Cópia - ANTIQUE ROME PRESENTATION
ANDREIA GOMES FÉLIX
Created on October 17, 2024
More creations to inspire you
BIDEN’S CABINET
Presentation
YURI GAGARIN IN DENMARK
Presentation
C2C VOLUNTEER ORIENTATION
Presentation
TALK ABOUT DYS WITH TEACHER
Presentation
CIRQUE DU SOLEIL
Presentation
LAYOUT ORGANIZATION
Presentation
TALK ABOUT DYS TEACHER-TEACHER
Presentation
Transcript
começar
"Ali não havia eletricidade"
Álvaro de Campos
Ali não havia electricidade. Por isso foi à luz de uma vela mortiça Que li, inserto na cama, O que estava à mão para ler — A Bíblia, em português (coisa curiosa!), feita para protestantes E reli a «Primeira Epístola aos Coríntios». Em torno de mim o sossego excessivo de noite de provínciaFazia um grande barulho ao contrário, Dava-me uma tendência do choro para a desolação. A «Primeira Epístola aos Coríntios»... Relia-se à luz de uma vela subitamente antiquíssima, E um grande mar de emoção ouvia-se dentro de mim...Sou nada... Sou uma ficção... Que ando eu a querer de mim ou de tudo neste mundo? «Se eu não tivesse a caridade». E a soberana luz manda, e do alto dos séculos, A grande mensagem com que a alma é livre... «Se eu não tivesse a caridade»... Meu Deus, e eu que não tenho a caridade!...
Ali não havia eletricidade
- O sujeito poético encontra-se num espaço rural, sem eletricidade;
- As opções de leitura do "eu" restringem-se a uma biblia antiquíssima:
- Emocionalmente, o "eu" lírico sente-se desolado, abatido, com vontade de chorar;
- O recurso às sensações ilustra uma mmetáfora, com sentido hiperbólico;
- O verso "E um grande mar de emoções ouvia-se dentro de mim" é visível nas referências á luz da vela (visão) e ao sossego (audição)
No poema "Ali não havia eletricidade", Álvaro de Campos reflete sobre a ausência de modernidade, simbolizada pela falta de eletricidade. Essa ausência representa um vazio existencial e uma desconexão com o progresso. O eu poético sente-se alienado, dividido entre a admiração pela tecnologia e a frustração de não encontrar sentido na vida.
Estilo e linguagem:
"livre de meu enleio" (desligado do tema). Há um acto de fingimento de pura elaboração estética. O leitor deve sentir o que o poeta comunica apesar de ele próprio não sentir ("Sentir? Sinta quem lê!").
Situação a que chega o sujeito poético