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Filosofia da Religião

Filosofia - 11.º Ano

Início

Quiz

Deus Teísta

Problema central

Filosofia da Religião

Teologia Natural - argumentos a favor da existência de Deus

ÍNDICE

Introdução - Filosofia da Religião

O que é a filosofia da religião? Exame crítico das crenças e dos conceitos religiosos fundamentais.Conceitos: “religião, razão e fé”

Introdução

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O que significa ser racional? – Racionalidade epistémica: conducente à verdade. – Racionalidade prudencial: conducente a benefícios práticos. O que significa ter fé em Deus?

  1. Crença (afirmar-se uma proposição sobre algo).
  2. Comprometimento (ter confiança ou esperança).
A que tipo de Deus nos estamos a referir? – Deus teísta (omnipotente, omnisciente, sumamente bom). – Diferente de Deus deísta e panteísta.

Deus Teísta

- Omnipotente: pode fazer tudo aquilo que é logicamente possível. Ex: Não pode fazer quadrados círculos.- Omnisciência - sabe tudo aquilo que é logicamente possível. Ex. Não pode saber que 2+2=5.- Sumamente bom - Moralmente perfeito, pois não planeia fazer o mal. Tudo o que quer é o bem, o que não significa que não tenha de aceitar certas coisas más para promover bens superiores.

Deus Teísta

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- Criador - autor de toda a realidade espacio-temporal. - Transcendente - não é imanente, pois é diferente da realidade espacio-temporal. - Pessoa - tem um conjunto de caraterísticas psicológicas (ter projetos, querer fazer coisas, etc). Não é um ser humano.

Teísmo: Ser teísta é acreditar na existência de um ser perfeitamente bom, criador do mundo mas distinto e independente deste, omnipotente, omnisciente, eterno e auto-existente.

Posições acerca da existência e natureza de Deus

Posições Face à existência e Natureza de Deus

PROBLEMA CENTRAL

Será racional ter fé em Deus?

Formulação do Problema

Respostas (Teorias)

1. Teoria da teologia natural: a fé em Deus é epistemicamente racional, pois há algum bom argumento a favor da existência de Deus.

1. TEOLOGIA NATURAL: Argumento central da teoria da teologia natural: 1. É racional ter fé no Deus teísta se, e só se, há um bom argumento a favor da existência do Deus teísta. 2. Há bons argumentos a favor da existência do Deus teísta. 3. Logo, é racional ter fé no Deus teísta. Que razões há a favor da premissa 2? Os defensores desta teoria apresentam tradicionalmente três argumentos: cosmológico, teleológico, e ontológico.

Tipos de Argumentos

Todas as premissas são conhecida a priori (razão).

Argumentos a Favor dA EXISTÊNCIA DE Deus

A PRIORI

Para um argumento ser considerado como a posteriori, basta que uma das premissas contenha informação proveniente da experiência.

A posteriori

Argumentos

ARGUMENTOS A FAVOR DA EXISTÊNCIA DO DEUS TEÍSTA

3. O ARGUMENTO COSMOLÓGICO

2. O ARGUMENTO TELEOLÓGICO

1. O ARGUMENTO ONTOLÓGICO

2. O ARGUMENTO ONTOLÓGICO DE SANTO ANSELMo

O argumento ontológico centra o seu fundamento no próprio conceito de Deus, enquanto ser perfeito, e não a partir de qualquer facto contingente. É, por isso, a priori.

Santo Anselmo (1033-1109)

"(...) Com efeito, uma coisa é certa realidade estar no intelecto, outra coisa é intelectualizar que essa realidade existe. (...) Tem, por conseguinte, de reconhecer o mesmo insipiente que – alguma coisa, maior do que a qual nada se pode pensar – existe ao menos no intelecto, pois que, ao ouvir isto, intelectualizava-o, e tudo o que se intelectualiza existe no intelecto. E, indubitavelmente, – aquilo, maior do que o qual nada se pode pensar – não pode existir apenas no intelecto. Com efeito, se se supõe que existe só no intelecto, pode pensar-se que existe também na realidade, o que é [ser] maior."Santo Anselmo, Proslogion, pp. 42-4

VERSÃO CONTEMPORÂNEA

Objeções

Explicação do Argumento

Forma Lógica

Críticas ao argumento ontológico

  • Objeção de Gaunilo "A Ilha Perfeita" - Pode-se provar coisas que não existem. Gaunilo de Marmoutier (séc. XI) Gaunilo defendeu que o argumento ontológico não é sólido uma vez que podíamos usar o mesmo tipo de argumento para estabelecer a existência de uma série de coisas que não existem na realidade. Segundo Gaunilo, através da argumentação de Anselmo podemos estabelecer a existência de, por exemplo, uma ilha perfeita (mas sabemos que não existe tal ilha):(1) Se a Ilha Perfeita não existe na realidade, então é concebível uma ilha mais perfeita do que a Ilha Perfeita.(2) Mas não é concebível uma ilha mais perfeita do que a Ilha Perfeita.(3) Logo, a Ilha Perfeita existe na realidade. (De 1 e 2, por Modus Tollens)A ideia é que podemos usar uma definição como “aquilo maior do que o qual nada pode ser pensado” para concluir que existe uma ilha perfeita ou qualquer outra coisa que sabemos não existir. Para Gaunilo, este salto do intelecto (pensamento) para a realidade não tem sentido. Esta objeção constitui uma redução ao absurdo, ou seja, um argumento em que se mostra que a ideia que se quer refutar tem consequências absurdas e, por isso, ela própria é absurda. A redução ao absurdo de Gaunilo consiste em aplicar a estrutura argumentativa do argumento ontológico a outras coisas e mostrar que assim se pode declarar a existência de coisas que sabemos comprovadamente que não existem. Ou seja: se essa estrutura argumentativa leva a afirmar falsidades óbvias, não temos razões para aceitar quando, no argumento ontológico, ela conduz à afirmação de que Deus existe.Para conseguir esse efeito, basta considerar que uma certa coisa é a mais perfeita (maior) no seu género, ou seja, definir uma coisa X como a mais perfeita das coisas X. Gaunilo adoptou como exemplo «a ilha paradisíaca mais perfeita que se pode pensar».Logo, o argumento não funciona. D M 1 1 © R A I Z E D I T O R A A N Á L I S E E C O M P R E E N S ÃO DA E X P E R I Ê N C I A R E L I G I O S A O argumento ontológico prova a existência de coisas demais: ilhas per- feitas, sereias, dragões, seja o que for. D M 1 1 © R A I Z E D I T O R A A N Á L I S E E C O M P R E E N S ÃO DA E X P E R I Ê N C I A R E L I G I O S A O argumento ontológico prova a existência de coisas demais: ilhas per- feitas, sereias, dragões, seja o que for.
  • Objeção de Kant - A existência não é uma perfeição. Forma Lógica: Primeira premissa: Aquilo que não acrescenta nada à definição de uma coisa não faz parte da definição dessa coisa. Segunda premissa: Dizer que Deus existe não acrescenta nada à definição de Deus.Conclusão: Logo, a existência não faz parte da definição de Deus (não é um predicado).Conclusão: Logo, não podemos concluir a partir dessa definição que Deus existe.Como afirmou Kant, a existência não é um predicado ou qualidade, mas a condição de possibilidade de atribuir predicados ou qualidades.O processo é, do seu ponto de vista, antes ao contrário. Temos de estabelecer a existência de algo para podermos dizer depois como é. Posso descrever Deus dizendo que Ele é omnipotente, omnisciente e sumamente bom, mas, se acrescentarmos «existência», nada acrescentamos ao conceito de Deus.

Dizer que Deus é o “ser maior do que o qual nada pode ser pensado” é dizer que Deus é supremamente perfeito (grandioso), ou seja, tem todas as qualidades. Anselmo, a partir desta definição conclui que Deus existe, pois se Deus não existisse não seria aquele ser maior do que o qual nada pode ser pensado. A distinção entre "coisas que existem apenas no pensamento", sem existirem de facto e "coisas que, além de existirem no pensamento, existem também na realidade", é essencial. Se Deus existe apenas no pensamento, então podemos conceber outro ser maior do que o qual nada pode ser pensado, nomeadamente, um ser que exista também na realidade, ou seja, haveria algo maior que Deus (o que contraria a premissa 1). Ora é falso que possamos pensar num ser mais grandioso do que Deus, pois isso é uma contradição: ao pensar em Deus já estamos a pensar no ser mais grandioso em que se pode pensar. Por outras palavras: dizer «tenho a ideia de Deus, mas penso que não existe» é como dizer «a ideia de Deus é a ideia de algo maior do que o qual nada pode ser pensado» e, simultaneamente, dizer «a ideia de Deus não é a ideia de algo maior do que o qual nada pode ser pensado». Ao negar a existência de Deus estamos a negar-lhe a grandeza máxima que lhe tínhamos reconhecido ao defini-lo como «aquilo maior do que o qual nada pode ser pensado». Por isso, é incoerente ter a ideia de Deus e não reconhecer a sua existência. Ou seja, um ser que existe na realidade é mais perfeito ou maior do que um ser que não exista na realidade. Assim, dado que Deus é supremamente perfeito, tem igualmente de existir na realidade. Logo, Deus existe.

Ideia básica: A partir do conceito de Deus (como absolutamente perfeito) pode-se concluir que ele existe. Forma Canónica: 1. Se Deus não existe na realidade, então é concebível um ser mais perfeito do que Deus. 2. Mas não é concebível um ser mais perfeito do que Deus. 3. Logo, Deus existe na realidade.

Versão Contemporânea Argumento Modal:

  1. Deus não é um ser contingente.
  2. Deus é consistente.
  3. Logo, Deus necessariamente existe em todos os mundos possíveis, inclusive no mundo atual.
Deriva-se logicamente que se a existência de Deus é possível, então a sua existência é necessária, o que implica também que seja efetiva. Ou seja, caso se aceite que a existência de Deus é pelo menos possível, então não se pode senão aceitar que Deus existe efetivamente. Na primeira premissa afirma-se que por definição Deus não é um ser contingente; ou seja, a existência necessária faz parte da sua essência e, por isso, ou Deus existe em todos os mundo possíveis ou não há qualquer mundo possível em que Deus exista. A segunda premissa diz que Deus existe pelo menos num mundo possível. Portanto, partindo-se dessas premissas pode-se derivar validamente que Deus existe em todos os mundos possíveis e, por conseguinte, no nosso mundo atual. Ou seja, se Deus é possível, então Deus existe necessariamente em todos os mundos possíveis, pois não é um ser contingente. Objeções:
  1. Objeção de Richard Swinburg: rejeita o princípio de Anselmo (Deus pode ser um ser contingente).
Não há qualquer problema de Deus ser um ser contingente. Se não houver problema com o facto de Deus ser um ser contingente, então a primeira premissa é falsa. 2. Objeção – o argumento comete a petição de princípio. Se alguém aceitar a premissa da possibilidade (Deus é possível), é obrigado a aceitar a existência de Deus.

2. O ARGUMENTO TEOLÓGICO ou do desígnio DE TOMÁS DE AQUINO

O argumento teleológico parte da premissa a posteriori de quemuitas das coisas que existem no mundo revelam ordem e propósito.

S. Tomás de Aquino (1225-1274)

"A quinta via é tomada do governo das coisas. Com efeito, vemos que algumas coisas que carecem de conhecimento, como os corpos físicos, agem com vista a um fim, o que se manifesta pelo fato de que, sempre ou na maioria das vezes, agem da mesma maneira, a fim de alcançarem o que é ótimo. Fica claro que não é por acaso, mas em virtude de uma intenção, que alcançam o fim. Ora, aquilo que não tem conhecimento não tende a um fim, a não ser dirigido por algo que conhece e que é inteligente, como a flecha pelo arqueiro. Logo, existe algo inteligente pelo qual todas as coisas naturais são ordenadas ao fim, e a isso nós chamamos Deus. São Tomás de Aquino, Suma Teológica, pp. 168-169.

Versão Contemporânea

Objeções

Explicação do Argumento

Forma Lógica

2

Críticas ao argumento teleológico

  • Darwinismo: Charles Darwin (1809-1882) apresentou uma explicação que, não excluindo a existência de Deus, considera que a complexidade dos seres vivos decorre, por sua vez, da evolução por seleção natural. Darwin mostrou como, pelo processo da sobrevivência do mais apto, os animais e as plantas melhor adaptados ao seu meio ambiente sobrevivem e transmitem os seus genes aos seus descendentes. Este processo explica como as adaptações ao meio ambiente que encontramos nos reinos animal e vegetal podem ter ocorrido, sem precisar de introduzir a noção de Deus. Exemplo: bicos dos tentilhões.
  • Não se prova a existência do Deus teísta: Se Deus é o criador do Universo, e este foi criado segundo uma finalidade, não é Deus também o responsável pela existência do mal? Como entender, então, Deus enquanto ser perfeito e infinitamente bom? David Hume defendeu que o argumento teleológico não consegue sequer afastar possibilidades estranhas e manifestamente implausíveis, como, por exemplo,a hipótese de o universo – que contém muitas maravilhas mas também coisas que se podem considerar «defeitos» – ser obra de um deus imperfeito.
  • Falsa Analogia: Um arqueiro pouco ou nada tem a ver com o funcionamento do Universo quanto a aspetos relevantes ou número de semelhanças, pelo que são incomparáveis. Logo, o raciocínio por analogia não é consistente para provar a existência de Deus.

A palavra teleologia tem orig

Para Tomás de Aquino, tanto os corpos e objetos naturais como os artefactos produzidos por mão humana não dispõem ou possuem qualquer conhecimento (cognição). Em todos, contudo, parece existir quer nas suas ações quer nos seus propósitos uma adequação dos meios para os fins. Uma tal adequação implica a existência de uma intenção, ou finalidade, e de uma inteligência. Se na maior parte dos objetos e artefactos humanamente produzidos reconhecemos o propósito ou finalidade e identificamos o ser que os criou e a inteligência manifestada, já no que se refere ao Universo, teremos de supor uma inteligência que em tudo supera a humana. O Universo é composto de modo tão rico e complexo, com tão diversas realidades e funções que a sua finalidade última escapa à capacidade sistematizadora da inteligência humana. Para explicar esta constatação Tomás de Aquino recorre à analogia com o arqueiro. Uma flecha – objeto não inteligente – não pode alcançar o seu objetivo ou finalidade, que é acertar no alvo, sem que uma inteligência lhe dê uma finalidade. O arqueiro (o ser inteligente) orienta a flecha de modo que ela acerte no alvo. Também algo sem consciência (a Terra) só pode cumprir um propósito (orbitar o Sol) se uma consciência (Deus) a orientar. O arqueiro dispara a flecha com o objetivo de acertar no alvo. Este é o seu telos, o seu fim. Do mesmo modo, Deus criou o Universo com um telos, um desígnio ou finalidade.

Ideia básica: Precisamos de apelar a uma inteligência superior, Deus, que explique por que razão os processos naturais realizam bem o seu propósito ou finalidade. 1.Se não há um ser inteligente que dirige o mundo natural, então as coisas que carecem de cognição não agem sistematicamente para fins de produzir o melhor. 2.Mas as coisas que carecem de cognição agem sistematicamente para fins de produzir o melhor. 3.Logo, há um ser inteligente que dirige o mundo natural, ou seja, Deus.

Versão Contemporânea Argumento do Fine Tuning 1. A afinação minuciosa do universo deve-se a Deus (designer sobrenatural) ou ao acaso. 2. Mas não se deve ao acaso. 3. Logo, deve-se a um designer sobrenatural Parte-se de uma evidência científica: o universo tem parâmetros muito bem definidos. As constantes físicas (força nuclear forte, a velocidade da luz, etc,) têm que ter valores muito precisos para possibilitarem a existência deste tipo de vida, isto é, estão minuciosamente afinadas para a existência deste tipo de vida. Se a velocidade da luz fosse ligeiramente superior, o universo não possibilitaria vida. A afinação minuciosa do universo deve-se a um Deus (Designer sobrenatural) ou é fruto do acaso. Mas é óbvio que não se deve ao acaso, esta esta é a hipótese mais improvável (probabilidade extremamente baixa) dado que seria então muito surpreendente o universo ter as caraterísticas da afinação. A probabilidade seria a mesma da de acertar no centro do alvo, estando de costas voltadas para o alvo. Logo, deve-se a um designer sobrenatural (Deus), assim não é surpreendente que o universo tenha essas caraterísticas (parâmetros) definidos para ter vida (maior probabilidade). Objeções: 1. Objeção: Premissa 1 – parece cometer a falácia do falso dilema. Há uma terceira hipótese, a do multiverso (Existem muitos universos distintos: muitos domínios do espaço-tempo que divergem entre si em virtude de terem constantes físicas ou leis naturais diferentes). Se esta hipótese do multiverso for verdadeira, podemos dizer que entre os vários universos possíveis acabará por surgir por acaso um universo em que as constantes assumem aqueles valores precisamente corretos para a existência de vida. 2. Objeção: Não prova que exista um deus teísta. O tal designer não tem de ter os atributos do deus teísta: omnipotente, omnisciente, sumamente bom, Pessoa, etc. Será alguém com quem podemos estabelecer uma relação pessoal, através da oração?

3. O ARGUMENTO COSMOLÓGICO DE TOMÁS DE AQUINO

Argumento cosmológico Ou da Causa primeira parte da premissa a posteriori de que no mundo tudo tem uma causa.

Tomás de Aquino

"Encontramos nas realidades sensíveis a existência de uma ordem entre as causas eficientes; mas não se encontra, nem é possível, algo que seja a causa eficiente de si próprio, porque desse modo seria anterior a si próprio, o que é impossível. Ora, tampouco é possível, entre as causas eficientes, continuar até o infinito, porque, entre todas as causas eficientes ordenadas, a primeira é a causa das intermédias e as intermédias são a causa da última (…). Por outro lado, suprimida a causa, suprime-se também o efeito. Portanto, se não existisse a primeira entre as causas eficientes, não haveria a última nem a intermédia. Mas se tivéssemos de continuar até o infinito na série das causas eficientes, não haveria causa primeira: assim sendo, não haveria efeito último, nem causa eficiente intermédia, o que é evidentemente falso. Logo, é necessário afirmar uma causa eficiente primeira, a que todos chamam Deus. "São Tomás de Aquino, Suma Teológica, p. 167

Versão Contemporânea

Objeções

Explicação do Argumento

Forma Lógica

3

Críticas ao argumento cosmológico

  • Comete a falácia do Falso dilema, pois apresenta apenas duas opções (cadeia de regressão infinita e haver apenas uma primeira causa ) para explicar as coisas que existem no mundo quando podemos pensar em mais possibilidades, como a de haver várias primeiras causas diferentes. Por exemplo, poderíamos imaginar que o mundo se deve a um trabalho colaborativo de uma família de divindades menores e não de um único Deus teísta.
  • Pode haver cadeias causais infinitas. Tomás de Aquino argumenta que: Se não existe uma primeira causa, também não existe qualquer dos seus efeitos. (E, assim, as cadeias causais não podem regredir infinitamente).Mas, isto é falso, pois: Uma cadeia causal que regride infinitamente não tem, por definição, uma causa primeira. Assim, é falso que se retirarmos a causa primeira (ou seja se esta não existir), os seus efeitos deixam de existir. A existir uma série infinita de acontecimentos, como admite a matemática, a existência de Deus não é necessária.A existir uma série infinita de acontecimentos, como admite a mate- mática, poderá existir uma primeira causa na sequência causa-efeito? Aceitando o juízo matemático, a existência de Deus não é necessária. Portanto, Tomás de Aquino não prova que as cadeias causais não podem regredir infinitamente.
  • Mas, mesmo que tudo tenha uma causa, daqui não se segue que essa causa tenha de ser a mesma para tudo. É falacioso inferir de “tudo tem uma causa” que há uma causa única para tudo.
  • Mesmo que se possa concluir que existe uma causa primeira, nada garante que essa causa seja Deus. Tal como é apresentado, o argumento apenas poderia estabelecer que uma certa força, que poderia até ser o Big Bang, é a origem do universo. Não prova que essa causa primeira é o Deus teísta.

Se olharmos à nossa volta, constatamos que todas as coisas dependem de outras para existirem. A relação causal é algo que parece verificar-se em todas as coisas e acontecimentos. Ou seja, tudo tem uma causa. Existem no mundo cadeias causais – sequências de causas e efeitos: A ideia do argumento cosmológico é que as cadeias causais não podem regredir infinitamente. Pois, se as cadeias causais regredissem infinitamente, então nada existiria no início da cadeia que originasse a cadeia causal. Por exemplo: A Sofia existe porque os pais dela existem, e os pais dela existem porque os avós dela existem, e assim por diante. Assim, se não existisse um primeiro casal nos antepassados da Sofia, a Sofia não existiria.Isto é, sem uma primeira causa, não há quaisquer efeitos. Dizer que as cadeias causais regridem infinitamente é retirar a primeira causa de tudo. E sem primeira causa, nada pode existir. (Mas isto é obviamente falso, pois existem imensas coisas). Assim, tem que existir uma causa primeira (Deus) que é a causa de tudo o resto. Como nada encontramos no Universo que seja a causa de si mesmo, a sua causa deve estar fora dele. Deus surge assim como o princípio de todas as causas, criando o Universo, pois, de outro modo, a série de causas prolongar-se-ia infinitamente.

Ideia básica: Todas as coisas no mundo têm uma causa. 1. Há uma cadeia causal que regride infinitamente ou há apenas uma primeira causa que é a origem da cadeia causal. 2.Mas não há uma cadeia causal que regride infinitamente. 3.Logo, há apenas uma primeira causa que é a origem da cadeia causal (Deus).

Versão Contemporânea Argumento Forma lógica: 1. Tudo o que começa a existir tem uma causa para a sua existência. 2. O universo começou a existir. 3. O universo tem algum tipo de causa para a sua existência. 4. A causa para a existência do universo é espaço-temporal ou transcende o espaço e o tempo. 5. A causa do universo não pode ser espaço-temporal. 6. Logo, a causa do universo tem de ser sobrenatural (divina). Explicação: Se alguma coisa começa a existir, então deve haver alguma coisa que causou essa existência. o universo (realidade espaço-temporal) começou a existir. O universo tem de ter algum tipo de causa para a sua existência: 1. hipótese: o espaço -temporal ou 2- causa sobrenatural, transcendente (está para além) do espaço e o tempo. Ora a causa do universo não pode ser espacio-temporal, pois com o universo começa a existir o espaço e o tempo. Portanto, a causa do universo tem de ser sobrenatural (deus), transcender o espaço e o tempo. Objeções:

  1. Objeção:
Premissa 2 – O Universo começou a existir. Há físicos que não aceitam o Big Bang, há outras alternativas ao Big bang. 2. Objeção: Premissa 5 Não prova que exista um deus teísta. O tal designer não tem de ter os atributos do deus teísta: omnipotente, omnisciente e sumamente bom.

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