Que educadores queremos ser?

que Educadores queremos ser?

Docente: Dulce Martins Discente: Célia Lopes

Quem fui enquanto criança e Jovem?

Nasci nos anos 70, ano de grandes mudanças a nível social, económico no país e no mundo. Os meus pais fugiram de uma guerra em Angola. Em Angola tinham uma vida bastante estável, o meu pai era funcionário público, no Ministério das Finanças, a minha dona de casa. Quando chegaram aqui tiveram que recomeçar. Eu vim na barriga da minha mãe.

Quem fui enquanto criança?

Fui uma criança, bem tranquila, a segunda de quatro irmã, com uma mãe digamos “galinha” -super protetora, mas ao mesmo tempo com imensas regras, o meu pai nessa época trabalhava nas Finanças em Lisboa, portanto só me lembro dele aos fins-de-semana, com a sua viola e músicas. Cresci num bairro onde ainda se podia brinca,r na rua rodeada de amigos. As aprendizagem brincando foram bastante importantes, pois aí aprendi as regras básicas da convivência, partilhar, explorar, aprender, questionar e ver o mundo de outras perspectivas. Cresce e pré, eram assuntos que não se ouviam falar, as nossas "educadoras" eram as nossas mães e vizinhas que se revezavam à janela a olhar por nós. As brincadeiras eram sempre dentro do bairro o mais junto de casa possível.

Quem fui enquanto adolescente

Em adolescente começo a ter alguma consciência de quem sou, do meu eu interior, escrevi diários, não tinha muitos amigos, apenas alguns do bairro ou da igreja. Aqui comecei a projetar de uma forma inocente e sem grande estrutura emocional o que queria ser. Nunca tive uma grande relação com os adultos, lembro-me de os meus pais convidarem amigos para irem almoçar lá em casa, e eu ficava no meu quarto até todos irem embora. Nunca gostei de beijos e abraços e de me perguntarem como ia a vida. Tinha como confidente a minha avó. Não gostava de arrumar a casa, mas amava cozinhar.

Quem fui enquanto aluna?

Como aluna era mediana, não gostava de estudar, mas lá fui fazendo a primária onde chameava de avó a professora, tinha aulas de manhã e de tarde muitas vezes íamos para casa da professora fazer os trabalhos de casa. Lá e sem grande vontade acabei o secundário, com algumas peripécias pelo caminho, mas sempre com o apoio e isentivo dos meus pais. Estudei música durante uns bons anos. Depois comecei a trabalhar e a tirar imensas formações. Para quem nunca gostou de estudar, nunca deixei de estudar!

Os meus modelos

Falar dos meus modelos é complicado, mas de uma forma breve tentarei fazer. A minha avó materna sem dúvida, pelo exemplo de mulher guerreira, que acolheu todos que se chegaram a ela de baixo das suas imensas "asas"; O meu pai pela sua serenidade, carinho, compreensão e paciência; A minha mãe era bastante rígida (ela era o alfa da casa), ajudou as quatro filhas no seus percursos de vida com muita disciplina.

O que quero ser enquanto educadora/professora?

Quero continuar a marcar a vida dos outros de uma forma positiva. Ajudar, a resolver problemas do dia a dia, por forma a tornar mais fácil o dia a dia do outro. Ter sempre dois ombros dois ouvidos e uma boca por forma a consular, ouvir e por ultimo falar. Quero que me vejam como alguém com quem podem contar, confiar e desabafar. Quero ser capaz de ouvir sem julgar.

resumo

Ao fazer este trabalho senti uma enorme pressão, porque falar de mim, de quem fui é muito difícil. Como fui uma criança e adolescente bastante introvertida, tenho imensas dificuldades em falar desse tempo. Fui criada dentro de uma certa "redoma de vidro", pouco exposta ao mundo. Já em adulta, tive inúmeros contratempos, mas de uma forma "rebelde" aprendi a lidar com o outro e a ver o outro como auxiliador. Aprendi a duras penas a maldade do outro, bem como o que o outro te pode proporcionar de bom. Um bom Educador Social será na minha perspetiva aquele que se consegue colocar no lugar do outro, entender as suas dificuldades e talentos e conseguir guiá-lo rumo ao sucesso.

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