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cabralismo

Inês Marques Alves Aluno

Created on April 12, 2024

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O cabralismo (1842-1851)

Com o tempo, o Governo setembrista enfrentou uma crescente oposição, tanto de cartistas como das fações mais radicais do Liberalismo. A crescente instabilidade exigiu a adoção de uma política mais autoritária. Em fevereiro de 1842, o ministro da Justiça e homem forte do regime, Costa Cabral, através de um golpe de Estado [com o aval da rainha], põe fim ao regime e à Constituição de 1838 (documentos 35A e B). A nova realidade política, caracterizada por um exercício autoritário do poder, pela restauração da vigência da Carta Constitucional e pelo regresso ao poder da alta burguesia, tudo sob a bandeira da ordem, da disciplina e do progresso económico, dá-se o nome de cabralismo.

O cabralismo (1842-1851)

O país enveredou, novamente, pela via mais conservadora: enquanto o setembrismo se inspirava na Constituição de 1822, o cabralismo repôs em vigor a Carta Constitucional de 1826, identificando-se, assim, com o período do cartismo (1834-1836). E, tal como aconteceu com o cartismo, as medidas tomadas durante o período do cabralismo favoreceram, em primeiro lugar, a alta burguesia. Destacam-se, nomeadamente: • o fomento industrial (fundação da Companhia Nacional dos Tabacos, difusão da energia a vapor); • o desenvolvimento de obras públicas (criação da Companhia das Obras Públicas de Portugal para a construção e reparação de estradas; construção da ponte pênsil sobre o rio Douro, documento 35C); • a reforma fiscal e administrativa (publicação do Código Administrativo de 1842, criação do Tribunal de Contas para fiscalização das receitas e despesas do Estado). • a reforma da saúde (foram proibidos os enterramentos nas igrejas, documento 35D)

O cabralismo (1842-1851)

No entanto, as Leis da Saúde Pública, em especial a proibição do enterramento dentro das igrejas, a par do descontentamento com o acréscimo de burocracia e com o autoritarismo de Costa Cabral, despoletaram duas movimentações de cariz popular - a revolta da "Maria da Fonte"(documento 36) e a "Patuleia" (documento 37)- que se transformaram em guerra Civil (1846-1847) e acabaram por conduzir à queda de Costa Cabral, em 1847. Este regressaria ao poder em 1849, sendo afastado definitivamente em 1851, pelo golpe militar do marechal duque de Saldanha, que institui a Regeneração e, com ela, o liberalismo cartista e moderado. Depois de uma primeira metade de século extremamente agitada, nos últimos 50 anos de Oitocentos, Portugal iria gozar a paz e o progresso material do período da Regeneração.