitantes das províncias durante as 248 Olimpíadas (213 d.C.).

participação nos jogos

Para os Jogos Olímpicos, cada cidade-estado escolhia os seus melhores atletas para participar nos Jogos Olímpicos. O atleta escolhido ainda tinha que treinar muito por vários meses. Uma vez estabelecida a trégua sagrada e a data dos Jogos anunciada, os atletas e seus treinadores partiam para Olímpia. A jornada poderia ser longa e difícil. Quando chegavam a Elis, perto de Olímpia, os atletas treinavam por mais um mês no ginásio da cidade, o último estágio de qualificação para os Jogos.

Os atletas selecionados para ir a Olímpia faziam um juramento, assim como os juízes. A promessa de participar nas competições de forma honrosa era estabelecida como regra.

Todos os atletas realizarem o juramento, mas nem sempre o cumpriam, tentando ganhar infringindo as regras. Os que realizassem estas ações de desobediência eram castigados e tinham que pagar multas. Com o dinheiro das multas eram erguidas estátuas de Zeus e colocadas no percurso para o estádio, com a identificação do atleta que não respeitou o juramento gravada na base da estátua. Durante o percurso os atletas viam as estátuas antes de chegarem ao local da competição e isso lembrava-os de não seguir o exemplo de tentar ganhar de forma irregular.

PARTICIPAÇÃO NOS JOGOS

Hoplitódromos

Provas de Corrida • Dromos – Corrida de 192 metros, o equivalente a uma volta ao estádio; • Diaulos – Corrida de 384 metros, o equivalente a duas voltas ao estádio; • Dolichos – Corrida equivalente entre sete a vinte e quatro estádios; • Hoplitódromos – Corrida com armas, usando escudo, elmo e caneleira.

Os atletas competiam em diferentes modalidades no estádio, à exceção das provas equestres que se realizavam no hipódromo.

PROVAS

Tethrippon – Corridas de quadrigas, carroças puxadas por quatro cavalos;Corrida equestre – Corridas com cavalos;Apene – Corrida de carroças puxadas por mulas;Calpe – Corridas com éguas;Synoris – Corridas de bigas, carroças puxadas por dois cavalos.

provas equestres

Luta – Combate onde era permitido partir os dedos do adversário;Pugilato – Os atletas enrolavam aos dedos tiras de couro. O combate só terminava quando um dos atletas desistia ou ficava inconsciente; Pancrácio – Combate onde tudo era permitido, exceto enfiar os dedos nos olhos, atacar a região genital, arranhar ou morder.

provas de luta

Prova composta por lançamento de disco, lançamento de dardo, salto em distância, corrida de estádio e luta.

Provas de Pentatlo

prémios

Nos Jogos Olímpicos só existia um vencedor por modalidade e o prémio era uma coroa de folhas de oliveira selvagem e uma fita de lã vermelha, a taenia, que era presa na cabeça do vencedor. O vencedor segurava ainda uma folha de palmeira, outro símbolo de vitória. A modesta coroa de folhas era, no entanto, a maior recompensa possível no mundo grego, como garantia de honra e respeito para todos que seguravam uma coroa.

Após a conquista da Grécia pelos Romanos, em 146 a.C., os Jogos Olímpicos foram lentamente desaparecendo por várias razões: • Os atletas tornaram-se profissionais e a sua principal motivação era conseguirem vitórias, participando num maior número de competições possível. • Os Romanos defendiam que os Jogos Olímpicos eram um espetáculo, enquanto que para os Gregos era uma competição, o que desvirtuou os ideais iniciais. • Com o nascimento do Cristianismo (crença em um só Deus), a continuidade dos Jogos Olímpicos ficava ameaçada. Após a conversão do imperador Theodosius I ao Cristianismo, este decidiu extinguir os Jogos Olímpicos em 393 d.C, após mais 1000 anos de existência por serem considerados uma forma de culto pagão. Aquilo que durante mais de doze séculos tinha sido fator de unidade da civilização grega, chegava, sem glória, ao fim.

FIM DOS JOGOS OLÍMPICOS DA ANTIGUIDADE

Após o fim dos Jogos Olímpicos, a cidade de Olímpia foi alvo de atos de vandalismo e fustigada por fogos e terramotos que levaram à destruição das construções. No século XIX, iniciaram-se escavações arqueológicas que vieram revelar as ruínas de Olímpia, onde aconteciam os Jogos Olímpicos. Esta descoberta levou ao renascimento dos valores desportivos que influenciaram o pedagogo francês Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin.

RENASCIMENTO DOS JOGOS OLÍMPICOS NO SÉC. XIX

Jogos olímpicos da era moderna

Em 1888, a descoberta arqueológica de Olímpia, na Grécia, motivou as ideias de Coubertin a reviver os “Jogos Olímpicos da Antiguidade”. Em 1894, o Barão de Coubertin realizou um encontro internacional na Sorbonne, o Congresso Internacional de Amadores, com o objetivo de discutir o regresso dos Jogos Olímpicos. Foi criado o Comité Olímpico Internacional (COI). O comité decidiu que o primeiro evento seria em Atenas, em 1896 e que se repetiria de 4 em 4 anos. Assim, no dia 23 de junho de 1894, foi decidido realizar novamente os Jogos Olímpicos, dali a dois anos, em Atenas (sede da primeira edição). No mesmo congresso também foram aprovados os princípios básicos da competição e fundado o Comité Olímpico Internacional (COI).

Jogos Olímpicos da Grécia Antiga

A origem dos Jogos Olímpicos

vídeos

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