Castelo de Ourém

Castelo de Ourém

Vila Medieval

O complexo arquitectónico inclui três estruturas principais, anteriormente interligadas: o castelo, situado no ponto mais elevado; o paço, localizado na zona intermédia; e as torres-baluarte, que faziam parte da muralha circundante da vila.

Vila Medieval

O Castelo é um exemplar da arquitetura militar românica, com planta triangular e três torres unidas por muralhas. No interior, há uma cisterna subterrânea e vestígios de um túnel ou caminho que ligavam o castelo ao paço.

O Paço Senhorial é um exemplar da arquitetura residencial gótica e mudéjar. Tem uma planta retangular, da qual se ergue um grande volume paralelepipédico, rematado por um balcão e uma faixa decorativa em tijolo de influência mudéjar.

Duas torres-baluarte (arquitetura militar de transição) de planta poligonal ligadas por muralha com adarve (caminho) e com porta em arco quebrado. A torre este ligava diretamente ao castelo, atravessando o Paço sem comunicar com ele.

Desconhece-se a data da fundação do castelo de Ourém. A antiga povoação muçulmana foi conquistada no contexto da Reconquista cristã da Península Ibérica.

A povoação Portus de Auren ou Portum Ourens e os seus domínios foram doados por D. Afonso Henriques à sua filha, D. Teresa, antes de 1180, ano em que a infanta lhe outorgou a Carta de Foral. O foral foi posteriormente confirmado por D. Afonso II em 1217.

D. Sancho II casou com D. Mécia Lopes de Haro, mas alguns nobres não concordavam com esta união, preocupados com a descendência ilegítima que dai poderia advir. Por isso, raptaram D. Mécia e levaram-na para o Castelo de Ourém. Apesar do cerco das forças de D. Sancho ao castelo (1246), este não conseguiu a sua libertação. D. Mécia esteve presa no castelo de Ourém, tendo-se retirado posteriormente para Castela. Intitulou-se, até à morte, rainha de Portugal.

Torre de Dona Mécia

O rei D. Dinis doou a vila e o castelo à sua esposa, a rainha Santa Isabel (1282), mas, como continuava com um número reduzido de moradores, D. Dinis acabou por a doar a Martim Lourenço de Cerveira para promover o povoamento.D. Pedro I elevou a vila e seu termo a condado (1350), sendo o 1.° conde de Ourém o nobre D. João Afonso Telo de Menezes.

Durante a crise de 1383-1385, Ourém, governado pelo conde de Barcelos, irmão da rainha viúva D. Leonor Teles, tomou partido de D. Beatriz. Foi conquistado pelas forças do Mestre de Avis e, em 1385, D. Nuno Álvares Pereira foi nomeado 3.º conde de Ourém, depois de vencer a Batalha de Aljubarrota. Quando se retirou para o Convento do Carmo, doou os seus bens aos seus netos, D. Afonso e D. Fernando, sendo o condado de Ourém concedido a D. Afonso, 4.º conde de Ourém.

Paço dos Condes e Torreões

No séc. XV, D. Afonso, 4.º conde de Ourém, mandou construir o Paço dos Condes e os Torreões.

D. Afonso, 4.º conde de Ourém, promoveu grandes obras no castelo medieval e mandou construir a Colegiada, sob a qual se encontra a sua cripta funerária.

Antiga Colegiada e Cripta funerária

A cripta (câmara subterrânea) evidencia prováveis influências orientalizantes na ornamentação. A arca tumular integra-se na corrente do gótico final já com influências do estilo manuelino.

Vila Medieval

Após a morte de D. Afonso, a vila de Ourém passou para a Casa de Bragança.

Fontes

Botelho, M., V. (2015). Igreja da Colegiada de Nossa Senhora da Misericórdia ou da Visitação, Ourém. https://commons.wikimedia.orgGFreihalter. (2016). Burg (Castelo de Ourém) in Ourém im Distrikt Santarém in Portugal. https://commons.wikimedia.orgOliveira, V. (2017). Estátua do Condestável Dom Nuno Álvares Pereira - Ourém - Portugal. https://www.flickr.comRota dos Templários. https://templarportugal.com/pt/TMO, Correia, T. Janela da Torre de D. Mécia. https://www.regiaodeleiria.pt

A Colegiada de Santa Maria da Misericórdia de Ourém foi fundada no local da antiga Igreja de Santa Maria de Ourém. O terramoto de 1755 destruiu o templo, restando apenas a parte posterior da abside e a cripta. O edifício atual, Igreja Paroquial de Ourém / Igreja de Nossa Senhora das Misericórdias, foi reconstruído no séc. XVIII, verificando-se a influência do estilo gótico, manuelino e pombalino.