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Críticas à sociedade portuguesa do séc. XIX

Lucy Dias

Created on October 16, 2024

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Críticas à sociedade portuguesa do séc. xix

Trabalho realizado por: -> Lucilene Dias -> M. Margarida Soares -> Mariana Correia

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Temas abordados

1. Autores

2. Análise dos poemas/ excerto

3. Críticas em comum

4. Conclusão

Antero de quental

Nascimento: 18 de Abril de 1842Morte: 11 de Setembro de 1891 (49)Aspetos relevantes: Aos 16 ingressou no curso de direito da universidade de Coimbra completando-o em 1864, aos 22 anos; A sua personalidade marcante conquistou-lhe o lugar de líder dos académicos (Jornal mensal); Em 1861 começou a publicar alguns versos que futuramente lhe abririam a porta para o seu prestígio; Em 1865 liderou a Questão Coimbrã, publicando também no mesmo ano o seu livro Odes Modernas.

Nascimento: 25 de Novembro de 1845Morte: 16 de Agosto de 1900 (54)Aspetos relevantes: Em 1861, aos 16 anos, cursou Direito em Coimbra e veio a concluí-lo em 1866, aos 25 anos; Levou uma vida bastante viajada entre a Europa e o Oriente; Foi participante ativo nas Conferências do Casino de 1871; Entre 1878 e 1891 teve uma carreira ativa em publicações periódicas.

Eça de queirós

Nascimento: 25 de Fevereiro de 1855Morte: 9 de Julho de 1886 (31)Aspetos relevantes: Aos 18 anos matriculou-se no curso superior de letras, o qual apenas frequentou alguns meses, foi ali que conheceu Silva Pinto, que viria a se tornar amigo para o resto da vida e seria responsável pela publicação do livro de Cesário Verde. Morreu de tuberculose aos 31 anos e foi sepultado no cemitério dos prazeres.

Cesário verde

Críticas encontradas neste poema: Religião; Futilidade da elite; Ociosidade dos poetas;

Convocação aos restantes poetas a despertar a consciencia do povo

Ociosidade dos poetas e futilidade da elite portuguesa
Este poema representa a faceta mais luminosa, positiva e revolucionária de Antero de Quental (Apolínea). Um poema sobre o seu desejo por um futuro promissor e uma coletividade onde os poetas têm um papel revolucionário, exercendo críticas aos problemas da sociedade portuguesa.

Análise de poemas/ excerto

A UM POETA de Antero de Quental

Tu que dormes, espírito sereno, Posto à sombra dos cedros seculares, Como um levita à sombra dos altares, Longe da luta e do fragor terreno. Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno Afugentou as larvas tumulares... Para surgir do seio desses mares Um mundo novo espera só um aceno... Escuta! É a grande voz das multidões! São teus irmãos, que se erguem! São canções... Mas de guerra... e são vozes de rebate! Ergue-te, pois, soldado do Futuro, E dos raios de luz do sonho puro, Sonhador, faze espada de combate!

Críticas literárias: - designa o realismo/naturalismo por: “literatura latrinária”, “excremento”, “Pústula , pus”; - Culpabiliza o naturalismo de dissecar brutalmente a sociedade; - Falta de originalidade e gramática;

Análise de poemas/ excerto

OS MAIAS "O jantar no Hotel Central"

O episódio “O jantar no hotel central” d’ Os Maias tem como propósito apresentar a perspectiva crítica de Eça em relação aos problemas da sociedade lisboeta.Os temas deste capítulo são: Literatura e críticas literárias; Finanças; Política;

Críticas financeiras : - A decadência da burguesia; - A Bancarrota, representada por Jacob Cohen; -> “Os empréstimos em Portugal constituíam uma das fontes de receita, tão regular, tão indispensável, tão sabida como o impostor ”; -> Aliás era “cobrar o imposto” e “fazer empréstimos” a única ocupação dos ministérios.

Críticas à política: - Dada a sugestão perfeita para a bancarrota, Ega delira com a ideia e pretende “varrer a monarquia” e o “crasso pessoal do constitucionalismo”. A invasão espanhola leva Ega a criticar a raça portuguesa. "É a mais cobarde e miserável da Europa"; "Lisboa é Portugal, fora de Lisboa não há nada"

Análise de poemas/ excerto

OS MAIAS "O jantar no Hotel Central"

Condições de vida de quem trabalha
Infuência da religião no quotidiano.

Ao Gás de Cesário Verde (2ª, 3ª e 4ª estrofes)

Este poema retrata as más condições a que os menos favorecidos são comprometidos, ao passo que as pessoas abastadas (burgueses) não fazem nada e recebem tudo de mão beijada. Outra coisa que o poeta critica é a religião e a importância que lhe é dada. No fundo, o sujeito poético acaba por apontar a ociosidade da coroa que pouco ou nada faz para melhorar as condições de vida da população.

Análise de poemas/ excerto

Ao Gás de Cesário Verde

Cercam-me as lojas, tépidas. Eu penso Ver círios laterais, ver filas de capelas, Com santos e fiéis, andores, ramos, velas, Em uma catedral de um comprimento imenso. As burguesinhas do Catolicismo Resvalam pelo chão minado pelos canos; E lembram-me, ao chorar doente dos pianos, As freiras que os jejuns matavam de histerismo. Num cutileiro, de avental, ao torno, Um forjador maneja um malho, rubramente; E de uma padaria exala-se, inda quente, Um cheiro salutar e honesto a pão no forno.

Críticas encontradas neste poema: Religião; Financeiras; Sociais; Poetas; Condições de trabalho/vida; Ociosidade da coroa.
Produtos importados = Dívidas (balança comercial negativa)
O poeta sente-se frustrado por não conseguir criar versos que sejam úteis para fazer alguma mudança significativa.

Ao Gás de Cesário Verde (6ª e 10ª estrofes)

Análise de poemas/ excerto

Ao Gás de Cesário Verde

Longas descidas! Não poder pintar Com versos magistrais, salubres e sinceros, A esguia difusão dos vossos reverberos, E a vossa palidez romântica e lunar! Desdobram-se tecidos estrangeiros; Plantas ornamentais secam nos mostradores; Flocos de pós-de-arroz pairam sufocadores, E em nuvens de cetins requebram-se os caixeiros.

Economia

Coroa

Poetas

Classes

Críticas em comum

Apesar dos diferentes estilos de cada autor, os três apresentam diversas críticas em comum, tais como:

Religião

E a Sociedade Portuguesa? Ela continua Igual?

Conclusão

  • Apesar de serem educados numa sociedade romântica, estes autores tiveram capacidade de se autoavaliarem e à própria sociedade.
  • Os três autores reconheceram as virtudes e, principalmente, as falhas da sociedade onde viviam, conseguindo transmití-las, cada um à sua maneira, para que qualquer um ao ler os seus trabalhos também as consigam ver.

Fim!

Críticas de Antero e Cesário à coroa:

  • Antero: As larvas são uma referência à Coroa, que vive do conforto dos seus princípios retrógados e, quando aparece algo ou alguém que ponha esses ideais em perigo, recorre à censura.
  • Cesário: O poeta reporta encontrar pessoas que se encontram em más condições em espaços públicos, espaços esses cujas manutenções são responsabilidade da Coroa. "Ó moles hospitais!"
  • Obsessão pela vida urbana e pelo consumo de bens materiais: "As burguesinhas"; "Casas de confecções e modas resplandecem";

Cesário Verde:

Eça de Queirós:

Críticas de Eça e Cesário à economia

  • Usa a Ironia no personagem Jacob Cohen para críticar as finanças: "os empréstimos em Portugal constituíam uma das fontes de receita, tão regular, tão indispensável, tão sabida como o impostor ".

Ambos os poetas apresentam críticas incisivas à religião da época:- A religião muitas vezes não é capaz de acompanhar as mudanças sociais e existenciais. -> "Posto à sombra dos cedros seculares" -Críticas à igreja e ao dinheiro que esta tirava aos trabalhadores; ->" filas de capelas, com santos e fiéis, andores, ramos, velas, Em uma catedral de um comprimento imenso."

Críticas de Césario Verde e Antero de Quental à religião:

Craft desaprova o realismo, pelo facto de mostrar a realidade feia das coisas num simples livro “ A realidade das coisas e da sociedade estatelada nua num livro…”

Carlos da Maia considera também que “o mais intolerável no realismo era os seus grandes ares científicos” e Ega apesar de defender o realismo concordava com esta crítica;

Tomás de Alencar fora o principal e mais contínuo crítico deste tema.

Críticas de Cesário e Eça em relação às classes sociais:

  • Cesário Verde: "As burguesinhas" que se preocupavam mais em gastar, em contraste com pessoas do povo que nem dinheiro tinham para sobreviver;
  • Eça de Queirós: Mostra como a riqueza e a pobreza coexistem, e as ações irresponsáveis da elite lisboeta trazem consequências às classes mais baixas.
  • A alta sociedade é mostrada em toda a sua glória e vaidade, ignorando as dificuldades dos mais pobres -> "O jantar na casa dos Gouvarinho"

Embora a sociedade tenha evoluído, os temas centrais nas obras de: Eça de Queirós, Antero de Quental e Cesário Verde ainda podem ser encontrados na literatura contemporânea. A forma como os dilemas retratados nas obras se manifestam é diferente, porém reflete as realidades sociais e culturais ao longo dos anos.

  • Antero demonstra uma faceta mais positiva para com os poetas, chamando-os de "soldado do Futuro" que poderia usar os seus versos como "espada de combate". No entanto, realça que têm de acodar para isso.

"Longas descidas! Não poder pintar Com versos magistrais, salubres e sinceros, A esguia difusão dos vossos reverberos, E a vossa palidez romântica e lunar!"

  • Crítica-se a si mesmo e a outros poetas que tenham sidos educados por uma sociedade romântica. Os Escritores têm dificuldade, se sequer tiverem habilidade, de escrever versos que retratem a realidade.

Antero de Quental:

Cesário Verde:

Eça de Queirós:

Críticas aos poetas de Cesário, Eça e Antero

  • Tomás de Alencar crítica os versos de Simão Craveiro (poeta moderno) e acusa-o de plágio, pois “numa simples estrofe dois erros de gramática, um verso errado, e uma imagem roubada de baudelaire!”.