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Transcript

Modulo 5

A cultura do palácio –1450-1618

Daniela Dionisio 11 Tur HCA M5 Paula Filipe

M5

HCA

DD

11 TUR

Introdução

Neste trabalho vamos abordar os seguintes temas: - A cultura do palácio –1450-1618 - A arquitetura renascentista em Portugal

Indice

A cultura do palácio –1450-1618

A arquitetura renascentista em Portugal

Video Interativo

webgrafia

Conclusão

A cultura do palácio –1450-1618

O termo “Cultura do Palácio”, especialmente no contexto entre 1450 e 1618, refere-se ao ambiente social, político e cultural que floresceu em torno das cortes reais e palacianas da Europa durante o período do Renascimento e o início da era barroca. Esta era foi marcada por grandes transformações culturais, artísticas e políticas, com os palácios a servirem de centros de poder e de difusão cultural. Vou dividir os principais aspetos desta cultura em quatro partes

A Corte e o Mecenato

Os monarcas e nobres eram frequentemente os principais patronos das artes. Eles financiavam artistas, músicos, escritores e arquitetos, que criavam obras para glorificar a sua autoridade e magnificência. Exemplo disso foi o patrocínio de grandes mestres como Leonardo da Vinci, Michelangelo e El Greco pelas cortes da época.

A Corte e o Mecenato

• Em Portugal, por exemplo, a corte de D. Manuel I (1495-1521) foi um centro de produção cultural, com um estilo artístico muito associado, o manuelino, uma versão gótica misturada com influências renascentistas e marítimas. • Em Espanha, a corte de Filipe II foi uma das mais importantes, com o Escorial a tornar-se um símbolo do poder real e do catolicismo.

Etiqueta e Protocolo

As cortes europeias eram extremamente hierárquicas e reguladas por um protocolo rigoroso. O comportamento na corte era codificado e existiam regras específicas sobre como os cortesãos deveriam agir, vestir-se e falar. Manuais de etiqueta, como o famoso “O Cortesão” de Baldassare Castiglione (1528), tornaram-se populares, descrevendo o ideal de um homem de corte refinado, educado e versátil.

⁠A Arte e Arquitetura do Palácio

Os palácios tornaram-se símbolos visíveis do poder monárquico. A arquitetura dos palácios europeus durante este período combinava grandiosidade e funcionalidade. Muitos palácios, como o Palácio de Versalhes (mais tarde, expandido por Luís XIV, mas começado por Luís XIII) e o Alcázar de Madrid, foram projetados para impressionar os visitantes e afirmar a supremacia do monarca.

⁠A Arte e Arquitetura do Palácio

• A arte produzida para as cortes era frequentemente monumental e cheia de simbolismo político e religioso, como se vê nos retratos régios de Ticiano ou nos frescos de Raphael para o Vaticano.

Relações Diplomáticas e Festividades

As cortes eram também locais onde se realizavam importantes encontros diplomáticos, onde embaixadores estrangeiros eram recebidos com grande pompa. As festividades palacianas, como bailes, torneios e banquetes, eram momentos de afirmação do prestígio do monarca e um reflexo do esplendor e do poder do reino.

Relações Diplomáticas e Festividades

As festividades da corte não eram apenas diversão, mas também uma ferramenta para promover alianças políticas e reforçar hierarquias sociais. Os bailes de máscaras, torneios e espetáculos teatrais tornaram-se formas populares de entretenimento nas cortes, com as mascaradas a serem particularmente populares em Inglaterra e França.

⁠Influência da Igreja

Entre 1450 e 1618, a Igreja Católica continuava a ter uma presença muito forte nas cortes europeias. As relações entre os monarcas e o clero eram estreitas, muitas vezes através do financiamento de igrejas e mosteiros. Na sequência da Reforma Protestante, a Igreja viu o apoio dos monarcas católicos como crucial, o que resultou em palácios que exibiam um misto de poder temporal e espiritual.

Evolução Até à Guerra dos Trinta Anos (1618)

A cultura do palácio sofreu grandes mudanças até ao início da Guerra dos Trinta Anos (1618). Este conflito teve um impacto profundo na Europa Central, particularmente nas cortes da Alemanha, que até então tinham sido centros culturais florescentes, como a de Rodolfo II, em Praga, conhecida pelo seu gosto pela alquimia e as artes ocultas.

Evolução Até à Guerra dos Trinta Anos (1618)

Em resumo, entre 1450 e 1618, a cultura do palácio consolidou-se como uma força dominante na vida europeia, influenciando desde a política à arte, passando pela diplomacia e a sociedade. Os palácios não eram apenas residências de reis e nobres, mas também centros de inovação cultural e artística, símbolos de poder e opulência.

A arquitetura renascentista em Portugal

A arquitetura renascentista em Portugal desenvolveu-se a partir do início do século XVI, inserida no contexto mais amplo do Renascimento europeu, mas adaptada às especificidades culturais, artísticas e históricas do país. Este período trouxe uma mudança significativa em relação ao estilo gótico tardio, predominante até então, e manifestou-se principalmente através de novas formas arquitetónicas inspiradas na Antiguidade clássica, com uma estética mais racional e equilibrada.

Contexto e Influências

O Renascimento em Portugal chegou com um certo atraso em relação a outros países europeus, como Itália ou França, devido à forte presença do estilo gótico e, mais tarde, do estilo manuelino, que dominava a arquitetura durante o reinado de D. Manuel I (1495-1521). O manuelino, um estilo gótico com elementos decorativos exuberantes ligados aos Descobrimentos Portugueses, coexistiu com os primeiros sinais da influência renascentista.

Contexto e Influências

A arquitetura renascentista em Portugal, embora influenciada por mestres italianos e espanhóis, desenvolveu características próprias. O contacto com o Renascimento italiano aconteceu, em grande parte, através de artistas estrangeiros e do intercâmbio com a Espanha, que, na época, vivia um período de grande dinamismo artístico e cultural.

Características da Arquitetura Renascentista em Portugal

• Geometria e Simetria: Em contraste com o gótico, o Renascimento trouxe uma ênfase na simetria, na proporção e no uso de elementos geométricos simples. As fachadas dos edifícios tendiam a ser mais regulares, com janelas e portas simetricamente distribuídas. • Elementos Clássicos: A arquitetura renascentista fez uso de colunas, frontões, arcos de volta perfeita e cúpulas, inspirando-se nos modelos da antiguidade greco-romana. Estes elementos eram frequentemente decorados com ornamentos de carácter clássico, como grinaldas, festões e frisos.

Características da Arquitetura Renascentista em Portugal

• Sobriedade Decorativa: Ao contrário do manuelino, que era altamente decorativo, o Renascimento trouxe uma certa sobriedade na decoração arquitetónica. Embora ainda existissem elementos ornamentais, eram geralmente mais contidos e racionais.

Exemplos de Arquitetura Renascentista em Portugal

Os exemplos de arquitetura renascentista pura em Portugal são relativamente escassos, dado o domínio do manuelino e, posteriormente, do barroco. No entanto, algumas construções importantes refletem claramente a influência renascentista

Exemplos de Arquitetura Renascentista em Portugal

• Mosteiro de Jesus em Setúbal: É considerado uma das primeiras manifestações do Renascimento em Portugal. A sua igreja, iniciada no final do século XV, combina elementos manuelinos com influências renascentistas, particularmente no uso de colunas e arcos de volta perfeita.

Exemplos de Arquitetura Renascentista em Portugal

• Claustro de D. João III no Mosteiro de Cristo em Tomar: Um dos mais notáveis exemplos da arquitetura renascentista em Portugal. Construído no século XVI, este claustro apresenta uma organização espacial equilibrada, com arcos de volta perfeita, colunas dóricas e uma planta perfeitamente simétrica. O equilíbrio e harmonia das suas formas fazem deste claustro uma obra-prima do Renascimento português.

Exemplos de Arquitetura Renascentista em Portugal

• Palácio da Bacalhôa: Este palácio, localizado em Azeitão, é um dos melhores exemplos de uma residência privada de estilo renascentista em Portugal. Inspirado em vilas italianas, combina jardins geométricos com uma arquitetura clássica e elegante, refletindo a adoção do estilo renascentista por parte da aristocracia portuguesa.

Exemplos de Arquitetura Renascentista em Portugal

• Igreja de São Roque, Lisboa: Embora tenha uma fachada exterior relativamente simples, o interior da igreja de São Roque contém capelas ricamente decoradas com elementos renascentistas. Foi construída na segunda metade do século XVI pelos jesuítas, sendo um dos primeiros exemplos de igrejas da Ordem em Portugal.

Exemplos de Arquitetura Renascentista em Portugal

• Porta Especiosa da Sé Velha de Coimbra: Outro exemplo de influência renascentista, esta porta lateral da Sé Velha foi adicionada em meados do século XVI e exibe uma clara inspiração clássica, com frontões e colunas.

A Escola de Coimbra

Coimbra foi um dos principais centros da arquitetura renascentista em Portugal, especialmente com a fundação de novos edifícios universitários. A renovação de várias estruturas e a construção de novos espaços na Universidade de Coimbra, incluindo o Colégio das Artes, refletem o estilo renascentista, particularmente na sua simplicidade decorativa e rigor geométrico.A cidade de Coimbra também é notável por ter produzido uma geração de arquitetos e artistas que ajudaram a difundir o Renascimento no país.

Difusão e Adaptações Regionais

Em Portugal, a arquitetura renascentista foi largamente influenciada pela tradição local e pelos estilos pré-existentes, como o manuelino e o gótico tardio, resultando em uma fusão de estilos. Além disso, a disseminação do Renascimento não foi homogénea em todo o território. Regiões como Lisboa, Coimbra e Évora foram mais influenciadas, enquanto outras áreas mais periféricas mantiveram características góticas ou manuelinas por mais tempo.

Difusão e Adaptações Regionais

Évora, em particular, destaca-se pela sua arquitetura renascentista, como a Igreja da Graça e o Palácio de D. Manuel, que mostram uma adoção clara dos princípios clássicos renascentistas.

Fim do Renascimento e Transição para o Barroco

Por volta do final do século XVI e início do século XVII, o estilo renascentista começou a ceder lugar ao estilo barroco, que se tornou predominante em Portugal durante o reinado de D. João V. Este novo estilo trouxe de volta a exuberância decorativa, contrastando com a sobriedade do Renascimento.

Conclusão

A arquitetura renascentista em Portugal foi marcada por uma transição gradual, com uma convivência de estilos que incluía elementos do manuelino, gótico e, posteriormente, o barroco. Embora o país tenha sido influenciado por modelos estrangeiros, conseguiu adaptar os princípios clássicos renascentistas à sua tradição artística, resultando em obras de grande beleza e singularidade. O Renascimento em Portugal teve um impacto importante na arquitetura religiosa e civil, refletindo as mudanças culturais e políticas da época.

Video interativo

Webgrafia

https://caminhosdeportugal.com/arquitetura-renascimento-portugues/https://pt.slideshare.net/slideshow/a-cultura-do-palacio/13057640

Fim!

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