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Matilde Moreira

Created on November 8, 2024

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Transcript

Farsa de Inês Pereira

De Gil vicente

Mariana Alves (n.º14);Matilde Moreira (n.º15); Rafaela Pacheco (n.º17).

Farsa de Inês Pereira

Mais vale um asno que me carregue do que um cavalo que me derrube "

Caracterização das personagens

Farsa de Inês Pereira

Inês Pereira:

É uma jovem sonhadora, impulsiva e considerada preguiçosa por sua mãe, com quem tem conflitos constantes sobre o que significa “casar bem”. Para ela, o casamento é uma via de escape e uma forma de libertação da influência materna. No entanto, Inês inicialmente julga os pretendentes pela aparência, o que a vida e a experiência mostrarão ser uma visão superficial. Com o tempo, ela aprende que um bom casamento deve considerar as qualidades reais dos parceiros, em vez das aparências. Como personagem, Inês representa o desejo comum de muitas jovens da época por ascensão social através do casamento.

Farsa de Inês Pereira

Mãe:

A Mãe é uma personagem prática, interessada em garantir estabilidade econômica para si mesma, vendo no casamento da filha com Pêro Marques uma segurança para o futuro. Em contraste com a impulsividade da filha, é ponderada e realista, compartilhando valores com Lianor Vaz, a alcoviteira. Como personagem-tipo, ela é plana e estática, representando a figura tradicional e calculista de mãe que busca ascensão social por meio do casamento da filha.

Farsa de Inês Pereira

Lianor Vaz e Judeus (Latão e Vidal):

Lianor Vaz e os Judeus são personagens secundárias e medianeiras, auxiliando Pêro Marques e o Escudeiro, respetivamente. Representam tipos sociais comuns da época, sendo os Judeus caracterizados de forma estereotipada, com uma linguagem que traz comicidade. .

Farsa de Inês Pereira

Escudeiro:

É o cavalo que derruba Inês. O Escudeiro é um oportunista que busca enriquecer pelo casamento. Tirano e prepotente com Inês, mostra-se covarde na guerra, onde morre enquanto foge. É uma personagem-tipo e estática.

Farsa de Inês Pereira

Pêro Marques:

Pêro Marques é um homem simples e rústico, ridicularizado por Inês, mas que, apesar disso, aceita casar-se com ela, sendo depois usado e traído. Como personagem-tipo e estática, ele traz comicidade de caráter e de situação, ganhando profundidade em contraste com o Escudeiro.

Farsa de Inês Pereira

Ermitão e moço:

O Ermitão serve apenas para facilitar o ditado que inspira a peça. Já o Moço auxilia na caracterização do Escudeiro, seu amo, especialmente por meio de suas interações e diálogos.

Farsa de Inês Pereira

Brás da Mata:

Brás da Mata é um fidalgo vaidoso e fanfarrão que tenta impressionar com histórias exageradas de coragem. A sua nobreza é superficial, sendo ganancioso e preocupado com aparências. Representa a crítica de Gil Vicente à nobreza decadente e parasitária da época.

Farsa de Inês Pereira

Representação do quotidiano

Farsa de Inês Pereira

Na Farsa de Inês Pereira, encontramos diversos aspectos que espelham o modo de vida quotidiano da sociedade da época (final da Idade Média, na transição para o Renascimento). Dentre eles, destacam-se os seguintes:

A prática religiosa (ida à missa – a peça inicia-se com o regresso da missa por parte da Mãe);

O hábito de recorrer a casamenteiros (Lianor Vaz e os Judeus);

A falta de liberdade da rapariga solteira, confinada à casa da mãe e a viver sob o jugo desta (é o caso de Inês, que, no início da farsa, demonstra toda a sua revolta por estar confinada à casa materna, subjugada à autoridade da mãe e às tarefas domésticas que lhe são atribuídas);

A ocupação da mulher solteira em tarefas domésticas (bordar, coser);

Farsa de Inês Pereira

O conflito de gerações (Inês e a Mãe), de interesses e conceções de vida (Inês versus a Mãe e Lianor Vaz);

O casamento como meio de sobrevivência e de fuga à submissão da mãe;

A tradição da cerimónia do casamento, seguida de banquete;

A submissão ao marido, da mulher casada e o seu «aprisionamento» em casa;

Farsa de Inês Pereira

A decadência da nobreza que procurava enriquecer através do casamento e buscava o prestígio perdido na luta contra os mouros (o Escudeiro);

10

A inércia da nova burguesia que nada fazia para adquirir mais cultura (o Escudeiro);

11

A devassidão do clero (o ataque de que a Mãe e Lianor Vaz foram vítimas por parte de clérigos; o Ermitão apaixonado e que seduz Inês); a corrupção moral de mulheres que se deixavam seduzir por elementos do clero (as cenas finais entre Inês e o Ermitão);

12

O adultério (a traição de Inês com o Ermitão).

Farsa de Inês Pereira

Conclusão:

A "Farsa de Inês Pereira", uma obra escrita por Gil Vicente, é uma comédia de costumes que critica e satiriza as convenções sociais e a hipocrisia da sociedade da época. Através da personagem de Inês, o autor expõe as fraquezas humanas, especialmente as relacionadas com o casamento, o amor e a vaidade. A obra oferece uma reflexão sobre o papel da mulher na sociedade medieval, ao mesmo tempo que revela as limitações do seu livre-arbítrio, muitas vezes condicionado por normas sociais rígidas e pela autoridade masculina.

Farsa de Inês Pereira

Conclusão:

A obra mantém uma relevância atemporal, pois os temas abordados — como a procura pela liberdade, a luta contra as expectativas impostas e o desejo de autossuficiência — continuam a ser questões pertinentes no contexto social e cultural atual. Por fim, "A Farsa de Inês Pereira" não só diverte como também provoca uma reflexão crítica sobre os aspectos mais profundos da condição humana e das normas que estruturam a sociedade.

Fim

Excertos:

"Logo eu adevinhei lá na missa onde eu estava como a minha Inês lavrava a tarefa que lhe eu dei. Acaba esse travesseiro. Ui naceu-te algum unheiro ou cuidas que é dia santo?"

Excertos:

"LIANOR: Tamanho, eu to direi. Vinha agora por ali ò redor da minha vinha e um clérigo mana minha pardeos lançou mão de mi. Nam me podia valer diz que havia de saber se era eu fêmea se macho."

Excertos:

"MÃE: Sempre tu hás de bailar e sempre ele há de tanger? Se nam tiveres que comer o tanger te há de fartar. INÊS: Cada louco com sua teima com ua borda de boleima e ũa vez d'água fria nam quero mais cada dia."

Excertos:

"MÃE: Sempre tu hás de bailar e sempre ele há de tanger? Se nam tiveres que comer o tanger te há de fartar."

Excertos:

"LIANOR: Em nome do anjo bento eu vos trago um casamento filha nam sei se vos praz"

"LIANOR: Eu vos trago um bom marido rico, honrado, conhecido. Diz que em camisa vos quer."

Excertos:

"INÊS:Coitada, assi hei-de estar encerrada nesta casa como panela sem asa que sempre está num lugar?"

"MÃE: Olhade lá o mau pesar como queres tu casar com fama de preguiçosa?"

"INÊS: Todas folgam e eu não, todas vem e todas vão onde querem, senam eu."

"INÊS: Porém nam hei de casar senam com homem avisado inda que pobre e pelado seja discreto em falar que assi o tenho assentado."

Excertos:

"PERO: Nam vos anojarei mais inda que saiba estalar e prometo nam casar até que vós nam queirais."