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Tomás Porto
Created on November 10, 2024
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Transcript
"Acho tão natural que não se pense"
Alberto Caeiro
João Tomás Portonº7 Português
Alberto Caeiro
- Alberto Caeiro foi um heterónimo de Fernando Pessoa
- Considerado por muitos como o "mestre" dos heterónimos e do próprio ortónimo
- Caracteriza-se por abordar temas ligados à natureza e que defendem a rejeição do pensamento filosófico
- Este rodeia- se da natureza e conhece-a através do uso dos variados sentidos.
“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa.
Temática e Assunto
- A temática presente neste poema é a do poeta das sensações.
- Quanto ao assunto, o poema de Alberto Caeiro critica o pensamento excessivo, que ele considera um obstáculo à experiência genuína e simples da vida.
- Defende que a perceção do mundo deve ser direta e sensorial, sem a mediação de análises ou interpretações intelectuais.
- Para Caeiro, viver de forma imediata e através dos sentidos é a verdadeira forma de compreender o mundo.
1ª Parte lógica
- Nesta primeira parte, Caeiro começa de forma irónica, afirmando que é natural não pensar.
- Ele ri-se então da ideia de que as pessoas pensam, sugerindo que o pensamento é algo desnecessário e até estranho.
- Caeiro vê o pensamento como um obstáculo à experiência direta e autêntica da realidade.
2ª Parte lógica
- Aqui, Caeiro refere a futilidade e o desconforto de se questionar acerca do que não precisa de reflexão.
- Ele expressa o desconforto que sente ao dar conta de que está a pensar, o que sugere a ideia de que o pensamento o afasta da experiência direta.
3ª Parte lógica
- Na última parte, Caeiro conclui que, ao pensar demasiado, perde-se a capacidade de ver as coisas como elas são.
- Ele afirma que, ao abandonar o pensamento, pode viver a experiência sensorial do mundo, sem a interferencia do intelecto, e ter uma relação direta com a Terra e o Céu, sem a tristeza ou confusão que o pensamento excessivo provoca.
Análise 1ª estrofe
O sujeito poético sugere que a ausência de reflexão é ideal
Recurso expressivo ironia: revela uma postura irónica em relação à complexidade do pensamento humano
"Acho tão natural que não se pense Que me ponho a rir às vezes, sozinho, Não sei bem de quê, mas é de qualquer coisa Que tem que ver com haver gente que pensa..."
O fato de ele não saber exatamente por que ri é uma crítica à abstração do pensamento humano, que parece sem fundamento para ele.
Análise 2ª estrofe
Pergunta retórica: Questiona a utilidade do pensamento e ilustra que especulações filosóficas são desnecessárias e irrelevantes para a verdadeira experiência da realidade.
"Que pensará o meu muro da minha sombra? Pergunto-me às vezes isto até dar por mim A perguntar-me coisas E então desagrado-me, e incomodo-me Como se desse por mim com um pé dormente..."
Ao se dar conta de que está a fazer questões sem sentido, ele mostra como o pensamento excessivo é desconfortável e desnecessário, algo que o afasta da vivência direta.
Metáfora: Ilustra a sensação de desconforto que o pensamento provoca, sugerindo que este impede a fluidez da experiência sensorial.
Análise 3ª estrofe
Questiona novamente o que algo poderia pensar sobre outra coisa
responde que
"Que pensará isto de aquilo? Nada pensa nada. Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem? Se ela a tiver, que tenha... Que me importa isso a mim ...
"nada pensa nada", reforçando que o mundo natural não necessita de reflexão
Caeiro faz uma pergunta sobre a Terra ter "consciência" das pedras e plantas, mas rapidamente se desinteressa pela ideia, mostrando indiferença pela necessidade de refletir.
Continuação
Hipérbole: Serve para ilustrar, de forma extrema, a distância que o pensamento cria entre o ser humano e o mundo natural.
"Se eu pensasse nessas coisas, Deixava de ver as árvores e as plantas E deixava de ver a Terra, Para ver só os meus pensamentos... Entristecia e ficava às escuras E assim, sem pensar, tenho a Terra e o Céu
Metáfora: Sugere que o pensamento, em vez de trazer clareza, leva à confusão e à perda da verdadeira perceção do mundo, como se o pensamento cegasse o sujeito.
Caeiro conclui que, ao abandonar o pensamento, pode viver em harmonia com o mundo natural, "tendo a Terra e o Céu". Sem a intervenção do intelecto, a experiência direta do mundo é a forma mais autêntica de existir. Representa uma antítese.
Análise externa
- O poema é composto por 3 estrofes.
- A primeira estrofe é uma quadra
- A segunda estrofe é uma quintilha
- A ultima estrofe contem 11 versos
- Linguagem simples, direta e coloquial
- Humor e ironia subtis, utiliza palavras do quotidiano e evita rebuscamentos, transmitindo clareza e naturalidade.
Esquema rimático
Que pensará isto de aquilo? (J) Nada pensa nada.(K) Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem?(l) Se ela a tiver, que a tenha...(M) Que me importa isso a mim?(N) Se eu pensasse nessas coisas,(O) Deixaria de ver as árvores e as plantas(P) E deixava de ver a Terra,(Q) Para ver só os meus pensamentos...(R) Entristecia e ficava às escuras.(S) E assim, sem pensar, tenho a Terra e o Céu.(T)
Acho tão natural que não se pense (A) Que me ponho a rir às vezes, sozinho, (B) Não sei bem de quê, mas é de qualquer coisa (C) Que tem que ver com haver gente que pensa... (D) Que pensará o meu muro da minha sombra? (E) Pergunto-me às vezes isto até dar por mim (F) A perguntar-me coisas... (G) E então desagrado-me, e incomodo-me (H) Como se desse por mim com um pé dormente... (I)
Escansão métrica
A/cho/ tão/ na/tu/ral/ que /não/ se/ pen/(se) Que/me/po/nho a/rir/às/ve/zes,/so/zi/(nho) Não/sei/bem/de/quê,/ma/sé/de/qual/quer/coi/(sa) Que/tem/que/ver/com ha/ver/gen/te/que/pen/(sa) Que/pen/sa/rá o/meu/mu/ro/da/mi/nha/som/(bra)? Per/gun/to/me às/ve/zes/is/to a/té/dar/por/mim A/per/gun/tar me/coi/(sas) E en/tão/de/sa/gra/do/me e in/co/mo/(do me) Co/mo/se/de/sse/por/mim/com um/pé/dor/men/(te)
Três versos decassilábicos e um verso hendecassilábico
Um verso dodecassilábico, um verso pentassilábico , dois versos hendecassilábicos e um verso eneassílabico
Escansão métrica
Que/pen/sa/rá/is/to/de a/qui/(lo) Na/da/pen/sa/na/(da) Te/rá a/ter/ra/cons/ci en/ci a/das/pe/dras/e/plan/tas/que/tem Se e/la a/ti/ver,/que a/te/(nha) Que/me im/por/ta is/so a/mim Se eu/pen/sas/ se/nes/sas/coi/(sas) Dei/xa/ri/a/de/ver/as/ár/vo/res/ e as/plan/(tas) E/dei/xa/va/de/ver/a/Ter/(ra) Pa/ra/ver/só os/meus/pen/sa/men/(tos) En/tris/te/ci/a e/fi/ca/va às/es/cu/(ras) E/as/sim,/sem/pen/sar,/te/nho a/Te/rra/e o/Céu
Esta estrofe contém três versos octossílabicos, um verso pentassílábico, um verso com quinze silabas métricas, dois versos hexassilábicos,um verso heptassilábico,dois versos dodecassílabicos e um verso decassilábico.
Webgrafia/Bibliografia
- http://arquivopessoa.net/textos/3426, consultado a 23/11/2024
- https://propor.esccb.pt/pessoa/het_alb_poemas-Achotaonatural_com.htm, consultado a 23/11/2024
- https://pt.slideshare.net/slideshow/alberto-caeiro-biografia-e-caracteristicas/41921892, consultado a 23/11/2024
- Célia Cameira, Alexandre Dias Pinto, Carla Cardoso- 2023-Mensagens Português 12ºano-1ª edição-Texto-pp.72,consultado a 23/11/2024