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Heinz Kohut:A Psicologia do Self
Beatriz Rodrigues
Created on November 11, 2024
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Transcript
Heinz Kohut:
A Psicologia do Self
Afonso Fragoso Beatriz Rodrigues Tomás Vasconcelos
Modelos Psicodinâmicos em Psicologia
Índice
3.6. Transferência Especular E Transferência Idealizadora 3.7. Distúrbios Do Self 3.8. Transtorno Narcísico De Personalidade 3.9. Restauração do self 4. Contributos De Kohut Para A Psicologia 5.Freud vs Kohut 6. Conclusão
1. Introdução 2. Biografia 3. Teorias 3.1. Psicanálise do Self - Conceito de Self 3.2. A Fragmentação do Self 3.3. Coesão do Self 3.4. Self-Objects 3.5. Processo De Internalização Transmutadora
O seu trabalho foi muito importante pois permitiu evoluir a psicanálise da época e explorou aspetos pouco explorados ao nível do desenvolvimento individual.
Introduziu novos conceitos tais como: -Self object -Transferências narcísicas -Frustrações ótimas
Introdução
Biografia
- Heinz Kohut foi um psicólogo e psicanalista, que nasceu em 1913 na Áustria, mais especificamente em Viena e faleceu em 1981.
- Iniciou a sua formação analítica em 1946, conclui os seus estudos e logo depois foi professor de metapsicologia freudiana na universidade de Chicago.
- Em 1957, apresentou o seu artigo “Introspeção, empatia e psicanálise - um estudo da relação de observação e teoria” no qual afirma que o método empírico e introspetivo «concede» acesso à vida psicológica do paciente.
- Publicou o seu 1º livro em 1971, chamado "A análise do self", onde dá a conhecer conceitos como self objetos.
Teorias
Psicanalista Kohut: conhecido por revolucionar a compreensão psicanalítica do narcisismo e do self. Psicologia do Self: estrutura teórica única que explora o self. Contribuições para uma compreensão profunda do self e da psique humana em contextos terapêuticos. Exploração e análise dos conceitos da teoria de Kohut.
3.1. A Psicologia Do Self :
O Conceito De Self
Motivação para o estudo
2.
Interesse de Kohut pelo Self
1.
Falhas na Constituição do Self:
3.
Origem do Conceito de Self em Freud:
4.
3.1. A Psicologia Do Self:
O Conceito De Self
Kohut apresentou o conceito de self com duas perspetivas:
Num sentido mais restrito: O self é definido como uma porção do aparelho psíquico que tem continuidade no tempo.
Num sentido mais amplo: passa a ver o self, como o ponto central da vida psíquica, uma estrutura bastante ordenada e independente das agências psíquicas.
3.2. A Fragmentação Do Self
- Fase inicial no desenvolvimento da identidade;
- A pessoa ainda não se percebe como uma unidade completa;
- O self é formado por partes separadas e funções isoladas que recebem atenção e energia, mas ainda sem a consciência de serem uma unidade coesa.
- Essa ideia é comparável à fase do autoerotismo na teoria de Freud, onde a criança direciona a sua energia (líbido) a partes específicas do corpo, mas sem uma perceção de integração.
3.3. A Coesão Do Self
Etapa onde o self já era percecionado como um todo e, na teoria de Freud, seria a fase do narcisismo, na qual a líbido era investida num todo coerente.
Indivíduo com self coeso
O que permite que o indivíduo tenha uma sensação de continuidade tanto no espaço como no tempo, de que as suas funções e o seu corpo são como um todo e que os seus comportamentos, ideias, emoções e sentimentos se mantém com o passar do tempo.
Coesão
3.3. A Coesão Do Self
Self Arcaico
Self Patológico
Self Saudável
3.4. Self-objects
- Kohut introduziu os objetos do self e defini-os como pessoas ou objetos externos;
- Funcionam como extensões psicológicas do self de um indivíduo;
- Enfatizam a importância dos vínculos emocionais e a relevância de suporte contínuo, contrariando de que saúde mental depende da independência emocional absoluta;
- Quando a criança nasce possui apenas um núcleo de self e não um self totalmente definido.
TIPOS DE SELF OBJECT
ESPElhamento
GEMELAR
IDEALIZADO
Sentimento de pertença da criança.Contexto onde se sente compreendida e tem capacidade de compreender o outro.
Necessidade de aprovação. Reflete as qualidades e sentimentos da criança. Ajuda ao desenvolvimento de boa autoestima.
Confere segurança ao bebé, que projeta os seus ideais nas figuras que o inspiram (por exemplo, os pais).
3.4. Self-objects
Os objetos do self são por sua vez essenciais na formação do
Self Bipolar
Self Grandioso
-Manifesta-se no exibicionismo infantil, onde a criança fantasia ser poderosa e grandiosa.
-Fundamental para o desenvolvimento de personalidade, a criança foca mais a sua atenção nas suas ações do que nos objetos externos.
Imago Parental Idealizada
-Representa a figura idealizada dos pais e cuidadores.
-Pode vir a tornar-se prejudicial se permanecer irrealista e rígida na mente da criança.
-A criança começará a desidealizar essas figuras num processo que o Kohut chama de frustração ótima.
3.5. Processo De Internalização Transmutadora
Descreve uma fase onde os objetos do self começam a não corresponder às necessidades emocionais da criança
Frustração Ótima
Essas falhas permitem a internalização das figuras de apoio, onde a criança começa a fortalecer a sua capacidade de autorregulação emocional e vai construindo a sua própria figura do self.
Nível Terapêutico
3.6. Transferência Especular E Transferência Idealizadora
- Surgem no contexto da terapia.
- Englobam as expetativas criadas pelo paciente em relação ao terapeuta.
- Processos que surgem devido a falhas ou traumas por necessidades emocionais não satisfeitas.
Especular
Idealizada
3.7. Distúrbios Do Self
Quando a formação do self não ocorre de maneira equilibrada, levando a que não tenha a coesão necessária para se desenvolver corretamente -> Falhas
Fatores que podem acarretar falhas no self:
Estimulação exagerada do self da criança
Self-object materno não permite a criança sentir a calma
Self-object-> resposta não integradora na criança
Estímulo do self-object é insuficiente
3.8. Transtorno Narcísico De Personalidade
- O narcisismo patológico caracteriza-se pela internalização de uma perspetiva irreal do self.
- As pessoas com este distúrbio tendem a considerar-se sempre superiores, não têm defeitos e quando há algo negativo projetam no outro.
- Muitas pessoas com narcisismo patológico precisam de constante aprovação já que não têm um "sistema" que lhes permita desenvolver autoestima interna.
- Quando as pessoas não lhes dão a aprovação que elas precisam, os narcísicos experimentam sentimentos de profundo vazio.
3.9. Restauração do self
Frustrações ótimas
Empatia Do Profissional
A empatia do psicólogo abre portas para uma validação saudável das necessidades e sentimentos do paciente. Quando o psicólogo as valida, o paciente começa a ganhar ferramentas e meios internos para começar a olhar para si próprio com "outros olhos".
Muito importantes para a construção de um self real, saudável e coeso. Evitam que a pessoa fique presa a uma dimensão fantasiosa e irreal do self. Pequenas frustrações incutidas de forma gradual no paciente.
3.9. Restauração do self
Permite ao paciente: - transferir as suas necessidades de aprovação para o terapeuta, ajudando o paciente a "revivê-las", mas de uma forma equilibrada e saudável. Vai fazer o terapeuta compreender as fragilidades deste self fragmentado e assim ajudar o paciente a construir um self mais coeso e estável.
Transferência Narcísica
Recurso a Objetos De Self
Permite ao terapeuta: - recriar as funções dos objetos de self que o paciente não teve na sua infância. Importantes para a reconstrução do self.
4. Contributos De Kohut Para A Psicologia
Papel de muita relevância na psicologia atual, pelo que, os contributos que o mesmo teve, e ainda tem na psicologia, são vastos e passam por:
- Evolução a psicanálise da época, com a introdução de novos conceitos.
- Melhoria da compreensão do processo de formação e estruturação do eu.
- Apresentação de novos tipos e dimensões do self.
- Maior clarificação em torno da questão do narcisismo (é possível tê-lo num nível saudável).
- Apresentação de razões que levam algumas pessoas a desenvolver um narcisismo patológico, tendo em conta as emoções da pessoa.
Freud
Kohut
Teoria Estrutural da Mente:
Self Tripartido
ID, Ego, Superego
Impulsos, conflitos internos e desejos
Vicissitudes das relações
Narcisismo primário voltado para objetos externos ao bebé
Narcisismo - necessidade básica do self; saudável ou patológico
Raiva, vista como biológico e associado à regressão psicológica primitiva dos impulsos
Interpretada em termos de empatia e relação com o self
VS
Libido é investida em fases psicossexuais
Desenvolvimento do self sustentado por relações de apoio
Não enfatizado. Foco nos impulsos e nos objetos como projeções
Self-objetos fundamentais para suporte emocional e coesão do self
Transferência como projeção inconsciente do paciente no terapeuta
Transferências especular e idealizadora ajudam a reforçar o self
Tornar consciente o inconsciente; equilibrar id e superego
Construir um self coeso e resiliente com capacidade de autorregulação
Conclusão
Com a realização deste trabalho, pudemos ficar com uma compreensão mais profunda não só sobre Kohut e as suas teorias e contributos, bem como a compreensão de patologias relacionadas ao narcisismo e ao desenvolvimento deficiente do self. Assim, este trabalho possibilita uma reflexão sobre este tipo de questões relacionadas ao self não só nos outros como em nós próprios, de como o desenvolvimento equilibrado ou desequibrado do mesmo pode impactar uma série de aspetos da nossa vida interna e também, com os outros (interações).
Obrigado!
Referências
MSD Manual. (2023). Transtorno de personalidade borderline. MSD Manual – Versão para profissionais de saúde. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-de-personalidade/transtorno-de-personalidade-borderline#Sinais-e-sintomas_v25246799_pt
Online Psicanálise. (2024). As sete escolas da psicanálise: Psicologia do self – Heinz Kohut. Online Psicanálise. https://onlinepsicanalise.com.br/as-sete-escolas-da-psicanalise-psicologia-do-self-heinz-kohut/
Psicanálise Clínica. (n.d.). Eu grandioso. Psicanálise Clínica. https://www.psicanaliseclinica.com/eu-grandioso/
Sociedade de Psicologia de Porto Alegre. (2024). O legado de Heinz Kohut. Sociedade de Psicologia de Porto Alegre. https://sppel.com.br/publicacoes/blog/o-legado-de-heinz-kohut/
Self Arcaico é um estado indiferenciado, onde o indivíduo ainda não distingue claramente o mundo e os objetos ao seu redor.
Este tipo de self tende a supervalorizar-se, acreditando num poder ou conhecimento que nem sempre corresponde à realidade do indivíduo (self grandioso).
Importância: A criança precisa do espelhamento do outro para construir a sua identidade – especialmente o papel da mãe ou cuidador ao estimular temporariamente o narcisismo infantil (espelhamento).
Self não real
- quando a criança enfrenta as suas capacidades e fragilidades numa fase precoce do desenvolvimento cognitivo, se essa exposição gerar algum tipo de trauma ou se a criança não for ajudada nesse processo
- Necessidade de aprovação projetada no terapeuta, que espelha a imagem do paciente.
- Imagem fantasiosa da grandiosidade da criança.
- Sem aprovação dessa grandiosidade (por exemplo, pelas figuras paternais), desenvolve-se um self frágil.
Recebia pacientes que relatavam alguns sintomas dos quais se queixavam e os quais não eram explicados pelos conhecimentos da época. Estes pacientes não apresentavam sintomas neuróticos clássicos, o que motivou Kohut a investigar o self.
O self saudável diz respeito a um self maduro, que é um self mais realista, isto é, a criança começa a perceber que não é tão grandiosa como pensa e que depende de um outro. Para além disso, começa também a aceitar as suas fragilidades e as suas habilidades. O self grandioso acaba por se ligar ao ego e as idealizações são convertidas em foco e objetivos.
- Paciente - sentir a necessidade de ver o terapeuta como figura grande e poderosa, cuja presença traz paz, segurança e orientação
- Procura uma figura protetora e inspiradora, que via de idealizada nos seus pais, durante a infância.
- Permite ao paciente que estabeleça o senso de segurança necessário a que acabe por internalizar o apoio e desenvolva uma estrutura interna mais autónoma.
Este tipo de self surge ou mantém-se pela permanência ou regressão às formas arcaicas e fragmentadas.
1ª situação (arcaicas)- a mãe não deu as ferramentas necessárias para a construção de um self coeso e maduro. 2ª situação (fragmentadas)- regressão a um self fragmentado, funções mentais e partes corporais não unificadas. Fragmentação do self <-> coesão do mesmo Psicoses e pessoas com transtorno de borderline são exemplos de selfs patológicos.
Freud introduziu o conceito de self, mas existia um conflito no significado que o mesmo atribuía ao self e ao ego, no qual este último era usado para designar a pessoa como um todo e era a parte "organizada do psiquismo".
Kohut percebeu que esses pacientes apresentavam falhas no desenvolvimento do self, que não eram explicadas pelas teorias psicanalíticas da época
O processo de internalização transmutadora, segundo Kohut, é fundamental, pois o terapeuta atua como um objeto do self, oferecendo suporte emocional ao paciente para lidar com falhas no desenvolvimento do self. Com o tempo, o paciente internaliza essa função de suporte, o que fortalece a sua autonomia emocional e autorregulação, ajudando a formar uma identidade resiliente.
Kohut estudou o self como um construto complexo, com o intuito de preencher as falhas das teorias anteriores, principalmente da psicologia do ego de Freud.