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uma proposta pedagógica

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dentro de um ecossistema:da alimentaçãoà utilização dos recursos naturais

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Esta proposta resulta do percurso de aprendizagem coletivo da formação "Viver e mudar a escola em conjunto", no âmbito do projeto "A escola, ser vivo dentro de um ecossistema". Um projeto de três anos, que possibilitou questionar, experimentar e desenhar caminhos de intervenção em dois agrupamentos de escolas, envolvendo estudantes, professores/as, outros atores da comunidade escolar e as duas organizações promotoras. Uma das abordagens utilizadas foi a investigação-ação, que permite identificar problemáticas da e na escola e comunidade envolvente para nela(s) intervir. Esta dimensão crítica e transformadora da realidade cruza-se com a abordagem da educação para a cidadania global, que enquadrou este projeto.Conheçam a nossa proposta, mas sobretudo valorizem a experiência e o conhecimento que já existe na vossa escola... e "mãos-à-obra"!

dentro de um ecossistema:da alimentaçãoà utilização dos recursos naturais

Bem-vindas e bem-vindos à proposta pedagógica

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Pressupostos e Introdução

Aspetos a considerar

Passos

Glossário

Bibliografia

Ficha técnica

Construção do recurso

Esta construção de legos representa a forma como está construído o recurso, em vários capítulos interligados.Pretende orientar a navegação e dar liberdade para avançar e recuar,... parar, voltar a avançar, recuar e/ou questionar, sempre que vos fizer sentido! Para começarem a navegar pelo recurso, escolham um dos capítulos e cliquem no respetivo botão.

Para quem foi pensado

Se fazem parte da comunidade escolar e se se questionam sobre como podem transformar a realidade, a partir das vossas escolas, este recurso dirige-se a vocês!Se, por outro lado, fazem parte de um grupo e/ou organização de outro contexto educativo e querem intervir numa problemática, também pode ser útil. Aqui todas as pessoas que querem conjugar o verbo "transformar" e construir em conjunto um mundo mais justo, são bem-vindas!

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Divulgar e partilhar o conhecimento de educadores/as e organizações sobre processos de investigação-ação em meio escolar.Propor um formato educativo com vista à ação através da participação, da mobilização de instrumentos pedagógicos de investigação e da identificação e congregação de interesses coletivos.Gerar aprendizagens a partir de realidades e problemáticas das comunidades educativas.Ligar ao processo formativo do projeto "A escola, ser vivo dentro de um ecossistema".

Porque é que construímos este recurso

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Que pontes existem entre investigação-ação e educação para a cidadania global

O que é que entendemos por investigação-ação

A investigação-ação visa transformar a realidade, partindo de problemas vividos e sentidos pelas pessoas que nela participam. Um dos traços distintivos da investigação-ação é que a ação assenta em processos de investigação e de produção de conhecimento levados a cabo por essas pessoas.

Deste modo, procura superar o dualismo entre teoria e prática. Ou seja, esta abordagem quebra o estatuto de “neutralidade” do/a investigador/a e o monopólio do conhecimento por parte deste/a. Não considera os atores envolvidos como um “depósito de informações”, passivos e incapazes de analisar a sua própria situação e atuar sobre ela. Pelo contrário, as/os especialistas são todas as pessoas que participam na de investigação-ação. Este é um processo coletivo, assente no diálogo, nas diferenças que existem entre participantes, na criatividade e no pensamento crítico.

Problematização da realidade Busca de uma leitura estrutural, crítica e dialógica do mundoReflexão indutora da ação e o envolvimento das pessoas em processos de transformação socialValorização de formas de "fazer" coletivas e horizontais

A educação para o desenvolvimento/educação para a cidadania global (ED/ECG) é a face pedagógica do processo de construção de uma cidadania global crítica, assente na procura sistemática de coerência entre valores e propostas, objetivos e estratégias, discursos e práticas. A ED/ECG não tem temas que lhe sejam específicos. O que a distingue é a forma como permite olhar o mundo, interrelacionando "problemas" com as suas várias componentes (social, económica, política, ambiental, etc.), com o objetivo de analisar em profundidade e de forma não segmentada a realidade. É imbuída de valores éticos ligados à justiça social, equidade e solidariedade.

E porquê investigação-ação na

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Porque a escola, enquanto parte de um ecossistema, quer-se viva e interventiva para que seja motor de transformação social.

Pela possibilidade de se fazer o percurso em ligação com espaços letivos e não letivos e com diferentes tipos de grupos.

Por possibilitar o desencadear de mudanças que afetam toda a comunidade educativa num espaço de vivências e de relações, sendo este um processo político-pedagógico e participativo.

Por atribuir o papel de investigador/a a todos os membros do grupo participante trazendo uma mudança nas relações entre os atores da escola, numa perspetiva de horizontalidade.

Por exemplo, só numa turma ou em grupo; entre um conjunto de docentes com as respetivas turmas; entre alunos/as; com encarregados/as de educação, direção, organizações da sociedade civil, etc..

Não têm que estar reunidas todas estas condições, mas é importante tê-las em mente ao longo do processo.

Com quem

Quando

Onde

Antes da investigação-ação começar, é necessário criar condições para que esta aconteça e flua da melhor forma. Conheçam aqui alguns aspetos a ter em conta:

Este processo faz-se em conjunto. Para isso é preciso reunir um grupo de pessoas que vivem e participam no dia-a-dia da escola. 1.º Identificam-se diferentes atores relevantes - pessoas interessadas em transformar a realidade da escola. Por exemplo, um estudante, professor ou outro ator da comunidade educativa que pretenda iniciar uma investigação-ação pode falar com pessoas com quem tem uma relação próxima na escola para ajudarem a identificar e mobilizar outros atores. 2.º Criado o grupo de trabalho, é fundamental: - conhecer e respeitar as diferentes linguagens, conhecimentos, perspetivas e níveis de interesse/motivação de cada pessoa, encontrando um chão comum; - manter sempre a discussão, diálogo, apoio mútuo, confronto e partilha como base da relação e do trabalho conjunto. A autocrítica e a combinação dos conhecimentos de cada pessoa são essenciais à aprendizagem coletiva do grupo de trabalho.

É importante ter tempo para dar cada passo. Tempo para a análise do que já foi feito e, havendo necessidade, para a sua reformulação. É também essencial cuidar do grupo, respeitando mutuamente o tempo, ritmo e disponibilidade de cada pessoa, assim como ter atenção à tensão e à pressão impostas por um processo de investigação-ação.

A existência de espaço(s) físicos e anímicos onde o processo se possa ancorar é também um aspeto importante. O grupo pode fomentar, em conjunto, um espaço/ambiente confortável, familiar, descontraído e de proximidade, em que todas as pessoas se sintam seguras para interagir e partilhar os seus questionamentos e ideias (sem julgamentos), bem como para experimentar, errar e aprender em coletivo. Por outro lado, que seja um espaço/ambiente que permita também olhar e repensar o caminho percorrido e a percorrer ao longo do processo, sempre que o grupo considere necessário.

Reflexão sobre a ação e avaliar o processo

Problematizar

Conhecer, investigar e analisar dados

do processo deinvestigação-ação

Etapa transversal

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Registar, sistematizar e partilhar

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Formulação da ação e agir

Os passos de um processo de investigação-ação compõem-se num ciclo ou espiral de etapas, que alternam entre reflexão crítica e ação. Os métodos, dados e a sua interpretação vão sendo aperfeiçoados ou transformados nos ciclos posteriores à luz da experiência e dos conhecimentos obtidos no ciclo anterior.

Para aprofundar cada etapa e conhecer a nossa experiência, cliquem nos botões interativos junto aos números do esquema. Começamos?

Então na prática...como é que se faz uma investigação-ação na escola Que passos podemos seguir

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Etapa Transversal

Problematizar

Identificar problemas e necessidadesExplorar problemas e necessidadesProblemas vs. problemáticasReajustarDecidir como prosseguir

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Conheçam a nossa experiência nesta etapa,

clicando no botão!

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O que é um PROBLEMA?

O que é uma PROBLEMÁTICA? Diferenças?

Após formação do grupo, este pode promover momentos/espaços de identificação e discussão de problemas e/ou necessidades sentidas pelos seus elementos. Nesses momentos, podem surgir espontaneamente questões, problemas, ou podem ser espaços mais estruturados, de modo a fazer emergir os problemas. Um exemplo pode ser fazer-se um passeio pela escola para re-observar os espaços e as relações entre os diferentes atores da escola. Em que espaços se podem identificar problemas? Numa sala de aula, num clube da escola, no pátio ou espaço exterior, na biblioteca, no bar da escola, no refeitório, etc.

A seguir exploram-se esses problemas e necessidades. Como? Olhando para eles de forma crítica, aprofundada, dialógica... É a oportunidade para conhecer melhor o contexto em que o grupo "vive" e participa diariamente.

Nesta fase, é importante: 1) Perguntar, perguntar, perguntar: O que é que nos preocupa? Que necessidades sentimos em comum? Que dúvidas e questões temos que os outros elementos do grupo também têm? Porque é que existem essas necessidades? O que é que gostaríamos que fosse diferente? 2) Objetivar os problemas através da formulação de problemáticas.

Discutir diferentes pontos de vista sobre as problemáticas identificadas com pessoas fora do grupo, também é um exercício importante, que permite descobrir outras/novas perspetivas. Até porque, nem sempre os problemas sentidos por algumas pessoas são vividos como tal (ou sentidos de igual forma) por outras. Assim pode ser necessário fazer reajustes, procurando integrar outras perspetivas, mas isso torna o caminho ainda mais rico e diverso.

Chegando aqui, o grupo tem de ponderar e decidir se pretende continuar, reorientar ou desistir. Qualquer opção é válida, construtiva e traz muitas aprendizagens para todas/os, por isso não deve ser julgada!

O que é um problema? É aquilo que, geralmente, é fácil de perceber, visualizar, sentir. O que é uma problemática? É a forma de olhar para um problema, uma situação. É a sua problematização. Como?

  • Com distanciamento, procuramos desnaturalizar o problema e desconstruir noções pré-concebidas.
  • Apontamos para as origens do problema, através de uma perspetiva específica.
  • A problemática é um dispositivo que nos guia e ajuda a explorar o problema e a encontrar formas de o solucionar pelo todo ou uma parte.
  • A problemática pode ser formulada como uma pergunta.
  • É delimitada a uma dimensão viável de ser aprofundada e trabalhada. Não é muito ampla e é realista.
  • A problemática deve ser o mais clara e objetiva possível e sem valoração.

Partilhas do nosso percurso de aprendizagem coletivo

dentro de um ecossistema:da alimentaçãoà utilização dos recursos naturais

Problema: Os espaços exteriores da escola. Problemática: Existência de espaços exteriores que não estão a ser utilizados nem como espaços de lazer nem como espaços de aprendizagem, o que conduz a algum distanciamento ou não apropriação de estudantes e docentes em relação à escola.

Problema: Espaços de convívio das escolas.Problemática: Cada escola tem um espaço específico de convívio, mas não são vivenciados como espaços de pertença. Porquê? É um problema comum às duas escolas do agrupamento. Queremos promover embelezamento, dar mais conforto e criar um sentimento de pertença.

Problema: Participação nas atividades extra-curriculares.Problemática: Há várias atividades na escola, mas pouca participação. Os alunos frequentam a escola mas não a vivem. Porquê?

Etapa 1

Estas partilhas resultam do processo de investigação-ação experimentado na formação "Viver e mudar a escola em conjunto", que juntou professores/as e educadores/as de dois agrupamentos de escolas e duas organizações promotoras num exercício para re-pensar a(s) escola(s). A partir da sua realidade, os diferentes grupos identificaram os seguintes problemas e problemáticas:

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Etapa Transversal

Conhecer, investigar e analisar dados

Investigar a partir da própria vivênciaIdentificar limites e possibilidades de investigaçãoConstruir um guião de investigaçãoFerramentas metodológicas

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Conheçam a nossa experiência nesta etapa,

clicando no botão!

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Este processo baseia-se nas mudanças perspetivadas e nas aprendizagens que delas decorrem, quer sejam estruturais (na escola, nos currículos, nos espaços), quer sejam pessoais (relação consigo mesmo, relação com os outros). Investigar a partir das vivências das pessoas do grupo inclui investigar-se a si próprio/a, incluindo-se enquanto sujeito que faz parte da comunidade educativa, em interligação com os outros sujeitos e com o contexto. Inclui também identificar e valorizar as ferramentas de pesquisa que já são usadas nas diferentes práticas da escola.

A investigação parte da própria realidade dos elementos do grupo. Podem-se colocar questões como:

  • Que constrangimentos podem obstar à investigação?
  • Que tempos temos?
  • Como conjugar a vivência da realidade com um processo de investigação sobre a mesma? Como lidar?

Pode facilitar também, construir um guião de investigação. Uma espécie de mapa ou roteiro que guie/oriente a investigação sobre a problemática e que seja flexível para permitir reajustes.

Além disso, ter uma caixa de ferramentas à mão é sempre uma mais-valia! Podem ser ferramentas novas, mas também é importante identificar e valorizar as que já são usadas nas práticas dos atores e da escola e, se necessário, adaptá-las ou construir outras, quer para investigar quer para depois analisar os dados e produzir conhecimento sobre a problemática. Exemplos de ferramentas metodológicas: questionários, entrevistas, registos (vídeo, áudio, fotografia, desenho, etc.) das escolas, mapeamentos, pesquisas bibliográficas, passeios pela escola, etc... Estas ferramentas podem servir quer para fazer uma pesquisa histórica, quer para fazer uma pesquisa de práticas.

Partilhas do nosso percurso de aprendizagem coletivo

Etapa 2

Encontram aqui alguns exemplos de ferramentas que utilizámos para investigar as problemáticas das escolas. Conheçam as ferramentas, valorizem as que já utilizam na vossa prática e que são usadas na escola e poderão ser úteis, e adaptem, imaginem, criem novas... voem!

Questionários aplicados a vários atores da escola

Materiais afixados nas escolas para suscitar a curiosidade e o envolvimento da comunidade escolar

Exemplo de um questionário aplicado a estudantes

Esboços dos espaços de intervenção, desenhados por estudantes com as mudanças sonhadas

dentro de um ecossistema:da alimentaçãoà utilização dos recursos naturais

Guião do plano de investigação

Guião-base construído na formação

Exemplo de um guião preenchido

Estes exemplos, e os exemplos das páginas seguintes, são de diferentes grupos e foram escolhidos de forma aleatória apenas para ilustrar este passo e os seguintes, não se tratando de percursos em si mesmos.

2.

Etapa Transversal

Formulação da ação e agir

Usar a investigação na definição da açãoIdentificar o pedaço da realidade sobre o qual intervir Identificar limites da açãoDar valor às vivências e possibilidadesElaborar um plano de ação

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dentro de um ecossistema:da alimentaçãoà utilização dos recursos naturais

A investigação e a análise dos dados recolhidos são um dos pilares para perspetivar a ação a realizar. Nesta etapa, é fundamental: 1) confirmar a relevância da problemática: os dados dão mais indicações sobre a(s) raíz(es) da problemática identificada? Corroboram a problemática ou apontam para outras problemáticas? A problemática é partilhada por outros atores? Se a problemática não for relevante ou não for partilhada, o grupo pode voltar à primeira etapa e reformulá-la ou formular uma nova. Se a problemática for relevante e partilhada,2) pode questionar que elementos sobressaem da investigação.

A partir desses elementos, visualizar uma ação concreta que incida sobre a problemática e sobre as necessidades que emergiram. Considerando que, regra geral, as necessidades têm causas e consequências complexas e interligadas, é aconselhável identificar apenas uma parte dessas necessidades sobre a qual agir. Alguns critérios para essa escolha podem ser a maior urgência ou pertinência e a capacidade do grupo de agir efetivamente sobre essa necessidade.

Estabelecer um quadro dos limites de ação dentro de uma escola é importante para definir a ação a concretizar. A identificação dos limites permite, por um lado, evitar frustrações e, por outro, perceber os passos a dar para que algo aparentemente impossível se torne possível. Os limites podem ser de natureza estrutural: obrigações curriculares e consequentes constrangimentos de tempo; resistências internas; instabilidade no quadro docente e discente; e de natureza conjuntural, por exemplo: uma pandemia global! Outros limites podem ter uma natureza mais anímica: para quê mudar pequenos aspetos se não se mudam os limites estruturais?

  • Uma resposta pode ser: não fazer nada.
  • Outra pode ser: animar outras pessoas e grupos a fazer algo, somando forças e esforços.
De qualquer das formas, é importante ter presente que este dilema é em si mesmo salutar: perceber qual o nosso papel dentro de instituições como a escola e que o nosso poder está em constante construção, diálogo e tensão com a restante comunidade escolar.

Identificar o quadro de possibilidades, tendo a capacidade de avaliar a contribuição de cada um/a (estudantes, professores/as, auxiliares, etc.). Este passo dá alento para enfrentar os limites! As vivências investigadas podem dar boas pistas para desenhar a ação a empreender. Conhecer o que se faz noutras escolas para responder a problemáticas semelhantes, percebendo pontos críticos e soluções encontradas, pode ser também uma fonte de inspiração.

Um plano de ação é um documento orientador onde o grupo desenvolve os passos a dar para concretizar a ação que sonhou. E depois, é pô-lo em marcha: 3, 2, 1, Ação!

Etapa 3

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Partilhas do nosso percurso de aprendizagem coletivo

Nesta etapa da nossa investigação-ação, cada grupo construíu um plano para tornar o seu sonho possível. Espreitem, tirem ideias e criem os vossos planos em conjunto e adaptados à realidade da vossa comunidade educativa, ... dos vossos sonhos!

Guião do plano de ação

Guião-base construído na formaçãoExemplo de um guião preenchido

2.

Etapa Transversal

Reflexão sobre a ação e avaliar o processo de investigação-ação

Formatos e instrumentos de avaliaçãoFocos da avaliação

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Conheçam a nossa experiência nesta etapa,

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A avaliação pode ter vários focos, sendo os mais usuais os resultados de qualquer processo e/ou o processo em si. Ambos são relevantes. Neste sentido, ao cabo de um processo de investigação-ação poderão ser colocadas as seguintes perguntas:

  • Que aprendizagens individuais e coletivas fizemos?
  • A ação atingiu o resultado esperado?
  • Que mudanças observámos em nós e nas necessidades identificadas (na Escola, nas outras pessoas)?
  • Essas mudanças são vividas de forma positiva ou negativa?

No espírito pedagógico da investigação-ação, a avaliação de um processo desta natureza será tanto mais coerente quanto mais participado, envolvendo o maior número de intervenientes possível, e da forma mais horizontal possível (por exemplo, praticando avaliação entre pares). A participação começa, desde logo, na definição do formato de avaliação, que poderá/deverá ser decidido por esses/as intervenientes. Os instrumentos poderão ser semelhantes aos da própria investigação ou imaginados e criados pelo grupo. Esses instrumentos podem assentar nos registos elaborados ao longo da investigação ação (ver Etapa Transversal) ou ser criados ex novo.

Etapa 4

Partilhas do nosso percurso de aprendizagem coletivo

Diários de bordo individuais

Exercício de avaliação entre pares

Olhar em conjunto para o processo, a partir do exercício:"O que nos chamou atenção pela positiva vs. O que sentimos falta"

Nesta etapa, as/os participantes decidiram que cada grupo iria elaborar um diário de bordo, que juntasse vivências pessoais e coletivas, no formato que desejassem. Decidiram também que a avaliação seria feita entre pares. Deste modo, no último encontro os diários foram lidos e analisados pelos grupos, identificando o que lhes chamava a atenção pela positiva e o que sentiram falta nos diários dos restantes grupos. Numa ronda dialogada os grupos expuseram as suas análises, o que possibilitou uma troca aberta de críticas e de sugestões.

dentro de um ecossistema:da alimentaçãoà utilização dos recursos naturais

O primeiro diário de bordo foi elaborado em formato vídeo por um dos grupos de trabalho. Para visualizarem o vídeo, cliquem na primeira imagem. Para consultarem outros exemplos e formatos de diários de bordo deslizem a janela para baixo.

2.

Transversalidade dos registos e periodicidade da sistematizaçãoCriação de espaços de partilha

Registar, sistematizar e partilhar

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Etapa Transversal

Conheçam a nossa experiência nesta etapa,

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Os registos e as memórias são a base para momentos de avaliação, como acima referido, ou de sistematização.

  • A avaliação afere quantidades e qualidade dos processos.
  • A sistematização organiza as memórias e as aprendizagens, e dá-lhes sentido, criando novos discursos para o grupo que desenvolveu um processo de investigação-ação.
Esses conhecimentos organizados pelo próprio grupo permitem-lhe sair dos seus muros e partilhar com outros, tal como nós estamos a fazer neste pequeno recurso pedagógico.

O registo é um elemento muitas vezes descurado nos processos (ou porque exige tempo e regularidade, ou porque se sobrepõe e duplica a outros documentos, ...). Para não fazer disso uma camisa de forças, à medida que se escolhem os instrumentos, que vão sendo utilizados ao longo do caminho, pode-se ir avaliando se são suficientes para manter a memória dos vários momentos. Se não forem suficientes, pode-se adaptar ou criar instrumentos simples que guardem os momentos mais significativos. Por exemplo, avaliações, cadernos de notas comentários, impressões sobre o que está a acontecer, fotos, registos áudio, diários, notas, etc.. - todos estes instrumentos podem "falar" da experiência! Também é importante que o grupo defina a responsabilidade de garantir os registos e a sua periodicidade, de acordo com as suas possibilidades/ritmo. Mas afinal para que serve o registo? a) sistematizar, discutir e partilhar os diferentes momentos do processo de forma a, sempre que necessário, voltar atrás e reformular os passos dados;b) manter a memória dos processos para que possamos olhar para eles, retirar aprendizagens, avaliá-los, recuperá-los e melhorá-los.

Partilhas do nosso percurso de aprendizagem coletivo

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Para além da etapa da avaliação, ao longo de todo o processo formativo, as/os participantes foram registando e sistematizando as suas vivências, sensações e descrevendo momentos do processo em diários de bordo, que partilhamos agora convosco.

Etapa Transversal

Diários de bordo individuais

Depósito de informaçõesDiário de bordoEducação para a Cidadania GlobalInvestigação-açãoPerspetiva de horizontalidadePlano de ação

Plano de investigaçãoProblemaProblemáticaProcesso político-pedagógicoSistematização

Termo cunhado pelo educador popular Paulo Freire dentro da sua concetualização de "educação bancária" em que o/a estudante é visto/a enquanto um cofre vazio no qual se deposita conhecimento, fórmulas, letras, conceitos, etc., com o intuito de enriquecê-lo/a.

Processo coletivo que tem como objetivo organizar as memórias e as aprendizagens das pessoas e dar-lhes sentido, criando novos discursos para o grupo que desenvolveu um processo de investigação-ação.

Dentro da pedagogia freiriana qualquer ato educativo tem uma intencionalidade política. Não existe neutralidade pedagógica. Porque, por um lado, a educação é um pilar da sociedade e, consequentemente, veicula os valores nela existentes e, por outro, a educação ou qualquer ato educativo podem / devem transformar a sociedade.

Forma de olhar mais distanciada para um problema ou uma situação, de modo a desconstruí-lo/a. A problemática é um dispositivo – que pode ser formulado enquanto pergunta – que permite explorar de forma mais objetiva e focada um problema.

Questão que, geralmente, é fácil de perceber, visualizar, sentir.

Documento orientador onde o grupo identifica e desenvolve os passos a dar para levar a cabo a investigação da problemática levantada. Precede o plano de ação.

Face pedagógica do processo de construção de uma Cidadania Global crítica, assente na procura sistemática de coerência entre valores e propostas, objetivos e estratégias, discursos e práticas. Possibilita olhar a realidade, interrelacionando “problemas” com as suas várias componentes (social, económica, política, ambiental, etc.), com o objetivo de olhar e analisar a realidade em profundidade e de forma não segmentada, imbuída de valores éticos ligados à justiça social, solidariedade e à equidade.

Processo que visa transformar a realidade, partindo de problemas vividos e sentidos pelas pessoas que nela participam. A ação assenta em processos de investigação e de produção de conhecimento levados a cabo por essas pessoas. Existem diferentes abordagens e “escolas” sobre investigação-ação, mas, em geral, todas colocam a centralidade da investigação e da ação nos sujeitos que vivem os problemas.

Perspetiva relacional e de trabalho entre pessoas e/ou organizações, caracterizada pela inexistência de níveis hierárquicos, e que permite uma maior partilha de informação e dos processos de tomada de decisão.

Documento orientador onde o grupo identifica e desenvolve os passos a dar para concretizar a ação que sonhou, entre eles a análise dos resultados da investigação.

Instrumento de registo do desenvolvimento de um projeto/processo/iniciativa, onde se vão colocando informações consideradas relevantes pelos/as participantes, que podem ter um caráter mais factual, como datas, entrevistas realizadas, resultados obtidos, imagens ilustrativas, ou de índole mais subjetiva, como sentimentos, sensações, etc.. Pode ser escrito, desenhado, em formato audiovisual, entre outros.

COUTINHO, Clara et al.. Investigação-acção: metodologia preferencial nas práticas educativas. Psicologia Educação e Cultura, 2009, vol. XIII, n.º 2, pp. 455-479.MIRANDA, Marília Gouveia, RESENDE, Anita C. Azevedo. Sobre a pesquisa-ação na educação e as armadilhas do praticismo. Rev. Bras. Educ. [online], 2006, vol.11, n.º 33, pp. 511-518.VARGAS, Jorge. La Investigación-Acción y la docencia crítico-reflexiva: notas para un itinerario formativo. Revista La Piragua, 2018, novembre 2018, N.º 44, pp. 86-93.

Obrigado pela visita.

Agradecemos a disponibilidade e contributos de todas as pessoas envolvidas na elaboração deste recurso.Esta proposta pedagógica foi elaborada com base na formação "Viver e mudar a escola em conjunto", no âmbito do projeto "Escola, ser vivo dentro de um ecossistema: da alimentação à utilização dos recursos naturais", que decorreu no Agrupamento de Benfica e no Agrupamento Lindley Cintra. O projeto foi promovido em conjunto pelo CIDAC e FGS e cofinanciado pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua. Composição gráfica do recurso: Anita Cruz | Desenho e Imagem: Carlos Guerreiro | 2021Parte Parte gráfica:

Tirem os sonhos da caixa, espreguicem as ideias, investiguem... e, em conjunto, transformem as vossas escolas!