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Transcript

Ricardo Reis

"Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rioXII"

Análise do Poema

11. Agradecimentos

10. Fontes/Bibliografia

9. Grupo

7. Recursos Expressivos

6. Sentido dos versos

5. Assunto/Desenvolvimento

4. Tema

3. Estrutura Externa

2. Vídeo

8. Intencionalidade

1. Apresentação do heterónimo

Índice

O heterónimo foi criado em 1912 ou 1914, não se sabendo ao certo a data. A cidade onde nasceu também não é certa, sendo que poderá ser o Porto ou Lisboa. Quanto aos aspectos físicos, ele era um pouco mais baixo, e mais forte do que Alberto Caeiro (outro heterónimo de Pessoa). Ricardo Reis era médico, formado num colégio de jesuítas.

Segundo Fernando Pessoa, Ricardo Reis nasceu em 1887, em Portugal, exilando-se mais tarde no Brasil a partir de 1919 quando a república foi instaurada em Portugal. Monarquista, defensor do estoicismo, epicurista e do paganismo, a sua poesia possui traços neoclássicos e tem como principal temática a efemeridade da vida.

Ricardo Reis

Apresentação do Heterónimo

  • objetividade;
  • linguagem rebuscada;
  • traços neoclássicos;
  • efemeridade da vida;
  • dicotomia razão/coração;
  • carpe diem;
  • moderação nos prazeres;
  • atitude de abdicação;
  • referências greco-latinas;
  • amor ideal.

Quanto às características da sua poesia, destacam-se as seguintes:

Ricardo Reis

Apresentação do Heterónimo

Páginas 74 e 75 do manual

Leitura do Poema

abcd

‣ Rima ausente;‣ Versos soltos.

‣ Estrofes com 4 versos (quadras);‣ 8 estrofes.

Estrutura Externa

‣ Versos Bárbaros (mais de 12 sílabas métricas);‣ Versos em redondilha menor.

Essa temática está presente nos seguintes versos:‣ ("Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.");‣ ("Mais vale saber passar silenciosamente/E sem desassossegos grandes");‣ ("Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,/Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,");‣ ("Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro/Ouvindo correr o rio e vendo-o.");‣ ("Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,/Pagãos inocentes da decadência.");

Tema

A temática principal deste poema é a abdicação consciente dos sentimentos e prazeres da vida.

A ausência de perturbação após a morte
A busca da tranquilidade
A inutilidade dos compromissos
A efemeridade da vida

2ª Parte

3ª Parte

4ª Parte

1ª Parte

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outroOuvindo correr o rio e vendo-o.Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-asNo colo, e que o seu perfume suavize o momento– Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,Pagãos inocentes da decadência. Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depoisSem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamosNem fomos mais do que crianças. E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim – à beira-rio,Pagã triste e com flores no regaço.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.Mais vale saber passar silenciosamenteE sem desassossegos grandes.Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,Nem invejas que dão movimento de mais aos olhos,Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,E sempre iria ter ao mar.

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamosQue a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.(Enlacemos as mãos).Depois pensemos, crianças adultas, que a vidaPassa e não fica, nada deixa e nunca regressa,Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,Mais longe que os deuses.

Assunto do Poema

O poema está dividido em 4 partes, sendo elas:

O nome é importante porque este recorda a fixação do belo, um símbolo de amor intocado, que pode dessa forma permanecer eterno

Exemplos de paganismo

Efemeridade da vida

Ausência de compromisso e a inutilidade de qualquer que ele seja

Predomínio da razão sobre os sentimentos para não haver sofrimento

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamosQue a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.(Enlacemos as mãos).Depois pensemos, crianças adultas, que a vidaPassa e não fica, nada deixa e nunca regressa,Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,Mais longe que os deuses.

A efemeridade da vida

1ª Parte

Nesta parte há uma mudança repentina do estado de espírito de Ricardo Reis

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.Mais vale saber passar silenciosamenteE sem desassossegos grandes.Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,Nem invejas que dão movimento de mais aos olhos,Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,E sempre iria ter ao mar.

Abdicação dos prazeres da vida e desassossegos que possam causar dor

Ausência e recusa de qualquer comportamento excessivo

Antítese ao último verso da primeira estrofe, desfazendo um compromisso

A morte como única certeza

A inutilidade dos compromissos

2ª Parte

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outroOuvindo correr o rio e vendo-o.Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-asNo colo, e que o seu perfume suavize o momento– Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,Pagãos inocentes da decadência.

Abdicação consciente dos prazeres da vida

Ausência de conhecimento das coisas para que se consigam aproveitar os momentos (só acreditam em deuses e no destino)

Utilização de advérbios de modo, para transmitir a calma com que se deve levar a vida, tendo sentimentos e emoções controlados

Carpe diem: Aproveitar ao máximo o momento que se está a viver já que a vida é tão breve

A busca da tranquilidade

3ª Parte

Justificação para a maneira como o poeta leva a sua vida amorosa

Referência a Caronte, barqueiro que leva as almas para o mundo dos mortos na mitologia.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depoisSem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamosNem fomos mais do que crianças. E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim – à beira-rio,Pagã triste e com flores no regaço.

Duas situações, uma caso Ricardo Reis morra primeiro, a outra caso Lídia morra primeiro

Aceitação de que a morte faz parte do caminho e que não devemos pensar nela antes de acontecer, apenas levar uma vida tranquila

Justificação pela qual não há qualquer sofrimento após a morte do companheiro

Recordação positiva do companheiro

A ausência da perturbação após a morte

4ª Parte

Os compromissos não valem a pena pois os desassossegos são demasiado grandes.

A morte é a única certeza do nosso percurso.

Quebra de compromisso com Lídia dado que é algo inútil.

Presença do destino como entidade reguladora do ser humano.

Tranquilidade do meio envolvente e consciencialização da efemeridade da vida.

("Mais vale saber passar silenciosamente/E sem desassossegos grandes.")

("Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio,")

("Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.")

("Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,")

("Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos/Que a vida passa")

Versos importantes e simbologia de alguns objetos

Sentido dos Versos

A inocência da forma como eles se tratavam e relacionavam. A infância é a idade ideal, sem maldade.

A maneira como eles se lembram um do outro é suave e não lhes causa transtorno, mesmo após a morte.

Simboliza a ingenuidade e a falta de conhecimento para que os momentos possam ser aproveitados.

Carpe diem. Desejo de permanência de uma memória do amor ideal. Embelezamento do meio. Simbologia do bem efémero.

Recusa ao amor sensual, preferência por algo mais tranquilo.

("Nem fomos mais do que crianças.")

("Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,")

("Pagãos inocentes da decadência.")

("No colo, e que o seu perfume suavize o momento ")

("Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro")

Versos importantes e simbologia de alguns objetos

Sentido dos Versos

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. - ApóstrofeSem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,Nem invejas que dão movimento demais aos olhos, - Enumeração e anáfora Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,Pagãos inocentes da decadência. - MetáforaAo menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois - EufemismoE se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio, - Eufemismo Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio, - ComparaçãoOuvindo correr o rio e vendo-o. - Sinestesia

Recursos Expressivos

Com este poema, Ricardo Reis pretende demonstrar que a vida é curta, e portanto todos os momentos vividos devem ser aproveitados ao máximo.Também pretende transmitir a mensagem de que qualquer compromisso é inútil e que devemos deixar a vida passar à nossa frente controlando os nossos sentimentos e emoções, ou seja, que devemos levar a vida de forma calma e serena.Há também a intenção de mostrar que a morte não deve ser preocupação, mas algo a aceitar, ficando tranquilos com a sua chegada e não pensando nela como regente da nossa vida.

Intencionalidade

Nº24; 12ºA

Nº21; 12ºA

Grupo

Estudante e Nadador

Poeta e Médico

Estudante e Streamer

Ricardo Reis

Rodrigo Galveias

Tiago Bento

https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/ricardo-reis.htmhttps://www.slideshare.net/slideshow/ricardo-reis-anlise-do-poema-vem-sentarte-comigo-ldia-beira-do-rio-12-ano/28122511#2 https://www.youtube.com/watch?v=n1TDFHUoMlIhttps://www.casafernandopessoa.pt/pt/cfp/visita/museu/poemas-e-textos-escolhidos/portugues/ricardo-reis/vem-sentar-te-comigo-lidia-beira-do-rio https://prezi.com/u3z7eipelyqv/apresentacao-oral-de-portugues-vem-sentar-te-comigo-lidia-a-beira-do-rio/ https://prezi.com/nvkoxt7blqcq/analise-do-poema-vem-sentar-te-comigo-lidia-a-beira-do-ri/Manual "Mensagens 12" - Português 12º Ano

Fontes/Bibliografia

Caso tenham dúvidas sintam-se à vontade para as colocar!!

Obrigado pela atenção!