Balance Higher Education Thesis

Docente: Susete AlbinoDiscente: Inês Encarnado Ano Letivo 2024/2025

O papel do sonho em A Terra Sonâmbula, Mia Couto

Literaturas e Culturas dos Países de Língua Portuguesa Mestrado Português Língua Segunda e Estrangeira

Indíce

01. Introdução

06. Sonho como evasão

07.Sonho como profecia

08. Referências

05. Sonho e Identidade

04. O papel do sonho

03. Contexto histórico

02. Estrutura da obra

01. Introdução

Não é o sonho no sentido literal, mas é aquela maneira como a gente fabrica um outro mundo como se fosse um estado sonâmbulo, quase de delírio. Metade da minha vida foi vivida em guerra, e Moçambique é um dos países mais pobres do mundo, então tudo isso nos instiga a fabricar um mundo que não seja colado na realidade.

Mia Couto numa entrevista a um jornal de literatura do Brasil em 2013

02. Estrutura

• 11 capítulos;
• Mia Couto narra as aventuras de Muidinga e Tuahir e, paralelamente. a história de Kindzu.

• Presença de realismo mágico (mescla entre a realidade e fantasia);
• Narrado na 3ª e na 1ª pessoas.

• Moçambique durante a guerra civil (1977 - 1992);
• Impacto Sociocultural;
• Exploração da realidade moçambicana na obra;
• Personagens e experiências;

• Instabilidade, insegurança e desassossego das personagens, permitindo a liricização das vivências em contextos da guerra e da miséria que concorrem para o aluimento do ser humano. (Mapera, 2020, p.149)

03. Contexto histórico

'A guerra é uma cobra que usa os nossos próprios dentes para nos morder. Seu veneno circulava agora em todos os rios da nossa Alma. De dia já não saímos, de noite não sonhávamos. O sonho é o olho da vida. Nós estávamos cegos(Couto, 2015 p. 17).

– Chorais pelos dias de hoje? Pois saibam que os dias que virão serão ainda piores. (Couto, 2015, p. 118)

“O que faz andar a estrada? É o sonho. (Couto, 2015, p.7)

O primeiro (Muidinga), foge da guerra e busca a sua identidade (Gomes, 2009. p. 113)

O sonho como o “olho da vida” (Couto, 2015, p.17)

04. O papel do sonho

1. Relevância do sonho na obra

2. Sonho e Identidade

3 Sonho como evasão da realidade

4. Sonho como profecia

05. Sonho e Identidade

1. O primeiro (Muidinga), foge da guerra e busca a sua identidade, com a ajuda de Tuhair, nos valores esquecidos no tempo. É uma viagem de conhecimento mas, sobretudo, de autoconhecimento (Gomes, 2009, p. 113)
2. A viagem de Kindzu é a procura de um sonho, de um ideal; é fuga de uma educação recebida e dos valores que lhe foram transmitidos. Busca, afinal, um mundo desconhecido e, por isso, a sua viagem é uma espécie de viagem de iniciação, de aprendizagem das suas raízes culturais. (Gomes, 2009, p. 113)
3. Muidinga sonha agitado. Lhe surgem, confusas, imagens de um tempo que ele nunca foi capaz de tocar. Muidinga se revê menino, saindo de uma escola. Mas nenhum rosto é legível, mesmo a escola não possui fachada. Confusas vozes lhe afluem: chamam por si! Lhe chamam um outro nome. (Couto, 2015, p. 56)

06. Sonho como evasão da realidade

1. Sonho como lugar de refúgio, imaginação e esperança;
2. O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro. (Couto, 2015, p.7)
3. O sonho, através da leitura, oferece um refúgio psicológico e uma esperança renovada:

A leitura é uma viagem dentro do sonho, mas também de evasão e de entrada noutros mundos e nos seus segredos por revelar. (Gomes, 2009, p.113)

07. Sonho como profecia

1. (...) são viagens que se realizam nas estradas do sonho, dimensão que, apesar da morte, mantém as pessoas vivas e contemporâneas do futuro e da memória. (Gomes, 2009, p. 113)
2. Sonhos de Taímo, pai de Kindzu;
3. Kindzu tem um longo sonho, no qual o feiticeiro de sua aldeia dirige uma longa fala ao seu povo. Essa fala inicialmente é envolta por um forte tom escatológico, no sentido de que o fim dos tempos está próximo:

– Chorais pelos dias de hoje? Pois saibam que os dias que virão serão ainda piores. Foi por isso que fizeram esta guerra, para envenenar o ventre do tempo, para que o presente parisse monstros no lugar da esperança. (Couto, 2015, p. 118).

Couto, Mia. Terra Sonâmbula. Lisboa: Companhia das Letras, 2015. Gomes, Manuel. Entre o sonho e a morte: DESVELAMENTOS, REVELAÇÕES E CONTAMINAÇÕES NA NARRATIVA FICCIONAL DE MIA COUTO . Vol. 20, no. 21 Literatura e Sociedade , Brasil, 2009. Disponível em http://dx.doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i21p100-117 Mapera, Martins. Crítica à realidade em Terra sonâmbula e Chuva braba: cultura, lirismo e memórias. Revista Lusófona De Estudos Culturais, 7(2), 149–166, 2020. Disponível em https://doi.org/10.21814/rlec.2645 Quando o sonho encontra a palavra. Rascunho , Gulherme Magalhães, Edição 153, Janeiro de 2013 Curitiba. Disponível em https://rascunho.com.br/entrevista/quando-o-sonho-encontra-a-palavra/. Acesso em: 2024.

08. Referências

State ofthe issue

07.

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10. Bibliography

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11. Figures and tables

Fig. 01

Fig. 02

Fig. 03

Fig. 04

Fig. 05

Table 01

Graph 01

11. Annex

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