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Sermão Santo antónio aos peixes

Padre António Vieira

Ana Cortês

TM 23/26

Sermão Santo António aos peixes

Escrita por António Vieira em 1654, é uma obra prima da literatura barroca e da oratória religiosa portuguesa.Pregado em São Luís, no Maranhão, o sermão critica a exploração e os abusos sofridos pelos indígenas sob a colonização portuguesa.Utiliza a metáfora do sermão aos peixes para elogiar virtudes de algumas espécies de peixes e, ao mesmo tempo, denunciar os vícios e a corrupção dos colonos e da sociedade de sua época. Com ironia e inteligência, ele expõe as falhas morais da sociedade sem confrontá-la diretamente.

Theoretical framework

CAPITULO 1

Exórdio e Justificativa

No capítulo inicial do Sermão de Santo Antônio aos Peixes, Vieira utiliza a figura de Santo Antônio, que prega aos peixes por não conseguir converter os homens, para criar uma alegoria. Os peixes representam virtudes e defeitos, simbolizando diferentes tipos de comportamentos humanos. Vieira elogia as qualidades de alguns peixes, mas critica os defeitos de outros, usando-os como metáfora para expor os vícios e atitudes negativas da sociedade. Assim, ele constrói uma crítica indireta e poderosa à corrupção e aos desvios morais da época.

Estrutura e temas do capítulo 1

Elogios aos Peixes

Alegoria Crítica

Contexto Social e Religioso

Vós-------------pregadores estis sal--------doutrina(mensagem cristã/envagelica terrae----------ouvintes

É uma forma de argumentação que parte de uma frase bíblica, anunciando o tema que será desenvolvido e vai sendo recuperado ao longo do texto.( "Vós estis sal terrae")

Conceito predicavel

Conclusão do 1º capítulo

O capítulo inicial do sermão é, portanto, uma introdução que prepara o terreno para as críticas mais diretas que ele fará em capítulos subsequentes. Padre Antônio Vieira usa o recurso da metáfora para mascarar críticas sociais profundas, evitando assim confrontos abertos com a igreja e a elite colonizadora, enquanto denuncia, com astúcia e ironia, os males sociais de sua época.

Introduction

Obrigada pela atençao.

Embora o sermão esteja supostamente direcionado aos peixes, as críticas são, na verdade, destinadas à elite colonizadora e àqueles que oprimiam os indígenas no Brasil. O sermão sugere que a corrupção e o pecado dos colonizadores são um grande problema, e Vieira denuncia isso de forma alegórica, protegendo-se de retaliações diretas.

Vieira utiliza a metáfora dos peixes para representar as falhas humanas. No entanto, ao elogiar algumas espécies, ele está a reforçar o contraste com os homens. Ele critica a ganância, a corrupção e o egoísmo dos colonos, sem nunca mencionar esses pontos diretamente. Vieira aponta que os peixes, mesmo vivendo em um ambiente "inferior" ao dos humanos, demonstram qualidades que os homens deveriam imitar.

No capítulo 1, Vieira elogia as qualidades dos peixes e as destaca como exemplos de virtudes. Entre os peixes mencionados, ele aponta características que gostaria de ver nos homens, tais como a capacidade de se esquivar do mal, a coragem e a unidade.

No exórdio do sermão, Vieira justifica sua escolha de pregar aos peixes, criticando a sociedade humana, que, em sua visão, está tão corrompida e distante da virtude que tornou-se quase inútil tentar convertê-la. Ao se dirigir aos peixes, ele enfatiza que até eles estão mais abertos a ouvir a palavra de Deus do que os homens, reforçando sua crítica à surdez espiritual e moral da sociedade.