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Ricardo Reis
Rodrigo Le Fort Magalhaes 13486
Created on January 26, 2024
Trabalho interativo sobre o Ricardo Reis
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Transcript
Ricardo Reis
Biografia
Ricardo Reis foi um dos heterónimos de Fernando Pessoa, um poeta português do século XX. Reis destacou-se por sua poesia clássica, influenciada pela cultura greco-latina, e a sua busca pela serenidade e equilíbrio interior.
Características
Análise de um poema
Reflexão
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Ricardo Reis é uma personagem fictícia criada pelo renomado escritor português Fernando Pessoa. Este faz parte do conjunto de heterónimos, que são personalidades literárias distintas criadas por Fernando Pessoa para expressar diferentes estilos e visões poéticas. Ricardo Reis foi concebido como um médico, nascido em 1887, e a sua biografia é uma construção ficcional elaborada por Pessoa. Este heterónimo viveu a maior parte da sua vida no Brasil, tendo emigrado para lá após a proclamação da República em Portugal, em 1910. Ele retornou a Lisboa em 1936, após a morte do seu criador, Fernando Pessoa, que faleceu em 1935.
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Características
Epicurista
Estoico
Perfeccionista
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Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos, Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e caricias, Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro Ouvindo correr o rio e vendo-o. Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as No colo, e que o seu perfume suavize o momento — Este momento em que sossegadamente não cremos em nada, Pagãos inocentes da decadência. Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova, Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos Nem fomos mais do que crianças. E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio, Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti. Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim — à beira-rio, Pagã triste e com flores no regaço.
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas. (Enlacemos as mãos). Depois pensemos, crianças adultas, que a vida Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa, Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado, Mais longe que os deuses. Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos. Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio. Mais vale saber passar silenciosamente E sem desassossegos grandes. Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz, Nem invejas que dão movimento demais aos olhos, Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria, E sempre iria ter ao mar.
Interpretação
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Ricardo Reis representa uma faceta particular da complexa personalidade literária de Pessoa. A importância deste heterónimo reside não apenas na qualidade intrínseca de sua poesia, marcada pela influência do neoclassicismo, mas também na maneira como ele enriquece o panorama poético de Pessoa. Ao criar este heterónimo, Fernando Pessoa demonstra a sua capacidade de explorar diferentes vozes poéticas e perspetivas filosóficas, o que amplia a sua própria expressão artística e oferece aos leitores diferentes abordagens para compreender o mundo e a existência. Ao atribuir a diferentes características, estilos e visões de mundo distintos aos heterónimos, Pessoa desafia as noções tradicionais de autoria e singularidade artística.
Aqui, o rio simboliza a vida que passa, tal como o mar, e a sombra é uma memória boa e representa o espetro (espírito). Neste poema, o sujeito lírico, pretende encarar a vida de uma perspetiva autodisciplinada, regida pela ataraxia, ou seja, em tranquilidade e sem dor, tendo como princípio a vivência do momento. Esta busca pela ausência de inquietude seria o caminho para uma felicidade relativa. O poema está relacionado com a efemeridade da vida e com a sua passagem harmónica e tranquila. Assim, observamos uma essência neoclassicista, ao estilo Horaciano, marcada por temas do lirismo clássico como o "Carpe diem", a "aurea mediocritas" e o "fatum", que é aceite com calma e lucidez.
Ricardo Reis valoriza a ordem, a moderação e a busca pela perfeição em diversos aspetos da vida. Essa característica reflete-se não apenas na sua postura poética, mas também na sua filosofia de vida.
O epicurismo é uma filosofia que tem as suas raízes nas ideias do filósofo grego Epicuro, que viveu no século IV a.C. Os epicuristas valorizam a busca da felicidade, a tranquilidade da alma e a moderação na busca dos prazeres. A capacidade de não se entregar a nada para não sofrer no futuro. Nos poemas do Ricardo Reis, há uma atenção especial à apreciação dos prazeres simples, à busca de uma vida tranquila e à aceitação serena da mortalidade. Esses elementos são característicos do epicurismo, que enfatiza a importância de evitar o sofrimento, buscar o contentamento e viver de forma ponderada.
Uma das características marcantes dos poemas de Ricardo Reis é a sua filosofia estoica. Reis reflete sobre a transitoriedade da vida, a inevitabilidade da morte e a necessidade de aceitar serenamente os desígnios do destino. Esses temas estão intrinsecamente ligados à sua visão do mundo, que valoriza a moderação, a contemplação e o distanciamento das paixões mundanas.