Apresentação Acadêmica II
Martina Duarte
Created on November 7, 2024
Over 30 million people create interactive content in Genially.
Check out what others have designed:
HUMAN RIGHTS
Presentation
LIBRARIES LIBRARIANS
Presentation
IAU@HLPF2019
Presentation
SPRING IN THE FOREST 2
Presentation
EXPLLORING SPACE
Presentation
FOOD 1
Presentation
COUNTRIES LESSON 5 GROUP 7/8
Presentation
Transcript
Trabalho realizado por: Diego Funez Martina Duarte Tiago Cadete
Lisbon Revisited (1923)
06
Estrutura externa
11
Kahoot
10
Intencionalidade do poeta
09
Síntese
08
Estrutura interna
07
Análise do poema
05
Leitura do poema
04
Tema
03
Explicação do título
02
Álvaro de Campos
Índice
Álvaro de campos
02 -
- Heterónimo de Pessoa, criado em 1915;
- Nasceu dia 15/10/1890, em Tavira;
- Poeta modernista e futurista, vive as ideologias do séc.XX;
- Para Campos a sensação é tudo e procura permanentemente "sentir tudo de todas as maneiras";
- É um homem inadaptado ao mundo que o rodeia, sendo uma personalidade do não.
Álvaro de Campos
Explicação do título
03 -
- A escolha de uma língua estrangeira para o título deste poema acentua o distanciamento que o poeta sente face à sua cidade natal, como se Álvaro de Campos estivesse a observar Lisboa através de uma lente estrangeira.
- Neste poema, Campos revisita Lisboa após anos fora, e reflete sobre a passagem do tempo.
Explicação do título
Tema
04 -
- A temática deste poema é a nostalgia da infância / rejeição e desintegração na cidade e na civilização moderna, que se localiza na 3ª fase.
- Nesta fase o sujeito lírico sente-se incompreendido, revoltado, melancólico, vazio, desiludido...
- Como temas destacam-se: a nostalgia da infância, a angústia existencial, o tédio e a solidão interior.
- A escrita de Álvaro de Campos divide-se em 3 fases:
- 1ªfase - Fase Decadentista
- 2ªfase - Fase Futurista / Sensacionista
- 3ªfase - Fase Intimista / Pessimista (fase abúlica)
Tema
(1923)
05 - Poema
Lisbon Revisited
Que mal fiz eu aos deuses todos? Se têm a verdade, guardem-na! Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. Com todo o direito a sê-lo, ouviram? Não me macem, por amor de Deus!
Não: não quero nada. Já disse que não quero nada. Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer. Não me tragam estéticas! Não me falem em moral! Tirem-me daqui a metafísica! Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) - Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Ó céu azul - o mesmo da minha infância - , Eterna verdade vazia e perfeita! Ó macio Tejo ancestral e mudo, Pequena verdade onde o céu se reflete! Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje! Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta. Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo... E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer cousa? Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Vão para o diabo sem mim, Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que havemos de ir juntos? Não me peguem no braço! Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho, Já disse que sou só sozinho! Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!
Estrutura Externa
06 -
Este poema é constituído por 11 estrofes, sendo que:
- A métrica é irregular;
- A rima é livre.
- 3 estrofes têm apenas 1 verso (monósticos);
- 3 estrofes têm 2 versos (dísticos);
- 1 estrofe tem 3 versos (terceto);
- 1 estrofe tem 4 versos (quadra);
- 2 estrofes têm 6 versos (sextilhas);
- 1 estrofe tem 7 versos (sétima);
Estrutura externa
Análise do poema
07 -
Aceita a morte como única solução (Inevitabilidade da morte)
( semelhança a Ricardo Reis que focava diversas vezes a fugacidade da vida e o inevitável fim de todos, a morte )
Rejeição de tudo, demonstrando algum cansaço Incapacidade de conciliar o mundo exterior (a sociedade que o rodeia) com o interior (o sentimento e a emoção)
Não: não quero nada. Já disse que não quero nada. Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer.
Análise da 1ª e 2ª estrofes
Repetição
Hipérbole
Não: não quero nada. Já disse que não quero nada. Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer.
Análise da 1ª e 2ª estrofes
Rejeição das conquistas da sociedade Pessimismo em relação à evolução científica
Não me tragam estéticas! Não me falem em moral! Tirem-me daqui a metafísica! Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) - Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Análise da 3ª estrofe
Anáfora
Anáfora
Não me tragam estéticas! Não me falem em moral! Tirem-me daqui a metafísica! Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) - Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Análise da 3ª estrofe
Apóstrofe
Enumeração
Não me tragam estéticas! Não me falem em moral! Tirem-me daqui a metafísica! Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) - Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Análise da 3ª estrofe
O poeta demonstra insatisfação com as normas sociais e o seu desejo de querer ser livre
Reconhece a importância da técnica
O sujeito lírico recusa as verdades establecidas
Que mal fiz eu aos deuses todos? Se têm a verdade, guardem-na! Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. Com todo o direito a sê-lo, ouviram? Não me macem, por amor de Deus!
Análise da 4ª, 5ª, 6ª e 7ª estrofes
Análise da 4ª, 5ª, 6ª e 7ª estrofes
Que mal fiz eu aos deuses todos? Se têm a verdade, guardem-na! Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. Com todo o direito a sê-lo, ouviram? Não me macem, por amor de Deus!
Realça o espanto do próprio sujeito lírico pelo facto de não se deixar levar pelas deslumbrantes conquistas da civilização moderna, isto é, sente-se diferente das outras pessoas
Interrogação retórica
Reafirma a sua vontade de caminhar o seu próprio caminho, sem precisar de companhia ou orientação de outros
O que ele quer ser é totalmente o contrário do que querem que ele seja (fica indignado) Desintegração social
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer cousa? Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Vão para o diabo sem mim, Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que havemos de ir juntos?
Análise da 8ª estrofe
Interrogação retórica
Trocadilho
Enumeração e Ironia
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer cousa? Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Vão para o diabo sem mim, Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que havemos de ir juntos?
Análise da 8ª estrofe
O sujeito lírico quer ter direito à solidão, ao silêncio e à indiferença
Não me peguem no braço! Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho, Já disse que sou só sozinho! Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!
Análise da 9ª estrofe
O "céu azul", o "Tejo" e "Lisboa de outrora" são símbolos da sua infância e felicidade perdidas Sente mágoa e nostalgia, pois já não identifica Lisboa como a "sua" cidade
Ó céu azul - o mesmo da minha infância - , Eterna verdade vazia e perfeita! Ó macio Tejo ancestral e mudo, Pequena verdade onde o céu se reflete! Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje! Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Análise da 10ª estrofe
Repetição
Apóstrofes
Ó céu azul - o mesmo da minha infância - , Eterna verdade vazia e perfeita! Ó macio Tejo ancestral e mudo, Pequena verdade onde o céu se reflete! Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje! Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Análise da 10ª estrofe
Sinestesia e personificação
Antíteses
Ó céu azul - o mesmo da minha infância - , Eterna verdade vazia e perfeita! Ó macio Tejo ancestral e mudo, Pequena verdade onde o céu se reflete! Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje! Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Análise da 10ª estrofe
O sujeito lírico pede novamente solidão, mas desta vez pede que, enquanto não morrer, o deixem sozinho A menção ao "Abismo e o Silêncio" refletem a aceitação da sua morte inevitável, onde a paz talvez finalmente se torne possível. O sujeito lírico quer deixar de existir.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo... E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Análise da 11ª estrofe
Perífrase e metáfora
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo... E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Análise da 11ª estrofe
Estrutura interna
08 -
- 1ª parte: vv. 1-4- o sujeito lírico começa por demonstrar indícios de que sente vontade de morrer.
- 2ª parte: vv. 5-27- o sujeito lírico demonstra a sua frustração por não acreditar na ciência nem nos factos, expressando a vontade de ficar sozinho e ser diferente dos outros.
- 3ª parte: vv. 28-35- o sujeito lírico evoca o céu azul, o macio Tejo e a mágoa revisitada, Lisboa, com um sentimento de saudade da antiga Lisboa. Mais uma vez pede que o deixem em paz e que quer ficar sozinho até morrer.
Estrutura interna
Intencionalidade do poeta
09 -
Loucura/Revolta: "Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo." (v. 14); Nostalgia: "Ó céu azul - o mesmo da minha infância" (v.28); Solidão e desejo de distanciamento: "Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!" (v.27);
Intencionalidade do poeta
Mágoa: "Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!" (v.32); Certeza e desejo da morte: "A única conclusão é morrer." (v.4); Procura de ilibação da culpa que sente: "Que mal fiz eu aos deuses todos?" (v.11);
Intencionalidade do poeta
Síntese
10 -
- "Lisbon Revisited" retrata aquilo que o sujeito lírico sente acerca da "sua" cidade de infância, da qual sente saudades e diz que está completamente diferente, não se identificando mais com ela;
- O poema gira em torno do péssimismo, derrotismo e angústia existêncial do poeta. A vida o farta sem verdadeiramente ser vivida;
Síntese
- Para ele todas as portas e hipóteses parecem fechadas - o passado é evocado como uma ilusão perdida. A cidade está para sempre perdida, nada é capaz de recuperá-la. Ali, ele sente-se "estrangeiro como em toda parte", é como se nenhuma memória podesse devolver o passado.