Want to make creations as awesome as this one?

More creations to inspire you

Transcript

Fernando pessoa

Lara Reguengo José Rafael

Gato que brincas na rua

Gato que brincas na ruaComo se fosse na cama, Invejo a sorte que é tua Porque nem sorte se chama. Bom servo das leis fatais Que regem pedras e gentes, Que tens instintos gerais E sentes só o que sentes. És feliz porque és assim, Todo o nada que és é teu. Eu vejo-me e estou sem mim, Conheço-me e não sou eu.

Fim

-O gato repressenta algo do nosso quotidiano, algo popular. É um animal feliz porque está sempre a brincar. -A sua "sorte" é invejada pelo facto de ser inconsciente, e isto faz com que viva intensamente cada momento, podendo assim brincar na rua como se estivesse na cama. -Ao ser um animal irracional segue apenas os seus instintos naturais em todas as situações

Sentimentos do poeta-Por ser inconsciente e viver segundo os seus instintos, o gato é feliz.- Apesar de ser "o nada", o gato causa inveja no poeta que ambiciona a simples felicidade que existe quando se vive as coisas sem pensar.- O poeta tem a plena consciência de que é infeliz por não poder deixar de pensar, e por isso não consegue atingir a felicidade tão desejada

O poema é composto por três quadras; sendo 12 versos de redondilha maior. É de rima cruzada segundo o esquema abab.

Fernando Pessoa (1888-1935), foi um dos mais importantes poetas da língua portuguesa e figura central do Modernismo português. Poeta lírico e nacionalista cultivou uma poesia voltada aos temas tradicionais de Portugal e ao lirismo saudosista, que expressa reflexões sobre o seu “eu profundo”, as suas inquietações, a sua solidão e o seu tédio.