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Ana Santos

Created on January 18, 2024

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A cultura da Gare

A arte do século XIX

William Turner, Naufrágio de um cargueiro, 1810

1. O Romantismo

2. A Arquitetura Romântica

3. A Pintura Romântica

4. A Escultura Romântica

5. Um olhar sobre o real

Índice

6. Pintura e escultura em Portugal

7. Impressionismo, Neoimpressionismo e Pós-impressionismo

8. caso Prático: Italian Family on Ferry-Boat Leaving Ellis Island

9. Visita ao Palácio da Pena

Sumário:

O Romantismo: o triunfo do indivíduo e da emoção. O passado enquanto refúgio.

Eugène Delacroix, O Massacre de Quios, 1824

O Romantismo 1789 - 1850

  • Movimento cultural abrangente que se manifestou na literatura, na música, na arquitetura, na pintura, na escultura, na filosofia e também na mentalidade;
  • Nasceu em finais do século XVIII na Alemanha e em Inglaterra e estendeu-se por toda a Europa (teve uma grande expressão em França) e até à América do Norte.

Casper David Friedrich, Cemitério Claustro na Neve (1817-19)

O Romantismo - contexto histórico

  • Os princípios do individualismo, do humanismo e do nacionalismo, tornam-se inerentes ao liberalismo;
  • Do idealismo revolucionário, surge o herói romântico;
  • Desilusão causada pelo facto de a burguesia no poder ter virado as costas ao povo e se ter transformado numa nova elite dominadora;
  • O avanço da industrialização, da urbanização e os decorrentes problemas sociais refletem-se na arte ;
  • As novas correntes do pensamento como Kant e Schelling e o pessimismo de Shopenhaeur também vão influenciar a arte.

Romantismo - Características

  • valorização da emotividade, das paixões da alma, dos sentimentos e do misticismo;
  • exaltação da imaginação, do sonho consciente, do idealismo, assim como do inconsciente e do irracional;
  • crença que a arte não deve ser a imitação simples do real, mas a sua recriação pessoal, numa atitude renovada face à tradição, dando grande importância ao conteúdo;
O Romantismo valoriza:
  • a interioridade, o mundo complexo dos sentimentos e as emoções, os sonhos, os devaneios e as fantasias;
  • as viagens dentro de si mesmo, numa incansável fuga ao real (que desilude e magoa);

Caspar David Friedrich, Homem e Mulher a contemplar a Lua, 1824

  • o isolamento da alma na comunhão com a natureza, na exaltação do mundo rural, puro, e no interesse pelas sociedades primitivas ou exóticas;
  • o passado de cada nação, cujas raízes mergulham na Idade Média, agora idealizada através da literatura e das suas ruínas;

Caspar David Friedrich, Klosterruine Eldena , 1825

  • o cultivar a diferença, alterando o estatuto do artista na sociedade e coloca em questão a sua estabilidade material;
  • o pintor trabalha cada vez menos sob encomenda, porque quer ter controlo criativo.

Joseph Mallord William Turner, Vista do Castelo Carnarvon, 1830

Richard Wagner, Tristão e Isolda: Prelúdio (ato 1), 1857-1859

Richard Wagner, Tristão e Isolda: Liebestod, a Morte de Isolda, 1857-1859

O Romantismo é um produto da época e das suas contradições.

Sumário:

A arquitetura romântica.

Léon Vaudoyer, Catedral de Marselha, 1852-1893.

A Arquitetura do Romantismo

  • rejeitou as regras académicas da arquitetura neoclássica e os princípios da ordem, da proporção, da simetria e da harmonia que a caracterizavam;
  • os arquitetos românticos procuraram a irregularidade, o organicismo das formas, os efeitos de luz, o movimento, a decoração pitoresca e exótica;

Georg von Dollmann, Castelo Neuschwanstein da Baviera, Alemanha, 1870

  • valorizavam tudo o que provocasse encantamento, evasão, estimulasse os sentidos e a imaginação, fosse um convite ao sonho e à fantasia, evocação de realidades imaginárias ou distantes;
  • a arquitetura devia provocar emoções, motivar estados de espírito e transmitir ideias;
  • deram preferência aos materiais naturais e usaram abundante decoração, sobretudo nos interiores, porém também utilizaram os novos materiais industriais (ferro, vidro, betão e tijolo).

Salão Glacier, Charles Garnier, Ópera de Paris, 1862.

Os jardins românticos

  • em contraste com o jardim neoclássico (geométrico e racional), o jardim romântico é natural, selvagem, com pavilhões chineses ou falsas ruínas;
  • dá-se menos importância aos aspetos técnicos e estruturais e preocupa-se mais com a forma e com a decoração;
  • dá-se preferência aos materiais naturais, mas utilizam-se também materiais industriais;

Jardins da Quinta da Regaleira, Sintra

Os revivalismos e ecletismos

  • Revivalismo e historicismo - tendência para reviver estilos do passado;
  • o contexto histórico da época marcado pelas desilusões face ao liberalismo, pela industrialização e pelo desejo de fuga ao presente, fomentou a exaltação do instinto e o interesse pela história, pelas tradições nacionais e pelo nacionalismo político.

O revivalismo

  • a Idade Média foi a época de eleição do revivalismo, sobretudo o Neogótico, mas também existiu o Neorromânico;
  • ao longo do século XIX, foram-se desenvolvendo outros revivalismos: Neorrenascentista, Neoárabe, Neobizantino e Neobarroco;
  • o passado era apresentado como uma fonte de inspiração, a partir da qual se pretendia construir o presente;

Basílica de Santa Clotilde, Paris, 1846-1857

  • o Neogótico começa a desenvolver-se, em meados do século XVIII, em Inglaterra, pelas mãos dos arquitetos Horace Walpole e James Wyatt.
  • Principais arquitetos do Romântico:
    • Ingleses: August Pugin (1762-1832); August Pugin, filho (1812-1852); John Ruskin (1818-1900);John Nash (1752-1835):
    • Franceses: Viollet-le-Duc (1814-1879);
    • Alemães: Georg Von Dollmman (1750-1853).

"O gótico é superior ao classicismo, da mesma forma que o cristianismo é superior ao paganismo."

Viollet-le-Duc

1 - Comente a frase, tendo em atenção em que corrente cultural o autor se integra.

2- Caracterize o edifício referindo de que modo reflete: a) a Arquitetura Romântica. b) o seu contexto histórico.

Charles Barry e August Pugin, filho, Palácio do Parlamento, Londres, 1840-1870.

O ecletismo

  • em meados do século surgem o ecletismo, ou seja, a combinação de vários estilos no mesmo edifício;
  • desenvolveu-se um verdadeiro "carnaval de estilos", como foi designado pelos críticos deste revivalismo exagerado;
Charles Garnier, Ópera de Paris, 1862, combinação do neoclássico e neobarroco

O exotismo

  • O gosto pelas culturas exóticas originou o exotismo:
  • é uma forma de alimentar o espírito romântico de fuga, de gosto pelas viagens, pelas terras e ambientes estranhos;
  • desenvolve-se o colecionismo de estampas nipónicas;
  • a arquitetura recria ambientes de outras culturas, como o neo-hindu ou o neoárabe, e outros estilos de influência chinesa e japonesa.

John Nash, Pavilhão Real de Bringhton, Inglaterra, 1821

James Knowles Jr, Palácio de Monserrate, Sintra, 1850

Gustavo Adolfo Gonçalves e Sousa, Salão Árabe, Palácio da Bolsa, Porto, 1880

A arquitetura romântica em Portugal

  • entrou em Portugal pelas mãos do príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, marido de D. Maria II;
  • a primeira grande obra foi o Palácio da Pena, pelo Barão Wilhelm Ludwig von Eschwege, iniciada em 1835 e terminada em 1885;
  • os revivalismos tiveram um carácter marcadamente nacionalista, revivendo o período áureo dos descobrimentos - surge o Neomanuelino.

José Luís Monteiro, Estação do Rossio, Lisboa, 1891

Luigi Manini, Palácio Hotel do Buçaco, Luso, 1888-1907

  • a predominância do Neomanuelino colocou em segundo plano o Neogótico, que se concretizou em igrejas e jazígos fúnebres;
  • os exotismos tiveram uma preferência pelo estilo Neoárabe, como consequência da nossa história;
  • nos finais do século XIX, divulgam-se em Portugal os ecletismos.

José de Macedo Araújo Júnior, Capela dos Pestanas, 1878-1890

Sumário:

A pintura romântica.

Gericault, Jangada de Medusa, 1819.

A Pintura Romântica

  • A pintura foi a linguagem artística em que o ideário romântico melhor se expressou, atingindo o seu apogeu entre 1820 e 1850;
  • Teve como antecedentes a pintura pré-romântica de finais do século XVIII e a dos grupos "Os Nazarenos" e os "Pré-Rafaelitas".

John Everett Millais, A Ophelia morta, 1851-1852

Edward Burne Jones, Rei Cophetua e a Mendigo Maid, 1884

Nazarenos - Grupo de pintores sediados em Roma, que reagiram contra o academismo neoclássico e, propuseram o retorno a uma pintura mística de inspiração cristã, que se inspirasse na estética dos frescos renascentistas;

Pré-Rafaelitas - grupo de pintores ingleses, que surgiu nos meados do século XIX e, que procuraram recriar a pureza e a simplicidade da arte primitiva italiana, a arte produzida antes de Rafael, considerado o fundador do academismo.

Pré-Rafaelitas
Nazarenos

Philipp Otto Runge, Descanso na fuga para o Egito, 1805.

Edward Burne-Jones, O Espelho de Vénus, 1877

Pintura Romântica - características

  • A pintura deste período privilegiou a expressividade pessoal (individual), cultivando a liberdade de execução, colidindo deste modo com o academismo neoclássico.
  • Tecnicamente preferiu o pincel ao lápis (isto é, sobrepôs a cor ao desenho), as grandes massas de cor e luz às linhas;

Delacroix, Rebecca e o Ivanhoe Ferido, 1823.

Géricault, Noite: paisagem com um aqueduto, 1818.

  • Expressou-se essencialmente pela cor, que usou de modo mais livre, emocional e espontâneo, e deu à luminosidade um tratamento artificial e dramático à maneira barroca;
  • Organizou as composições por grandes diagonais e outras linhas sinuosas, de modo a acentuar o movimento, a excitação e o trágico das cenas.

Gericault, Jangada da Medusa, 1819.

https://www.instagram.com/p/C2k9UPRN36F/

As temáticas Românticas

  • Históricas: preferência por temas medievais, com uma leitura exaltada dos acontecimentos e a valorização do herói e da nação;
  • Literárias: inspiração na literatura do passado, sobretudo medieval (romances de cavalaria);
  • Mitológicas: relevo para a mitologia cristã e nórdica;
  • Retrato: não apenas os retratos oficiais, mas, também, de pessoas anónimas, tentativa de realizar o retrato psicológico;
  • Vida animal: animais, principalmente selvagens;
  • Inspirados no mundo do sonho (onírico): inspiração no mundo interior, na imaginação, no subconsciente, no absurdo;
  • Paisagem: sempre retratada emocionalmente, como reflexo do estado de espírito do pintor (de forma bucólica ou dramática);
  • Exóticos: inspirados em costumes e povos exóticos ou em cenas populares;
  • Baseados na atualidade política e social do tempo: naufrágios, revoltas sociais, lutas nacionalistas e independentistas.

Traços estilísticos comuns da pintura romântica

  • prevalece a cor sobre o desenho: paleta cromática variada, fortes contrastes cromáticos, intensos efeitos de claro-escuro;
  • a luz foi, frequentemente, focalizada para o assunto que se queria evidenciar, iluminando sentimentos;
  • Utilizam, por vezes, sombras coloridas, conseguidas com cores opostas, que ajudam a definir esta pintura rigorosa e dinâmica;
  • o tema era, muitas vezes, envolvido por um cenário natural dramático, animado pela violência dos elementos, de modo a reforçar a emotividade da cena principal;
  • pincelada larga, fluida, espontânea, definindo formas menos nítidas;
  • composição com estruturas agitadas, movimentadas, linhas oblíquas e sinuosas que reforçam o dramatismo;
  • figuras humanas por vezes representadas em atitudes contrastada, reforçando o dramatismo.

Principais pintores

  • França: Théodore Géricault (1791-1824), Eugéne Delacroix (1798-1863);
  • Alemanha: Casper David Friedrich (1774-1840);
  • Inglaterra: William Blake (1757-1827), John Constable (1776-1837), William Turner (1755-1851);
  • Suíça: Heinrich Füssli (1741-1825);
  • Estados Unidos da América: Benjamim West (1738-1820), John Singleton Copley (1738-1815).

A pintura romântica em Portugal

  • a estética romântica entrou tardiamente na pintura portuguesa;
  • nunca possuiu um programa concreto, nem objetivos bem definidos;
  • os temas pintados foram sobretudo cenas de género, paisagens, pintura histórica (maioritariamente medieval) e festas populares.

Principais pintores românticos portugueses

  • Augusto Roquemont (1804-1852);
  • Luís Pereira Meneses (1817-1878), excelente retratista;
  • Tomás da Anunciação (1818-1879), pintor de temas rurais e campestres;
  • João Cristino da Silva (1829-1877), paisagista e pintor de género;
  • Leonel Marques Pereira (1828-1892), pintor de costumes populares.

Augusto Roquemont, Procissão, 1832/1839

Luís Pereira Meneses, Retrato de D. Carlota, 1862

Tomás da Anunciação, Ovelhas e pastora, 1872

João Cristino da Silva, Serra de Sintra e Palácio da Pena, 1855-57

Leonel Marques Pereira, AFesta na Aldeia, 1870-75.

Eugène Delacroix, A barca de Dante, 1822.

Theodore Gericault, Cavalo atacado por um leão, 1820.

Golding Constable, Jardim das Flores, 1815.

Johann Heinrich Füssli, O pesadelo, 1781.

Francisco de Goya, O Guarda-Sol, 1777.

Francisco de Goya, Auto-retrato com o Doutor Arrieta, 1820

Eugène Delacroix, Liberdade liderando o povo, 1830.

Turner, O Naufrágio (The Shipwreck), 1805.

Johann Heinrich Füssli, Titania, Bottom e as Fadas, 1793-4.

Sumário:

A escultura romântica.

François Rude, A Marselhesa, 1792.

A escultura romântica

  • por exigência dos materiais em que se exprime (mármore, bronze, madeira) a escultura tem uma conceção mais lenta e por isso menos espontânea, esta situação opunha-se à espontaneidade defendida pelos artistas românticos;
  • ocupou um lugar secundário no movimento romântico;
  • desenvolveu-se maioritariamente em França;
  • as temáticas mais utilizadas:
    • natureza;
    • alegoria;
    • fantasia;
    • história
    • literatura;
    • retrato;
  • procuram sentido dramático, as emoções, os contrastes de luz e sombra, cheio/vazio, dinamismo e exotismo;
  • as composições são movimentadas;
  • na técnica para maior expressividade usaram, o acabamento rigoroso da tradição escultória (neoclássica), juntamente com as novas técnicas do inacabado e do indefinido, texturas ásperas e contrastantes;
  • rejeitam os cânones clássicos nas proporções, nos modelados dos corpos e no tratamento das vestes;
  • a escultura não representa um tipo, mas um indivíduo;
  • emoções e sensações fortes substituem a frieza da escultura neoclássica.

Principais escultores românticos

  • August Préault (1809-1879);
  • François Rude (1784-1855);
  • Antoine Louis Barye (1796-1875);
  • Jean-Baptiste Carpeaux (1827-1904).

Antoine Augustin Preault, Silêncio, 1848 (bronze)

François Rude, O Despertar de Napoleão à Imortalidade, 1846 (mármore)

Antoine Louis Barye, Tigre devorando um jacaré, 1832 (bronze).

Jean Baptiste Carpeaux, A dança, 1869 (mármore).

Apesar da forte tradição neoclássica em Portugal, distinguem-se os seguintes escultores românticos:

  • Vítor Bastos (1828-1894);
  • Costa Motta (Tio) (1861-1930);
  • Anatole Calmels (1822-1906), francês estabelecido em Portugal.

Victor Bastos, Monumento a Camões, 1867 (bronze e mármore).

Anatole Calmels, Monumento a D. Pedro IV, 1866 (bronze)

Costa Motta (Tio), O poeta Chiado, 1925 (bronze).

Mãos à obra...

Ser romântico por um dia!

Jean-Baptiste Carpeaux, Ugolino e seus filhos, 1865–67 (mármore).

Sumário:

Um novo olhar sobre o real: o realismo, o impressionismo, a recusa do romantismo e as novas formas de apropriação do real, influenciadas pelo advento da fotografia.

Gustave Courbet, A Fonte, 1862

O Naturalismo, o Realismo e o Impressionismo: um novo olhar sobre o real

  • Uma nova conjuntura histórica marcada:
    • pelas primeiras crises de superprodução do capitalismo da época e pelo agravamento da situação social dos operários;
    • pela instabilidade política em França, com a contestação ao liberalismo burguês;
    • pelo interesse crescente de uma franja cada vez mais alargada da população pela atualidade política e social, agora difundida nos jornais.
  • Nova conjuntura cultural e artística, caracterizada:
    • pelo avanço progressivo da laicização do pensamento e das mentalidades;
    • pelo positivismo das ciências;
    • e pelo cansaço em relação ao rigor dos academismos, o que conduziu á procura da inovação.

O Naturalismo

  • a "escola" de Barbizon (1830-1870) foi precursora do Naturalismo;
  • caracterizou-se por praticar uma pintura perante o motivo, pintura ao ar livre (possível devido à invenção dos tubos de tinta nesta época);
  • e pelas temáticas como a paisagem campestre e urbana, o retrato e as cenas quotidianas;
  • uso de naturalidade das formas, cores, luminosidade e composição captada do natural.

Mapa demonstrativo, Google Maps

Jean-Baptiste-Camille Corot, A ponte de Nantes, 1868-70, Museu Calouste Gulbenkian

Os pintores de barbizon

O Realismo

  • surge em 1848-50, influenciado pela "escola" de Barbizon e pelo naturalismo;
  • Gustave Courbet, foi o seu impulsionador;
  • foi um movimento amplo, manifestando-se na literatura, no teatro, na filosofia e nas artes (pintura e escultura);
  • surge em França, mas expandiu-se por toda a Europa e outros continentes, entre 1850 e 1880, como reação ao romantismo.

Gustave Courbet, Mulheres Peneirando Trigo, 1854-55, Museu de Belas Artes de Nantes.

Acontecimentos que influenciaram o Realismo

  • a crise da II República em França e a instalação do governo autoritário do II Império, monárquico e burguês;
  • o crescimento da oposição ao liberalismo, com a fundação do socialismo científico e do Partido Operário;
  • o crescimento do movimento operário com greves e manifestações;
  • a expansão dos jornais e a divulgação da atualidade.

Jean Francois Millet, Plantadores de Batata, 1861, Museu de Belas Artes de Boston

A pintura Realista

  • procurou captar a realidade social da época, com fidelidade ao observado e isenta de subjetividade;
  • foi um instrumento de denúncia e intervenção política e social;
  • foi a primeira a usar a fotografia, como meio auxiliar para enquadramentos e estudos de luz-sombra;

Honoré Daumier, Gargantua, 1831, La Gazette Drouot

Honoré Daumier, A carruagem de terceira classe, 1862, Galeria Nacional do Canadá, Ottawa

  • tinha como principais temáticas: cenas sociais e do quotidiano e as personagens eram pessoas comuns;
  • as representações são fiéis à realidade, nas proporções do corpo humano, nas volumetrias e cores, porém, não são uma cópia da realidade;
  • reagindo ao academismo, tem tendência a simplificar os jogos claro-escuro e os pormenores;

Gustave Courbet, Os Pedreiros, 1849, Museu Fundação Oskar-Reinhart, Suiça.

Pintores realistas

  • Gustave Courbet (1819-1877);
  • Jean-François Millet (1814-1875);
  • Honoré Daumier (1808-1879).

Édouard Manet, Um canto do jardim de Bellevue, 1880, Fundação E.G. Bührle, Zurich

O Impressionismo

  • teve a sua génese na década de 1860-70,no meio de um grupo de jovens intelectuais que se reuniam no Café Guerbois, em Paris;
  • foi oficializado em 1874, aquando a sua primeira exposição no ateliê do fotógrafo Féliz Nadar;
  • foi uma das correntes mais influentes da História da Arte, marcando uma rutura com o academismo vigente;
  • o seu nascimento decorre do ambiente cultural e artístico de Paris, no final do II Império, após a Guerra Franco-Prussiana:
    • prosperidade económica;
    • ambiente moderno e cosmopolita;
    • frequência habitual de espetáculos culturais e divertimentos, como teatro, ópera, exposições e cafés-concerto.

Claude Monet, O lago Waterlily com a ponte japonesa, 1899. The National Gallery, Londres

Pierre Auguste Renoir, Baile no moinho La Galette, 1876, Museu de Orsay, Paris.

Mary Stevenson Cassatt, Crianças em um Jardim (A Enfermeira), 1878, Museu de Belas Artes, Houston, Texas, EUA

Fatores que influenciaram o Impressionismo

  • o ambiente cultural de Paris
  • a fotografia
  • o japonismo
  • a luz e a cor
  • o realismo
  • os tubos de tinta

Gustave Caillebotte, Dia de Chuva em Paris, 1877, The Art Institute of Chicago.

Katsushika Hokusai, A grande onda de Kanagawa, 1831, Coleção Particular, Nova Iorque.

Claude Monet, Impressão: Sol Nascente, 1872, Museu Marmottan, Paris.

Características do Impressionismo

  • Temáticas diversas (cenas do quotidiano, paisagens, retratos individuais e de grupo), retiradas do mundo visível e captadas no momento;
  • execução técnico-formal, captação da realidade através dos efeitos percetíveis de cor e luz, em detrimento da forma e do espaço, utilizando pinceladas curtas, cores puras e complementaridades cromáticas;

degas e as bailarinas

Edgar Degas, A Pequena Bailarina de 14 anos, 1881

Edgar Degas, A Primeira Bailarina, 1878, Museu de Orsay. Paris.

  • expressividade, os quadros comunicavam essencialmente pelas sensações e emoções plásticas que provocavam, pelo aspeto fluído e dinâmico das suas formas e pelo colorido vibrante e aberto;
  • intencionalidade, o propósito era captar o momento luminoso e o movimento da vida real, em imediatismo de sensação e emoção, sem qualquer outro intuito - a pintura não pretende ser imitação.

Camille Pissarro, Lavadeiras à beira da água, 1878, O Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque.

  • davam maior importância à técnica, em detrimento do tema, valorizavam os pequenos gestos dos rituais quotidianos e privilegiavam o tratamento técnico de alguns motivos, como por exemplo, a água e a luz;
  • não constituíram um movimento homogéneo, permitindo grande liberdade, individualismo e o desenvolvimento da personalidade de cada um;
  • estavam unidos pelo combate ao academismo.

Berthe Morisot, Dia de verão de 1879, 1879, National Gallery, London.

Pintores impressionistas

  • Claude Monet (1840-1926);
  • Camille Pissarro (1830 – 1903);
  • Edgar Degas (1834 – 1917);
  • Paul Cézanne (1839-1906);
  • August Renoir (1841-1919);
  • Berthe Morisot (1841-1895).

"Fala-me de Auguste Rodin e da sua obra"

Lê com atenção o texto da pág. 182 do manual e apresenta quatro características da escultura de Rodin.

Auguste Rodin, O Pensador, 1880, (Bronze), Museu Rodin, Paris.

As características da arte de Auguste Rodin

Quanto aos materiais e processo de execução:

  • Rodin usou o mármore e o bronze para os trabalhos finais, mas utilizava o gesso e o barro para testar as formas delineadas nos estudos projetuais;
  • nos mármores, explorou o jogo de texturas, conjugando zonas polidas com outras não acabadas;
  • nos bronzes, negligenciou a cinzelagem e o polimento finais, causando uma espécie de vibrato na superfície, característico de obras como O Pensador.

Quanto às formas e posições:

  • as figuras de Rodin possuem uma sugestiva modelação anatómica que denuncia emoção e imediatismo no processo de modelação;
  • os detalhes, como mãos, dedos e músculos, são executados ao pormenor e valorizados todos os detalhes, assumindo, inclusive, os fragmentos anatómicos como obras completas;
  • os gestos e rostos são vivos e expressivos, e as posições movimentadas e anticanónicas, muitas captadas em desequilíbrio, como se apanhadas em pleno movimento.
  • as suas criações mostram-se ora são sobremodeladas, ora sintetizadas.

Quanto às composições:

  • Rodin preferiu as formas complexas, aparentemente desordenadas, orientadas por vários eixos.

Rodin, A Porta do Inferno, 1880-1917

Auguste Rodin, O beijo, 1882

Rodin, A Catedral, 1908.

Rodin, A mão de Deus, ou a criação, 1902.

Auguste Rodin, Danaide, 1889

Rodin, Íris – Mensageira dos Deuses, 1895

Sumário:

Um novo olhar sobre o real: o neoimpressionismo (divisionismo) e o pós-impressionismo.

Vincent van Gogh, Noite estrelada, 1889.

Neoimpressionismo

  • surge pelas mãos de Georges Seurat, como reação às críticas feitas ao impressionismo (o aspeto inacabado das suas telas, as formas desmaterializadas, tinta empastada e forte bidimensionalidade);
  • movimento de curta duração e com poucos participantes;
  • baseava-se num novo método, o divisionismo e/ou pontilhismo;
  • contrastando com impressionismo, era uma pintura mais lenta, racional, rigorosa e científica;

Georges-Pierre Seurat, Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte, 1884-86

  • a temáticas principais: vida urbana, paisagens marítimas e diversões;
  • representações em telas de grandes dimensões, executadas no ateliê, a partir de estudos ao ar livre.

Paul Signac, Grand Canal (Veneza), 1905.

Pintores Neoimpressionistas

  • Georges Seurat (1859-1891);
  • Paul Signac (1863-1935);
  • Camille Pissarro (1830-1903).

Pós-impressionismo

  • não é uma corrente artística, mas um período artístico que se estende, mais ou menos, entre 1880 e 1890;
  • tal como o impressionismo afasta-se da representação mimética da natureza;
  • assume os valores específicos da pintura: bidimensionalidade e cor.

Toulouse-Lautrec, La Toilette, 1889.

Analisando alguns pintores Pós-impressionistas

  • Vincent Van Gogh (1853-1890) e o expressionismo (pag. 187)
  • Paul Cézanne (1839-1906) e o cubismo (pag. 188);
  • Paul Gauguin (1848-1903)e o simbolismo (pag.189).

Vincent van Gogh, A noite estrelada, 1889.

Vincent van Gogh, Auto-retrato, 1889.

Vincent Van Gogh

  • praticou uma pintura de temáticas do mundo visível (paisagens, cenas sociais, retratos e autorretratos);
  • as suas obras eram executadas em pinceladas fragmentadas, empastadas de tinta, com colorido não naturalista, vibrante e contrastante, carregado de expressão;
  • as suas telas expressavam os seus sentimentos no momento de captação do motivo/tema;
  • a sua arte é considerada antecessora das correntes expressionistas do século XX.

Paul Cézanne, Monte Sainte-Victoire e o Viaduto do Vale do Rio Arc, 1882-85

Paul Cézanne, Cesta de Maçãs, 1895

Paul Cézanne

  • após uma incursão pelo impressionismo, enveredou por uma pintura mais objetiva e cerebral, com o motivo à vista, mas executada com uma pincelada curta e orientada que modelava a forma, apróximando-da da estrutura geométrica subjacente;
  • usou uma paleta "aberta", em que predominavam os tons azuis, verdes e ocres;
  • pintou retratos, paisagens e naturezas-mortas, nas quais, por vezes, praticou perspetivas múltiplas, sendo um precursor do Cubismo.

Paul Gauguin, De onde viemos? O que somos? Para onde vamos?,1897-98

Paul Gauguin, Mulheres do Taiti,1891.

Paul Gaugin

  • praticava uma pintura, que usando temáticas do mundo visível, pretendia ser o veículo para atingir as realidades invisíveis (espirituais, metafísicas) da alma humana, daí ser chamado de simbolista;
  • o seu simbolismo foi continuado por dois grupos de pintores: a "escola" de Pont-Aven (Bretanha) e os Nabis (Profetas) , que trabalhavam em Paris.
  • a sua execução ficou marcada por algumas inovações como:
    • a sintetização da cor e da forma (sintetismo), rodeada pela linha de contorno a negro (cloisonismo);
    • a acentuada bidimensionalidade;
    • o decorativismo das composições dado pela cor antinaturalista e enigmática, e pelas formas sinuosas.

Sumário:

Pintura e escultura em Portugal na segunda metade do século XIX.

Silva Porto, Colheita: As Ceifeiras, 1893.

A pintura e a escultura em Portugal, na segunda metade do século XIX - contexto histórico

  • as novas tendências estéticas europeias só se manifestaram em Portugal a partir do 2º quartel do século XIX;
  • isto deveu-se à estrutura económica portuguesa (agrícola e comercial) e à crise económica de 1889-92, à ditadura de João Franco e ao Ultimatum inglês;
  • a formação de pintores em Portugal alterou-se com a criação das academias nos anos 30 do século XIX.

Portugal meados do século XIX - Pintura

  • Principal Corrente:
    • Naturalismo (gosto pela natureza e sentimentalismo);
    • Sobrevive até meados do século XX.
  • Introdutores:
    • António Carvalho da Silva Porto (1850-1894);
    • João Marques da Silva Oliveira (1853-1927).

Silva Porto, Guardando o rebanho, 1893.

Marques de Oliveira, Costureiras Trabalhando, 1884.

Portugal, finais do século XIX

  • Entretanto, outros pintores destacaram-se do Naturalismo e começaram a fazer a passagem para outras correntes europeias:
    • José Malhoa (1855-1903);
    • Henrique Pousão (1859-1884);
    • Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929).

José Malhoa

  • a sua obra percorre aspetos da ruralidade do país, desde a paisagem à realidade dos costumes e das vivências do quotidiano;
  • dedicou-se também ao retrato, quer de figuras populares, quer da burguesia citadina;
  • exprime o que os seus olhos veem e vai testar, nas suas marinhas e paisagens, os efeitos de luz , tal como os impressionistas.

José Malhoa, Os bêbados, 1907.

José Malhoa, O Fado, 1910

José Malhoa, Praia das Maçãs, 1918

Henrique Pousão

  • fez composições rigorosas onde se nota a influência naturalista e impressionista.

Henrique Pousão, Esperando o sucesso, 1882.

Henrique Pousão, St. Sauves, 1881.

Columbano Bordalo Pinheiro

  • foi um autodidata, sobretudo retratista da pequena burguesia lisboeta e preferiu pintar no seu ateliê, ao contrário da tendência da época.

Columbano Bordalo Pinheiro, O grupo do Leão, 1885.

Columbano Bordalo Pinheiro, Um concerto de Amadores, 1882.

Portugal meados do século XIX - Escultura

  • Principal Corrente:
    • Naturalismo (sentimental e romântico)
  • Introdutores:
    • Soares dos Reis (1847-1889);
    • Simões de Almeida (1844-1926);
    • Teixeira Lopes (1866-1942).

Soares dos Reis

Monumento a D. Afonso Henriques, bronze, Guimarães, 1887.

O Desterrado, gesso patinado,Museu Nacional Soares dos Reis, 1872.

Menina, filha dos condes de Almedina, Mármore de Carrara, 1882.

  • Foi o grande renovador da escultura portuguesa do seu tempo, mas foi muito incompreendido pela sociedade da época;
  • Estudou em Paris e em Roma e aí iniciou a sua obra "O Desterrado", inspirada em versos de Alexandre Herculano;
  • As suas obras têm um certo sentido poético e uma sensibilidade mais próxima do romantismo que do naturalismo, já que foi capaz de passar para o mármore de uma forma fiel, os sentimentos do ser humano.

Simões de Almeida

Nas suas obras misturam-se classicismo, naturalismo e realismo.

D. Sebastião, mármore, MNAC 1877.

O Malmequer, mármore, MNAC, 1872.

Teixeira Lopes

Foi discípulo de Soares dos Reis e sentiu-se sempre atraído por temas realistas, históricos, retratos de velhos e crianças.

Baco, bronze, Praça da República, Porto, 1916.

A Viúva, mármore, MNAC, 1893.

Sumário:

A escultura em Portugal na segunda metade do século XIX. Caso prático: "Italian Family on Ferry-Boat Leaving Ellis Island".

Ellis Island, EUA

A fotografia - a realidade fixada em papel

  • 1826: Joseph Nicéphore Niépce produziu a primeira imagem permanente conhecida, "View from the Window at Le Gras", utilizando uma placa revestida com betume de Judeia;
  • 1839: Louis Daguerre desenvolve a daguerreotipia, um processo fotográfico que permite a produção de imagens em placas de prata sensíveis à luz;
  • 1839: William Henry Fox Talbot inventa o calotipo, um processo que possibilita a produção de múltiplas cópias de uma imagem em papel sensível à luz;
  • Século XIX: A fotografia populariza-se rapidamente, com o surgimento de câmaras portáteis e a abertura de estúdios fotográficos.

Lewis Wickes Hine

"Se eu pudesse contar uma história com palavras, não precisaria de andar com uma câmara."

"A fotografia pode iluminar a escuridão e expor a ignorância."

  • O trabalho de Lewis Wickes Hine usa a fotografia como forma de denúncia social e como meio de pressão para melhorar as condições de vida e, de trabalho, dos imigrantes chegados aos EUA, ao longo de todo o século XIX;
  • Hine mostra um bom retrato do século XIX, ilustrando os movimentos migratórios contínuos europeus que, foram para o novo mundo, em busca de melhores condições de vida;
  • O resultado final do trabalho, Italian Family on Ferry-Boat Leaving Ellis Island, são imagens de captura do momento, realistas, de pessoas vulgares e humildes;
  • Este trabalho mostra o novo mundo industrializado, com o operariado sem condições de trabalho e legislação que lhe confira diretos.

Lewis Hine, Italian Family Seeking Lost Baggage, Ellis Island, EUA, fotografia, 1905

Lewis Hine, Italian Family on ferryboat leaving Ellis Island, Nova Iorque, EUA, fotografia, 1905

Série de Fotografias de Lewis Hine, Ellis Island

  • Estas fotografias são uma homenagem aos milhões de imigrantes, que no final do século XIX e princípios do século XX, chegaram aos EUA;
  • Lewis Hine utilizou a máquina fotográfica como um instrumento de educação e alerta;
  • O fotografo lembra aos americanos as suas origens, imigrantes provenientes de países europeus, que se sujeitaram nos EUA a salários baixos, horários de trabalho longos, condições de trabalho e de habitação insalubres.
  • Desde 1892 até 1954, Ellis Island, foi local de chegada e partida de imigrantes (cerca de 12 milhões de pessoas passaram por este local, o Porto de Nova Iorque).

Construir o conhecimemto histórico a partir do objeto - Atividade prática

1. Refere o tema da fotografia de Lewis Hine que analisaste.2. Descreve os sentimentos que esta fotografia te provocou.3. Indica um objetivo do trabalho fotográfico de Lewis Hine.

Lewis Wickes Hine, Um pouco de beleza por trás dos fios, 1920.

Lewis Wickes Hine, Perfurações na Virgínia, 1908.

Lewis Wickes Hine, Empire State Building, 1931.

Lewis Wickes Hine, Um sorriso com roupas limpas, 1916.

Lewis Wickes Hine, Na grua, o Empire State Building, 1931.

Lewis Wickes Hine, Spindle boys na fábrica de algodão da Geórgia, 1909.

Lewis Wickes Hine, O jornaleiro de 6 anos, conhecido como Little Fattie, Missouri, 1910

Lewis Wickes Hine, Três jovens jornaleiros fumando, Saint Louis, Missouri, EUA, 1910

Sumário:

A arte ao redor de 1900: mundo novo, novas formas.

Gustave Eiffel, Torre Eiffel, 1887, Paris

‘Os grandes arquitetos do século XIX, foram os engenheiros.’

Le Corbusier

Arquitetura do Ferro e do Vidro ou Arquitetura da Revolução Industrial

  • As condições que explicam a expansão desta nova "arquitetura" repousam:
    • no avanço da industrialização e no crescimento económico (necessidade de novas fábricas, armazéns, estufas);
    • no extraordinário crescimento demográfico e urbano (aumento das necessidades construtivas nas cidades);
    • no desenvolvimento dos transportes (gares, pontes, viadutos).

Henri Labrouste, Biblioteca de Sainte-Geneviève, Paris, 1838-1850

J. Fowler, B. Baker, Ponte The Forth, Escócia, 1890.

A arquitetura do Ferro e do Vidro caracteriza-se por:

  • utilizar novos materiais :
    • como o ferro, o vidro, o tijolo e, no final do século, também o aço e o betão - que são produzidos industrialmente, sendo por isso, mais baratos.
    • A nível construtivo, estes materiais têm ainda a vantagem de resistirem melhor às cargas, serem moldáveis e polifuncionais, tornando-se mais eficazes.

Ferdinand Dutert, Galeria das Máquinas, Paris, 1889.

  • recorrer a sistemas e processos construtivos modernos:
    • que aplicavam novas maquinarias e assentavam no esqueleto interno em ferro, que permite distribuir melhor as forças e opor-lhes maior resistência;
    • esta característica permitiu tornar as paredes mais livres da função de sustentação e facilitou a progressão em altura das construções;
    • possibilitou a construção modular estandardizada, poupando mão de obra e tempo.
William F. Lamb, Empire State Building, EUA, 1930-1931
  • criar novas tipologias construtivas que correspondessem com maior racionalidade e funcionalidade às necessidades específicas da encomenda:
    • as estruturas para estufas e jardins de inverno e outras para cobrir os antigos pátios internos descobertos da arquitetura tradicional;
    • os pavilhões fabris destinados a exposições, os armazéns e galerias comerciais, as vilas operárias, as gares e alfândegas.

François Jean Delannoy , Galerie Vivienne, Paris.

Louis Charles Boileau, Galerias Le Bon Marché, Paris.

Palácio de Cristal

  • 563 metros de comprimento, 124 metros de largura e 30 metros de altura;
  • foi construído por Joseph Paxton, em apenas 6 meses, com uma grande economia de mão de obra e de meios, possível de reutilizar;
  • empregou módulos de ferro e de vidro estandardizados, pré-fabricados, montados no local;
  • foi um êxito funcional e estético, uma afirmação de modernidade que entrava em rutura com os clássicos de arquitetura.

Palácio de Cristal, I Exposição Universal de Londres, 1851

I Exposição Universal de Londres, 1851

  • exposição demonstrativa de um tempo novo;
  • a distribuição da exposição fez-se por setores:
    • norte - maquinarias;
    • sul - produtos agrícolas e matérias primas;
    • centro - produtos artísticos e manufaturados;
  • os objetos de maior dimensão foram expostos no exterior, como barcos, por exemplo;
  • foi a primeira afirmação mundial do primado da tecnologia e ciência.

A arquitetura do Ferro e do Vidro - arquitetos e engenheiros que se destacaram

  • Gustave Eiffel;
  • Joseph Paxton;
  • Henri Labrouste;
  • Louis Charles Boileau;
  • Giuseppe Mengoni;
  • Dutery e Contamin.

Torre Eiffel

  • foi construída para a Exposição Universal de Paris em 1889;
  • é constituída por 6300 toneladas de ferro forjado;
  • 18000 peças;
  • 2500000 ligações;

Etapas da construção da Torre Eiffel para a Exposição Universal de 1889 em Paris.

  • 307 m de altura;
  • a torre não tinha uma funcionalidade imediata, foi um exercício das capacidades técnicas de engenharia;
  • O seu êxito foi tal , que em vez de ser desmontada, como era o plano inicial, ainda hoje é o principal símbolo de Paris.

Caricatura de Gustave Eiffel, escrita durante o 'Protesto dos Artistas'

Engenheiro Gustave Eiffel (1832-1923)

A Ponte ferroviária Maria Pia, Porto, 1877

Caso prático, página 200 e 201 Manual.

Qual é a importância da Ponte Ferroviária D. Maria Pia e qual foi o papel do engenheiro Gustave Eiffel na sua construção?

Arts and Crafts

  • valorização do artesanato e a qualidade manual sobre a produção industrial;
  • rejeição da padronização da Revolução Industrial, promovendo a individualidade e a originalidade;
  • foi inspirado pela natureza e pelos ideais românticos e socialistas;
  • caracterizado por formas simples, materiais naturais e honestidade estrutural;
  • procuravam-se reformas sociais, defendendo melhores condições para os artesãos;
  • teve um impacto duradouro no design, influenciando movimentos posteriores, tais como o Modernismo e a Arte Nova.

Filipe Webb, Red House, Bexleyheath, 1859.

Charles Rennie Mackintosh, Glasgow School of Art 1897 - 1909

William Morris, A tapeçaria do pica-pau, detalhe dos pica-paus, tapeçaria de 1885

Gustav Stickley, Poltrona, 1901.

Arte Nova e o espírito da "belle époque"

  • surgiu entre 1880 e 1890, a partir de Inglaterra e da Bélgica, mas rapidamente se expandiu a toda a Europa e à América, difundida por revistas e exposições universais;
  • manifestou-se na arquitetura e nas artes aplicadas, mas teve também reflexos nas artes plásticas (pintura e escultura);
  • recolheu influências do movimento inglês Arts and Crafts, do Gótico flamejante e do Rococó, das estampas japonesas e do folclore celta, misturando-os numa estética própria.

Paul Saintenoy, The Old England House, Bruxelas, 1899.

  • teve como princípios comuns:
    • a rejeição dos estilos historicistas e revivalistas do tempo, procurando um novo repertório formal inspirado na Natureza, no Homem e nos animais;
    • a aceitação dos materiais e técnicas industriais, que misturou com os materiais naturais e com técnicas tradicionais;
    • a criação de uma nova estética, que se baseava na linha sinuosa, elástica e flexível, usada em composições que buscavam o ritmo, o decorativo, o simbolismo poético.

Arte Nova - O que foi e como surgiu

A arquitetura da Arte Nova - características gerais

  • aplicação de técnicas e sistemas construtivos da Arquitetura do Ferro e do Vidro e uso de materiais industriais, em conjunto com outros tradicionais;
  • desenho funcional e orgânico das formas, em planta e em volume; fachadas assimétricas, ora sinuosas e maleáveis, ora planas e retilíneas;
  • abundante decoração ornamental (sobretudo nos interiores), com motivos de inspiração naturalista e orgânica.

Victor Horta, Hotel Tassel, Bruxelas, 1892-93

Antoni Gaudí, Casa Milà ou La Pedrera, Barcelona, 1905-07

  • Estes princípios comuns manifestaram-se através de diferentes estilos pessoais e diferentes "escolas" regionais e/ou nacionais que podemos agrupar em duas grandes tendências:
    • uma mais ornamental, curvilínea e escultória;
    • outra mais estruturalista e geométrica, mais contida na ornamentação.

Joseph Maria Olbrich, Edifício da Secessão de Viena, Áustria, 1898.

Antoni Gaudi, Sagrada Família, Barcelona, 1882 - 2026

  • harmonia entre a decoração exterior e a interior, e entre esta e o equipamento (princípio da unidade das artes);
  • carácter maioritariamente estrutural da decoração, que não esconde as estruturas construtivas, mas antes as aproveita e valoriza.

Domenech í Montaner, Palácio da Música Catalã, 1904.

Arquitetos e "escolas"

  • Victor Horta e Henry Van de Velde, da "escola" belga;
  • Hector Guimard, da "escola" francesa;
  • Domenech í Montaner e Antoní Gaudí, do Modernismo catalão;
  • Charles-Rennie Mackintosh, de Glasgow, Escócia;
  • Otto Wagner e Joseph Marie Olbrich, da "escola" da Secessão Vienense, Áustria;
  • Dankmar Adler e Lois Sulivan, "escola" de Chicago.

Dankmar Ad-ler e Lois Sullivan, Edifício Wainwright, 1890-91

Hector Guimard, Quiosque da Porte Dauphine, Paris, 1900

Charles Rennie Mackintosh, A sala de música da House for An Art Lover, 1901.

Arte Nova - Artes Aplicadas

  • foram um ramo importante da Arte Nova que, com o seu sentido ornamental e obediência ao princípio da unidade das artes, as valorizou não só como complemento da arquitetura, mas também pelo seu valor artístico intrínseco;
  • contribuiu para o aparecimento da noção de design;
  • as artes aplicadas mais utilizadas na Arte Nova foram: o mobiliário, a metaloplastia, as indústrias de vidro decorativo, a cerâmica, a marchetaria e o ferro forjado.
René Lalique

Arte Nova - Artes Aplicadas - características

  • a integração dos materiais e processos artesanais tradicionais com os industriais;
  • a valorização do desenho funcional das formas, fazendo a aliança forma-função;
  • a promoção de uma ornamentação imaginativa e criativa, mas também estrutural, pois devia seguir a forma, coincidindo com a estrutura do objeto, e não sobrepor-se a ela, escondendo-a.

Jacques Gruber, Vitral Les Roses, 1906

Louis Majorelle, Poltrona, 1899-1900.

Alphonse Mucha, Cartazes de Arte Nova, Paris

Peter Behrens, Chaleira eléctrica, 1908

A Arquitetura do Ferro em Porugal

  • embora os primeiros exemplos desta arquitetura sejam de meados do século XIX, foi só na viragem para o século XX (entre 1880-1905) que se deu uma verdadeira divulgação do ferro e do vidro na construção em Portugal;
  • o ferro foi sobretudo utilizado na arquitetura utilitária: estações, pontes, salas de espetáculo.

Thomas Dillen Jones, Palácio de Cristal, Porto, 1865

João Carlos Machado, Mercado Ferreira Borges, Porto, 1885-88.

Georges Demaye, Armazéns Grandella, Lisboa, 1907.

https://ensina.rtp.pt/artigo/o-grandella-do-chiado/

(2.55 - 3.24 minutos)

Cesare Lanz, Coliseu dos Recreios, Lisboa, 1890.

Théophile Seyrig, Ponte D. Luís, Porto, 1881-86.

Angel Arribas Ugarte, Engenheiro Director João Evangelista Abreu e como Engenheiro Chefe Lecrenier, Estação de Santa Apolónia, 1865.

Raul Mesnier, Elevador de Santa Justa, Lisboa, 1901.

Arte Nova em Portugal

  • manifestou-se em Portugal entre 1905 e 1920, aproximadamente;
  • na arquitetura, esteve presente principalmente nas cidades (Lisboa, Porto e Aveiro);
  • foi aplicada em prédios de habitação da burguesia rica e sobretudo na decoração:
    • gradeamentos de portões, varandas e escadarias;
    • molduras esculpidas em relevo para janelas e portas;
    • e faixas de azulejo decorativo, de vivo colorido, por baixo das cornijas ou em painéis verticais.
  • a integração dos materiais e processos artesanais tradicionais com os industriais;
  • os princípios estéticos da Arte Nova foram, também, utilizados na pintura, na cerâmica, na obra de Rafael Bordalo Pinheiro e no azulejo.

Autor desconhecido (fachada), azulejos de autoria de M. Queriol, Animatógrafo do Rossio, Lisboa, 1907.

Casa Arte Nova na Rua Cândido dos Reis, Porto.

Correia da Silva, A pérola do Bolhão, Porto, 1914.

Ernesto Korrodi e Silva Rocha, Casa Major Pessoa, Aveiro, 1907.

Sumário:

Visita de Estudo ao Palácio Nacional da Pena, em Sintra.

Barão de Eschwege, Palácio Nacional da Pena, 1838-1885, Sintra