A débil de Cesário Verde
Kauan Horta
Created on September 27, 2024
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Transcript
Start
Cesário Verde
A débil
A débil (Introdução)
- Poema narrativo- Descrições detalhadas- Expressão de diferentes emoções
Eu, que sou feio, sólido, leal, A ti, que és bela, frágil, assustada, Quero estimar-te sempre, recatada Numa existência honesta, de cristal. Sentado à mesa dum café devasso, Ao avistar-te, há pouco, fraca e loura, Nesta Babel tão velha e corruptora, Tive tenções de oferecer-te o braço.
E, quando socorreste um miserável, Eu, que bebia cálices de absinto, Mandei ir a garrafa, porque sinto Que me tornas prestante, bom, saudável. "Ela aí vem!" disse eu para os demais; E pus-me a olhar, vexado e suspirando, O teu corpo que pulsa, alegre e brando, Na frescura dos linhos matinais.
Via-te pela porta envidraçada; E invejava, talvez que não o suspeites! - Esse vestido simples, sem enfeites, Nessa cintura tenra, imaculada. Ia passando, a quatro, o patriarca. Triste eu saí. Doía-me a cabeça. Uma turba ruidosa, negra, espessa, Voltava das exéquias dum monarca.
Adorável! Tu, muito natural, Seguias a pensar no teu bordado; Avultava, num largo arborizado, Uma estátua de rei num pedestal.Sorriam, nos seus trens, os titulares; E ao claro sol, guardava-te, no entanto, A tua boa mãe, que te ama tanto, Que não te morrerá sem te casares!
Soberbo dia! Impunha-me respeito A limpidez do teu semblante grego; E uma família, um ninho de sossego, Desejava beijar sobre o teu peito.Com elegância e sem ostentação, Atravessavas branca, esbelta e fina, Uma chusma de padres de batina, E de altos funcionários da nação.
"Mas se a atropela o povo turbulento! Se fosse, por acaso, ali pisada!" De repente, paraste embaraçada Ao pé dum numeroso ajuntamento. E eu, que urdia estes fáceis esbocetos, Julguei ver, com a vista de poeta, Uma pombinha tímida e quieta Num bando ameaçador de corvos pretos.
E foi, então, que eu, homem varonil, Quis dedicar-te a minha pobre vida, A ti, que és tênue, dócil, recolhida, Eu, que sou hábil, prático, viril.
Características das personagens
- Sujeito poético
- Figura feminina
Descrição inicial do espaço
- Ambiente imoral
"Sentado num café devasso" (v.5)
- Velho e corrupto
"Nesta babel tão velha e corrupta" (v.7)
- Local de alcoólicos
"Eu, que bebia cálices de absinto" (v.10)
Estado de espírito do sujeito poético ao longo do poema
- Fase inicial : depressão, melancolia e tristeza
"Eu que sou feio, sólido e leal" (v.1)
- Fase intermediária : satisfação ao avistar a figura feminina
"Quando socorreste um miserável" (v.9)
- Fase final : dedicação e proteção a ela
"Julguei ver, com a vista de poeta, uma pombinha tímida e quieta... / quis dedicar-te a minha pobre vida" (v.v 47, 48 e 51)
Crítica social ao clero
- Representação como uma multidão uniforme
"Uma turba ruidosa, negra e espessa" (v. 24)
- Despreocupação com os de baixo estatuto
"Uma chusma de padres de batina.../ se fosse por acaso ali pisada" (v.v. 41 e 44)
- Subentendimento da quebra do celibato
"Num bando ameaçador de corvos pretos" (v.48)
Contraste do espaço com a figura feminina
- Desprezíveis- Pervertidas
Neste espaço movimentam-se figuras :Enquanto a figura femina é :
- Frágil- Delicada
Conclusão
Relação com um tema da atualidade
Trabalho realizado por:
Cristiano Pasat, Guilherme Brás e Kauan Gomes 12⁰A
Características do sujeito poético
- Feio
- Sólido
- Leal
Eu, que sou feio, sólido, leal,A ti, que és bela, frágil, assustada,Quero estimar-te sempre, recatadaNuma existência honesta, de cristal. (v.v. 1 a 4)
- Miserável
- Alcoólico
E, quando socorreste um miserável,Eu, que bebia cálices de absinto,Mandei ir a garrafa, porque sintoQue me tornas prestante, bom, saudável. (v.v. 9 a 12)
- Observador
E eu, que urdia estes fáceis esbocetos,Julguei ver, com a vista de poeta,Uma pombinha tímida e quietaNum bando ameaçador de corvos pretos.
- Hábil
- Prático
- Viril
E foi, então, que eu, homem varonil,Quis dedicar-te a minha pobre vida,A ti, que és tênue, dócil, recolhida,Eu, que sou hábil, prático, viril.
Características da figura feminina
- Bela
- Frágil
- Assustada
Eu, que sou feio, sólido, leal,A ti, que és bela, frágil, assustada,Quero estimar-te sempre, recatadaNuma existência honesta, de cristal. (v.v. 1 a 4)
- Recatada
- Honesta
- Loira
- Aspecto natural
- Elegante
- Esbelta
- Tímida