Want to create interactive content? It’s easy in Genially!
Apresentação Histórica
Diogo Dos Santos Fialho
Created on May 24, 2024
Start designing with a free template
Discover more than 1500 professional designs like these:
View
Memories Presentation
View
Pechakucha Presentation
View
Decades Presentation
View
Color and Shapes Presentation
View
Historical Presentation
View
To the Moon Presentation
View
Projection Presentation
Transcript
Mostrengo
Mensagem
fernado pessoa
O MOSTRENGO
«Quem vem poder o que só eu posso,Que moro onde nunca ninguém me visse E escorro os medos do mar sem fundo?» E o homem do leme tremeu, e disse: «El-Rei D. João Segundo!» Três vezes do leme as mãos ergueu, Três vezes ao leme as reprendeu, E disse no fim de tremer três vezes: «Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um Povo que quer o mar que é teu; E mais que o mostrengo, que me a alma teme E roda nas trevas do fim do mundo; Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo!»
O mostrengo que está no fim do marNa noite de breu ergueu-se a voar; À roda da nau voou três vezes, Voou três vezes a chiar, E disse: «Quem é que ousou entrar Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tetos negros do fim do mundo?» E o homem do leme disse, tremendo: «El-Rei D. João Segundo!» «De quem são as velas onde me roço? De quem as quilhas que vejo e ouço?» Disse o mostrengo, e rodou três vezes, Três vezes rodou imundo e grosso,
Integração do poema na estrura da obra Mensagem
O poema Mostrengo pertence á segunda parte - Mar Portuguêsporque relata um acontecimento e uma figura [Mostrengo] associados á historia dos Descobrimentos.
O poema apresenta três estrofes e cada estrofe tem nove versos com o número de silabas metricas inrregular.As rimas são emparelhadas nos dois 1º versos e cruzadas nos quatro ultimos versos.
Estrutura externa
Tema do poema
O medo sentido pelos marinheiros portugueses durante as viagens de descoberta do mar e de territorios longinquos. Este medo é sinbolizado por um monstro assustador que tenta impedir os portugueses de descobrirem e de consquistarem o mar
O poema pode ser dividido em duas partes
A seguda parte é constituida pela parte restante do poema.Nesta parte assistimos ao diálogo entre o Mostrengo voador e o marinheiro Bartolomeu Dias, em que o Mostrengo faz tremer o marinheiro, mas não o faz desestir. O homem do leme no final do poema recupera a coragem, deixa de tremer e nao desiste da sua missão.
A primeira parte é costituida pelos 4 primeiros versos.Nesta parte, o Mostrengo surge rodeado de mistérios, a voar e a chiar a volta da nau. Tenta desta forma assustar e impedir a continuação da viagem do marinheiro.
Retrato do Mostrengo
- Tem um aspeto semelhante ao de um morcego;
- Voa;
- Habita cavernas e tetos negros;
- Roça nas velas da nau;
- Vê as quilhas de alto;
- É imundo e grosso;
- Tem um aspeto medonho, horrível;
- É ameaçador e arrogante (as suas falas);
- Infunde medo e terror.
Segundo a primeira e a segundas estrofes, o Mostrengo:
- Situa-se num lugar desconhecido, no (fim do mar na noite de breu) - vv 1-2);
- É o senhor dos mares e dos seus segredos: "Nas minhas cavernas que não desvendo, / Meus tetos negros do fim do mundo" (vv. 6-7);
- Tem poder sobre o mar: "o que só eu posso" (v.14);
Retrato do marinheiro
Numa 2º fase o marinheiro não fala a tremer mas depois de tremer, revela:
- Um crescendo de coragem e valentia
- Atitudes contraditorias(desprender e prender as mãos ao leme: inseguranssa e hesitação)
- Consciencia de que ali não se representa a si mesmo("aqui ao leme sou ,mais do que eu" - v.22), mas a vontade do rei e do seu povo, e enfrenta o "Mostrengo ".
O marinheiro pelas suas atitudes e dado o abiente assustador que o rodeia revela ser numa 1º fase:
- Medroso/receoso (fala a tremer)
- Intimidado
- Invoca a autoridade de que foi investido: "El-Rei D.João segundo" (v. 9)
Tal como o Adamastor, surge como símbolo dos perigos e das dificuldades que se apresentam ao ser humano que quer conhecer novos mundos. Ambos são não só o símbolo dos problemas a enfrentar quando se pretende explorar o desconhecido, mas também quando o homem deseja descer ao interior de si próprio.
Conclusão
O Mostrengo, presente na Mensagem de Fernando Pessoa, corresponde à figura do Adamastor de Os Lusíadas, de Camões. Como este, é quem esta a guardar o mar desconhecido, perigoso e assustador no Cabo das Tormentas, mais tarde denominado da Boa Esperança.