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O que se passa no cérebro enquanto morremos?

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Created on October 4, 2024

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Transcript

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Física, pela aluna Carina Silva nº4 12ºB

Reflexão

Introdução à Notícia

A pesquisa de Jimo Borjigin sobre a atividade cerebral durante paragens cardíacas traz à tona questões profundas sobre a nossa compreensão da morte clínica. Tradicionalmente, a morte é definida pela ausência de batimentos cardíacos, mas o trabalho de Borjigin sugere que o cérebro pode estar num estado hiperativo, ativando mecanismos de sobrevivência diante da falta de oxigênio.Este fenómeno pode explicar experiências de quase-morte relatadas por muitos sobreviventes, como visões ou sensações extracorporais. Por exemplo, a sensação de ver uma luz intensa pode estar ligada a uma atividade intensa no córtex visual, o que desafia a noção de que a consciência se apaga instantaneamente. Além disso, a comparação da atividade cerebral a um estado de hibernação em animais destaca uma adaptação evolutiva que pode estar em ação. O cérebro, ao invés de "desistir", prioriza funções vitais. Em situações de cuidados intensivos, onde decisões críticas são tomadas, essa nova perspectiva é particularmente relevante. Um diagnóstico equivocado pode não apenas afetar a vida do paciente, mas também proporcionar dilemas éticos para os profissionais de saúde. A pesquisa de Borjigin amplia a nossa compreensão sobre o que significa estar clinicamente morto, mas também desafia os paradigmas médicos tradicionais. A necessidade de reavaliar estes conceitos é urgente, pois pode impactar diretamente na maneira de como são cuidados os pacientes em estado crítico. É um convite à reflexão sobre a complexidade do processo de morrer e a resiliência do cérebro humano. A ciência deve continuar a investigar estas questões para que possamos tomar decisões mais informadas e éticas em relação à vida e à morte.

A neurocientista Jimo Borjigin, da Universidade de Michigan, ficou surpresa ao descobrir como sabemos pouco sobre o processo de morte cerebral. Há mais de 10 anos, ao observar a morte acidental de dois ratos durante uma experiência, ela reparou numa explosão de serotonina no cérebro de um deles, sugerindo possíveis alucinações. Este evento despertou o seu interesse e, desde então, ela estuda o que ocorre no cérebro humano durante a morte, com descobertas que desafiam as perceções comuns sobre o fim da vida.

"As descobertas de uma neurocientista sobre o que se passa no cérebro enquanto morremos"

Paradigmático

Borjigin explica que o foco histórico na paragem cardíaca levou à crença de que o cérebro para de funcionar nesse momento. No entanto, experiências de quase-morte, como visões e sensações fora do corpo, sugerem o contrário. Ela acredita que essas vivências vêm da atividade cerebral intensa, antes do fim dos sinais vitais, e não de algo extracorpóreo. Desde os seus estudos em 2013, Borjigin defende que essas experiências estão ligadas ao cérebro, mesmo que este pareça hipoativo durante uma paragem cardíaca.

Neurotransmissores e Ondas Gama

Em alguns estudos com ratos, cientistas observaram um aumento de neurotransmissores após a paragem cardíaca, incluindo um aumento de 60 vezes na serotonina e dopamina, e noradrenalina em níveis nunca vistos em animais vivos. Em 2023, um estudo com pacientes em coma revelou uma intensa atividade cerebral, incluindo ondas gama (relacionadas a funções cognitivas) após a remoção de ventiladores. A hipoxia, causada pela falta de oxigénio, parece ser o fator comum que ativa o cérebro em ambos os casos.

Uma Nova Compreensão

Borjigin reconhece que o seu estudo em humanos é limitado e que são necessárias mais pesquisas para entender o que acontece no cérebro durante a morte. Ela acredita que, em vez de se tornar hipoativo, o cérebro torna-se hiperativo durante a paragem cardíaca, possivelmente como parte de um mecanismo de sobrevivência. A equipa está a investigar se animais, incluindo humanos, têm um mecanismo natural para lidar com a falta de oxigénio, contrariando a ideia de que o cérebro apenas morre passivamente durante a paragem cardíaca.

Partes Específicas

Em contraste com os ratos, onde todo o cérebro se ativava, nos humanos apenas certas áreas foram ativadas durante o processo da morte. Estas regiões, como a junção temporo-parieto-occipital, estão ligadas à percepção sensorial, consciência, sonhos e alucinações visuais. A área de Wernicke, relacionada à linguagem e memória, também mostrou atividade. A junção temporoparietal do lado direito, associada à empatia, pode explicar porque sobreviventes de experiências de quase-morte relatam mudanças empáticas. Contudo, não foi possível verificar isso num dos pacientes estudados.

A definição de morte

Jimo Borjigin explica que, durante uma paragem cardíaca, a pessoa parece morta, sem resposta ou movimentos. Tradicionalmente, a atenção médica está focada no coração, e a ausência de pulsação é considerada morte clínica. O cérebro, que depende de oxigénio, é visto como inativo quando o coração para. No entanto, as pesquisas da cientista mostram algo diferente: enquanto todos os sinais indicam hipoatividade cerebral, o cérebro ainda pode exibir atividades inesperadas durante o processo da morte.

Experiências Próximas da Morte

Estudos sugerem que o cérebro hiperativo observado por Borjigin pode explicar as intensas Experiências de Quase Morte , como visões de luz ou a sensação de flutuar. O estudo de 2023 mostrou que, em pacientes que sobreviveram a uma paragem cardíaca, 20% a 25% relataram ver uma luz, indicando possível ativação do córtex visual. Além disso, alguns relataram ouvir o que ocorria ao seu redor, o que pode estar relacionado à atividade de áreas cerebrais responsáveis pela percepção da fala e da linguagem durante esse processo.

Iceberg

Borjigin acredita que o cérebro não "desiste facilmente" e pode ter mecanismos naturais para lidar com a falta de oxigénio, comparando essa reação a uma família em crise que prioriza o essencial. Ela propõe que, durante uma paragem cardíaca, o cérebro preserva energia para funções vitais, como respirar. Os seus estudos indicam que a intensa atividade cerebral observada pode ser apenas a "ponta do iceberg", sugerindo que há muito a descobrir sobre o mecanismo da morte, com possíveis implicações para diagnósticos prematuros.