Os muçulmanos na Península Ibérica
FO Artista
Created on August 1, 2024
Após dominarem a Arábia, os muçulmanos partiram à conquista de novos territórios. A conquista da Península Ibérica teve início em 711, conquistando rapidamente toda a região. Os muçulmanos permaneceram mais de 800 anos na Península Ibérica e deixaram uma importante marca em diversas áreas.
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Transcript
Os muçulmanos na Península Ibérica
Expansão muçulmana
Os árabes ou muçulmanos, que são um povo originário da Península Arábica, criaram a partir daí, um dos maiores impérios conhecidos até hoje, assente numa florescente civilização, que se estendia desde a Península Arábica, pelo continente asiático e por todo o Norte de África, até à Península Ibérica.
Herança muçulmana
Os muçulmanos, com um extenso império, com contactos e conhecimentos por todo o Oriente, deixaram aqui, grandes marcas da sua presença, sobretudo, a sul do rio Tejo. Esse legado, que contribuiu para o desenvolvimento da Península Ibérica, é ainda hoje, muito presente e refletiu-se em vários domínios, sendo conhecido como a herança muçulmana.
Islamismo
O islamismo, a par do cristianismo, é uma das maiores religiões monoteístas, com muitos seguidores pelo mundo, sobretudo, no Norte de África e na Ásia. O islamismo ensina que Deus (Alá) é único e incomparável, e os seus ensinamentos refletem-se em todos os aspetos da vida dos muçulmanos.
Convívio e confronto
Como conviveram cristãos, muçulmanos e até, judeus, durante a ocupação da Península Ibérica pelos muçulmanos? Houve períodos de guerra, mas, também, de paz. Faziam-se acordos entre vencedores e vencidos para que pudessem ser respeitados os diferentes modos de vida, a religião e os costumes de cada um, ou seja, houve momentos de confronto, alternados com períodos de convívio.
Projeto multidisciplinar Diálogos na diversidade religiosa e cultural A propósito do confronto e da convivência de culturas e religiões diferentes, tanto no passado, como no presente, propõe-se o desenvolvimento de um projeto multidisciplinar que aborde a diversidade religiosa, o respeito e a tolerância pelos outros, contribuindo para uma maior coesão e pelo desfazer de estereótipos, que muitas vezes, estão na origem de radicalismos. Ilustração alusiva à diversidade religiosa
Origem da civilização muçulmana A civilização muçulmana tem origem na Península Arábica, um território, na sua maior parte, inóspito e desértico, situado entre África e a Ásia, habitado por tribos que, até ao século VI, se dedicavam à pastorícia e ao comércio. Os muçulmanos são originários da Península da Arábia
Objetivos da expansão Os principais objetivos dos muçulmanos para a sua expansão, eram dominar outros povos para os converter à sua religião e apoderar-se das suas riquezas, conquistar novas terras férteis e controlar as rotas comerciais e o comércio existente. Conquista muçulmana do Magrebe, séc. VII
A expansão Após dominarem toda a Península Arábica, os muçulmanos partiram à conquista de novos territórios, formando, assim, um grande império com territórios na Ásia, no Norte de África e também na Europa, nomeadamente, a Península Ibérica. No século VIII, o império muçulmano ia do oceano Índico ao oceano Atlântico. Expansão muçulmana entre os séculos VII e VIII
A conquista da Península Ibérica A conquista da Península Ibérica iniciou-se em 711, quando um grande exército muçulmano de árabes e mouros, comandado por Tárique, atravessou o Estreito de Gibraltar e venceu, em território peninsular, o exército visigodo cristão na famosa batalha de Guadalete. Muito rapidamente, os muçulmanos conquistaram o resto do território, obrigando os cristãos a refugiam-se nas Astúrias, no norte da Península Ibérica. Batalha de Guadalete, em 711, que determinou a conquista da Península Ibérica pelos muçulmanos
O processo de reconquista cristã Foi a partir das Astúrias, no norte da Península Ibérica, que os cristãos organizaram os seus exércitos e sob o comando de um nobre visigodo chamado Pelágio, iniciaram o lento processo de reconquista cristã, vencendo os muçulmanos na batalha de Covadonga, em 722. A recuperação do território peninsular, conhecido pelos muçulmanos como o Al-Andalus, fez-se de conquistas e derrotas, de avanços e recuos. Só no século XV, com a conquista do reino de Granada, no sul da Península, os muçulmanos foram expulsos definitivamente, recuando para o Norte de África. D. Pelágio, o nobre visigodo que venceu o exército muçulmano na batalha de Covadonga, em 722
O nascimento da religião islâmica No início do século VII, no ano 622, o profeta Maomé fundou uma nova religião monoteísta, conhecida como o islão ou islamismo, depois de ter fugido da cidade de Meca para Medina, uma vez que inicialmente, as suas ideias não tinham sido aceites. No entanto, na cidade de Medina, os muçulmanos foram aumentando, e em 630, Maomé regressa a Meca e une as tribos árabes em torno da mesma fé, consolidando o islamismo. A Caaba na Grande Mesquita de Meca, Arábia Saudita, o local islâmico mais sagrado
O profeta Maomé Maomé ou Muhammad nasceu na cidade de Meca, na Arábia, no ano de 570, local dominado pelas trocas comerciais, por onde passavam as grandes caravanas. Maomé, foi também um mercador que num dos seus retiros espirituais terá sido visitado pelo anjo Gabriel que lhe indicou ter sido ele o escolhido por Deus (Alá) para ser o último profeta enviado à humanidade. Maomé começa, então, a pregar esta nova religião conhecida como o islamismo. Quando morreu, em 632, a maioria da população da Península Arábica já estava convertida ao islamismo, e esta afirmava-se como uma religião em franca expansão. Maomé recitando o Corão em Meca
O livro sagrado dos muçulmanos O Alcorão ou o Corão é o livro sagrado dos muçulmanos onde estão inscritos os princípios da sua religião. Segundo os muçulmanos, o Alcorão é a palavra de Deus revelada oralmente ao profeta Maomé, passada a escrito, cinquenta anos após a sua morte. Livro sagrado o Alcorão, exemplar do século XIV
Os pilares do islamismo Os princípios do Islão inscritos no Alcorão são os seguintes: - Acreditar num único Deus, Alá, e em Maomé, o seu profeta. - Rezar cinco vezes por dia, virado para Meca, a cidade santa. - Dar esmola aos mais pobres. - Jejuar, do nascer ao pôr do sol, no mês do Ramadão (o 9.º mês do calendário islâmico). - Ir em peregrinação a Meca, pelo menos, uma vez na vida. Exemplar de Alcorão usado no Al Andalus, século XII
Confronto Com a conquista muçulmana da Península Ibérica e o processo de reconquista cristã, o confronto militar era inevitável e quase constante. Foi um período de lutas violentas, mortes e destruição, humilhações, perseguições e muito sofrimento. Muitas vezes, faziam-se prisioneiros que eram condenados à servidão e à escravatura. Confronto entre cristãos e muçulmanos
Convívio A relação entre cristãos e muçulmanos não foi só de lutas e guerras. Houve períodos de tréguas e paz, onde a tolerância e a cooperação eram possíveis. Eram momentos de respeito pelas diferentes culturas e pelas três religiões existentes (cristianismo, islamismo e judaísmo), em que se trocavam experiências e conhecimentos e eram possíveis as trocas comerciais. Estes períodos de convívio e partilha contribuíram para a riqueza e o desenvolvimento da Península Ibérica. Período de convívio entre cristãos e muçulmanos
Agricultura e artesanato Para o desenvolvimento da agricultura, foram plantadas novas árvores e plantas, como por exemplo, a amendoeira, a figueira, a laranjeira, o limoeiro, a alfarrobeira e a alface, e o arroz, proveniente da Índia. Também, foram introduzidos novos processos de rega, como a nora, a picota e o açude e sistemas para o armazenamento de água como as cisternas. No artesanato, trabalharam o couro, o vidro, os metais, os tecidos e os tapetes. Os tapetes de Arraiolos, de inspiração muçulmana, ainda hoje são fabricados em Portugal. Os muçulmanos, também, introduziram a seda, o algodão, o papel, o cânhamo e o linho. Mercado de tapetes muçulmanos
Ciências Os muçulmanos transmitiram muito conhecimentos ao nível das ciências. Na matemática, divulgaram os algarismos (de origem indiana) e um símbolo específico para o número zero, que ainda hoje usamos. Na geografia, deixaram-nos mapas e descrições de sítios e lugares, contribuindo para o conhecimento de locais, gentes e culturas diferentes. Na astronomia, criaram observatórios das estrelas e deram a conhecer vários instrumentos de orientação, como o astrolábio e a bússola, usado pelos portugueses no período dos Descobrimentos. Observatório astronómico muçulmano
Arquitetura As cidades do Al-Andalus eram animadas pelo movimento das pessoas nos suk ou mercados, e as ruas eram estreitas e labirínticas. Dominavam as grandes construções como castelos, palácios, mesquitas (local de culto dos muçulmanos), bibliotecas, banhos públicos, casas revestidas a estuque branco para ficarem mais frescas, os terraços (açoteias). Os edifícios eram decorados com arcos em ferradura, mármores, azulejos com figuras geométricas e chaminés rendilhadas, como as algarvias, ainda hoje em dia. Destacavam-se grandes cidades como al-Usbuna (Lisboa), Martula (Mértola), Xelb (Silves), Córdova ou Granada. Palácio de Alhambra, reino de Granada, séc. XIII/XIV
Língua e cultura Embora a língua portuguesa tenha origem no latim, no entanto, foi influenciada pelos muçulmanos, com a existência atual de centenas de palavras de origem árabe, sobretudo, aquelas que começam por "al". A História, a Filosofia e a Literatura, também, floresceram no Al-Andalus, destacando-se ilustres sábios, cientistas e poetas, que divulgavam os seus trabalhos e tinham muitos seguidores. A nível musical, introduziram novos instrumentos como o alaúde. Exemplos de palavras portuguesas de origem árabe
Medicina Ao nível da medicina, os muçulmanos criaram hospitais e escolas de medicina, identificaram várias doenças, bem como o seu tratamento, e desenvolveram técnicas para realizar cirurgias. Já produziam medicamentos naturais e descobriram a forma de produzir álcool. Hospital muçulmano